quarta-feira, 29 de abril de 2015

Agora é a nossa vez de falar!



Neste dia 17, aniversário de 160 anos de Aracaju, nós: Coletivos, Grupos, Bandas, Agitadores e  guerrilheiros Culturais, viemos dizer a partir deste manifesto, a nossa concepção sobre a cidade.
Aracaju, que ainda é uma “adolescente”, carrega consigo os rastros dos velhos coronéis,  que aqui, se perpetuaram no poder.
Não poderia ser de outra forma, pois o coronelismo que nos governa, além de se manter no poder, impossibilita que o povo se reconheça em sua própria história.
Assim foi e permanece sendo, mas por enquanto.
Nós, que vivemos e realizamos as nossas vidas nas ruas dessa cidade, sabemos das dificuldades e contradições que passamos diariamente.
Todos os dias a cidade é planejada para atender aos interesses dos ricos,
dos empresários e para encher os bolsos que já estão cheios demais.
Enquanto isso, a maior parte da nossa população é empurrada para fora das decisões. Sendo negado, diariamente, o direito de participar e decidir sobre o lugar onde vivemos.
Hoje, a cultura é encarada pelos gestores como uma ferramenta eficaz de publicidade política,
com grandes eventos que, em sua maioria, não representam a nossa cultura, o nosso sotaque
e a nossa vida que é realizada aqui.
A  cultura é direito e deve ser garantida.
Chega da política de favores. Estamos aqui para exigir o que é nosso.
Por isso, nos juntamos e formamos um verdadeiro bando em defesa da nossa cultura e da nossa cidade.
É necessária uma política séria de cultura, que garanta a continuidade do trabalho cultural.
É necessária a descentralização dos espaços de cultura.
Não queremos dividir a nossa Aracaju, mas queremos retomar as praças, as ruas, os bairros e transformar em espaços coletivos de cultura. Não aceitaremos mai s sermos expulsos da cidade por falta de condições e porque ela não abraça a nossa arte. Se não existem condições, iremos criar e construir a partir de agora e diremos a eles:
TIREM AS MÃOS DA NOSSA CIDADE!





É por isso, que chamamos todas as pessoas que compõem Aracaju, para somarem neste bando, em defesa da cultura e da cidade.
A nossa arte, a nossa poesia, a dança, a música, o cinema e o nosso teatro não devem existir para entreter e enriquecer o bolso dos empresários.
A nossa cultura existe para sermos completos.
A nossa cultura existe para permitir que a gente escreva a nossa própria história. E nós, existimos para sermos protagonistas dela.
MANIFESTO CULTURAl–POLÍTICO EM DEFESA DA CULTURA E DA CIDADE DE ARACAJU
Aracaju, 17 de março de 2015
Assinam este Manifesto: Coletivo Sarau Debaixo • Coletivo Marginal do Coqueiral • Diane Veloso e o Grupo Caixa Cênica • Bloco Maré Coletivo Maré Maré • Ibura • Sossego em Jah • Movimento Não Pago • JaHuts • Grupo de Teatro A tua Lona • Alex Santana • Boca de Cena - Dudu Cordelista • Cigari • Ares Mar • Gabriel Carvalho - The Baggios A banda dos Corações Partidos • Héloa • Vinicius Chucro • Fernando Correia Fotografia • João Henrique - Victor Balde • Snapic Fotografia • Dj Rafa Aragão • A tua Lona
E é assim que faremos.
Em bando, a partir de agora. E defesa da cultura, em defesa da cidade

terça-feira, 28 de abril de 2015

Afeto, resgate da memória local, arte&cultura, esporte e economia solidária.Projeto sócio-cultural no pov. São Braz aponta saídas para a (s) juventudes das periferias.

Acima Izabela Bispo e Salvador Filho


Projeto Pescando Memórias no Povoado São Brás em N.S.Socorro- SE. Projeto encabeçado por Givanildo e Izabela Bispo Santana. Resgata a memória cultural e intensifica a reafirmação de identidade do povoado. Nesse final de semana (25/04), Luciana Oliveira teceu comentários sobre os cines e tivemos a presença de várias pessoas ligadas ao mundo do esporte, da cultura e do lazer, a exemplo do professor Gilson da Sec. Estadual de Esporte e Turismo e do professor Zezito de Oliveira, um praticante e estudioso da área cultural e de ações concretas para o despertar da cultura. Lá se apresentaram grupos de Rap, Hip Hop, de BMX, de Skate, Capoeira, Feirinha da Comunidade, Grafitagem. E também esteve presente ao evento, o Gringo do Rio de Janeiro que é representante da CUFA, Central Única das Favelas, dos Direitos Humanos. O evento teve o apoio da Prefeitura de N.S.Socorro, Pref. Fábio Henrique. (Salvador Filho)

A novidade é que o Brasil não é só litoral
É muito mais, é muito mais que qualquer zona sul
Tem gente boa espalhada por esse Brasil
Que vai fazer desse lugar um bom país 

 Fotos- Zezito de Oliveira

Reportagem de televisão.

Projeto ‘Pescando Memórias’ conta a história de Nossa Senhora do Socorro

Ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil
Não vai fazer desse lugar um bom país

As meninas integrantes do Grupo de dança moderna do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania e do projeto Rap Identidade Cultural também se fizeram presentes.
Aqui vive um povo que merece mais respeito
Sabe, belo é o povo como é belo todo amor
Aqui vive um povo que é mar e que é rio
E seu destino é um dia se juntar








O canto mais belo será sempre mais sincero
Sabe, tudo quanto é belo será sempre de espantar



Aqui vive um povo que cultiva a qualidade
Ser mais sábio que quem o quer governar



Uma notícia está chegando lá do Maranhão
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão
Veio no vento que soprava lá no litoral
De Fortaleza, de Recife e de Natal
A boa nova foi ouvida em Belém, Manaus,
João Pessoa, Teresina e Aracaju
E lá do norte foi descendo pro Brasil central
Chegou em Minas, já bateu bem lá no sul

Os companheiros e aprendizes do projeto  Rap e Identidade Cultural, do  conjunto Jardim, se fizeram presentes,  participando das apresentações de RAP ( Filosofia de Loucos, Relato Verdadeiro e Resistentes da Favela ). 

 Assista a duas gravações de Relato Verdadeiro


  


Assista a uma gravação de Resistentes da Favela.

 














Penso como fundamental, convencer o chefe do poder executivo do municipio de Socorro acerca da necessidade de investimento em ações estruturantes no campo da arte e da cultura, além das ações pontuais. Conversei com Givanildo e com Isabela Bispo Santana sobre a questão do impacto do uso de drogas e do turismo predatório, em razão dos investimentos nas obras de urbanização e construção da orla e eles me disseram que ainda não há um impacto negativo preocupante, porém lembrei a eles, das possibilidades reais de isso acontecer, daí porque a necessidade de serem pensadas estratégias de ações que possam prevenir a minimização destes impactos negativos. Reconheço que o trabalho de urbanização e da construção da orla, está bem feito. Pelo que fiquei sabendo, parceria do governo do estado com a prefeitura, porém, é preciso fortalecer cada vez mais os processos de empoderamento e sentido de pertencimentos da população residente. Ainda há tempo e com isso contribuir para que outras comunidades possam ser beneficiadas com os bons resultados das ações desenvolvidas no povoado São Braz. Acredito que isso seja fundamental para o municipio de Socorro, cujos indicadores de violência envolvendo a juventude negra e periférica é muito preocupante, conforme as estatísticas oficiais. Também é um municipio com indicadores muito ruins no campo das políticas culturais em prol das crianças e jovens. (Zezito de Oliveira)

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Como o Uruguai impediu a redução da maioridade penal


abril 21, 2015 15:52- Fonte: Revista Fórum
 Não basta ter uma boa causa. É preciso saber articular grupos diversos que defendem a mesma, como também saber comunicar-se com a população que não participa de grupos ou movimentos organizados a favor da causa.
Regra geral, falamos para os mesmos. Formação politica também é formação estética, lúdica e na área da comunicação. (Zezito de Oliveira)
Como o Uruguai impediu a redução da maioridade penal
Militante da comissão “No a La Baja”, Andrés Risso fala sobre as estratégias que impediram a tentativa de redução da maioridade penal no país, levada a cabo por meio de um plebiscito; “Se a população tem acesso à informação, muda de opinião, porque é uma proposta muito primitiva”, afirma
Por Anna Beatriz Anjos
Em 26 de outubro de 2014, o Uruguai foi às urnas para decidir se reduziria ou não a maioridade penal de 18 para 16 anos. Em 2011, quando os setores mais conservadores levaram adiante a proposta do plebiscito, cerca de 70% da população apoiava a redução. Três anos depois, 53% dos uruguaios disseram “não” à medida e impediram o retrocesso. A grande virada se deu principalmente graças ao trabalho da comissão “No a La Baja”, que uniu diversos movimentos sociais em torno da causa.
No Brasil, a direita também quer reduzir a inimputabilidade penal. Aqui, no entanto, a tentativa se dá por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171/93, que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados e agora é analisada em comissão especial.
Andrés Risso, do ProDerechos, um dos coletivos que encabeçaram a campanha contra a redução no Uruguai, conversou com à Fórum sobre as estratégias de resistência adotadas. Para ele, a união entre sociedade civil e classe política, além das constantes mobilizações nas ruas, foram fundamentais para a mudança da opinião pública. Confira:
Fórum – Como foi possível montar a rede de mobilização de vários movimentos para que a redução da maioridade penal não fosse aprovada?
Andrés Risso – Já no começo, a maioria dos movimentos sociais do país se posicionou contra a redução da maioridade penal e iniciou a construção de um debate com a opinião pública, já que no Uruguai se tentou reduzir a maioridade penal pelas urnas, por meio de um plebiscito. Nosso trabalho foi o de levar às pessoas argumentos e informações para que pudessem tomar a decisão. Sabíamos que a redução da maioridade penal não traria os resultados propostos, era ruim em termos de direitos e pior para a segurança pública. Historicamente, quando há problemas de segurança pública, o caminho escolhido é o da exclusão e repressão, o que não melhora os índices de criminalidade. Além disso, colocar o foco do problema nos adolescentes era errado, porque eles, no Uruguai, são responsáveis por uma porcentagem muito pequena dos delitos – 6%. Pensávamos que para acabar com a sensação de insegurança eram necessárias oportunidades, trabalho, educação, cultura, tentar outros caminhos. Também entendemos que, nessa etapa da vida, é importante que a pessoa não esteja presa, porque é o momento em que está aprendendo, formando sua identidade, sua personalidade. Colocar adolescentes na cadeia é muito contraproducente do ponto de vista da reinserção. Por isso, nessa etapa é muito importante que as experiências sejam positivas e alentadoras, e que se dê ferramentas para que a pessoa possa ter um futuro, levar uma vida normal.
uruguai-reducao-maioridade-penal-juventude
“O mais importante foi a articulação dos movimentos sociais e a mobilização, sobretudo dos jovens, que constituíram o principal motor da campanha”, afirma Risso
Fórum – No início do processo de discussão, cerca de 70% dos uruguaios eram favoráveis à redução. Qual foi a estratégia utilizada pelos movimentos sociais para inverter esse quadro?
Risso – Nossa estratégia foi ligada à comunicação, baseada em um triângulo: tratamos das razões pelas quais a proposta não servia, porque era ruim por si só e porque, na verdade, poderia piorar a situação. Como dizia antes, os argumentos favoráveis colocavam o cárcere como solução, não atendiam nem às vítimas. Era ruim de uma forma geral. A estratégia de comunicação, então, foi, por um lado, utilizar o fator racional, com os argumentos que já citei, e também o emocional, porque houve uma mobilização muito grande de jovens em todo o país [contra a redução], que saíam às ruas, organizavam apresentações musicais, debates etc, em defesa de seus pares. Foi fundamental a mobilização juvenil, que culminou em uma marcha de 50 mil pessoas – algo que no Uruguai é muito significativo. Foi muito importante também ter todas os movimentos sociais – os sindicatos, estudantes e também muitas das igrejas – do nosso lado. Nos ajudou muito com a opinião pública. Jovens de todos os partidos políticos se posicionaram em defesa de seus pares, da juventude.
Fórum – Vocês conseguiram fazer com que parlamentares importantes se manifestassem contrários à redução da maioridade penal?
Risso – Sim. Nos últimos meses de campanha, quem defendia a redução eram somente os impulsionadores da medida, que representavam um número mínimo – seu porta-voz era Pedro Bordaberry [filho do ditador uruguaio Juan María Bordaberry], integrante dos setores mais conservadores. No nível político, começaram a falar muitos deputados e legisladores, por exemplo, o então ex-presidente Tabaré Vazquez [reeleito para o cargo nas últimas eleições, em 2014] e José Mujica. Além dos dois presidentes nos últimos dez anos se posicionando conta a redução da inimputabilidade, tivemos também o arcebispo de Montevidéu, muitos ícones culturais e lideranças sociais. A Universidade da República e a Central Única dos Trabalhadores tiveram um papel importante no sentido de pensar propostas para os adolescentes que haviam cometido delitos e propostas de debates sobre segurança pública e adolescência.
Fórum – Considera que o apoio dessas pessoas com maior notoriedade foi importante para a virada da opinião pública?
Risso – Sem dúvidas. Isso, somado à mobilização juvenil ativas nas ruas, foi muito importante para a mudança da opinião pública. Mostrava que o Uruguai mobilizado e organizado não queria a redução. Era um retrocesso muito grande. Compreendemos que pode sim existir um problema de segurança pública – no Uruguai, 40% das pessoas pensam que esse é o principal problema do país –, mas, para além disso, sabia-se que essa proposta era muito primitiva e partia da mesma metodologia excludente, depressora e punitiva.
Fórum – Aqui no Brasil, a mídia tradicional contribui muito para a existência desse sentimento de insegurança que fortalece o apoio a medidas punitivas, como a redução da maioridade penal. Isso acontecia no Uruguai?
Risso – Sim, sobretudo no começo. Mais no final da campanha, a um mês do plebiscito, quando o contingente favorável à redução já era menor do que 50%, talvez a mídia tradicional e mais conservadora tenha parado de fazer tanta campanha. Mas, no início, quando a medida foi levada adiante por meio do recolhimento de assinaturas, a mídia duplicou ou triplicou o tempo dedicado aos crimes cometidos por adolescentes. Isso se deu de forma muito clara. Acho que isso acontece em todo o mundo, é sempre mais fácil atacar o setor mais vulnerável. Ao menos no Uruguai, faltam estímulos para que os jovens continuem estudando; dos 10% de pobres, até 20% são jovens; no trabalho, o mesmo: as maiores taxas de desemprego ocorrem na juventude. Esse é o setor mais debilitado e, no entanto, queremos castigá-lo pelos problemas que há no país. Expusemos essa contradição durante a campanha. O mais importante, na verdade, foi desvincular a sensação de insegurança da adolescência. E os meios de comunicação atuaram muito para conectar a insegurança aos adolescentes. A partir de um amplo processo de debate com a população, essa relação foi ficando cada vez mais debilitada.
Fórum – Em relação à estratégia de comunicação, que meios utilizavam mais?
Risso – Por um lado, investimos na via pública; por outro, produzimos spots radiofônicos – pois a população ouve muito rádio – e também na televisão, porém menos, porque o tempo de TV é muito caro. Foi fundamental sair por todos os bairros e cidades para levar informações às pessoas. Além disso, realizamos muitos eventos massivos e culturais.
Fórum – As redes foram importantes no processo?
Risso – Também. Tínhamos Facebook, Twitter e outras redes, e principalmente no fim da campanha as utilizamos muito para chegar em todos os lugares do país. Mas, em relação à estratégia de comunicação, talvez o mais importante tenha sido dialogar com as pessoas que não estavam convencidas – esse era o desafio maior. Para isso, realizamos grupos de discussões para os quais convidávamos quem não estava de acordo com a proposta. Pedíamos para que explicassem porque apoiavam a redução da inimputabilidade, e também apresentávamos nossos argumentos. Com essas informações nas mãos, consultamos publicitários altamente qualificados para saber quais seriam as mensagens mais potentes, conhecendo o perfil das pessoas favoráveis à redução. A partir disso, produzimos peças a nível nacional. Descobrimos que cerca de 50% dos indecisos eram sensíveis aos argumentos que utilizávamos, e que mais de 30% mudavam de posição depois de ouvir as peças, que duravam 15 minutos. Não achamos que podemos transferir nossa experiência a um país como o Brasil, que tem uma realidade tão diferente. Mas tivemos a possibilidade, durante três anos, de realizar uma campanha muito intensa, e há alguns dados que são importantes. Se a população tem acesso à informação, muda de opinião, porque [a redução] é uma proposta muito primitiva.
uruguai-reducao-maioridade-penal-no-a-la-baja
“Esse [juventude] é o setor mais debilitado e, no entanto, queremos castigá-lo pelos problemas que há no país. Expusemos essa contradição durante a campanha”, conta o militante
Fórum – Em entrevista anterior à Fórum, você comentou que caso aprovada, a redução da maioridade penal poderia colocar em risco outras conquistas progressistas, como a legalização da maconha e do aborto. Poderia explicar isso melhor, por favor?
Risso – O que pensávamos, principalmente nós do ProDerechos, era que estávamos avançando muito em nossa democracia, principalmente em relação aos nossos direitos e à ampliação das liberdades das pessoas. Se a população decidisse por reduzir a maioridade penal, poderia ser o início de um retrocesso. Retrocesso esse levado adiante pela mão dos setores políticos conservadores, já que quem impulsionou a medida foram os setores mais fortes dos partidos tradicionais e conservadores. Na campanha, atuaram organizações de todos os tipos, e também estavam presentes aquelas responsáveis pelas outras conquistas [legalização da maconha e do aborto, por exemplo]. Participaram do princípio até o fim, porque sabiam que aquilo fazia parte da luta contra o Uruguai conservador.
Fórum – Levando em consideração todas as diferenças existentes entre Brasil e Uruguai, o que diria aos movimentos brasileiros que formam a frente de resistência contra a redução da maioridade penal?
Risso – Acredito que o mais importante foi a articulação dos movimentos sociais e a mobilização, sobretudo dos jovens, que constituíram o principal motor da campanha – a comissão “No a La Baja” no Uruguai é integrada quase todas por pessoas com menos de 30 anos. É uma boa causa para que os jovens comecem a militar, mas também fortaleçam a militância que já existe. Por outro lado, foi fundamental também a incidência sobre a opinião pública. Seria muito bom que o Brasil pudesse debater essa proposta em todos níveis, e que os movimentos possam fazer parte disso. Sinceramente, é um conselho de uma pessoa de fora, mas tomara que a sociedade brasileira se informe sobre esse assunto. Seguramente, pensará duas vezes se é isso que quer para resolver os problemas de segurança ou se é melhor tomar outro caminho. Rejeitar essa medida não quer dizer que não se pense em melhorar a segurança no país.
(Fotos: Carlos Lebrato/Frente Ampla)

domingo, 26 de abril de 2015

Lei Cultura Viva, a Economia Solidária e a Educação.

 Economia Viva! Não existe "crise" na cultura. Da adversidade e da singularidade vivemos, a microeconomia dos fazedores de cultura tem que ser mapeada e articulada em redes, pois se trata de um capital simbólico bilionário e que pode ser monetizado para os próprios fazedores e não commodities da Indústria cultural. Debate de ontem com o Núcleo Estratégico do MiniC: A indústria cultural é muito importante e precisa ser incentivada, mas a cultura brasileira vai muito além. Os pequenos agentes culturais são a regra, e não a exceção", destacou Ivana Bentes, durante reunião do Núcleo Estratégico do MinC. "Os pequenos, inclusive os que estão na informalidade, não são os primos pobres da cultura. Juntos, eles têm uma produção bastante significativa. É preciso olhar pela sobrevivência desses grupos, sobretudo em tempos de crise.

Lei Cultura Viva incentivará microeconomia da cultura

Ivana Bentes, da SCDC: ""A indústria cultural é muito importante e precisa ser incentivada, mas a cultura brasileira vai muito além. Os pequenos agentes culturais são a regra, e não a exceção". (Foto: Janine Moraes)
1.4.2015 -

 

A Política Nacional de Cultura Viva (PNCV), que entrará em vigor no próximo dia 8 de abril, será um grande estímulo para os fazedores de cultura de pequeno porte. A avaliação é da secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC), Ivana Bentes. Dois instrumentos criados pela PNCV serão essenciais nessa tarefa – a autodeclaração dos Pontos de Cultura e o Termo de Compromisso Cultural (TCC), que substituirá os convênios nas parcerias entre Estado e Pontos de Cultura que receberem recursos.

 

"A indústria cultural é muito importante e precisa ser incentivada, mas a cultura brasileira vai muito além. Os pequenos agentes culturais são a regra, e não a exceção", destacou Ivana Bentes, durante reunião do Núcleo Estratégico do MinC. "Os pequenos, inclusive os que estão na informalidade, não são os primos pobres da cultura. Juntos, eles têm uma produção bastante significativa. É preciso olhar pela sobrevivência desses grupos, sobretudo em tempos de crise."

 

A secretária ressaltou que a autodeclaração dos Pontos de Cultura permitirá o mapeamento desses pequenos agentes culturais. "Ao se declararem, os artistas, os coletivos, as instituições passarão a fazer parte do Cadastro Nacional dos Pontos e Pontões de Cultura. Desse modo, passaremos a ter dados para mensurar essa microeconomia gerada por eles", explicou Ivana. "Passaremos, então, a ter uma massa de ativos culturais que vão querer participar da política pública, das Teias. Haverá um hiperestímulo para a participação social. Até o debate sobre a atual falta de recursos pode ser feita entre o Estado e a sociedade civil."

 

Ivana Bentes destacou também a importância do Termo de Compromisso Cultural. "É uma resposta do Estado brasileiro a uma demanda histórica dos Pontos e dos fazedores de cultura. O termo vem simplificar a prestação de contas, desburocratizar e descriminalizar muitas instituições com dificuldades na prestação de contas", afirmou. "É importante mudar a cultura jurídica deste país, ou essa cultura jurídica nos mata. A hiperformalização não funciona para esse grupo de pequenos fazedores culturais."

 

Assessoria da Comunicação 

Ministério da Cultura
Foi bonito o Lançamento da Lei Cultura Viva! É essencial dar visibilidade para a economia da cultura. É a economia da vida, afetiva e solidária. O modelo atual da política é economicista, mas a gente precisa colocar a cultura na centralidade da gestão econômica. Os Pontos de Cultura são base de uma potência simbólica da cultura e de outros modelos e valores que conecta o comunitarismo com as novas redes urbanas. A lei é fruto de uma intensa trajetória. É tudo nosso!

Bom dia Brasilia! Educação sem Cultura é adestramento. Na posse de Renato Janine Ribeiro o novo Ministro da Educação do Brasil! A escola fordista está em crise, existem processos de formação em fluxo e abertos, nos territórios e nas redes , e milhões de brasileiros para serem incluídos na educação formal. Num mundo em que a sociedade toda forma é hora de experimentar novas dinâmicas e metodologias de formação. Não adianta incluir no consumo e na escola fordista se não disputarmos um outro modo de viver e estar no mundo ! Almada com o novo Ministério! Escola são redes e não paredes !
— em Palácio do Planalto - Presidência da República


Estamos juntos! Com Renato Janine Ribeiro no Ministério da Educação se abre o diálogo com a Cultura de uma forma mais estruturante Bom ouvir sua fala arejada, lúcida e critica no meio de uma crise de imaginação política
— com Renato Janine Ribeiro.



Os pontos de cultura são cada vez mais realidade, mas os cineastas ainda não perceberam que gigantesco público os pontos guardam para seus filmes, estes que em 2/3 dos casos não atingem 10 mil pessoas (média dos 3 últimos informes anuais ANCINE). Nos 5600 pontos de cultura e cineclubes espalhados pelo Brasil é possível trazer 10 milhões de NOVOS espectadores para os 100 filmes BRASILEIROS que hoje atingem 10 mil ou um pouco mais. Os que atingem 10 mil, o top da lista dos 2/3 passarão a EM MÉDIA serem vistos por 110 mil (10 mil ingressos pagos em dinheiro, e 100 mil ingressos de amor ao cinema). Com apenas uma sessão semanal com 36 pessoas na plateia, ou duas com 18 pessoas. Qualquer ponto de cultura ou cineclube consegue isso fácil. MAS este CIRCUITO ALTERNATIVO DE EXIBIÇÃO só será realidade quando a Secretaria do Audiovisual (Pola Ribeiro), a Secretaria de Cidadania e Divesidade Cultural (Ivana Bentes), a Ancine Manoel Rangel) agirem coordenadamente para viabilizar o SISTEMA, incentivar as salas alternativas E-cinema hoje para virarem D-cinema e oferecerem mais sessões, assim como reconhecer os ingressos não-pagos como cifras de lucro econômico nos bancos de dados Cinema Brasileiro. Chega de produzir cem filmes por ano que não são vistos. Filmes são feitos para serem vistos. É melhor um filme brasileiro ter 10 mil espectadores e faturar 120 mil na bilheteria, ou faturar os mesmos 120 mil na bilheteria e ter 110 mil espectadores (11 vezes mais)?
Mais sobre isso no link http://cinemabrasil.org.br/vale.html de 2013, quando o abaixo-assinado com cerca de 500 entidades e personalidades foi protocolado junto ao Manoel da ANCINE, a então ministra Marta Suplicy, e os então respectivamente Secretários Leopoldo Nunes e Márcia Helena Gonçalves Rollemberg. O mote era o vale-cultura que foi criado sem a salvaguarda de ser para filmes de países que assinaram a Convenção da Diversidade Cultural da UNESCO, e do jeito que estava (continua estando) tem um POTENCIAL de enviar 3 BILHÕES por ano para os cofres de Hollywood. O momento é excelente, a ABD e o CBC estão retomando esta discussão, e com o apoio de todos, vamos conseguir. Abraços.