domingo, 24 de abril de 2011

PÁSCOA À VISTA

Leia o texto em:


http://consorciocultural.blogspot.com/2011/04/pascoa-vista_22.html

VAMOS DANÇAR QUADRILHA !


Zezito de Oliveira · Aracaju, SE

"Não me convidem para certas festas pobres". Essa frase, baseado no primeiro verso da música Brasil do Cazuza, foi citada por mim em um dos momentos em que estive realizando o trabalho de divulgação da oficina de quadrilha junina em uma emissora de rádio em Aracaju.

Este tipo de “pobreza” a que me referi, não diz respeito as condições econômicas, porque em alguns casos, alguma festas juninas “pobres” até dispõem de uma boa estrutura material, fartura de comes e bebes e grandes atrações artísticas.

LEIA MAIS:

http://www.overmundo.com.br/overblog/vamos-dancar-quadrilha

PROJETO ECARTE NA TV

Programa gravado e exibido em 2004. no extino programa Sergipe Comunidade da TV Sergipe, na fase inical do projeto Ecarte. A qual teve inicio em 2002 e se estendeu até 2005. A segunda fase aconteceu durante o ano de 2006. Desde 2007 o projeto deixou de ser realizado, embora as necessidades que provocaram a sua criação ainda continuem a existir.

A Ação Cultural agradece a equpe do programa pelo carinho e atenção que sempre tiveram para com as iniciativas culturais realizadas ou apoiadas pela entidade.

Para assistir, clique em cima das palavras grifadas .

terça-feira, 19 de abril de 2011

O HORROR e a PÁSCOA


Quanto eu gostaria que os Educadores e Educadoras deste país, começando pelos pais e mães de Família, entendessem um singelo texto que escrevi anos atrás, intitulado "PASCOA À VISTA~. Quarta-feira passada, uma jovem Animadora Cultural encerrou uma sessão de formação sobre o tema da Páscoa com essa pergunta: "Então, Cristo ressuscitou ou não?" Se Andreza e qualquer um dos seus e suas colegas conseguirem entender a essência do que eu quis transmitir, com certeza terão a resposta para a a pergunta desafiante dela e talvez de mais gente, repito-a: "Então, Jesus ressuscitou ou não?"...

Pra você aqui, eu gostaria de dizer o seguinte - espero que não se escandalize -: a Ressurreição não é um fato histórico! A Ressurreição de Cristo é a experiência histórica de um punhado de gente "daquele tempo" e de hoje, que acredita que valeu e que vale a pena Alguém ter dado, alguém dar a vida pela causa do Reino da Vida, da Justiça, da Fraternidade, da Felicidade, da PAZ. Seria um absurdo aceitar que a vida de Jesus e o sacrifício de sua vida terminaram na escuridão do túmulo, como é um absurdo aceitar simplesmente que a a morte foi o fim definitivo da vida de Gandhi, de Luther King, de Zumbi dos Palmares, de Camilo Torres, de Che Guevara, de Pe. Henrique, de Chico Mendes, de Santo Dias, de Margarida Alves, de Rosa de Luxemburgo, de Olga Prestes, de Tereza de Calcutá, de Francisco de Assis, de Oscar Romero, de Pe. Josimo, de Ir Dorothy e tantos outros e outras que cada um, cada uma poderá acrescentar... É uma questão de Fé, com certeza, mas desta fé que remove montanhas, as montanhas do egoísmo e da injustiça, do desamor e da cobiça, da Acomodação e da indiferença.

Dou graças a Deus por poder participar de um Programa de Animação Cultural, essencialmente, uma tentativa de se cultivar esta Fé entre a juventude de nossas escolas. Para que não aconteçam coisas como essa que acaba de estarrecer o país. Quem era o tresloucado que matou as(os) doze adolescentes e feriu tantas(os) outras(os)?... Um ser humano solitário, desde nascença. E a solidão de 24 anos explodiu e fez todo esse horror. Ao longo de toda esta vida solitária, não apareceu ninguém que se aproximasse, que estivesse junto, que escutasse, que percebesse, que, em tempo, socorresse. Está aí o resultado trágico da insensibilidade humana. Não faltará quem lhe atire pedras, mesmo depois de ele morto. Quem fará o seu exame de consciência?... Quem olhará em torno de si, a começar de sua casa, para ver se tem alguém padecendo do maior de todos os males, a SOLIDÃO?... Quem se compadecerá dos solitários e solitárias que encontrará no seu caminho?... Quem terá tempo para os(as) escutar?...

Não é por nada que o Deus em eu acredito se chama EMMANUEL, isto é "Deus conosco". As bíblias hebraicas, em vez de "Senhor", traduzem a sigla hebraica YAWÉ por "O Eterno". Não o eterno da metafísica aristotélica ou escolástica, mas o ETERNO bíblico, isto é, aquele que está sempre presente, que nunca falta, o Companheiro de sempre, sobretudo das horas mais difíceis, que prioriza os abandonados de toda sorte. E esse ETERNO quer fazer-se presente através de cada um, de cada uma que nele crê... E fazer-se presente sobretudo e em primeiro lugar aos que mais precisam, aos sozinhos e abandonados da vida... E ele esteve ausente daquele louco atirador, porque não houve ninguém que se lhe fizesse presente. Se você não é Deus, Deus não age sem você. A Páscoa só acontece lá onde as pessoas se fazem presença do Deus que ama, que se compadece, que se solidariza, liberta e salva. Por isso eu creio em Jesus que morreu e ressuscitou! Eu creio na vitória do AMOR!

Recife, 8 de abril de 2011

Reginaldo Veloso, presbítero das CEBs
Assessor do MTC e do MAC
Assessor do Projeto de Animação Cultural da Secretaria Executiva de Educação de Jaboatão dos Guararapes PE

TEM NOVO BLOG CULTURAL NO AR

O blog do movimento PROFASC (http://scprofasc.blogspot.com) já está no ar e se constitui em um canal de comunicação com a sociedade para a divulgação das idéias e ações da comissão encarregada de coordenar o processo de mobilização e articulação de agentes culturais, artistas e intelectuais, além da formulação de propostas para as instituições encarregadas da redação do projeto, captação dos recursos e prestação de contas referentes ao investimento aplicado (Prefeitura de São Cristóvão, Governo de Sergipe e Universidade Federal de Sergipe).


Você pode participar dessa mobilização, mesmo morando em outro estado e em outro país, da seguinte forma:


Escrevendo e enviando um depoimento pessoal sobre a sua memória afetiva e estética relacionada ao FASC. (três depoimentos já estão disponíveis). Esse depoimento pode ser também em forma de desenho, poesia, crônica, conto ou gravado em vídeo.


Disponibilizar fotos, gravações de vídeo e recorte de jornais para que possamos digitalizar e publicar no blog. Se estiver digitalizado, melhor ainda.


Pode-se também enviar uma avaliação sobre o FASC anteriores em termos negativos e positivos, no que diz respeito às seguintes questões: infra-estrutura (espaços físicos, sonorização, palcos, iluminação, banheiros, alimentação, limpeza, hospedagem e etc.), programação artística e acadêmica, diálogo com a comunidade, benefícios e prejuízos para a cidade e seus moradores e o que mais você achar pertinente.


As opiniões acima serão incorporadas a Carta de Sergipe PROFASC, produto principal do Seminário Repensando o FASC – Agora com a participação da comunidade, o qual será realizado em 28 de maio, na cidade de São Cristóvão.


Pedimos o repasse desse comunicado às redes sociais online da qual você participa.


Outras novidades culturais em:




HTTP://consorciocultural.blogspot.com

sábado, 9 de abril de 2011

AGRADECIMENTO CULTURAL A DOM LESSA.

“Apoio à Cultura. Renovar e investir numa nova mentalidade histórica voltada para as classes mais populares. Sergipe tem cultura. Nosso povo merece ser produtor e protagonista; não apenas consumidor. É preciso sonhar e dar, nesse campo, espaço para a nossa sofrida JUVENTUDE. Essa também é uma preocupação da Igreja.”
“Iniciativas, no âmbito do artesanato de qualidade, para os sertanejos, com garantia de mercado, farão desses desvalidos sujeitos de sua própria história, fazendo valer o que Euclides da Cunha vislumbrou: “O Sertanejo é, antes de tudo, um forte.”
“Queremos confiar à proteção de Nossa Senhora da Conceição, a Rainha da Paz, todos os que estarão, no seu governo, empenhados na construção de uma educação verdadeiramente cidadã, capaz de contemplar os aspectos da cultura popular, que cultive os valores de cada comunidade, de cada região.”
As palavras acima proferidas pelo Arcebispo de Aracaju, Dom José Palmeira Lessa, na missa de posse do Governador de Sergipe, Marcelo Deda, foram recebidas com uma alegre surpresa por parte de artistas, gestores, agentes culturais, produtores e pesquisadores da área cultural em virtude da preocupação com arte e cultura, comumente ficar de fora ou serem consideradas como algo secundário nos pronunciamentos da maioria das lideranças religiosas, sindicais, políticas e dos movimentos sociais.
O mais corriqueiro é a utilização de artistas e grupos culturais para arregimentar pessoas e diminuir o tédio dos encontros, congressos, passeatas e comícios.
Com esse gesto, o nosso arcebispo se coloca no rol daqueles que defende que assim como as fontes de águas límpidas estão comprometidas pelo atual modelo de desenvolvimento predatório e insano, as fontes de criatividade e de beleza que brotam no meio do povo - através das manifestações artísticas populares - também secarão, frente à força avassaladora da cultura de massa e de consumo, caso não sejam salvas através do aumento do investimento em pesquisa, intercâmbio e divulgação.
Da parte da Ação Cultural continuamos insistindo que, se a arte e a cultura não resolver os graves problemas que assola a população em nosso estado , tampouco sem incluir essa dimensão na agenda do desenvolvimento os novos gestores públicos lograrão pleno êxito no esforço de melhorar a qualidade de vida dos sergipanos.
Nessa perspectiva, agradecemos a dom Lessa pelas suas palavras durante a homilia, e esperamos da parte dos novos gestores públicos, que tomaram posse no dia 1º de janeiro de 2007, que dentro de algum tempo os apelos de todos aqueles envolvidos com a arte e a cultura se transformem em ações permanentes e consistente, como tem acontecido no âmbito federal através da excelente gestão do ministro da Cultura, Gilberto Gil.


José de Oliveira Santos – “Zezito”


Texto publicado na edição 1240, de 15 a 21 de janeiro de 2007, do Jornal Cinform, caderno municípios, seção opinião pessoal.

OS OLHOS NEGROS E A ROSA

os olhos negros olhavam a rosa;
tinham treze anos de brilho;
e a rosa, ainda não desabrochara;
era manhã, menos da nove,
manhã de primavera,
das abelhas operárias;
a rosa estava semi-aberta;
e os olhos negros,
bem espertos,
tentavam observar, cada segundo,
a rosa desabrochando;
era manhã de primavera;
manhã de sol,
menos das nove;
me cativa cruelmente este fato:
e encontro da beleza e da dor;
antes da rosa abrir-se completamente,
os olhos negros,
de treze anos,
fecharam-se eternamente.

poema enviado por Antônio Vieira (via orkut)

Atirador no Rio: A ausência de uma cultura de paz

Juliano Sanches

Vários especialistas acreditam que a veiculação de mensagens violentas contribui para tornar o mundo mais feroz. Apesar disso, há educadores pesquisando seriamente formas pela qual a mídia poderia se transformar em um instrumento de paz (WEIL, 1990, p. 47).
Vemos que o caos e o cosmos da mídia não estão em trabalho, em desenvolvimento. Precisamos chegar a um estado de transdisciplinaridade plena, em que sejam incentivadas - infinitamente - a criatividade e a arte. Enquanto a mídia não for vista como portadora, entre outros elementos, do Inconsciente, todo o trabalho midiático vai estar incompleto. Para tanto, a cultura de paz precisa se irromper. “Cabe advertir o leitor de que a educação holística para a paz não pode se limitar à sala de aula; ela é uma aprendizagem na qual se deve estimular o autodidatismo” (WEIL, 1990, p. 40).Enquanto a cultura de paz não estiver totalmente cimentada no currículo escolar público, nada vai mudar, visto que as outras instituições sociais não resolvem tudo sozinhas. Sabe-se de escolas do ensino básico que têm hortas e muitas atividades artísticas. Tudo isso canaliza a energia construtiva.
Tudo tem forças do Inconsciente, inclusive, as instituições. Ou pensamos em uma vida à luz da terapia e do trabalho das forças inconscientes ou abrimos margem para os monstros interiores agirem cada vez mais. “'Ausência de violência e de guerra' ou 'estado de harmonia e fraternidade' podem ser classificados como partes de uma só categoria, que diz respeito às relações entre os homens. Chama-se a isso 'ecologia social'” (WEIL, 1990, p. 27).
Se o sujeito não canaliza o construtivo, o destrutivo automaticamente toma posse e opera desgraças, porque o destrutivo tem o ímpeto de sair das profundezas.
Escolas, jornais, televisão, cinema, teatro, informática e todos os veículos mais modernos seriam convidados a participar dessa reeducação das sociedades, com o objetivo de mudar efetivamente o plano das atividades coletivas. Esse é também um dos focos de ação da Unesco (WEIL, 1990, p. 27).Os ciclos se repetem. E o caso do Rio - entre milhões de outros e com outrem - é prova cabal. “Assim, não pode haver verdadeira paz no plano pessoal quando se sabe que reinam a miséria e a violência no plano social ou que a natureza nos ameaça com a destruição, porque nós a devastamos” (WEIL, 1990, p. 30).Para fatos como o do Rio, precisamos pensar na "base", na infância. Se o sujeito retém determinadas emoções - cedo ou tarde - aquilo tudo explode. Tudo o que não é resolvido na base se torna, inclusive, algo repetitivo, o que abre margem para espelhamentos. Espelhamentos que podem influenciar o surgimento de casos similares, tais como os dos pais que jogam crianças pela janela.
A paz como um estado de harmonia interior, resultado de uma visão não fragmentada do saber. É uma tese de natureza espiritual,
ligada às grandes tradições da humanidade, como aos recentes trabalhos da psicologia transpessoal. Caracteriza-se por ser inseparável do amor altruísta e desinteressado (WEIL, 1990, p. 29).Para evitar o fato lamentável do Rio era precisa tudo: melhor educação, acompanhamento psicológico, atividades terapêuticas escolares, artes, filosofias, poesias, melhor condição econômica, oportunidades e atividades amplas de participação. "Dividimos arbitrariamente o mundo em territórios, pelos quais matamos e morremos", (WEIL, 1990, p. 20).
E isso implica – e nós queremos que implique! – que a mesma ‘camada’ fundamental do inconsciente é o próprio universo. O sol, a lua e as estrelas, as montanhas, as nuvens e as águas, e até os automóveis, os aviões, e os trens, são, efetivamente, parte do ‘conteúdo’ do nosso inconsciente básico (WILBER, 2007, p. 120).O Brasil é repleto de dejetos de uma mentalidade de que remediar é mais barato do que prevenir. Mas, os fatos mostram o contrário cada vez mais. E no caso da escola pública do Rio não é diferente.


Referências Bibliográficas


WEIL, Pierre. A arte de viver em paz: Por uma nova consciência e educação. Tradução de Helena Roriz Taveira e Hélio Macedo da Silva. São Paulo: Gente, 1993.

WILBER, Ken. O espectro da consciência. Tradução de Octavio Mendes Cajado. São Paulo: Cultrix, 2007
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Juliano Sanches é jornalista, assessor de imprensa. Escreve no Blog "Casa do Juliano Sanches" (http://casadojulianosanches.blogspot.com/). Trata-se de um espaço de reflexão sobre a qualidade de vida.

Também desenvolve o Blog
"Comunicação e Assessoria em Campinas"
(http://comunicacaoemcampinas.blogspot.com)
Espaço sobre a comunicação que gera resultados: Divulgação de cursos,
produtos e serviços

@julianosanches

(19) 91639214/32760654
E-mail: julianoluis@ig.com.br

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Praças de Aracaju: o que os seus nomes revelam?

Francisco José Alves

Nas cidades, as praças são órgãos de importância vital. Exercem funções materiais e simbólicas. No plano simbólico, remetem a aspectos da vida coletiva, às vivências cívicas. As praças também são espaços do poder, pois nelas, geralmente, estão os edifícios da administração pública e os monumentos. O imaginário político sempre concebe a praça como local de manifestação das massas. Assim tem sido ao longo das épocas. De fato, do povo ou do poder, a praça é um espaço privilegiado. É lugar de memória. Os nomes a elas atribuídos, pelo povo ou pelas autoridades, são muito expressivos, prenhes de significados. Evidenciam, quase sempre, a luta pela memória, pelo controle do imaginário coletivo. Assim, examinemos, com cuidado, a onomástica das praças da nossa capital. Consideremos o que ela nos revela ou esconde. 
Aracaju possui, conforme cadastro oficial da prefeitura, cento e setenta e três (173) praças. Um primeiro aspecto que chama atenção, no exame das praças de Aracaju, é o caráter personalista das denominações. Delas somente oito são nomes comuns ou remetem a datas históricas. O predomínio maciço é de nomes de pessoas, mortos ilustres. Passear por nossas praças é recordar “figurões”, reais ou supostos, do passado. Além do personalismo, um outro traço flagrante na nomenclatura das praças aracajuanas é o sexismo. Isto é, a pouca presença de mulheres como patronas. 
Conforme o catálogo, Aracaju possui doze (12) praças que homenageiam mulheres. Algumas delas, pelo menos para a maioria, ilustres desconhecidas. Pode-se afirmar que, ao menos no tocante às praças, representantes do sexo feminino são pouco frequentes. Há poucas exceções, todavia. Assim, a capital possui uma praça sob o patrocínio da heroína baiana Maria Quitéria (1792-1853) e uma outra que homenageia a Princesa Isabel (1846-1921). Há ainda uma outra praça em homenagem a jornalista Cristina Souza, profissional do jornalismo, atuante na TV Sergipe nos anos de 1990. Temos ainda uma praça em homenagem as mães, assim batizada em 1987. Como se vê, é ainda muito pouco. É preciso lembrar que as mulheres representam mais da metade da população sergipana. 
A julgar pelas denominações de nossas praças, é muito pouco o papel das mulheres na história da capital e de Sergipe. Como se sabe as duas personagens históricas acima evocadas, em princípio, nada tem haver com a história local. São heroínas de fora. Sobre as outras nove (9) não disponho de informações. É de se perguntar: cadê as enfermeiras, parteiras, médicas, que dedicaram suas vidas em prol da coletividade e cuja memória deve ser cultuada? Onde estão as professoras que, durante décadas, formaram gerações, dando o melhor de si? Até onde sei, nenhuma praça lembra elas. É como se o olimpo das nossas praças fosse morada, quase, exclusiva do chamado sexo forte. Cadê as nossas “mães-de-santo”, sacerdotisas dos cultos afro-brasileiros, que, anos a fio, em décadas passadas, assistiram, com apoio espiritual e material, a gente do povo? Os seus nomes não devem ser lembrados como beneméritas da cidade? 
Os nomes das praças aracajuanas também revelam a hegemonia do catolicismo. Significativamente, Aracaju possui duas praças que homenageiam santos católicos. Uma delas, no bairro Santo Antônio, rememora Santo Antônio de Pádua, santo muito cultuado no Brasil. Uma outra, no bairro José Conrado de Araujo, alude ao Sagrado Coração de Jesus, devoção muito difundida pelo catolicismo romanizado, na primeira metade do século XX. Como se não bastasse, temos ainda, em Aracaju, onze (11) praças que homenageiam eclesiásticos: monsenhores, bispos, papas, etc. É o apanágio do clero católico. Por outro lado, nenhuma praça de Aracaju tem como nome uma divindade do panteão afro-brasileiro. Nenhuma delas, por exemplo, homenageia Iansã, Iemanjá, Oxossi, etc. Nenhuma rende homenagem a algum pai de santo de Aracaju de outrora. Por que, quase somente membros do clero católico merecem a honraria? É preciso que nossos espaços públicos espelhem o pluralismo religioso que existe na cidade. O catolicismo não é a religião única por aqui. O espaço religioso sergipano não é assim tão monocromático. 
Uma outra faceta, patente na onomástica das praças de Aracaju, é a predileção por políticos. Dezessete (17) delas cultua a memória de figuras que atuaram no legislativo e no executivo. Ao que parece, os nossos edis adoram prestar homenagem a sua própria classe. Nunca esquecem os nomes de membros de sua própria categoria para figurar como denominadores de espaços importantes da nossa capital. Presidentes, governadores, deputados, senadores e vereadores, emprestam seus nomes a espaços vitais. 
Nossas praças são verdadeiros “palanques”, cheias de evocações a políticos. Nossas praças também evocam alguns fatos históricos da vida nacional ou estadual. Desta forma, Aracaju possui uma praça que rememora data magna da história sergipana: o dezessete de março de 1855, mudança da capital de São Cristóvão para Aracaju, pelas mãos do governador Inácio Barbosa. A praça 17 de março, foi assim batizada por lei de 05 de abril de 1949. Um outro evento da história evocado nas praças de Aracaju é a FEB (Força Expedicionária Brasileira). A Praça dos expedicionários, no bairro Getúlio Vargas, relembra a participação de “pracinhas” sergipanos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), atuando, junto aos aliados, na Itália. A existência de uma praça ou rua com tal nomeação não é exclusividade sergipana. Muitas cidades brasileiras possuem vias que aludem a este fato histórico. 
O golpe militar de 1964 também tem sua memória cravada num espaço público da nossa capital. Fica no bairro Atalaia, a Praça 31 de março. No quinto aniversário da “revolução” (1969), a câmara municipal de Aracaju achou por bem dedicar um espaço público a evocação do famigerado evento. Era então, prefeito de Aracaju, o economista José Aloísio de Campos. 
O breve exame aqui efetuado parece tornar pertinentes algumas conclusões: A) A toponímia das praças de Aracaju é marcada por alguns quase exclusivismos. Segmentos inteiros da história e da população são, simplesmente, esquecidos. B) Numa época em que tanto se fala em inclusão social é preciso lembrar aos nossos vereadores e ao prefeito que as nomeações dos espaços públicos devem espelhar a nossa pluralidade social. A onomástica dos nossos logradouros há de ser, também ela, inclusiva.

Publicado no Jornal da Cidade, Aracaju, 5 de março de 2011. Caderno B, p. 6. Currículo Professor do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe. Contato: fjalves@infonet.com.br.

Fonte: Portal UFS

MANIFESTO PROFASC

Durante mais de vinte anos ininterruptos, a cidade de São Cristóvão foi palco de um dos festivais de artes mais importantes do país: O Festival de Arte de São Cristóvão ou FASC, como também ficou conhecido, que teve a sua primeira edição realizada no ano de 1972, ocasião em que foi aguardado como o momento maior das comemorações do sesquicentenário da independência brasileira em solo sergipano.
O Festival prosseguiu até 1993, quando foi encerrado por decisão da Universidade Federal de Sergipe, instituição que idealizou e foi a responsável pela organização do evento até aquele ano. Em 1996 e 2006, por exemplo, a prefeitura de São Cristóvão tomou a iniciativa de realizá-lo, sem contudo assegurar a sua continuidade
Durante todo o tempo de sua existência, o festival favoreceu o intercâmbio de uma parcela importante da produção cultural sergipana e brasileira, tanto daquelas de caráter erudito, como das manifestações ligadas às culturas populares ou baseadas no imenso potencial de inspiração que estas proporcionam a poetas, teatrólogos, coreógrafos, músicos, artistas plásticos, cineastas e demais atores culturais.
O FASC também foi um espaço para a descoberta e incentivo de novos talentos artísticos, proporcionando a geração de renda para artistas, intelectuais, técnicos, produtores e para o setor de serviços e comércio, que se beneficiaram dos investimentos governamentais dispendidos para a realização do evento.
Outro aspecto importante foi a divulgação positiva do estado de Sergipe em todo o território nacional, por meio do material institucional e/ou promocional distribuído principalmente para universidades federais, órgãos públicos de cultura e turismo, assim como entidades de representação de artistas e de intelectuais, grupos culturais, órgãos de comunicação etc..
Por tudo isso, a população de São Cristóvão tem se manifestado pelo retorno do Festival de Arte, o que ocorreu especialmente por ocasião da realização das duas primeiras conferências municipais de cultura, a primeira em 2005 e a segunda em 2009 e, ainda, na formulação do diagnóstico cultural elaborado em 2010, a partir da iniciativa GT – Economia da Cultura São Cristóvão (GT-Ecult), sob a liderança da Secretaria de Estado da Cultura e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo.
Para fortalecer esta demanda em relação a todos os atores sociais e políticos que contribuíram para o sucesso do FASC (UFS, Prefeitura e Governo do Estado, artistas, intelectuais, imprensa e empresas privadas e estatais etc.) está sendo criada uma comissão da sociedade civil, denominada PROFASC, que tem por objetivo reunir cidadãos de São Cristóvão e dos municípios adjacentes para proporem alternativas e sugestões que tornem possível a retomada da realização do FASC com a participação da comunidade, incluindo-o como evento permanente do calendário cultural de nosso Estado.
Esta necessidade foi apontada pelo pesquisador Ribeiro Filho, em dissertação de mestrado, intitulada “Eventos públicos e privados: a elaboração de politicas culturais voltadas para a elaboração da festa. 2008 (UFS)”, na qual afirma que: “O município e a sua população participam do evento apenas como cenário e na qualidade de figurantes”.
É na perspectiva do exercício da cidadania cultural que conclamamos todos os cidadãos sergipanos, especialmente os residentes em São Cristóvão, para somar fileiras visando inaugurarmos uma nova era, no tocante à participação da comunidade nas discussões e decisões relativas ao FASC.
À Prefeitura de São Cristóvão e ao Governo do Estado, solicitamos e esperamos que a mesma postura exitosa da parceria firmada entre a Prefeitura de Laranjeiras e o Governo do Estado, que garantiram a realização ininterrupta e bem sucedida do Encontro Cultural de Laranjeiras, independentemente das alianças partidárias e diferenças políticas, seja também assumida entre aqueles entes governamentais em favor da retomada e continuidade do FASC.
Ao Governo do Estado solicitamos que o conhecimento técnico, os recursos humanos e materiais, bem como possíveis incentivos fiscais, que garantem o patrocínio da iniciativa privada ao Festival Sergipe Verão, aos festejos juninos e ao PRECAJU, sejam também utilizados em favor da realização do FASC.
À Universidade Federal de Sergipe solicitamos que disponibilize o conhecimento técnico e os recursos humanos, materiais e financeiros necessários para a obtenção do patrocínio dos Ministérios da Educação, Cultura e Turismo e empresas estatais.

Comissão da Sociedade Civil PROFASC – São Cristóvão, 12 de Março de 2011

Acesse o blog da comissão

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terça-feira, 5 de abril de 2011

Entrevista: Oficina de quadrilha junina “tradicional” no Canal Futura.

Amanhã, quarta-feira (06/04) – Programa Conexão Futura - Ao vivo às 16h25 (por telefone) Além de falar sobre a oficina,destacaremos também a importância em resgatar a quadrilha à moda antiga, qual a origem da quadrilha e a sua importância para a comunidade, se a festa junina tal qual ela era antigamente já era, se a tradição se perdeu e a festa acabou virando apenas comércio. Zezito de Oliveira