terça-feira, 30 de abril de 2013

Sobre a reabertura do Cine Vitória que será administrado pela Casa Curta-SE






Um bom debate sobre gestão pública compartilhada através de parceria público estatal e público sociedade civil, participação cidadã e transparência pública.

Depois de enviar quatro e-mails (05/fev, 03/mar, 11/mar e 26/mar) para a ASCOM da Secretaria de Cultura de Sergipe (Secult/SE) solicitando esclarecimento sobre a não reabertura do Cinema Vitória que estava marcado para o mês de dezembro de 2012 e publicar no facebook essa dificuldade de obter resposta é que Secult/SE respondeu fazendo um breve resumo do processo de reabertura do Cine Vitória:
“- Todos os equipamentos foram comprados e empenhados. Houve um atraso na licitação por se tratar de equipamento importado e cotado em dólar, o que gera oscilação de preço e falta de fornecedores. Mas já foi tudo licitado e empenhado.
- Por se tratar de equipamentos importados, os fornecedores pediram prorrogação do prazo de entrega, e outros equipamentos precisaram ser substituídos por similares por já estarem com tecnologia defasada.
- Precisamos, também, regularizar e atualizar o contrato com a Rua do Turista, já que antes o contrato era com a Codise. Essa pendência já foi resolvida.
No mais, estamos monitorando a montagem do equipamento e das poltronas para que, em breve, a Casa Curta-SE assuma a gestão daquele espaço de audiovisual, sob supervisão da Secult.”
No dia 28 de março, respondi o e-mail com alguns questionamentos e mais de um mês depois ainda não obtive nenhuma resposta da Secult/SE. Hoje mandei um novo e-mail solicitando explicações pela não resposta. Eis o e-mail:
“Eu fico muito chateado porque precisei ter que mandar 4 e-mails e depois do último e-mail tornar público no facebook essa dificuldade para receber essas informações.
Tenho muita ciência da importância para Sergipe da reabertura do Cine Vitória, mas gostaria de saber como está sendo o processo para que a Casa Curta-SE assuma a gestão do espaço. Quero saber o fundamento legal para que isso ocorra. Como foi feito esse processo? Por que a Secult precisa passar para a Casa Curta-SE a gestão do Cine Vitória? Por que não a própria Secult gerir aquele espaço? Pelo país temos alguns exemplos de cinemas administrados por Secretarias de Estado da Cultura: o Cinema São Luiz em Recife é gerido pela Secretaria de Cultura de Pernambuco, a Sala Walter da Silveira em Salvador é gerida pela Secretaria de Cultura da Bahia, o Cine Brasília é gerido pela Secretaria de Cultura do Distrito Federal, o Cine Cultura em Goiânia é gerido pela Secretaria de Cultura de Goiás. Por que aqui precisamos repassar o nosso único cinema público para uma ONG gerir?”
Espero que agora que estou novamente tornando público a dificuldade de obter uma resposta por parte da Secult eu possa ter meus questionamentos respondidos.

Fábio Rogério  Sei que é muito chato ter que publicar essas coisas no facebook, mas como já levei puxão de orelha de gestor da Secult que ao invés de fazer questionamentos pelo facebook que eu deveria procurar os canais oficiais e assim começei a fazer, mas diante do silêncio da Secult, volto a utilizar o facebook para expor a dificuldade de resposta da Secult.

Fábio Rogério De acordo com o Artigo 33 da Lei Complementar nº 33 de 26 de dezembro de 1996 que é o Código de Organização e de Procedimento da Administração Pública do Estado de Sergipe da Atribuição de Prestação de Serviços a Terceiros, o “O Estado poderá atribuir a prestação de serviços públicos: I - a particulares, sob o regime de concessão ou de permissão, nos termos previstos em lei, sempre, porém, através de licitação;”

Fábio Rogério O que eu lembro é que eles justificam passar a gestão do Cine Vitória para a Casa Curta-SE pq a própria Secult/SE não tem pernas para administrar as próprias unidades que já são quase 10 (não lembro o número) e que foi a própria Casa Curta-SE que procurou a Secult para propor a gestão do Cine Vitória que entraria como parte de um projeto que foi enviado/aprovado pelo Minc.

Fábio Rogério Faço um questionamento de ordem juridica que é saber qual o embasamento legal para que possa ocorrer essa transferência de gestão do Cine Vitória do Estado de Sergipe para a Casa Curta-SE e outro é de ordem política no sentindo da própria Secult/SE se ausentar/omitir da gestão do Cine Vitória.


Maíra Ezequiel  Isso aí que o Fábio falou. Faz MUITO tempo que esse lance rola (de tentar revitalizar o cine vitória) e quem arregaçou as mangas pra começar esse trabalho foi a Casa CurtaSE. Disso eu me lembro. E não foi pouco trabalho. E a outra justificativa foi essa mesma que o Fábio falou. Não ter material humano pra dar conta de mais um equipamento, e ainda um tão específico. Vejam, não to defendendo que isso seja, justo ou democrático... não to defendendo nada nem ninguém. Acho válida a discussão. Só pontuei que isso já foi abordado publicamente várias vezes. E as vezes a sensação que dá é que, agora que o negócio vai decolar todo mundo quer ser o pai da criança. Ninguém imagina o vai e vem e o trabalho que isso deu. Mas, de novo, é legítimo o questionamento de vocês. Só não é verdade dizer que isso nunca foi respondido.


Para entender melhor o debate: 

30/08/2012 - 09:57
fonte: Portal Infonet
Cine Vitória será reaberto em dezembro
Sala Avenida Brasil será um espaço de formação
(Foto: Ascom Secult)
A capital sergipana ganhará, ainda neste ano, mais um espaço de entretenimento para a população. Trata-se da reabertura do Espaço Cine Vitória, localizado na Rua do Turista (antiga Rua 24 Horas), onde funcionará o projeto 'Sala Avenida Brasil'. O antigo cinema, que fica no centro comercial de Aracaju, será estruturado com 130 lugares e equipamento moderno de projeção digital. A expectativa do Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), e da Casa Curta-SE, parceira neste projeto, é que esse espaço dedicado ao audiovisual seja reaberto em dezembro.
Ao todo, serão investidos R$ 272.573,17 na aquisição de equipamentos e na instalação dos mesmos. Desse total, R$ 218.058,54 foi fruto de convênio firmado com o Ministério da Cultura (MinC) e R$ 54.514,63 são provenientes do Governo de Sergipe. O processo de licitação para a compra dos equipamentos já está em andamento e a previsão é que o espaço comece a funcionar até o final deste ano.
Além de contar com recursos do MinC, a Secult firmou parceria com as secretarias do Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) e do Estado do Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (Sedetec) para viabilização desse grande projeto que beneficiará a cena cultural sergipana e a população como um todo.
Sala 'Avenida Brasil'
O espaço recebe esse nome por se tratar de um projeto do Pontão de Cultura Digital Avenida Brasil, desenvolvido pela Casa Curta-SE, com apoio do Ministério da Cultura. O Pontão desenvolve suas atividades desde 2010 e tem como principal objetivo fortalecer a cultura digital, através da capacitação de jovens e da disseminação de produções audiovisuais.
"Escolhemos esse nome, pois Avenida Brasil é uma via que existe em quase todas as capitais brasileiras e, para nós, é como se ela fosse um meio virtual e imaginário de circulação e de troca de toda a produção digital que circula no país", afirma a coordenadora do Pontão, Rosângela Rocha.
Segundo ela, o projeto aprovado pelo MinC em 2010 já previa a viabilização de um espaço para projeções. “Contamos com total apoio da Secult, que abraçou a idéia e propôs que fizéssemos nossa sala de projeção no Cine Vitória”, explica. O espaço está desativado e, com a reforma da Antiga Rua 24 Horas, hoje Rua do Turista, precisava de uma ação para reinseri-lo na vida cultural da capital.
“Essa será mais uma ação de democratização do acesso à cultura no nosso Estado, com a exibição de filmes produzidos em âmbito nacional e internacional a preços populares. No projeto, que será desenvolvido pelo Pontão Avenida Brasil, as produções audiovisuais sergipanas também serão contempladas, fortalecendo ainda mais essa área em ascensão no Estado de Sergipe, através dos jovens produtores”, destaca a secretária do Estado da Cultura, Eloísa Galdino.
Proposta
A Sala Avenida Brasil será um espaço de formação, difusão e distribuição de conteúdo digital. Serão ofertadas oficinas para estudantes da rede pública de ensino, contribuindo para a formação de novos produtos audiovisuais no Estado. Além disso, o antigo espaço do Cine Vitória voltará a fazer parte do circuito de exibição de filmes na capital, surgindo como mais uma opção de lazer para os sergipanos.
Rosângela Rocha destaca que a sala não focará apenas na exibição de produções do circuito alternativo ou filmes de arte. “Através de parcerias com distribuidoras comerciais nós queremos levar para o espaço filmes mais corriqueiros, que possam agradar a todos os gostos. A proposta não é restringir. Nós queremos expandir o acesso”, destaca.
Comerciários, funcionários públicos, estudantes e toda a população que freqüenta o centro comercial estão no foco do projeto. Como forma de democratizar o acesso, os ingressos para as exibições serão vendidos a preços populares. Ao todo, a Sala Avenida Brasil contará com 130 lugares, o que segundo Rosângela, coloca o espaço num patamar de sala de médio porte, alcançando um público considerável com as exibições que ocorrerão sempre nos turnos da tarde e noite.
O secretário adjunto Marcelo Rangel, que tem batalhado ao lado da secretária Eloísa Galdino para reabrir o espaço, comenta que com a reativação do Cine Vitória, Sergipe se alinha à política nacional de criação de salas de pequeno e médio porte. “O surgimento de salas digitais dessa dimensão é uma tendência em todo o país e tem sido uma política do próprio Ministério da Cultura. Vale destacar ainda a parceria que está sendo feita com a sociedade civil com o intuito de inclusão e formação de platéia”, destaca.
Para a idealizadora do projeto, a reabertura do espaço do Cine Vitória tem uma importância muito grande. “Não só para aqueles que freqüentam o centro comercial, mas para todos os cidadãos, ter de volta um cinema de rua que há muito tempo está desativado será um honra muito grande, além de possibilitar o acesso democrático será mais uma opção para os amantes da sétima arte”, ressalta Rosângela.
Fonte: Ascom Secult

Leia também: 

Cinema Vitória 

Fonte: Portfólio de Lygia  Prudente

O Cinema Vitória ficava no último trecho da Rua Itabaianinha, em Aracaju/ Sergipe, onde hoje é o prédio das Lojas Americanas. Dos cinemas do centro foi o primeiro a fechar. Pertencia à Ação Solidária dos Trabalhadores, Instituição ligada à Igreja Católica. Ela tinha mais dois cinemas no Bairro Siqueira Campos. O Vitória era um dos maiores da cidade, numa época em que era comum os cinemas possuírem mais de mil lugares. As cadeiras desconfortáveis, eram todas de madeira, sem estofamento algum e que faziam parte da anarquia dos jovens freqüentadores, que ao baixarem os leves assentos para sentarem-se, faziam com muita força, provocando o “bate-volta”, para causar grande barulho. Isto provocava a expulsão do anarquista do cinema, quando flagrado por policiais, cujas presenças às sessões, nesta época, era comum. O teto da sala de espera do Vitória era todo ilustrado com pinturas das logomarcas das companhias cinematográficas, como a Universal, Metro, Colúmbia, Paramount e outras. Na sala de exibição haviam seis grandes ventiladores, muito barulhentos, com hélices parecidas com as de avião. Uma vez aconteceu da hélice de um deles topar na grade de proteção, assustando a todos.
Dois filmes fizeram grande sucesso junto à família sergipana, no finzinho da década de 50: o clássico espanhol “Marcelino Pão e Vinho” (1955), com Pablito Calvo e a triologia SISSI, com a bela Romy Schnaider - Sissi (1955), Sissi, A Imperatriz (1956) e Sissi e seu Destino (1957). Épicos que foram sucessos de bilheteria em sua grande tela cinemascope: Spartacus (1960) com Kirk Douglas e Exodus (1960), com Paul Newman, com uma trilha sonora marcante. O Vitória exibia muitos faroestes, mas, dois clássicos do gênero ficaram na memória de todos, até pelas suas trilhas sonoras: Sete Homens e um Destino (1960), com Yul Braynner, e Três Homens em Conflito (1966), com Clint Eastwood. Logo depois que foi extinta a censura no Brasil, o Vitória passou a ter a qualificação dada pelo Órgão Censor de “Cinema Especial” e passou a exibir filmes que continham cenas de sexo explícito, como o Império dos Sentidos (1976), que gerou grande curiosidade e polêmica, ficando mais de um mês em exibição, fato inédito em Aracaju. Vinha gente de todo o interior do estado para assisti-lo. Outro, foi “Calígula” (1979), com Malcolm McDowell.

Grande êxito de público, também, foi o filme nacional “Dona Flor e seus Dois Maridos” (1976), com Sônia Braga.
Uma das companhias exclusivas do Cinema Vitória era a Condor Filmes, cuja vinheta de apresentação provocava uma anarquia entre os jovens e alguns adultos, que começavam em coro a fazer: xô, xô, xô, como se estivessem espantando o condor, que estava na imagem da tela, pousado, e logo alçaria vôo, desmanchando-se graficamente, transformando-se ao mesmo tempo na palavra apresenta, quando já se podia ver na tela os dizeres: Condor Filmes Apresenta. Na sessão da tarde, sabia-se do seu início, quando o funcionário começava a fechar as portas – e olha que era uma quantidade enorme de portas – as luzes da sala acendiam-se e logo sem seguida, ele subia a escadinha do lado direito do pequeno palco, para abrir, manualmente, a cortina. Neste momento um comercial da loja de discos “A Sugestiva”, era ouvido no auto-falante da tela. A sessão ia ter início. Já se podia ver a vinheta do cine jornal da Atlântida e, logo em seguida, a da Universal, ambas exclusivas do Cinema Vitória.

Armando Maynard

Sala Avenida Brasil / Cine Vitória, Secult Sergipe e Aliança Francesa - Aju apresentam

Festival Varilux de Cinema Francês SE 2013

Fonte: Guia Cuca
Categoria: Cinema
Onde: Aracaju, SE
Quando: 10/05/2013 - 16/05/2013

Sobre o Evento

O Festival  Varilux ocorre anualmente para o encontro entre o cinema francês e o público brasileiro, contando com a presença de importantes atores e cineastas franceses em debates, sempre com um tema atual. O evento exibe produções cinematográficas francesas dos mais variados gêneros, com filmes autorais, comerciais, infantis e documentários.
Mais de 30 cidades recebem o evento, onde os amantes do cinema francês podem apreciar a sétima arte sob a visão dos filmes da França. O festival é considerado o primeiro com tamanha abrangência no Brasil.
Em 2013 o festival chega à 4ª edição, trazendo curtas, animações, filmes inéditos e clássicos às telas de projeção. A cidade de Aracaju recebe o evento.


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Programação do Evento

Filmes
A Datilógrafa
Aconteceu em Saint-Tropez
Adeus, minha rainha
Além do Arco Íris
Amigos sinceros
Anos Incríveis
Camille Claudel 1915
Feito gente grande
Ferrugem e osso
O homem que ri
O menino da floresta
Os sabores do palácio
Pedalando com Molière
Prenda-me
Uma dama em Paris
  
PROGRAMAÇÃO COMPLETA em breve!

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