segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Novo secretário do MinC quer menos burocracia para incentivar a cultura "Políticas públicas dos EUA e Europa visam muito dar acesso à população de baixa renda às exposições, aos shows, aos museus", disse Marcos André Carvalho, secretário de Economia Criativa do MinC

Correio Braziliense Vanessa Aquino José Carlos Vieira Publicação: 29/09/2013 08:05 Atualização: (Ed Alves/CB/D.A Press) Desenvolver ações eficazes de sustentabilidade para a área artística. Essa é a tarefa do novo secretário de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC), Marcos André Carvalho. Em entrevista ao Correio, o gestor público, empreendedor cultural, músico e diretor artístico carioca falou sobre medidas para acabar com a dependência exagerada de editais e leis de incentivo para o fomento de produções culturais e também medidas para dar prioridade aos grupos populares, hoje excluídos pela burocracia. Críticos dizem que a economia criativa faz parte de um arcabouço neoliberal dos anos 2000. O que o senhor acha disso? No começo da gestão do ex-ministro Gilberto Gil, ele ajudou a reposicionar o trabalho do Ministério da Cultura e definiu as diretrizes em três eixos: simbólico, cidadão e econômico — o potencial da cultura para o desenvolvimento de um país. No fim da gestão, ele percebeu que as manifestações culturais foram muito beneficiadas por uma política de democratização de acesso aos recursos e aos editais públicos, com seleções transparentes, com a participação de notáveis da sociedade civil, especialistas nos temas. Na parte de inclusão cidadã, Gil avaliou os pontos de cultura, que foi uma marca da gestão dele e teve um resultado de muito impacto no país, pois existem diversas comunidades tradicionais e patrimônios materiais e imateriais no país, comunidades de 100 anos de existência, quilombos, aldeias indígenas, que nunca haviam recebido apoio do poder público. Esse primeiro dinheiro que chegou aos locais mais escondidos do país foi por meio dos pontos de cultura. Foi bem-sucedido em uma área na qual o Brasil tem muito a ensinar, que é área de utilização de tecnologia social para o desenvolvimento comunitário por meio da cultura. Como os resultados desses pontos de cultura são medidos? Isso está na rua. Existe um senso comum dentro da sociedade civil, das comunidades populares, urbanas e rurais, pelo país inteiro, existe um consenso que o programa teve um impacto muito forte no desenvolvimento dessas comunidades. Os grupos culturais comunitários espalhados pelo Brasil inteiro relatam o benefício e eu tive a oportunidade de vivenciar essa experiência no Rio de Janeiro, meu estado. Existe referência de pontos de cultura em outros países? Existem vários países que hoje estão estudando essa nossa metodologia de reconhecer essas comunidades como produtoras de cultura, não somente como consumidoras de cultura. Políticas públicas dos Estados Unidos e Europa visam muito dar acesso à população de baixa renda aos grandes equipamentos das exposições, aos shows, aos museus. Ou seja, uma postura muito passiva de público, de formação de plateia. Nossa política é muito moderna, no sentido de que reconhecemos o que é feito dentro das comunidades, pelos próprios agentes populares, fazedores de cultura. Grupos que fizeram muito sem apoio nenhum são capazes de fazer muito mais com recurso. Mas no terceiro eixo, o econômico, o ex-ministro Gilberto Gil fez uma autocrítica de que ele não conseguiu chegar lá, de implementar políticas para economia criativa, que potencializasse esses setores como estratégicos para o desenvolvimento do país. A matéria completa está disponível para assinantes. AQUI

encontro Estética das Periferias

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Destoando dos discursos feitos pelos seus pares durante a 68ª Assembleia Geral da ONU, o presidente uruguaio José Mujica criticou veementemente o consumismo e defendeu que “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história.

Internacional| 27/09/2013 | Copyleft

Mujica: "humanidade ocupou o templo com o deus mercado"

Destoando dos discursos feitos pelos seus pares durante a 68ª Assembleia Geral da ONU, o presidente uruguaio José Mujica criticou veementemente o consumismo e defendeu que “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história. "É através da ciência e não dos bancos que o planeta deve ser governado. “Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida. Deveríamos ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas”.



O presidente uruguaio Pepe Mujica voltou a surpreender o mundo com o seu discurso desassombrado na última terça-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas. Aos jornais uruguaios, Mujica prometera um “discurso exótico” e de fato fugiu do protocolo ao dizer que “tem angústia pelo futuro” e que a nossa “primeira tarefa é salvar a vida humana”.

“Sou do Sul e carrego inequivocamente milhões de pessoas pobres na América Latina, carrego as culturas originárias esmagadas, o resto do colonialismo nas Malvinas, os bloqueios inúteis a Cuba, carrego a consequência da vigilância eletrônica, que gera desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, nossos rios, de lutar por pátria para todos e que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz, com o dever de lutar pela tolerância.”

A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o “deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão”. No mesmo tom, sublinhou o fracasso do modelo adotado no capitalismo: “o certo hoje é que para a sociedade consumir como um americano médio seriam necessários três planetas. A nossa civilização montou um desafio mentiroso”.

Para o chefe de Estado, que já havia surpreendido o mundo com o seu discurso durante a cúpula Rio+20, criamos uma “civilização que é contra os ciclos naturais, uma civilização que é contra a liberdade, que supõe ter tempo para viver, (…) é uma civilização contra o tempo livre, que não se paga, que não se compra e que é o que nos permite ter tempo para viver as relações humanas”, porque “só o amor, a amizade, a solidariedade, e família transcendem”. “Arrasamos as selvas e implantamos selvas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios. E pensamos que somos felizes ao deixar o humano”.

Mujica defendeu a utilidade da produção de recursos no mundo: temos que “mobilizar as grandes economias não para produzir descartáveis com obsolescência programada, mas para criar coisas úteis para a população mundial. Muito melhor do que fazer guerras. Talvez nosso mundo necessite de menos organismos mundiais, destes que organizam fóruns e conferências. E que no melhor dos casos ninguém obedece”. “O que uns chamam de crise ecológica é consequência da ambição humana, este é nosso triunfo e nossa derrota”.

E defendeu que é através da ciência e não dos bancos que o planeta deve ser governado.

Paz e guerra

“A cada 2 minutos gastam-se 2 milhões de dólares em orçamentos militares. As investigações médicas correspondem à quinta parte dos investimentos militares”, criticou o presidente ao sustentar que ainda estamos na pré-história: “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história”, defendeu o mandatário ao criticar a política da guerra.

Assim, criamos “este processo do qual não podemos sair e causa ódio, fanatismo, desconfiança, novas guerras; eu sei que é fácil poeticamente autocriticarmos. Mas seria possível se firmássemos acordos de política planetária que nos garanta a paz”. Ao invés disso, “bloqueiam os espaços da ONU, que foi criada com um sonho de paz para a humanidade”.

O uruguaio também abordou a debilidade da ONU, que “se burocratiza por falta de poder e autonomia, de reconhecimento e de uma democracia e de um mundo que corresponda à maioria do planeta”.

“Nosso pequeno país tem a maior quantidade de soldados em missões de paz e estamos onde queiram que estejamos, e somos pequenos”. Dizemos com conhecimento de causa, garantiu o mandatário, que “estes sonhos, estes desafios que estão no horizonte implicam lutar por uma agenda de acordos mundiais para governar nossa história e superar as ameaças à vida”. Para isso é “preciso entender que os indigentes do mundo não são da África, ou da América Latina e sim de toda humanidade que, globalizada, deve se empenhar no desenvolvimento para a vida”.

“Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida e entendermos que a espécie somos nós” e concluiu: “a espécie deveria ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas”.

Informativo da regional Bahia e Sergipe do MINC

A música vencedora na categoria música instrumental (júri oficial) Forbelle- Coutto Orchestra,no Festival de Música Aperipê.

Sergipe bem representado para participar do Festival de Música da ARPUB (Associação Brasileira das Rádios Públicas).

domingo, 29 de setembro de 2013

Frances Ha - Um bom filme para quem acredita na vida ou para quem está cansado da vida que leva.


Leia a critica da Folha de São Paulo. AQUI e de O Globo AQUI Assista ao trailler do filme AQUI O filme Frances Há, foi apresentado em Aracaju, ontem (dia 28/09), no Cine Vitória, em pré-estréia e entrará em cartaz dia 04 de outubro 2013. Gostei de Frances Ha, em especial pela coragem e atitude da personagem. Outros aspectos é a sutileza do filme em tratar das questões ligadas a orientação sexual, tanto na forma hetero, como homo. Zezito de Oliveira – gestor de conteúdo deste blog. Embalemo-nos na trilha de David Bowie.

sábado, 28 de setembro de 2013

comportamento

O ativismo político faz bem ao mundo e a quem se mexe

Não é só consciência, é alto-astral. Uma pesquisa mostra que a participação política e social está entre os fatores que trazem felicidade às pessoas
por Adriana Cardoso publicado 23/09/2013 11:56
maurício morais/RBA
Sofia
“É importante que as pessoas comecem a se interessar por política”

A gente não sabemos escolher presidente/ A gente não sabemos tomar conta da gente/ A gente não sabemos nem escovar os dentes/ Tem gringo pensando que nóis é indigente/ Inútil/ A gente somos inútil. O rock irreverente da banda Ultraje a Rigor fez tanto sucesso, há quase três décadas, que acabou animando uma geração de adolescentes que mal sabia o que era canção de protesto – dada a ausência de então – a ir às ruas com a mesma irreverência. Uma camiseta com os dizeres “Já sei escovar os dentes, quero votar pra presidente” foi vista pela primeira vez num comício das Diretas em Belo Horizonte e tornou-se hit nas manifestações que tomaram o país. Na ocasião, não era incomum os jovens fazerem a própria arte das camisetas com silkscreen ou pintá-las a mão para dar seu recado.
Também não é incomum, nas imagens de pessoas em movimento, identificar uma aura de energia e de alto-astral. Como que dizendo: “Se mexer para mudar o estado das coisas faz bem”. O engajamento político não é somente um vetor importante na promoção de mudanças sociais, mas também um dos fatores que podem fazer as pessoas mais felizes. É o que mostram os dados do World Happiness Database, em Roterdã, na Holanda, que coletou informações de estudos de diversos países para mensurar o que traz felicidade às pessoas ou, melhor ainda, quais mudanças podemos fazer em nossa vida para nos tornarmos mais felizes.
O estudo, divulgado em julho passado pela BBC Magazine, coloca o engajamento social numa posição tão importante para a satisfação pessoal como ter uma relação amorosa longa e estável, ser ativo nas horas vagas, sair para jantar de vez em quando e tomar um chopinho com os amigos. Ah, aos machistas de plantão, o levantamento também revela que os homens tendem a ser mais felizes em um ambiente no qual as mulheres estão em pé de igualdade.
O diretor do Database e professor da Erasmus University de Roterdã Ruut Veenhoven diz à BBC Magazine que os dados coletados ao redor do mundo mostram que ter uma vida socialmente ativa e participativa é mais eficiente para trazer felicidade do que traçar metas. Segundo o professor, estabelecer  objetivos e segui-los de maneira obsessiva pode levar o indivíduo a ser mais angustiado.
Três países latino-americanos estão na lista dos dez mais felizes, em termos de satisfação geral com a vida: Costa Rica (o primeiro), México (o sétimo) e Panamá (o último). As demais posições são distribuídas entre países europeus (todos os nórdicos, onde as pessoas são muito ativas socialmente) e o Canadá.
A pesquisa ajuda a explicar o que move diferentes gerações de ativistas. Como a recepcionista Bruna de Souza Lopes, de 27 anos, que tinha acabado de voltar para São Paulo, após quatro anos morando em Minas Gerais, quando os protestos começavam a pipocar. Frequentadora das redes sociais, juntou um grupo de amigos e foi. A mãe de Bruna, a esteticista Liliane Aparecida de Souza Lopes, de 46 anos, foi da geração cara-pintada. Levada pela sogra, Margarida, participara dos protestos pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
À época, Liliane tinha quase a idade da filha hoje. Ela, a filha, a sogra e o marido Clodoal­do moram no Jardim Fraternidade, entre o Capão Redondo e o Jardim Ângela, no extremo sul da capital paulista. E, a despeito da vida difícil na periferia, consideram-se felizes, o que dá para notar na empolgação com que falam de política – assunto, aliás, sempre discutido em casa. Era a primeira vez que Bruna participava de uma manifestação. Nem foi a redução da passagem de ônibus que a motivou. Foi “pelas outras coisas” e, especialmente, porque aquele momento lhe dava uma sensação de pertencimento. “Gostei de participar, me senti importante. Vivemos numa democracia e devemos lutar por nossos ideais”, assinala. Faz tempo que Liliane marchou pela saída de Collor, e ainda lembra muito bem. “Estava um dia muito chuvoso, mas havia um mar de gente nas ruas. Ficou marcado.”
Embora nunca tivesse ido às ruas, o ativismo de Bruna começou quando ela trabalhou como recepcionista num hospital em Minas. “Comprei muita briga com médico que fazia corpo mole para atender pacientes.”
A psicóloga Ana Lúcia da Silva pondera que a ida às ruas é importante por ser impulsionada “por um desejo de mudança”, mas a sensação de felicidade vai depender das respostas. “A experiência de se sentir fazendo parte de algo maior pode trazer uma satisfação duradoura ou não, dependendo da resposta efetiva às necessidades individuais e coletivas”, diz a terapeuta do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.

Sensação de presença

Wesley Mendes Souza, de 17 anos, foi a dois protestos – um no Capão Redondo, próximo de onde mora, e outro na Avenida Paulista, na companhia da prima Bruna. Embora consuma quatro horas do seu dia dentro de ônibus, trem e metrô, ele viu uma ocasião de expressar insatisfação. “Além do transporte público, precisamos de melhorias na saúde, mais vagas em creches e mais oportunidades para os jovens.”
Estudante do 1º ano do ensino médio numa escola pública, Wesley sente na pele os efeitos do abismo de oportunidades. Ele mora com a mãe e a irmã numa casa de quatro cômodos na região do Jardim Ângela, onde pagam R$ 750 de aluguel. Filho de pais separados, passou muito de sua adolescência em casa e sozinho. Há pouco mais de três meses, por meio do programa Jovem Aprendiz, conseguiu uma vaga na área de contabilidade de um hospital no bairro da Barra Funda, na zona oeste. Ganha menos de um salário mínimo por mês e ajuda em casa. A rotina começa às 6h e termina por volta da meia-noite. Mas não reclama – abraça a oportunidade. Não foi à toa que os protestos trouxeram a Wesley, como ele afirma, “maior consciência política” e o fizeram sentir-se parte mais ativa da sociedade.
O advogado Aylton dos Santos Lira, de 36 anos, conta que nunca viu algo parecido durante quatro anos em que morou na Alemanha. “Há anos eu sonhava com isso”, diz ele, que não participou das manifestações de 20 anos atrás por achar que havia uma manipulação de parte da mídia. Na ocasião, em vez do verde-amarelo, adotou o preto para protestar.
Lira esteve na manifestação de 13 de junho, quando a polícia militar do estado de São Paulo “desceu o sarrafo” em quem era manifestante e em quem não era. Morador das imediações da Rua Maria Antônia, na região central, ele foi um dos que ajudaram a socorrer a repórter do jornal Folha de S.Paulo Giuliana Vallone, ferida num olho com um tiro de bala de borracha disparado por um dos policiais da Tropa de Choque. “Eu sonhava com isso, sem partido, sem sindicato (liderando as marchas). Quando vi a multidão, fiquei tão emocionado que comecei a chorar.” Desde que retornou, observa o brasileiro mais engajado, participativo e consciente.
O professor Edson Passetti, do Departamento de Política e do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP, coordena o Núcleo de Sociabilidade Libertária (NU-Sol) na universidade. Para ele, quem acredita que essa é a geração do tédio terá de rever seus conceitos. “O brasileiro não é tonto, não é só cordial e, como qualquer pessoa, pode se manifestar de maneiras surpreendentes”, avalia, enfatizando que o que vem ocorrendo está tirando muita gente de sua zona de conforto.

Que tal um rumo?

Mas um pouco de “rumo” para sair da acomodação não faz mal a ninguém, na opinião da argentina Sofia Rosseaux, de 25 anos. Tinha 13 no começo dos anos 2000, quando sua família veio para o Brasil para fugir do “coice” do então ministro da Economia do governo de Carlos Menem, Domingo Felipe Cavallo, que afundou o país numa crise brutal. Filha de mãe brasileira e pai argentino, a arte-educadora já participou de várias manifestações na vida, mas afirma que só quando há organização e propostas claras pelos movimentos. Tomou parte das jornadas de junho por concordar com o mote do Movimento Passe Livre e avaliar como “ruim e absurdamente caro” o transporte público.
“Fiquei preocupada com a proporção que tomou, porque havia ali pessoas que, claramente, estavam entendendo aquela situação de maneira equivocada”, comenta. Mas não acha que seja de todo ruim, “pois é importante que as pessoas comecem a se interessar por política”. E, nesse aspecto, ela observa que na Argentina discute-se política o tempo inteiro, que as pessoas acompanham o que acontece.
O recente fenômeno agitante não foi exclusividade paulistana. Surpreendeu dezenas de cidades em todo o país, com momentos de ebulição em grandes regiões metropolitanas, como Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte. Aos 34 anos, a médica Luciana Villela nunca havia participado de protestos quando decidiu engrossar o coro dos descontentes na Praça Sete de Setembro, na capital mineira. Achou “legal”, mas ficou preocupada, pois acredita que a ignorância de alguns pode transformá-los em “massa de manobra”.
Na opinião do professor Edson Passetti, os protestos evidenciaram quem é quem dentro das expressões políticas brasileiras. Para ele há fascistas, sim, como sempre houve em atividades desse tipo. Mas há de se ter cuidado ao classificar determinados atos como vandalismo puro e solto. “Aquela farra do ‘casamento da dona Baratinha’ foi surpreendente!”, diz, lembrando um protesto do dia 13 de julho em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. A festa de casamento de Francisco Feitosa e Beatriz Barata, para mil convidados e a um custo estimado em R$ 3 milhões, ficou conhecida nas redes como o “Casamento de dona Baratinha”. O avô da noiva, Jacob Barata, é conhecido como “rei do ônibus”.
Lembrada pela beleza, pela alegria e também pela violência, agora a capital fluminense ficará marcada pelas jornadas que continuam a todo o vapor. É o que acredita o estudante Raphael Godói, de 16 anos. Ele é um dos fundadores do Fórum de Lutas contra o Aumento da Passagem dos transportes públicos e ativista social há muito tempo. Participou do Dia do Basta à Corrupção e do Ocupa Cabral, entre outras ações, e lembra que, no começo, enfrentou dificuldades para atrair colegas às suas causas. Por isso, acreditava ter nascido em época errada.
Morador da Barra da Tijuca, área nobre na zona sul carioca, estuda em escola particular onde a mãe trabalha e anda menos de ônibus porque dá pra ir a pé. Mesmo assim, o fórum não esfria os protestos. “Não tinham esperança de que poderiam provocar mudanças. Hoje, essa esperança reapareceu”, avalia. Talvez por acreditar que essa geração fosse marcada por “desesperança” e apatia, muita gente foi pega de calças curtas.
Até o papa Francisco, durante a visita ao Brasil, disse que jovem que não protesta não lhe agrada. Sua patrícia Sofia, portanto, está aprovada. Para ela, manifestações desse tipo ajudam “a reconstruir um sentimento coletivo”, e a sensação de felicidade, como apontada na pesquisa da universidade holandesa, está no potencial de mudança não só, ou não exatamente, no país, mas em cada indivíduo. Pelo menos Raphael Godói, que quis tanto ter nascido em outra época, já se sente bem melhor exatamente onde está. “Está tudo lindo!”, suspira.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A dor e a delicia de produzir cultura na periferia sergipana.



 (Acima) Seminário de Pesquisa-ação para um Plano Articulado
entre Cultura e Educação
— em Recife / PE - junho de 2012


 Entrevista concedida por Zezito de Oliveira,  via e-mail,  para as estudantes do curso de comunicação da UFS.  Francielle Couto St e Luciana Nascimento.


1.   Atualmente, quais são as atividades voltadas para o audiovisual promovidas pelo Ponto de Cultura Juventude e Cidadania? O feedback é satisfatório?

            No momento, para  a oficina de audiovisual, estamos esperando a liberação da segunda parcela do recurso do convênio do Ponto de Cultura. Já entregamos a prestação de contas, recebemos  orientação para fazer correções e/ou justificar alguns itens, encaminhamos as resposta e estamos aguardando o parecer final. Neste período, tentamos criar uma produtora júnior com alguns  concludentes da oficina, porém esbarramos na falta de disponibilidade de uma pessoa da Ação Cultural para estimular e animar esta iniciativa e na baixa adesão dos concludentes da oficina, em razão de falta de disponibilidade de horário  para o projeto. Enquanto a oficina não é retomada, fizemos duas exibições do material produzido, neste ano de 2013, em primeira mão, no almoço cultural paraense e no sarau multicultural. A recepção foi muito boa. Igualmente a oficina foi bem aceita, conforme pode ser conferido em um relato da experiência realizado pelo próprio oficineiro. AQUI


 

2. De que modo as produções de animação e curtas são levadas aos mais carentes? Qual a importância dessa disseminação?

             As produções de curtas e animação são levadas através do formato cineclube, realizada duas vezes, uma vez no bairro conjunto Jardim e a segunda vez, no local onde está situada a sede da Ação Cultural desde o inicio de 2013, centro de Aracaju. As dificuldades para a continuidade no bairro se deve a questões de segurança do local, a Escola Júlia Teles, com problemas de assalto e risco de furto de nosso equipamento. No centro, a dificuldade diz respeito a questão das passagens. Com o recurso liberado, isso pode ser resolvido, já que dispomos de previsão para o custeio de passagens de adolescentes inscritos nas oficinas do Ponto de Cultura. No caso da escola, há possibilidade de amenização do problema, em médio prazo. No bairro a oficina é muito necessária porque falta opções de lazer para a comunidade  e a aceitação foi muito boa, com a participação de pessoas de diversas idades. No centro, a sala é menor, cabe menos pessoas, porém favorece a concentração e com isso pode-se apresentar curtas ou animação com características mais voltadas para aprofundar a reflexão estética, politica, existêncial, cultural e etc.

 

3. No geral, o que visa as produções exibidas e o que é promovido por vocês em torno disso? 

            O que visamos é a formação de um  olhar voltado para a necessidade de mostrar como pensa e vive a juventude que mora na periferia. Um novo olhar assumido pelos jovens participantes da oficina e por aqueles  que assistem ao resultado final do trabalho. Outro objetivo é alargar o campo de visão dos meninos e meninas envolvidos na oficina e no cineclube no que se refere a valores estéticos e éticos.

4. Como você vê o campo audiovisual Sergipano hoje? Apontar pontos positivos e negativos. 

            O audiovisual em Sergipe está crescendo e precisa de mais incentivo para continuar se desenvolvendo. Cinco fatores concorrem para isso: a criação da Casa Curta SE, o NPD, o trabalho de educomunicação da ong Recriando Caminhos, o curso de audiovisual da UFS e os editais da Secult. Estes são os fatores positivos. Como fatores negativos cito o diálogo incipiente da Casa CurtaSE e curso de Audiovisual da UFS com o trabalho realizado nas escolas e/ou comunidades, via Pontos de Cultura e outros formatos de organização; no caso do NPD, a falta de interesse demonstrado, até agora, pela nova gestão municipal na continuidade e fortalecimento da iniciativa. Quanto aos editais da Secult,  os valores financeiros são reduzidos e, no caso da ong Recriando Caminhos, falta dialogar mais com outros realizadores com atuação na periferia, para contribuir com uma espécie de rede de imagens da periferia. Em termos de imagens produzidas, tenho visto com muito interesse as produções de curtas sergipanos inspirados em questões mais próximas da realidade e frutos do edital da Secult. Há alguns anos, assisti à duas produções herméticas demais para o meu gosto. Da mesma maneira, a qualidade técnica melhorou bastante, mérito dos investimentos realizados pela Casa Curta e pelo NPD Orlando Vieira. 

5-  De que modo o ponto contribui para a expansão do audiovisual em Sergipe?

            Formando público qualificado para outro tipo de produção e consumo, diferente daquilo a que estão acostumados, como é o caso das novelas da globo e o cinema americano 

6. Suas expectativas sob o MinC e a Secult estão sendo atendidas?
            Em parte. O recurso financeiro atende às necessidades. O problema que precisa ser encarado é a redução da burocracia, sem prejuízo da transparência e do cuidado com a boa utilização dos recursos públicos. Neste sentido há a lei Cultura Viva, que está sendo discutida no congresso . Com a chegada da Marta Suplicy ao Ministério da Cultura, felizmente foi reaberto o diálogo com a comissão nacional dos pontos de cultura, objetivando encontrar saídas para os impasses gerados pela legislação inadequada(lei 8666), utilizada como base jurídica na gestão dos pontos de cultura. A sugestão é que a prestação de contas seja realizada por meio digital e com lançamento de informações o mais rápido possível, inclusive de documentos contábeis, com amplo acesso à população. Da mesma maneira, um serviço de tira dúvidas que realmente funcione ajudaria bastante. A Secult poderia tomar esta iniciativa e se destacar pelo pioneirismo. 

7. O Ação Cultural é um ponto de Cultura que tem apoio da Secretaria do Estado da Cultura. Como é este apoio?

             A Ação Cultural recebe o apoio da Secult nas atividades do Ponto de Cultura, por meio do convênio assinado para o repasse de recursos do programa Cultura Viva, idealizado e gerido pelo Ministério da Cultura. A Secult atua como co-gestora do programa. Além do repasse está previsto o acompanhamento e orientação técnica na área da gestão. Lamentavelmente, existe uma enorme dívida quanto a esse compromisso, tanto da parte do MINC como da SECULT, agravado pela legislação inadequada em todos os âmbitos da federação. É uma pena os governos progressistas  não encararem essa questão com a importância que merece e que os recursos públicos  destinados a parcerias com a sociedade civil sejam pouco utilizados em favor de ações de emancipação de setores fragilizados de nossa população. Dessa forma, os maiores beneficiários são as ongs e fundações ligados a interesses empresariais ou a grupos políticos tradicionais e oligárquicos que dispõem de condições para contratar técnicos especializados.

8. Há quanto tempo o Ação funciona e quais locais têm recebido os projetos? Como as pessoas têm reagido?
            A Ação Cultural foi criada em 2004, porém, antes disso, o grupo fundador já se organizava como um coletivo de produção cultural. No que se refere à área geográfica, a principal base de atuação, no momento, é o Conjunto Jardim. No entanto, a Ação Cultural realiza iniciativas culturais itinerantes em outros bairros de Aracaju e em outros municípios da região metropolitana. Como é o caso da Caravana Luiz Gonzaga, que ocorreu de março de 2012 a fevereiro de 2013 e o Sarau Multicultural Itinerante, realizado a partir de 2013.
 

9. Quais projetos têm mais público? Há alguma dificuldade para leva-los a diante?

            O projeto que teve maior público foi a Caravana Luiz Gonzaga Vai a Escola, em razão da quantidade prevista nos objetivos do projeto e em razão da extensão do território abrangido: Aracaju e região metropolitana. Não houve grandes dificuldades, mas a confirmação do quanto a escola precisa avançar na construção de espaços físicos adequados para a criação e difusão dos bens culturais. Outro aspecto importante é a necessidade de investimento na formação cultural dos professores, inclusive na apropriação das linguagens artísticas, como meio de ensino e aprendizagem.



10 - Quais os desafios de estar a frente de um projeto como esse em Sergipe? Quais os pontos positivos e negativos?

            Apesar da  ampliação dos recursos para a área cultural desde 2002, quando o presidente Lula assumiu o governo, o maior desafio continua sendo enfrentar a pouca quantidade de recursos públicos destinados a cultura, não apenas recursos financeiros, mas também de pessoal, neste último caso, temos a gravidade da falta de profissionais concursados nos órgãos da Cultura, 

11-  O que motiva o senhor a fazer um trabalho tão bonito até hoje? E o que espera do futuro?
 
              A motivação nasceu do envolvimento com grupos juvenis da igreja católica, inspirados no pensamento e prática da Teologia da Libertação, bem como em razão da leitura de jornais alternativos, balizados no pensamento crítico de esquerda, e de ter  frequentado espaços culturais como cineclubes, teatros, bibliotecas e shows artisticos de MPB, no Rio de Janeiro,cidade onde morei na década de 1970 e início dos anos 80.

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 Eu vejo a vida Melhor no futuro
Eu vejo isso Por cima de um muro
De hipocrisia Que insiste Em nos rodear...

Eu vejo a vida Mais clara e farta
Repleta de toda Satisfação
Que se tem direito Do firmamento ao chão...

Eu quero crer No amor numa boa
Que isso valha Pra qualquer pessoa
Que realizar a força Que tem uma paixão...

Eu vejo um novo Começo de era
De gente fina Elegante e sincera
Com habilidade Pra dizer mais sim Do que não, não, não...

Hoje o tempo voa amor Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir Não há tempo
Que volte amor Vamos viver tudo
Que há pra viver Vamos nos permitir...




5º Encontro de Amantes do Vinil - 2013


Um simbolo da capital sergipana está fadado ao desaparecimento.

Antônio Lindvaldo
 
O historiador não tem poder de polícia. O professor de História não é membro do conselho de cultura ou do IPHAN (apesar de alguns serem). Ele provoca a conscientização por vários meios: em aula, em textos e nas redes sociais...
Diante dessa nossa função, volto a me posicionar sobre a destruição de um bem material coletivo (pois apesar de ser particular, de uma família, de empresários, é, sobretudo, bem público pelo sentido histórico coletivo que ele se encerra). Refiro-me a destruição da Fábrica Sergipe Industrial que vai virá um centro comercial da zona norte (central, melhor dizendo) de Aracaju. 
A relação da fábrica SI é muito estreita com a história de Aracaju do final do século XIX ao século passado. O apito da fábrica, a chaminé da mesma, foram, por muito tempo, símbolos marcantes do cotidiano dessa capital sergipana que surgiu e se ergueu , em parte, por meio de preceitos liberais de ordem e progresso de meados do século XIX... Do apito da fábrica operários e operárias tinham uma ideia do seu turno de trabalho (quando iria começar ou terminar sua jornada na fábrica) Idem o cidadão comum que acordava com o barulho da mesma ou passava a determinar sua história com essa sonoridade. Esse simbolo se fazia presente em Aracaju, mesmo havendo o soar dos sinos das igrejas (do Santo Antonio, de São Salvador e depois a Matriz – hoje catedral) Ele adentrava, com muita propriedade, no cotidiano da capital sergipana, como um novo medidor do tempo, vinculado ao trabalho de uma nova fase da história da humanidade. O apito das fábricas torva-se quase soberano. A Sergipe Industrial era uma das fábricas a impor esse novo simbolo na capital sergipana. 
Também existiam as chaminés. Destas saiam a fumaça negra que poluía o ar ou o esgoto que sangrava o rio Sergipe. Todos os dia dejetos (a química do tecido) adentravam o rio dos aracajuano. Nossa ar e rio foram contaminados. A sociedade cedeu a fábrica espaços. Em nome do lucro (parte dos objetivos da fábrica) nem se pensou no prejuízo que estava sendo dados a todos.




E por que os seus donos, não devolvem a sociedade um memorial, um museu, um lugar de lazer, de cultura....?



Mas pensar isto é ir além do desejo do lucro, de um espaço somente para o comércio...
Assim, nessa pequena reflexão, pensemos o quanto essa destruição da fábrica é mais um uso da sociedade ou uma cuspida nela mesma. Depois de tantos anos que a fábrica sugou a sociedade não seria justo que a mesma desse em troca algo em beneficio da sociedade.. ? Não podemos usar seus espaços para contar parte dessa memória e História? De transformarmos ela em espaços de mais lazer cultural? A alternativa é só um lazer vinculado a lojas comerciais, a um shopping???
A gente (a cidade) não precisa somente de comida. Necessita de diversão e arte. De igual forma, diria: memória e história são ingredientes que corroboram com a saúde espiritual do cidadão. Devolvam a sociedade aquilo que ela deu tanto aos donos da fábrica SI.

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"Porque as pessoas não são feitas apenas de corpo e alma. São feitas de histórias."

-Frei Betto em Minas de Ouro.




 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Pré-candidatura ao Oscar premia ato político de O Som ao Redor

Leia na fonte original:

http://filmesdochico.uol.com.br/pre-candidatura-ao-oscar-premia-ato-politico-de-o-som-ao-redor/
O Som ao Redor
Desde que teve sua primeira exibição, em fevereiro de 2012, no Festival de Roterdã, na Holanda, de onde saiu vencedor do prêmio da crítica internacional, O Som ao Redor tem escrito uma história inédita no recente cinema brasileiro. História que ganha mais um importante capítulo hoje, um ano e sete meses depois, com uma merecida – aliás, merecidíssima – indicação para ser o representante oficial do Brasil na disputa pelo Oscar de filme em língua estrangeira. Não que o Oscar seja grande coisa, mas todo o universo que ele envolve joga o filme de Kleber Mendonça Filho num outro patamar.


Um feito e tanto para um filme pernambucano, produzido de forma independente, com atores em sua maioria desconhecidos do grande público, e que rejeita tanto modelos narrativos convencionais como soluções fáceis de roteiro. Em sua investigação da vida pequena numa cidade grande, herança de um sistema colonialista que está encrustrado na essência da maioria das capitais nordestinas, O Som ao Redor abre nossos ouvidos para o que está em volta e no meio de tudo. Conseguir traduzir essa voz (ou essas vozes) para o Brasil e para o mundo, sem fazer concessões, é um feito ainda maior.

O longa de Kleber Mendonça Filho apareceu na lista de dez melhores filmes do ano passado de diversas publicações estrangeiras, participou de festivais da Argentina até a Austrália, fez uma bilheteria notável para um filme sem grandes apoios, mexeu com os brios de grandes corporações, mas seu maior feito foi o boca a boca. Na época em que foi lançado nos cinemas brasileiros, não se falava em outro filme. Foi um verdadeiro fenômeno cultural. Seu maior mérito foi surgir do baú das produções independentes para a estratosfera dos filmes que rendem mesas redondas, estudos sociológicos, análises detalhistas.

Coroá-lo com uma pré-indicação ao Oscar foi arrojado. O filme talvez não tenha o perfil do que se espera dos longas geralmente selecionados para a disputa, mas o que importa não é isso. Acredito mesmo que, diante de sua aprovação internacional, o longa tenha boas chances de terminar como finalista, mas esta decisão de transformá-lo no candidato oficial do Brasil é mais do que tudo um posicionamento político que parece já premiar um filme cuja história foi construída – em sua concepção, trajetória, repercussão -, justamente por uma sucessão de atos políticos. O Brasil acerta quando quer.

 
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02/05/2013 2:03 pm
Recife e a reinvenção do cinema político
Sucesso do filme O som ao redor lança luz sobre uma nova geração de cineastas pernambucanos
A matéria abaixo faz parte da edição 120 de Fórum. Assine por 1 ano e ganhe as cinco últimas edições aqui.
Por Júlio Delmanto
Cena do filme O som ao redor
“Em seu primeiro longa, Mendonça, um ex-crítico de cinema, narra os ritmos da vida diária em um complexo de apartamentos afluente da cidade costeira brasileira de Recife. O que emerge é um retrato sutil de uma sociedade em vias de uma rápida transformação social, ainda assombrada pelas crueldades de seu passado feudal.” Essa seria apenas mais uma das inúmeras críticas bastante animadas com o filme O som ao redor, dirigido por Kleber Mendonça Filho, se não fosse por seu simbolismo. Afinal, vinha acompanhada de uma indicação entre os dez melhores filmes de 2012 feita pelo respeitado crítico estadunidense A.O. Scott nas páginas do The New York Times. Ao lado dos novos trabalhos de Quentin Tarantino, Michael Heneke e Steven Spielberg nessa lista, o filme era o único latino-americano citado.
Filmado em 2010, O som ao redor estreou no circuito comercial em 4 de janeiro de 2013, trazendo consigo uma enorme aceitação em festivais nacionais e internacionais. Desde sua primeira exibição, no Festival de Cinema de Roterdã, no qual já recebeu prêmio da crítica, obteve 14 prêmios, entre eles os principais da Mostra de Cinema de São Paulo e do Festival do Rio. No caminho inverso do habitual, estreou em 13 salas e viu esse número aumentar para até 18, cruzando a marca de 70 mil espectadores, fato notável para uma produção de R$ 1,8 milhão de orçamento e anos-luz distante da estrutura de um blockbuster sobre vampiros como Amanhecer– parte 2, lançado em 1.228 cinemas pelo Brasil.
O som ao redor é um dos melhores filmes brasileiros de sempre. É um dos melhores filmes feitos recentemente no mundo”, exaltou Caetano Veloso em sua coluna no jornal O Globo. “Com o novo cinema pernambucano, a luta de classes volta ao cinema brasileiro”, sentenciou o crítico e professor Jean-Claude Bernardet na revista Teorema, numa análise que transparece um dos efeitos do sucesso da obra de Kleber Mendonça Filho: lançar luz sobre o restante da produção cinematográfica de diretores pernambucanos que têm em comum não só o fato de serem praticamente novatos, mas também a disposição de utilizar as telas para refletir seriamente sobre o Brasil contemporâneo.
Formado em jornalismo e por muitos anos crítico de cinema em jornais e na internet, tendo inclusive realizado o documentário Crítico, discutindo exatamente este ofício, Kleber Mendonça tem 44 anos e produziu seu primeiro curta em 1997, chegando só 15 anos depois ao lançamento de seu primeiro longa ficcional. Cinéfilo declarado, o cineasta vê agora seu filme revelar para um maior público colegas pernambucanos seus, que já causam burburinho em festivais especializados há alguns anos, como Gabriel Mascaro, de 29 anos, e Marcelo Pedroso, de 33.
Cena do filme Doméstica, de Gabriel Mascaro (Divulgação)
Para o crítico e estudioso do cinema pernambucano Heitor Augusto, filmes de grande potencial como Doméstica, de Mascaro, e Pacific, de Pedroso, deixam de chegar ao público que não é do “gueto” dos especialistas em cinema não por sua qualidade, “mas pelo sistema de distribuição esquizofrênico existente” hoje no País. Apesar de não haver um “movimento” propriamente dito, essa geração tem questões bastante próximas: “São filmes bem preocupados com o que é o cinema, não são filmes que se importam apenas com a mensagem, eles têm no horizonte uma vontade de ser algo a mais. Quase como o encontro de duas ideias marcantes no cinema brasileiro: enfrentar a realidade, como propunha o Cinema Novo, junto com a proposta de reconstruir o cinema, propor outras linguagens, uma certa ironia, como propunha o Cinema Marginal. Não que esses filmes fiquem citando Gláuber e Sganzerla, mas eu vejo nesse grupo de filmes uma vontade que me parece vir tanto daqui quanto dali”, analisa Heitor, ressaltando sua relutância em soar “herético”.
Documentos de uma época em que ainda era possível fazer alguma coisa
“Para mim, a questão não é a presença ou a ausência de política na obra de arte. O que me interessa muito é a potência política que emana a partir dela como experiência e processo”, afirmou Gabriel Mascaro em entrevista concedida à Fórum, de Paris, onde participa há alguns meses de uma residência artística em uma universidade francesa. Em seu mais recente filme, o documentário Doméstica, Mascaro entregou câmeras de vídeo para sete adolescentes, que filmaram o cotidiano de suas empregadas domésticas por uma semana antes de entregar o material bruto para o diretor, que a partir daí brinda o espectador com um poderoso e bem engendrado retrato das relações de poder, cordialidade e desigualdade vividas no cotidiano de famílias de classe média.
Segundo Mascaro, o que mais lhe interessou no filme “foi a capacidade de fabular sobre a negociação da imagem empreendida entre os jovens e as empregadas, cada um a seu modo”. “Se os jovens aproveitaram uma relação de poder dada para adentrar na intimidade da empregada, ou se as empregadas usaram esse artifício audiovisual na relação para se autoficcionalizar, o que me deixa feliz é a potência dessa imprecisão política e ética que emana no filme do início ao fim”, apontou.
Classe média que também é o alvo de Pacific, de Marcelo Pedroso, documentário que se utiliza apenas de registros feitos por passageiros de um cruzeiro – gravações realizadas antes que eles recebessem a proposta de cedê-la ao filme – para refletir sobre “um certo tipo de felicidade”, como resumiu Heitor Augusto. Entre aulas de ginástica nas piscinas e coquetéis de gala com o comandante do navio, cada imagem diz mais do que mil palavras não só sobre os desejos e ambições desses personagens que sonharam com o momento de passar o ano-novo em um navio, como também sobre a sociedade do espetáculo, sobre a consolidação da tecnologia e da imagem como mediadoras das relações sociais mais diversas, cotidianas e íntimas.
“Havia primeiramente uma inquietação sobre a classe média brasileira, uma vontade de problematizá-la – reconhecendo-me eu mesmo nela”, relatou Pedroso à Fórum. “Mas as questões em torno da imagem, da subjetividade presente nelas, da relação com o consumo e do próprio padrão de felicidade buscado pelas pessoas se tornaram muito importantes – em igual proporção ao reconhecimento do afeto, de uma dimensão singela das relações interpessoais, da própria fragilidade humana presente no desejo bulímico de tudo registrar”, continuou.
Além de retratar as classes médias e superiores e sua mediocridade intelectual e ética, como explicita também o polêmico Um lugar ao sol, no qual Mascaro entrevistou moradores de cobertura nem sempre sendo sincero com eles, O som ao redor condensa outros elementos em comum com essa geração de realizadores, como a reflexão sobre a cultura do medo e o consumismo, o olhar sobre a desigualdade social com base no contexto urbanístico, a crítica à especulação imobiliária e ao racismo, a busca pela experimentação e o requinte formal.
“Os filmes serão documentos para o futuro, talvez de uma época quando, em visão retrospectiva, ainda teria sido possível fazer alguma coisa”, apontou Mendonça em artigo publicado na revista online Continente, prosseguindo: “De fato, o problema é menos a cidade e bem mais o que estão fazendo com ela.” “A demolição e a alteração do espaço urbano subtraem obrigatoriamente o que existia antes. A cada novo projeto anunciado e aprovado pelos que deveriam proteger o Recife, vemos sumirem cada vez mais as possibilidades de um espaço público mais sensível, mais inteligente, mais humano”, complementa o diretor.
“Os filmes se voltam para o que seria uma violência seminal: uma investigação em torno do cisma social brasileiro, sua origem e permanência”, resumiu Marcelo Pedroso, ressaltando também um outro aspecto importante do caráter crítico dessas diversas produções: a busca por um tom distante do panfletário e doutrinário que permeou boa parte da cinematografia “engajada” brasileira. “O que faz sentido nos filmes, o que os justifica é a capacidade que eles podem ter de articular um pensamento crítico do mundo. Essa é a política que lhes cabe”, apontou.
Heitor Augusto qualifica O som ao redor como “espetacular”, vendo nele a importância para o cinema brasileiro contemporâneo que tiveram Terra estrangeira, de Daniela Thomas e Walter Salles, para a produção da década de 1990, e Cidade de Deus, para os anos 2000. Ressalta, ainda, a compreensão da diferença de tom em relação à abordagem política como fundamental não só para o entendimento do filme de Mendonça Filho, como para o de uma parte relevante da produção pernambucana recente.
“A gente sempre teve um cinema bem didático, bem marcado, dos anos 1980 pra cá, os filmes do Sérgio Bianchi, da Lucia Murat, nos quais você percebe uma dramaturgia inteiramente engessada, colocando sempre a mensagem e sempre a nobreza do tema do filme acima de qualquer coisa”, analisa o crítico, colaborador de publicações como Interlúdio, Rolling Stone e Valor Econômico, que diz não ver essa postura nos trabalhos dessa nova geração pernambucana, que seria responsável inclusive por aprofundar as proposições dos cineastas pernambucanos da geração anterior, composta por nomes como Claudio Assis, Adelina Pontual, Lírio Ferreira, Paulo Caldas, Marcelo Gomes e Hilton Lacerda cuja expressão primeira foi o filme Baile perfumado, lançado em 1997.
Para Augusto, essa geração anterior teria perdido “o protagonismo e a capacidade de estar na frente para falar sobre o que estamos vivendo e também a capacidade de fazer filme bom”. “O som ao redor dá muito mais conta de pensar sobre como fazer uma inserção política na pós-modernidade do que, por exemplo, A febre do rato, do Cláudio Assis, que a meu ver não ajuda a pensar o presente”, avalia.
Por que Recife? 
Gabriel Mascaro define como “orgânica” a conexão entre seus trabalhos e os produzidos por seus colegas pernambucanos contemporâneos, mas ressalta: “A parceria e a admiração é real e sincera. Mas não saberia dizer ao certo se estamos em curso num ‘movimento’. A aproximação temática ou estética é mais acidental que planejada.” Questionado sobre o porquê de esse grupo surgir exatamente em Recife, Marcelo Pedroso supõe que “deve haver uma série de fatores que ajudaram a criar uma base consistente de produção. Vejo sempre com muito carinho a importância que tiveram, e ainda têm, as atividades do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco”, que tem curadoria de Luiz Joaquim em parceria exatamente com Kleber Mendonça Filho. “Nos últimos dez anos, foi um dos mais importantes espaços de formação em cinema da maioria do pessoal que está fazendo filmes hoje. Era lá que víamos os filmes, que os debatíamos, que nos encontrávamos. Lá e nos cineclubes das faculdades. Hoje é diferente, todo mundo consegue ver os filmes que quiser simplesmente baixando-os pela internet. Mas o cinema da Fundaj ajudou a despertar em muitas pessoas o interesse por audiovisual.”
Para o crítico Heitor Augusto, não é fácil encontrar uma resposta que indique o porquê do surgimento dessa cena em Recife. Ele ressalta o surgimento e a difusão do movimento manguebeat, liderado por Chico Science, como importante nesse processo, por haver ali uma “retomada de um protagonismo, mas um protagonismo de jovem, o que ajuda a constituir uma cena”. Ele lembra também de outro aspecto, a forte especulação imobiliária em curso no Recife, que tem mudado a cara da cidade. “Em muitos desses filmes fazer cinema político e pensar a realidade estão completamente ligados a um modelo de cidade. Talvez eles estejam mais dispostos a tocar nesses temas porque essa cidade está mudando com mais força na cara deles agora.”
Mascaro destaca um outro fator: o apoio estatal. “Acho que em Pernambuco existe uma importante cena que possibilitou não só a realização dos meus projetos com fundos estaduais, mas também a continuidade dessa pesquisa. Isso envolve a organização dos realizadores e artistas e também o fortalecimento das políticas públicas locais.” Do orçamento total de O som ao redor, R$ 550 mil foram provenientes do fundo para o audiovisual do governo do estado de Pernambuco, por exemplo. Augusto concorda com a importância desse fator, lembrando que “talvez do Nordeste inteiro, Pernambuco seja o único estado que tem uma política de incentivo no nível de São Paulo e do Rio de Janeiro”. “Então, além de inquietação estética, de cineastas talentosos, existe ali uma questão de política cultural, uma produção regular e constante”, salienta, antes de concluir: “Mas acho que ninguém tem essa resposta, até mesmo os realizadores de lá não têm; em debates, eles chegam a brincar dizendo que ‘deve ser algo que tem lá na nossa água’.”
Tanto Augusto quanto Pedroso fizeram questão de destacar, em suas entrevistas, que mesmo que esteja em evidência e apresente bons nomes e novos valores, o cinema pernambucano não detém a exclusividade do cinema de qualidade no Brasil atualmente. Citaram como exemplos interessantes a recente produção cearense ou o filme vencedor do último Festival de Tiradentes, A cidade é uma só, que fala sobre a formação de Ceilândia, na periferia de Brasília.
Pedroso, no entanto, acha que a repercussão de O som ao redor não é suficiente para resolver os problemas do cinema brasileiro: “É uma grande surpresa. Do jeito que o mercado está, o filme ter chegado a essa quantidade de público é algo realmente animador. Mas, de modo geral, acho que estamos no caminho errado”, afirmou, vendo no atual cenário um “problema estrutural mesmo, não é só do mercado ou de divulgação”. Para o diretor, a sociedade brasileira como um todo precisaria se repensar em termos de cultura (arte em geral, cinema etc.) e criar mecanismos que viabilizem um outro tipo de consumo”. F
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Pablo Neruda: morte do poeta chileno completa 40 anos

Leandro Melito - Portal EBC 22.09.2013 - 17h22 | Atualizado em 22.09.2013 - 20h56

Causa da morte do poeta ainda é motivo de dúvidas e está sendo investigada (Foto: Télam)
 
O mundo lembra, nesta segunda-feira (23/9), a perda de Pablo Neruda. Ocorrida há 40 anos, em 23 de setembro de 1973 -  12 dias após o golpe de Estado no Chile - a causa da morte do poeta ainda é motivo de dúvidas.
A versão oficial  de que o poeta teria morrido em consequência de um câncer de próstata sempre foi alvo de dúvidas, mas um novo elemento sobre o caso surgiu a partir da denúncia feita pelo antigo chofer do poeta, Manuel Araya, em maio de 2011: segundo ele, Neruda teria recebido uma injeção letal na clínica Santa Maria em Santiago, onde foi internado no dia 19 de setembro de 1973 por conta do um câncer que o afastou da vida pública -  oito dias após o golpe que derrubou o governo do presidente socialista Salvador Allende.
O motorista foi enviado por um médico para buscar outro medicamento, mas no caminho foi sequestrado e torturado por agentes da ditadura. Araya acabou sendo preso no Estádio Nacional do Chile depois de passar por um interrogatório sobre suas ligações com o Partido Comunista.
O poeta morreu no dia 23, seis horas após deixar a clínica, o que gerou a suspeita de que ele poderia ter sido assassinado pelo regime do general Augusto Pinochet.
Araya relata que suas suspeitas se baseiam no fato de que Neruda, que até aquele momento estava lúcido e estável, chegou à Ilha Negra com febre e disse à sua esposa Matilde Urrutia que haviam lhe aplicado uma injeção no estômago que teria piorado seu quadro.
Com base na revelação feita por Araya, o Partido Comunista do Chile - do qual Neruda integrava o comitê central – apresentou uma denúncia formal à Justiça chilena e um processo foi aberto pelo juiz Mario Carroza. Em dezembro do ano passado, Carroza solicitou novas perícias a especialistas da Universidade do Chile para determinar a causa da morte.
No último mês de abril, por meio de uma decisão judicial, peritos do Serviço Médico Legal do Chile iniciaram a exumação do corpo do poeta para descobrir a causa de sua morte. Os restos mortais de Neruda foram retirados do jardim de sua casa-museu em Ilha Negra, uma pequena cidade chilena na costa do Pacífico, e enviados para a Espanha e os Estados Unidos, onde passarão por análises para determinar a causa de sua morte.
O advogado do PC, Eduardo Contreras, sustenta a tese de que o poeta foi envenenado com uma dose excessiva de dipirona. Ex-deputado chileno, Contreras processou centenas de repressores no Chile e considera que os militares não permitiriam que Neruda liderasse a resistência democrática do México, onde pensava em exilar-se.
Entre as contradições do caso, o advogado aponta a desaparição da ficha médica do poeta e a ausência de uma lista completa dos trabalhadores da clínica Santa Maria, onde ele estava internado. Em 1982 nesse mesmo centro médico faleceu o ex-presidente chileno, da Democracia Cristã, Eduardo Frei. Investigações judiciais comprovaram em 2006 que Frei foi envenenado com gás mostaza e toxina botulínica.
A vida de Neruda
Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basolato nasceu em Parral, no Sul do Chile, em 12 de julho de 1904. Aos 17 anos adotou o pseudônimo Pablo Neruda para se dedicar à poesia sem o conhecimento de seu pai.
Neruda participou ativamente do Partido Comunista chileno e foi eleito senador pelas províncias do norte de Tarapacá e Antofagasta em 1945. Em 1948 o poeta foi exilado sob acusação de injúria pelo presidente Gabriel González Videla, que colocou o Partido Comunista na ilegalidade.
Em 1970, de volta ao Chile, após passar pela Argentina e pela Europa, Neruda teve seu nome escolhido como pré-candidato para a eleição presidencial no país. O poeta porém usou a indicação para apoiar a candidatura do socialista Salvador Allende, que foi eleito presidente em 1971 e nomeou Neruda embaixador na França. O poeta também teve uma extensa carreira diplomática e foi cônsul em Yangum (Birmânia, atual Mianmar), Cingapura, México e Espanha.
Em outubro de 1971, Neruda recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Entre suas principais obras estão “Residência na terra”, “Canto Geral”, “Odes Elementares”, “Confesso que vivi”, “20 poemas de Amor e uma Canção Desesperada” e “Versos do Capitão”.
Poeta apaixonado, Pablo Neruda provou os prazeres da vida, amou as mulheres e se comprometeu com o socialismo no Chile, onde morreu poucos dias depois de seu amigo Salvador Allende.
Em 11 de dezembro de 1992, os corpos de Neruda e de sua esposa, Matilde Urrutia, foram exumados e levados para um velório cerimonial no Salão de Honra do antigo Congresso Nacional. No dia seguinte, o desejo do poeta foi cumprido: seus restos mortais foram enterrados no jardim de sua casa em Ilha Negra.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Programação do Festival Curta -Se

Bom dia, comunidade!!! É hojeeee! Hoje é dia de dar o start oficial ao Curta-SE 13. Está tudo pronto para o espetáculo começar.

Não perca nada do evento, conferindo toda a programação da semana do audiovisual que mais movimenta Sergipe. Dá só uma olhada: http://curtase.org.br/0208-evento-02/

#VemProCurtaSE

domingo, 15 de setembro de 2013

Parceiros da divulgação do Sarau Estendido com Zé Vicente

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Programa: NO BATENTE: a voz da comunidade
Período: Semanal
Gênero: Rádio Revista
Formato: AO VIVO
Produção e apresentação: Tereza Cariri
Dia de audição: Segunda
Horário: das 17 às 18 h
APOIO
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Amanhã (16/09 – segunda-feira) estaremos sendo entrevistado no programa da rádio web Serigy, no batente para falar sobre projetos culturais nas escolas, as condições que impedem ou que facilitam estas ações nas escolas e a passividade e protagonismo da juventude, junto e misturado, o Sarau Multicultural e etc..

Zezito de Oliveira – Educador e Produtor Cultural
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 No sábado (14/09) estivemos participando do programa Fala Jovem, Aperipê FM e no domingo, do programa No Ritmo da História, Aperipê AM.
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No dia 09/09 fomos entrevistados pelo site Inclusão Social que tem um serviço de divulgação junto a web, emissoras de rádio e jornais impressos. http://www.inclusaosocial.com/