Chico Alencar (*)
O 13 de maio é lembrado como o dia da Abolição da Escravatura no Brasil, em decorrência da assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel nessa data.
Mas não podemos esquecer que o Brasil foi o último país das Américas a abolir oficialmente a escravidão. A libertação dos escravos foi um processo político que envolveu a atuação firme de lideranças negras, de intelectuais e ativistas que ocuparam as ruas, e a mobilização de movimentos abolicionistas, bem como discussões internacionais acerca do fim do trabalho escravo, que já não interessava à Inglaterra, maior nação capitalista da época.
O que significou, de fato, essa medida? Libertos, os ex-escravizados, antes tratados como mercadorias, “presos no açoite da senzala”, foram jogados no mundo sem qualquer garantia de direitos: sem terra, educação, trabalho digno, reparações ou inclusão social.
A falta de oportunidades e a discriminação racial persistiram para os libertos. Além disso, as estruturas sociais e econômicas que sustentavam a escravidão deixaram um legado de desigualdade, concentração de renda e marginalização que nos envergonha como nação até os dias de hoje.
Por isso, essa data deve servir para estimular o debate sobre o racismo estrutural e a desigualdade social que ainda perduram na sociedade brasileira.
(*) Chico Alencar é professor de História, mestre e doutor em Educação e tem 35 livros publicados. Em 2022 foi eleito para seu 5° mandato como deputado federal (PSOL), graças ao voto de 115.023 eleitores e eleitoras do Rio de Janeiro.
Oriundo dos movimentos sociais, acumula mais de 30 anos de experiência na política institucional.
Chico é membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, vinculada à CNBB, e da coordenação do ecumênico Movimento Nacional de Fé e Política.
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ROTEIRO PARA O TRABAHO DE HISTÓRIA ALUSIVO AO 13 DE MAIO DE 1888 – PARA OS ALUNOS (AS) DA TURMA 8A - ESCOLA ESTADUAL NEYDE MESQUITA - SÃO CRISTÓVÁO- SERGIPE.
Zezito de Oliveira
A abolição da escravatura representou o final de um lento processo de luta social e politica adiado até onde pôde pelos proprietários de escravos, os principais prejudicados com a libertação dos escravos.
Enquanto isso não acontecia, a sociedade brasileira ou a minoria que tinha ou que teve acesso a escola e a profissões que exigiam e ainda exige formação intelectual se movimentavam realizando ações de debates públicos e de mobilização a favor e contra a abolição da escravatura.
A sociedade vivia em estado de polarização em torno dessa questão, como nos tempos atuais por conta de outras questões ligadas a democracia e aos direitos humanos.
E a questão da abolição dos escravos no Brasil foi tão séria, que os donos de escravos retiraram o apoio que deram a Dom Pedro II todo o tempo até 1888 e engrossaram as fileiras da oposição, representada pelos defensores da república, E, do resultado da aliança dos donos de escravos, com setores intelectuais, de profissionais liberais e de militares, temos o golpe militar que proclamou a república em 1889.
Diante da introdução acima, a turma deverá se dividir em grupo entre 3 e 5 alunos e pesquisar as seguintes questões por meio da IA.
1 – Qual importância do trabalho escravo para a sociedade brasileira no século XIX, inclusive no plano da economia?
2 – Como foram realizados os movimentos sociais e políticos no século XIX a favor e contra a escravidão?
3 – Como a escravidão era defendida e combatida no noticiário dos jornais brasileiros?
4 – Como a escravidão era defendida e combatida no parlamento brasileiro do século XIX?
5 – Como os representantes da igreja católica, a religião oficial do império , se manifestaram ou se mobilizaram contra e a favor da escravidão?
6 – Como artistas se mobilizaram contra a escravidão no século XIX? E quais obras de arte se destacaram contra a escravidão neste século?
7 – Como foram viver os escravos recém libertados depois da abolição?
8 – Como a música, as novelas e o cinema brasileiro tem apresentado o tema da abolição da escravidão em suas letras?
9 – Como era a situação dos negros e como foram as lutas para abolição da escravidão no século XIX em Sergipe?
As questões acima serão sorteadas para os grupos e a apresentação se dará para o professor e para os colegas de turma de forma resumida, sem leitura de texto e com apresentação de imagens e frases em painéis formado por no mínimo duas cartolinas. A apresentação pode vir acompanhada de poesias e cancões, desde que tenham relação com o tema. Havendo condições pode ser apresentado em formato powerpoint.
O prazo para entrega do trabalho escrito de forma manuscrita é o dia 13 de maio, com apresentação de dois grupos previamente sorteados a partir desta data.
O grupo que melhor apresentar o trabalho receberá como prêmio além da nota, o livro “Escrava Isaura”, uma das principais obras literárias aliada da luta a favor da abolição da escravidão no Brasil do século XIX.
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Muito antes da assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888, homens e mulheres negras já travavam uma longa e estratégica luta pelo fim da escravidão no Brasil. O movimento abolicionista é resultado da resistência de milhões de pessoas que enfrentaram o regime escravista por meio de fugas, levantes, articulação política e ação direta.
Entre os nomes fundamentais dessa luta está André Rebouças, engenheiro e intelectual negro que atuou nos bastidores do Império pressionando pela abolição e defendendo políticas de inclusão para os libertos. Também se destaca José do Patrocínio, jornalista, orador e um dos maiores ativistas do movimento, que usou a imprensa e a palavra como armas contra o sistema escravista.
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#88 | Princesa Isabel foi mesmo uma heroína?
No próximo carnaval de 2026, o enredo da Escola de Samba Beija-Flor, vai tratar do 13 de Maio, tendo como tema o Bembé do Mercado, Patrimônio Imaterial pelo IPHAN desde 2019.
Em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, a palavra “Bembé” designa genericamente “Candomblé” e, assim, na linguagem local, “Bembé do Mercado” significa o Candomblé que é realizado anualmente por um conjunto de terreiros no Largo do Mercado desta cidade, celebração da qual participam diversos outros centros de culto sediados da região do Recôncavo Baiano, em Salvador e também de outros estados do país.
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A Lei Áurea foi assinada em 1888, mas... quem realmente ganhou com a abolição? Neste vídeo, você vai descobrir o que os livros de história quase nunca contam: o pacto silencioso entre o Império, o Parlamento e a elite escravocrata para garantir a liberdade — mas sem direitos, sem terra e sem futuro para os negros libertos. Um acordo rápido, calculado e cruel que moldou o Brasil até hoje. Prepare-se para enxergar o 13 de maio com outros olhos. Você está pronto para conhecer o outro lado da abolição?
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