informações sobre ações culturais de base comunitária, cultura periférica, contracultura, educação pública, educação popular, comunicação alternativa, teologia da libertação, memória histórica e economia solidária, assim como noticias e estudos referentes a análise de politica e gestão cultural, conjuntura, indústria cultural, direitos humanos, ecologia integral e etc., visando ao aumento de atividades que produzam geração de riqueza simbólica, afetiva e material = felicidade"
Uma “overdose de cultura” é como pode ser melhor definido a passagem por São Paulo de três agentes culturais sergipanos no período entre 21 a 25 de maio de 2025, Zezito, Iasmin e Willians. Os dois primeiros, participando através do Pontão de Cultura Digital e Midias Livres do encontro da Rede Sacix e o terceiro residindo em Santos há dez anos.
Sobre a trilha percorrida pelos três em São Paulo conversaremos nesta segunda feira, 02 de maio ás 19h30 no canal da Ação Cultural no youtube.
A trilha cultural incluiu presença em festa afro latina e visita ao beco do Batman, seminário de alto nível sobre o bicentenário de Dom Pedro II no Sesc 14 Bis , visita a ocupação Ana Mae Barbosa no Itaú Cultural, ida até o baile Back Spin Crew convida Soul Sisters no SESC Bom Retiro, participação na volta negra no centro histórico de São Paulo, visita a exposição “Ecologia de Monet” no MASP, concluindo com o passeio na Av. Paulista que aos domingos se transforma em um verdadeiro centro cultural na rua.
Back Spin Crew convida Soul Sisters
24/5 às 18h15 | 19h15 | 20h35
No final dos anos 80, a estação São Bento do metrô virou ponto de encontro de b-boys, MCs e amantes do rap. O local, berço da cultura hip-hop em São Paulo, era onde aconteciam batalhas de dança de rua e espaço para a troca de ideias sobre breaking e as origens da cultura até então desconhecidas. Foi ali que surgiu, em 1985, o longevo grupo de break Back Spin Crew. Nesta apresentação o grupo convida Soul Sisters e juntos trazem à cena as Danças Sociais e convidam o público a participar.
Que noite memorável foi o baile da Chic Show na Virada Cultural no Sesc Bom Retiro! Ritmo, história e resistência pulsando na mesma batida. Agradecemos a cada pessoa que colou, dançou, celebrou e fez parte dessa energia contagiante. Vocês não foram público — foram parte do espetáculo! Até a próxima, Everybody Chic......Chic Show!
Baile Carioca com Passin Cia de Dança 24/5 às 21h O baile é uma intervenção/ aula de passinho e funk acompanhado de um DJ que guia a ação como se fosse um BAILE CARIOCA. Os intérpretes conduzem dando as indicações dos passinhos e puxando as coreografias
Sesc na Virada Cultural - Galeria - Volta Negra pelo Centro da Cidade
25/05/2025
A partir das futuras instalações do Sesc Galeria a caminhada será conduzida pela região central da capital paulista – Largo da Memória, Largo São Francisco, Cemitério dos Aflitos, Praça João Mendes entre outros; compartilha a memória dos povos africanos em diáspora, abordando as vivências e importância da população negra nos séculos XVIII e XIX, por meio de fotografias, trechos de filmes e músicas. Com Coletivo Cartografia Negra Local: Praça Ramos, 131 - Em frente às instalações do Futuro Sesc Galeria Horário: 10h às 13h Classificação indicativa: livre Grátis. Com retirada de ingressos. Vagas limitada
A exposição "A Ecologia de Monet", com 32 obras do artista impressionista, está em cartaz no MASP (Museu de Arte de São Paulo) de 16 de maio a 24 de agosto de 2025. A mostra explora a relação de Monet com o meio ambiente, abordando temas como o Rio Sena, as transformações industriais e os jardins de Giverny. A exposição reúne obras de diversos acervos, incluindo museus nacionais e internacionais, algumas inéditas no hemisfério sul.
Detalhes:
Período: 16 de maio a 24 de agosto de 2025.
Local: MASP (Museu de Arte de São Paulo).
Obras: 32 pinturas de Claude Monet.
Temas:
O Rio Sena como ecossistema.
As transformações industriais e a poluição em Londres.
O pintor como caçador e as paisagens que ele viajou.
Os jardins de Giverny e a natureza controlada por Monet.
Curadoria: Adriano Pedrosa e Fernando Oliva.
Ingressos: A entrada é gratuita às terças-feiras e na primeira quinta-feira de cada mês. Os horários de visita são das 10h às 20h às terças (com entrada até 19h) e das 10h às 18h de quarta a domingo (entrada até 17h).
Mais informações: É possível encontrar mais informações sobre a exposição no site do MASP.
Foto: Fábio Tito/ g1
Masp inaugura anexo nesta sexta (28). — Foto: Fábio Tito/ A exposição "A Ecologia de Monet", com 32 obras do artista impressionista, está em cartaz no MASP (Museu de Arte de São Paulo) de 16 de maio a 24 de agosto de 2025. A mostra explora a relação de Monet com o meio ambiente, abordando temas como o Rio Sena, as transformações industriais e os jardins de Giverny. A exposição reúne obras de diversos acervos, incluindo museus nacionais e internacionais, algumas inéditas no hemisfério sul.
Detalhes:
Período: 16 de maio a 24 de agosto de 2025.
Local: MASP (Museu de Arte de São Paulo).
Obras: 32 pinturas de Claude Monet.
Temas:
O Rio Sena como ecossistema.
As transformações industriais e a poluição em Londres.
O pintor como caçador e as paisagens que ele viajou.
Os jardins de Giverny e a natureza controlada por Monet.
Curadoria: Adriano Pedrosa e Fernando Oliva.
Ingressos: A entrada é gratuita às terças-feiras e na primeira quinta-feira de cada mês. Os horários de visita são das 10h às 20h às terças (com entrada até 19h) e das 10h às 18h de quarta a domingo (entrada até 17h).
Mais informações: É possível encontrar mais informações sobre a exposição no site do MASP. g1
Sei que não estou sozinha. E nas últimas 24 horas, essa certeza ficou ainda mais forte. Agradeço a bancada feminina da Câmara dos Deputados, mais especificamente as 20 deputadas que hoje vieram me abraçar e reiterar seu apoio e solidariedade diante do desrespeito e tentativa de intimidação que sofri na manhã de ontem (27/5), na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal.
Tem um bonito ditado popular que diz que mulheres são como águas, crescem quando se encontram. É assim mesmo. Somos fortes juntas e assim continuaremos, apesar da oposição, dos gritos, ironias, gestos e palavras ofensivas de quem não nos quer em determinados lugares, principalmente nos espaços de poder e decisão.
Aproveito a ocasião para agradecer por cada palavra, ligação, post, comentário e curtida nas redes sociais, moção e nota de apoio da sociedade e de colegas de governo, coluna nos jornais, comentário de profissionais da imprensa, discurso em plenário e comissões de casas legislativas de todo país, enfim, das incontáveis manifestações de solidariedade e palavras carinhosas que recebi após o episódio.
A todos que tiraram um tempo para dizer que não estou sozinha, recebam meu abraço. Nunca duvidei disso, muito menos de que a sociedade brasileira quer um meio ambiente equilibrado, protegido, tal qual garante a nossa Constituição.
Não Mexe Comigo - Carta de Amor - DVD Carta de Amor - Maria Bethânia
Rita Lee - Reza (video clip)
Juliette - Deus me Proteja (Caminho Ao Vivo)
O abaixo-assinado lançado pela articulação feminista MEL – Mulheres em Luta (@mel.mulheresemlutas) já ultrapassou, nesta segunda-feira (27), a marca de 10 mil assinaturas. A petição exige a cassação do senador Marcos Rogério (PL-RO), que atacou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante uma sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado, ao dizer que ela deveria “se colocar no seu lugar”.
O movimento denuncia o episódio como violência política de gênero e raça, prática recorrente contra mulheres em espaços de poder, e afirma: “Nosso enxame está formado para enfrentar quem tenta silenciar mulheres na política”.
A campanha segue aberta no site do MEL e convida mais pessoas a se somarem à luta pelo fim da impunidade. Para assinar, acesse: AQUI
Quem é Mozart Neves, o intelectual citado por Padula como estudioso por trás da intervenção em São Paulo?
Ex-diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves é formado pela UFPE e hoje ocupa uma cátedra na USP Ribeirão Preto.
Em uma entrevista hoje à CBN, Padula — atual secretário de Educação de São Paulo — afirmou que as intervenções foram baseadas em estudos realizados por Mozart Neves.
Ao buscarmos tais estudos, encontramos que as informações foram compartilhadas durante o Ciclo ILP-Fapesp de Ciência e Inovação, no dia 17 de março. O encontro online faz parte de uma parceria entre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para a realização de eventos de divulgação científica dirigidos à sociedade, legisladores, gestores públicos e demais interessados.
O foco é a chamada *educação baseada em evidências*. O interessante é que essas evidências nunca chegam ao chão da escola.
Ainda na matéria, assume-se que ao investigar percebe-se que há muita diferença de notas do IDEB entre escolas da mesma região, restringindoo estudo a camada de DRE.
Em nossos estudos, chegamos a mais de uma dezena de escolas com botas diferentes apesar de estarem próximas o que nos obriga a ir ate essas unidades para entender o que está acontencendo.
Na Zona Leste — por exemplo, há 2 escolas com distância de 500 metros em em listas distintas de notas do IDEB (melhores e piores) — Para citar duas entre tantas diferencas entre elass: em uma escola não há sala de recursos, enquanto a outra é a escola "referência" em inclusão. Em uma, há ar-condicionado em todas as salas; na outra, não. Creio que vocês já sabem qual está na lista das melhores e qual está entre as piores.
Não podemos nos deixar enganar, não ha reciclagem que de conta de mazelas sociais, falta de estrutura, falta de equipamentos públicos, falta de professoras, falta de comida.
O que está acontecendo em São Paulo só tem uma evidência que se comprova a cada ação de Padula e Nunes: o interesse em beneficiar as instituições privadas em facilitar o acesso aos 25% do orçamento da pasta.
Mariana Martins, Instituto Cultiva
Resumo: Ao menos 25 diretores escolares efetivos da rede municipal de São Paulo (SP) foram afastados pela gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A justificativa seria a participação em “requalificação” promovida pela Secretaria de Educação. Para educadores e especialistas, a medida é autoritária e reduz o debate educacional aos índices de avaliação.
VÍDEO: alunos se emocionam com saída de diretor para requalificação da Prefeitura de São Paulo
Gestão Ricardo Nunes (MDB) anunciou nesta sexta-feira (23) o afastamento de 25 diretores pelo desempenho dos alunos em avaliações externas. Eles farão requalificação até o fim do ano e suas remunerações serão mantidas.
O bicentenário de Dom Pedro II, em dezembro de 2025, já provoca e desperta uma série de eventos, publicações e questionamentos acerca do legado desta personagem singular da nossa história. Entre canonizações e (re)avaliações, a pessoa de Dom Pedro II é uma das mais pesquisadas no Brasil, cujo legado é constantemente revisitado e problematizado.
Organizado por Leandro Garcia, este ciclo quer debater a trajetória do segundo imperador do Brasil, levantando avanços e retrocessos, pensando a inserção de Dom Pedro II como um mediador cultural do seu tempo, suas ligações com intelectuais e cientistas brasileiros e estrangeiros, seu apoio aos projetos culturais que ajudaram a pensar o conceito – sempre tenso – de Nação, enfim, sua complexa história inserida no seu contexto.
21/5
Trajetória e legado: D. Pedro II governou o Brasil por quase 50 anos, deixando marcas e identidades que ainda repercutem nos dias de hoje. Esta Mesa quer debater e (re)pensar este legado.
Conferência de abertura: O outono do patriarca: os últimos anos de D. Pedro II no exílio
Com Mary Del Piore, historiadora, autora de mais de 50 livros sobre a História do Brasil. Lecionou na FFLCH/USP, na PUC/RJ e na Universidade Salgado de Oliveira. Possui mais de vinte prêmios literários nacionais e internacionais.
Debate / intervalo
Mesa Redonda:
D. Pedro II, um professor de elites: aproximações entre o imperador do Brasil e a geração de 1870
Com Alessandra Fráguas, doutoranda em História Política pelo Programa de Pós-Graduação em História da UERJ. Foi pesquisadora do Museu Imperial (2008-2024) e editora do Anuário do Museu Imperial-nova fase (2020-2024).
Na sombra do Imperador: D. Pedro II e a memória de seu reinado na coleção do exílio
Com Carlos Lima Junior, doutor em Estética e História da Arte pelo MAC-USP. Realizou seu pós-doutorado no Departamento de História do IFCH-UNICAMP. É docente do curso de Pós-Graduação em Museologia, Cultura e Educação da PUC-SP.
D. Pedro II: patrimônio e memória
Com Maria de Fátima Moraes Argon, historiadora e arquivista. É pesquisadora aposentada do Museu Imperial (1980 a 2018). Atualmente é arquivista do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade (CAALL). É sócia honorária do IHGB.
Mediação de Leandro Garcia, doutor em Estudos Literários pela PUC-Rio. É professor adjunto de Teoria Literária e Literatura Comparada na Faculdade de Letras da UFMG e pesquisador-bolsista em Produtividade de Pesquisa do CNPq.
22/5
Relações e fronteiras: um aspecto do imperador sempre lembrado diz respeito à sua rede de sociabilidade sempre ampla e plural. Esta Mesa quer problematizar tais relações e propor novas avaliações.
Mesa Redonda:
Pedro II à la russe: O Imperador na Rússia dos Tsares
Com Caio Duarte, mestre em Direito Internacional Público pela Faculdade de Direito da USP. Foi bolsista do Fundo Gorchakov, do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, e da Universidade Jean Moulin de Lyon, França.
D. Pedro II e André Rebouças: projetos de continuidade da Monarquia no Brasil
Com Robert Daibert Jr., doutor em História pela UFRJ. É Professor Titular da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde atua no Programa de Pós-graduação em História e no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião.
D. Pedro II: um jovem imperador entre o Rio de Janeiro e a Europa
Com Paulo Rezzutti, escritor, biógrafo e pesquisador, autor de mais de dez livros, principalmente sobre história do Brasil. Entre suas obras, está a coleção “História não contada”, que inclui, entre outros, biografias de D. Pedro I e D. Pedro II.
Mediação de Leandro Garcia, doutor em Estudos Literários pela PUC-Rio. É professor adjunto de Teoria Literária e Literatura Comparada na Faculdade de Letras da UFMG e pesquisador-bolsista em Produtividade de Pesquisa do CNPq.
Abaixo, este que escreve e a professora Mary del Priore nas fotos tiradas por Iasmin Feitosa, agente jovem cultura viva. O local é o auditório do Centro de Pesquisa e Formação, um espetáculo em matéria de arquitetura, equipamentos e programação, como toda a rede SESC São Paulo.
Nas fotos, o autógrafo da professora no livro "História da Velhice no Brasil" e uma rápida conversa com a surpresa dela por estarmos em São Paulo participando de um seminário sobre cultura digital, ou pensando e construindo o mundo do futuro, como disse, e ao mesmo tempo participando de um seminário que remete ao passado. Disse da minha admiração que tenho pelo trabalho da professora , bem como pelo trabalho do professor Paulo Rezzuti, tendo sido esse um dos fatores que me fez fazer a inscrição antecipada pele internet no site do SESC_SP. Além da admiração que nutro por Dom Pedro II, um estadista progressista dos anos pré república, a despeito da abolição da escravatura tardia e incompleta. (esse acréscimo faço agora nesse relato).
Para ela entender sobre o porquê de estarmos nos dois seminários ao mesmo tempo, disse a ela que além de professor da educação básica, sou agente/produtor cultural participante de um coletivo cultural certificado como ponto de cultura.
Além do livro acima, adquirimos História dos Jovens no Brasil e a coleção de livros de história do Brasil de Mary Del Priore destinado ao público infanto-juvenil.
Zezito de Oliveira
Segredos de uma família imperial - com Mary Del Priore
Mary Del Priore na FLIPOÇOS 2025 20 anos - "Lançamento do Livro Uma História da Velhice no Brasil" -
O Projeto História do Samba foi contemplado por meio da Lei Paulo Gustavo de incentivo e fomento à Cultura, e consiste em cinco apresentações dos garcenses do Grupo Resenha em escolas públicas (estaduais e municipais) do município.
Cada apresentação contará com 90 minutos sendo composta por textos falados e execuções musicais, que buscam contar a história do Samba no Brasil, começando com a chegada de congoleses e angolanos, escravizados, que para manter suas tradições e vínculo com seu lar celebravam suas origens com o batuque.
A primeira escola a ser contemplada com o Projeto História do Samba será a Escola Estadual Professor Alcyr da Rosa Lima, no dia 17 de abril, em horário noturno. A apresentação será exclusiva para alunos da unidade escolar e seus trabalhadores.
A Lei Paulo Gustavo (LPG) teve um impacto significativo no acesso de estudantes da escola pública a ações, produtos e espaços culturais, principalmente através de projetos que integraram cultura e educação. Aqui estão os principais pontos de colaboração:
1. Integração entre Cultura e Educação
A LPG fomentou projetos culturais que foram incorporados ao ambiente escolar, como exposições, oficinas, espetáculos teatrais e musicais, e atividades de formação artística. Essas iniciativas enriqueceram o currículo escolar e proporcionaram vivências culturais diversificadas aos estudantes.
Um exemplo é o projeto Legacy, em Belo Horizonte, que adaptou um livro em curta-metragem de animação e promoveu exibições em escolas e espaços periféricos, incentivando o cineclubismo e a reflexão sobre identidade cultural entre jovens .
2. Democratização do Acesso
A lei alcançou 96,9% dos municípios brasileiros, incluindo regiões afastadas dos grandes centros urbanos, garantindo que estudantes de escolas públicas em cidades pequenas e periféricas tivessem acesso a atividades culturais .
Projetos como Guardiões da Cultura Popular (Pará) e Bênção – Capoeiragem e Protagonismo Infanto-juvenil (Amazonas) ofereceram oficinas de dança, música e capoeira em espaços públicos, muitas vezes vinculados a escolas, promovendo educação patrimonial e inclusão social .
3. Fortalecimento de Identidades Locais
A LPG apoiou iniciativas que valorizaram tradições regionais, como o Festival Diversa (SP), que destacou a produção artística de mulheres, e o Congo Vivo (ES), que revitalizou manifestações culturais tradicionais. Esses projetos foram exibidos em escolas ou envolveram alunos em suas atividades, reforçando o sentimento de pertencimento cultural .
4. Retorno Econômico e Social
Estudos como o da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
no Rio de Janeiro mostraram que cada R$ 1.00 investido
pela LPG gerou
um retorno
de R$ 6,51 na economia local, incluindo a
criação de empregos e a movimentação de espaços culturais que passaram a
receber mais estudantes
Projetos audiovisuais e teatrais financiados pela lei também ampliaram a oferta de atividades gratuitas ou a preços acessíveis para escolas públicas .
5. Formação de Público e Sensibilização Artística
A LPG permitiu que municípios estruturassem políticas culturais permanentes, como editais específicos para escolas (ex.: BH nas Telas). Isso criou um legado de acesso contínuo à cultura, além de formar novas gerações de espectadores e artistas .
Conclusão
A Lei Paulo Gustavo não apenas mitigou os efeitos da pandemia no setor cultural, mas também criou pontes entre cultura e educação pública. Ao financiar projetos comunitários, itinerantes e educativos, a lei democratizou o acesso à arte e fortaleceu o papel da cultura como ferramenta de transformação social e pedagógica. Para mais detalhes sobre projetos específicos, consulte os painéis de dados do Ministério da Cultura .
DeepSeek
A Secretaria de Cultura e Esportes segue promovendo o desenvolvimento cultural e artístico no município, por meio dos editais da Lei Paulo Gustavo (LPG), iniciativa que tem garantido apoio a projetos e fazedores de cultura.
Na última sexta-feira (13), foram realizados mais dois projetos que valorizam a história, a tradição e a diversidade regional. Os artistas João Bosco e Dackson Pereira, levaram projetos educativos e culturais para as unidades escolares.
Com o objetivo de despertar nos estudantes o interesse pela história e pelo turismo local, João Bosco apresentou o Projeto Abelzinho, que levou à Escola Casa da Criança 5, um guia turístico sobre pontos históricos e turísticos de Paulo Afonso, promovendo um aprendizado lúdico e interativo. A ação foi gravada para a produção de um vídeo que será liberado em breve.
Já o artista Dackson, uniu literatura de cordel e gastronomia típica nordestina no Piquenique Literário, que abordou temas relacionados à cultura e história de Paulo Afonso. Durante a atividade, realizada na Casa da Criança 2, os alunos não só apreciaram versos rimados que destacavam a identidade local, como também tiveram a oportunidade de experimentar pratos da culinária nordestina.
Como o Programa Cultura Viva nos dois primeiros governos Lula contribuiu no acesso de estudantes da escola pública a ações, produtos e espaços culturais?
O trabalho desenvolvido pelo Ponto de Cultura: Juventude, Cultura e Cidadania, realizado pela Ação Cultural em Sergipe entre 2012 e 2017, foi focado em promover atividades artísticas, educativas e de cidadania para jovens de comunidades periféricas da Grande Aracaju. Aqui estão os principais aspectos do projeto:
1. Oficinas Culturais e Artísticas
O projeto ofereceu diversas oficinas, incluindo:
Dança Moderna: Inspirada em culturas africanas, indígenas e nordestinas, as oficinas ocorreram em escolas públicas e espaços comunitários, como a Escola Estadual Júlia Teles (Conjunto Jardim) e a Academia Rick di Karllo (Conjunto Eduardo Gomes). Elas visavam fortalecer a autoestima e o pertencimento cultural dos jovens .
Audiovisual: Jovens aprenderam técnicas de cinema, roteiro, fotografia e edição, produzindo documentários e videoclipes. Um exemplo é o vídeo "Gonzaga me convidou para dançar", um documentário experimental criado pelos participantes .
Teatro e Hip-Hop: Atividades que incentivavam a expressão artística e a discussão sobre identidade e direitos sociais.
2. Mostras Culturais e Cineclube
O projeto organizou mostras para exibir os trabalhos produzidos nas oficinas, além de sessões de cineclube que debatiam temas como direitos humanos e cultura periférica .
3. Encontros de Formação e Cidadania
Foram realizados debates e palestras sobre temas como:
Cultura popular e direitos culturais .
Participação juvenil em políticas públicas, seguindo a filosofia do Programa Cultura Viva 9.
4. Público e Parcerias
Atendia principalmente jovens de bairros como Conjunto Jardim, Eduardo Gomes e Santos Dumont.
Teve apoio do Ministério da Cultura, Secretaria de Cultura de Sergipe e escolas locais 6.
5. Resultados e Impacto
Ampliação do acesso à cultura para jovens de periferias.
Fortalecimento de coletivos artísticos e da identidade cultural comunitária.
Produção de materiais audiovisuais que documentaram a realidade local.
O projeto foi um exemplo de como ações culturais podem integrar educação, arte e cidadania, seguindo princípios da educação popular e da democracia cultural .
O Programa Cultura Viva, implementado durante os dois primeiros governos de Lula (2003-2010), teve um impacto significativo no acesso de estudantes da escola pública a ações, produtos e espaços culturais, por meio de uma série de iniciativas integradas. Abaixo estão as principais contribuições:
1. Integração de Escolas Públicas como Pontos de Cultura
O programa permitiu que escolas públicas se transformassem em Pontos de Cultura, espaços reconhecidos e financiados pelo Estado para promover atividades culturais. Essa iniciativa visava aproveitar a infraestrutura escolar e sua conexão com a comunidade para democratizar o acesso à cultura, especialmente em territórios periféricos. Escolas passaram a abrigar atividades como oficinas de arte, tradições populares (como folias de Reis e culturas afro-indígenas), e eventos culturais nos finais de semana, ampliando o alcance para além do horário letivo .
2. Parcerias entre Pontos de Cultura e Escolas
Os Pontos e Pontões de Cultura (redes regionais de entidades culturais) tornaram-se parceiros estratégicos das escolas públicas, oferecendo referências e atividades complementares. Por exemplo, grupos culturais locais (como maracatus, capoeira e artesanato) passaram a interagir com estudantes, fortalecendo identidades regionais e promovendo a diversidade cultura.
3. Programas Específicos para Educação e Cultura
O Cultura Viva incluía ações como:
Escola Viva: Projetos que vinculavam cultura e educação, com bolsas e prêmios para agentes culturais atuarem em escolas.
Pontinhos de Cultura: Voltados para crianças e adolescentes, com atividades lúdicas e artísticas em espaços educacionais.
Cultura Digital: Inclusão de tecnologias para produção cultural nas escolas, como laboratórios multimídia .
4. Ampliação de Infraestrutura Cultural
O programa fomentou a criação de bibliotecas públicas, salas de cinema e Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs) em áreas carentes, muitos deles vinculados a escolas. Esses espaços ofereciam acesso a livros, filmes, teatros e oficinas culturais, integrando-se ao cotidiano estudantil .
5. Democratização por Meio de Editais e Recursos
O Ministério da Cultura (MinC) descentralizou recursos por meio de editais, permitindo que escolas e comunidades acessassem financiamento para projetos culturais. O Vale Cultura (benefício para trabalhadores) também indiretamente beneficiou famílias de estudantes, aumentando o acesso a produtos culturais .
6. Valorização da Diversidade e Identidade Local
O programa priorizou culturas tradicionais (indígenas, quilombolas, populares) e incentivou sua incorporação no ambiente escolar, promovendo a autoestima e o reconhecimento das raízes culturais dos estudantes .
Impacto e Legado
Em 2010, o Cultura Viva já atingia 9 milhões de brasileiros, incluindo estudantes, com mais de 3.500 Pontos de Cultura em 1.100 municípios. A política foi pioneira ao tratar a cultura como direito básico e ferramenta de inclusão social, embora tenha sofrido retrocessos após 2016 com a redução de investimentos .
DeepSeek
Como a PNAB está impactando a educação brasileira por meio das ações culturais com estudantes de escolas públicas realizadas com apoio da referida politica pública?
A Política Nacional de Cultura Aldir Blanc tem tido um impacto muito positivo na educação brasileira, especialmente ao apoiar ações culturais em escolas públicas. Ela possibilita que estudantes tenham acesso a atividades culturais, como oficinas, apresentações e projetos artísticos, o que enriquece o aprendizado e promove o desenvolvimento de habilidades criativas e culturais. Além disso, essas ações ajudam a valorizar a diversidade cultural do país e incentivam a participação dos jovens na vida cultural, contribuindo para uma formação mais completa e engajada. É uma iniciativa que fortalece a conexão entre cultura e educação, beneficiando diretamente os estudantes e suas comunidades.
Preciso de números e estudos de caso sobre o assunto
Segundo dados do Ministério do Turismo e Cultura, durante o período de implementação da Aldir Blanc, foram destinados bilhões de reais para apoiar artistas, espaços culturais e ações culturais em todo o Brasil.
Estima-se que milhares de escolas públicas tenham recebido apoio para realizar atividades culturais, envolvendo dezenas de milhares de estudantes.
Em alguns estados, projetos culturais apoiados pela política atingiram mais de 100 mil estudantes, promovendo oficinas, apresentações e atividades educativas.
Estudos de caso:
Projeto "Cultura na Escola" em São Paulo: Uma iniciativa apoiada pela Aldir Blanc que promoveu oficinas de teatro, música e artes visuais em escolas públicas, resultando em aumento do engajamento estudantil e melhorias no clima escolar.
Programa de Oficinas Culturais no Ceará: Com apoio da política, várias escolas receberam recursos para realizar atividades culturais, levando a um aumento na participação estudantil em atividades extracurriculares e na valorização da cultura local.
Impacto avaliado:
Relatórios preliminares indicam que ações culturais apoiadas pela Aldir Blanc contribuíram para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, aumento da autoestima e fortalecimento do senso de identidade entre os estudantes.
Além disso, esses projetos ajudaram a democratizar o acesso à cultura, especialmente em regiões mais vulneráveis.
O grande Odair José em uma de suas icônicas canções convida-nos a fazer a noite mais linda do mundo. Ele afirma na canção, e eu concordo "Felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes"
E, o que fazer para aumentar a quantidade destes momentos? Faça arte! é a resposta da jovem e talentosa cantora paraense Aíla.
E como fazer arte sem leis de fomento é muito dificil, muito complicado, começo essa postagem fazendo louvação as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, principais responsáveis pelas duas noites lindas que vivi esta semana, a primeira em 14/05 com a abertura do Cinema do Centro, sucedâneo do Cine Vitória, junto com o lançamento do belo curta de homenagem "em vida" ao artista performer Benedito Letrado, brilhante documentário realizado por Sérgio Borges, o documentarista mais "sergipano" e profícuo que temos nas terras de Serigy, Aperipê e de tantos outros bravos lutadores e lutadoras que temos e tivemos, inclusive no campo da arte e da cultura. Muitos, decerto a maioria, que podem ser lembrados com os versos belos, mas melancólicos da canção "Guardanapos de Papel" de Milton Nascimento e com Bomfim da banda sergipana Naurêa.
"Na minha cidade tem poetas, poetas
Que chegam sem tambores nem trombetas, trombetas
E sempre aparecem quando menos aguardados
Guardados, guardados
Entre livros e sapatos, em baús empoeirados
Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares
Onde vivem com seus pares, seus pares
Seus pares e convivem com fantasmas
Multicores de cores, de cores
Que te pintam as olheiras
E te pedem que não chores
Suas ilusões são repartidas, partidas
Partidas entre mortos e feridas, feridas
Feridas mas resistem com palavras
Confundidas, fundidas, fundidas
Ao seu triste passo lento
Pelas ruas e avenidas
Não desejam glórias nem medalhas, medalhas
Medalhas, se contentam
Com migalhas, migalhas, migalhas
De canções e brincadeiras com seus
Versos dispersos, dispersos
Obcecados pela busca de tesouros submersos
Fazem quatrocentos mil projetos
Projetos, projetos, que jamais são
Alcançados, cansados, cansados nada disso
Importa enquanto eles escrevem, escrevem
Escrevem o que sabem que não sabem
E o que dizem que não devem
Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas
Como se fossem cometas, cometas, cometas
Num estranho céu de estrelas idiotas
E outras e outras
Cujo brilho sem barulho
Veste suas caudas tortas
Na minha cidade tem canetas, canetas, canetas
Esvaindo-se em milhares, milhares, milhares
De palavras retorcendo-se confusas, confusas
Confusas, em delgados guardanapos
Feito moscas inconclusas
Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
Que eles vêem nos vão dizendo, dizendo
E sendo eles poetas de verdade
Enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar
Do que eles juram que não viram
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas
Como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas
Lançadas ao espaço e ao mundo inteiro
Inteiro, inteiro, fossem vendo pra
Depois voltar pro Rio de Janeiro"
Naurêa - Bomfim - Sambaião Ao Vivo
Flores em vida! 💐
Foi com emoção, arte e casa cheia que o Cine Walmir Almeida abriu suas portas nesta quarta-feira, 14, com a exibição gratuita do curta-metragem Benedito, de Sérgio Borges.
O curta homenageia o multiartista Benedito Letrado, que prestigiou a noite de celebração da memória, resistência e talento sergipano! Aracaju agora tem um cinema no coração da cidade. Venha viver essa experiência!
Já a segunda noite, foi vivida ontem, 17/05, com a companheira de vida Irene Smith, assistindo no átrio do Museu da Gente Sergipana ao show em homenagem ao grande compositor sergipano Ismar Barreto, falecido em 2006, com apenas 53 anos de idade, deixando uma obra impecável e digna de ser regravada por grandes interpretes da música nordestina e brasileira, além de Amorosa, intérprete memorável de duas canções simbolos de Ismar. "Sofrendo" e "Coco da Capsulana".
Abaixo, artigo da autoria de Marcelo Rangel escrito para o Overmundo em 2006, ano de lançamento do portal de conteúdo cultural mais "arretado" que conheci e onde também escrevi. Um portal sobre cultura independente, periférica, alternativa e coisa e tal. Um portal que deveria voltar, em especial em tempos de revolução cultural na qual estamos imersos, mesmo que muitos não queiram (*), nesse governo Lula 3 com as leis de fomento e legislação arrojada e amistosa, ampliando e aprimorando conquistas da criação e da produção cultural brasileira nos governos Lula 1 e 2 e Dilma 1, principalmente, como nunca antes nesse país.
P.S.: 1 -Agradecimentos a Irene Smith que, pesquisando sobre a Ismar Barreto no meio do show, encontrou e me recordou a pérola de texto a seguir.
2- Completamos essa noite feliz de sábado em casa, com uma garrafa de vinho chileno, petiscos frios, ouvindo a boa música de Tiê e da Céu na companhia de nosso casal de cachorros....
3 - (*) Nota Oficial da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura sobre o Corte no Orçamento da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB)‼️
A Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNdPC) vem a público expressar sua profunda preocupação e indignação diante do relatório aprovado pelo Congresso Nacional nesta última quinta-feira, 20/02, sob relatoria do senador Angelo Coronel (BA – PSD), que determina um corte alarmante de 84% nos recursos destinados à Política Nacional de Fomento à Cultura Aldir Blanc (PNAB).
O orçamento, que deveria assegurar R$ 3 bilhões, foi drasticamente reduzido para insuficientes R$ 480 milhões.
Como instância colegiada que representa a rede nacional dos Pontos e Pontões de Cultura, reafirmamos nosso compromisso com a defesa intransigente dessa política pública essencial para todas as dimensões da cultura, mas, sobretudo, para garantir os direitos culturais e a cidadania cultural das comunidades e territórios que mais necessitam de reconhecimento, proteção e acesso.
A CNdPC conclama toda a rede nacional dos Pontos e Pontões de Cultura, suas comunidades e fóruns locais, regionais e estaduais a entrarem em estado permanente de mobilização contra o corte orçamentário da PNAB.
Lula sanciona lei que torna permanente a Política Nacional Aldir Blanc. aqui
A despedida 'arretada' de Ismar Barreto
Arte de Thales Brandão com fotos de Márcio Garcez (AAN) e Arquivo JC
Marcelo Rangel · Aracaju, SE
8/6/2006
Este relato poderia ter um tom de lamento e pesar. Afinal, dois dias antes deste texto ser escrito, o estado de Sergipe perdeu um de seus maiores compositores, o versátil Ismar Barreto. Perder não é o verbo mais adequado. Afinal, seu humor e sua personalidade histriônica são imortais estão registradas em suas composições, que vão ficar para as próximas gerações de sergipanos. E o que se passou logo após a sua morte não dá para ser descrito exatamente com a melancolia que costuma cercar as cerimônias fúnebres.
Ismar vinha lutando contra um câncer diagnosticado quase um ano antes de sua morte, vindo a falecer na manhã do dia 02 de junho. Tive o privilégio de estar presente na última vez que cantou em público. Era o aniversário de uma de suas irmãs, Marlene. Mesmo já bastante abatido pela doença, tocou e cantou com o filho Netinho e seu grupo de samba para uma platéia de amigos e parentes. Foi um desses momentos mágicos, em que a emoção foi suplantada pela alegria de ver pai e filho em comunhão musical não planejada.
Velando Ismar
Foi um dos funerais mais animados em que já estive. Um sorriso maroto estampava o rosto do defunto, era o comentário geral. No início, a tristeza tentou dominar o ambiente. Foi então que, logo no início da tarde, Pantera, um dos grandes intérpretes da noite aracajuana, tratou de afugentar a maldita com a música de Ismar. É óbvio que todos lamentavam sua partida, mas de um jeito especial, mais adequado a sua personalidade. Para início de conversa, ele havia pedido para ser enterrado vestido de travesti. Não foi atendido, já que os amigos e a família acharam melhor que estivesse elegante, com o seu característico chapéu panamá, bem do jeito malandro e boêmio que lhe era peculiar.
Aliás, o fino da bossa aracajuana foi ao funeral despedir-se do compositor: “boêmios e analistas, loucos e bichas, palhaços e compositores... petistas e otimistas, ricos e artistas, urologistas, sapatões...”. Exatamente como na canção “Madrugada”, mil vagabundos contrabandeavam corações. Choravam a fauna e a flora que ele descreveu tão bem. No entanto, como a mesma canção preconizava, a melancolia ali não tinha vez. Alguém chega com um CD contendo gravações caseiras, que é imediatamente tocado e ouvido com atenção. Um telão foi instalado no local para exibir a gravação de uma homenagem em que vários intérpretes executavam suas músicas. Políticos de todas as facções, autoridades, familiares, doutores, músicos de vários estilos, amigos e amigas lembravam de suas “armadas”, de sua verve indolente, seu jeito meio bruto. Seu tio, Milson Barreto, contava que ele havia ligado do hospital dez dias antes, para dizer que fecharia uma rua para comemorar o aniversário do tio no mês de junho. Como o senso de humor é predominante na família, ele dizia que Ismar, apesar de não ter vivido para fazer a comemoração, havia lhe dado um “presentão” de aniversário: seria enterrado no túmulo da família do tio, então este não poderia morrer durante três anos.
No bar da esquina próxima ao local onde o corpo foi velado, seu parceiro João Alberto e uma roda de amigos bebiam cerveja em sua intenção. Um copo (cheio) para o falecido era mantido na mesa. A bebida era regularmente trocada, “porque Ismar não bebia cerveja quente”. Após secarem a bebida do primeiro bar, dirigiram-se a um segundo do outro lado da rua. Ainda mais boteco do que o primeiro, o pequeno estabelecimento da Rua Itaporanga, centro de Aracaju, parecia adequar-se até mais ao boêmio homenageado. Os camaradas já agendavam outro encontro. “Vamos nos encontrar para falar mal de Ismar”, combinavam eles em meio a risadas. Uma das esposas sintetizou bem a cena: um bando de homens rindo e bebendo, mas segurando o choro. Sabiam que a perda era irreparável para eles, para a cidade, para a música popular sergipana, mas procuravam manter vivo seu espírito, recordando as peripécias da juventude, o bom coração e suas tiradas inspiradas. Não satisfeitos, estacionaram um carro e ligaram o som bem alto para ouvir a voz do amigo nas composições que todos cantavam divertidamente. O grupo foi crescendo e já ocupava a calçada até a esquina da Rua Siriri, com algumas das figuras mais expressivas e atuantes da vida cultural da cidade. A vizinhança deve ter estranhado a movimentação, animada demais para um velório.
No dia seguinte de manhã, houve cantoria antes de o corpo ser levado num carro do Corpo de Bombeiros para o cemitério Santa Isabel, também no centro da cidade. No caminho, mais piadas eram disparadas pelos amigos: “segura o Ismar que ali tem um cabaré e ele pode querer fugir pra ir lá”. Não se pode dizer que o ambiente no cemitério era exatamente festivo. A tristeza e a dor predominavam e o talento do músico foi exaltado em discursos emocionados, mas sempre havia alguém que falava algo engraçado, quebrando a tensão. As mulheres, um capítulo à parte na biografia do artista, capricharam no visual: estavam elegantes e especialmente belas. O preto não foi o básico. Pareciam ter combinado que usariam roupas coloridas. Sem excessos, mas atraentes, numa produção especial para o adeus ao famoso mulherengo.
Na saída, ao invés de mais choro e lamento, uma certa leveza parecia ter tomado conta dos corações. “Chegamos em casa bem dispostos e ficamos lembrando do meu tio e rindo das histórias dele. Parecia que todos haviam sido abençoados, foi um dia leve e muita gente ligou pra gente comentando isso”, testemunhou sua sobrinha Ananda. Ao ouvir isto, fiquei pessoalmente surpreso e confessei a ela que também tivera um dia ótimo depois do enterro. Fui caminhando para casa cantarolando “Viver Aracaju”, que Ismar compôs quando viveu longe dos bares e recantos da capital de Sergipe e é considerada o hino informal da cidade onde o artista viveu a maior parte de seus 52 anos:
(...)
comer muito siri
andar de pé no chão
descer a Laranjeiras
entrar no calçadão
ir para Pirambu
beber lá no Dedé
pegar uns aratu
tirar bicho de pé
voltar pra Aracaju
tomar um murici, então
à noite eu vou lá no Fan’s
tomar chopp com o Pascoal
papo vai papo vem
fofocar não faz mal
(...)
e quando o dia raiar
vou ver a vida nascer
te amo, Aracaju
resolvi te viver!
Trajetória
Mesmo com apenas dois CDs gravados, Ismar produziu um enorme repertório, do qual algumas canções são bastante conhecidas em sua terra. Seguindo a tradição de mestres como Braguinha, passeava por estilos aparentemente antagônicos. Suas bem-humoradas composições são célebres, algumas com críticas bem mordazes, mas também soube escrever versos que beiram o lirismo, apaixonados pela vida e pelos amores que teve. Descreveu becos e bares por onde andou e chegou a compor em parceria com nomes como Antônio Carlos & Jocafi, Xangai, Dominguinhos, Paulo Diniz, Eliezer Setton e Zinho. Na área publicitária compôs mais de 1.200 jingles comerciais, institucionais e políticos que caíam na boca do povo.
Olhava bastante para o seu próprio umbigo e o de sua terra. São freqüentes as referências a amigos - como no chopp da letra acima com o jornalista e produtor cultural Pascoal Maynard, companheiro de muitas rodadas. Recheou seus versos com regionalismos que são verdadeiros registros etnográficos da oralidade nordestina, a exemplo de “Coco da Capsulana”, vencedora do Festival Canta Nordeste de 1993 na voz de Amorosa, a itabaianense que é uma de suas mais notórias intérpretes. Em outra canção vencedora do mesmo festival em 1994, “Salada Tupiniquim”, satirizou popstars com uma certa verve antropofágica:
(...) Quando Pero Vaz de Caminha escreveu
Que aqui plantando tudo dá
Muita gente na Europa até deu
Vontade de se mudar pra cá
(...) E quem veio de lá pode ver
A Madonna dançando chen-nhen-nhen
Rolling Stones garçom em Olinda
Michael Jackson na Febem de Belém
Príncipe Charles catando caranguejo
Lady Di descascando aratu
Gorbachev enfermeiro em João Pessoa
Mike Tyson porteiro do Olodum
Maradona chofer em Maceió
E o Rambo gari em Aracaju (...)
O duplo sentido, a malemolência e a picardia, tradicionais na música popular nordestina, também eram o seu forte. Na minha humilde opinião, algumas de suas composições assumidamente bregas - “Porteiro de Cabaré”, por exemplo – são mais criativas e musicalmente ricas do que muitas outras que exploram este filão. Um velhinho de vermelho, cercado de veadinhos e que gosta de anões, na visão ferina de Ismar virou “Papai Noel Boiola”. Nesta última em especial, seu escracho beira o sublime ao utilizar um arranjo jazzístico para uma tremenda gozação com o bom velhinho.
É certo que a cultura sergipana perdeu um de seus expoentes. Mas está eternamente premiada com o talento acumulado da obra de Ismar. Os botecos e a boemia de Aracaju também sentirão sua falta, mas seu espírito farrista e festeiro vai perdurar. E creio que esta onipresença deve fortalecer a cultura, pois alimenta não apenas a história musical, mas também a memória emotiva. Mais do que uma personalidade, Ismar é personagem legítimo deste estado; música, voz e verso do povo que habita a faixa de terra entre os rios Real e São Francisco, um povo que ele soube retratar tão bem através de sua música. Mesmo tendo sido tão timidamente reconhecido em nível nacional - por alguma razão que só a lógica do mercado deve conhecer – acredito que perde também a cultura brasileira, considerando que esta é fruto da fusão das diferentes culturas regionais. Que viva para sempre Ismar Barreto, nos corações e na música que pulsam em Sergipe.
Tributo a Ismar Barreto, iniciativa da Sobrames Sergipe
Lançamento da Antologia Sentidos com Sarau especial Viver Ismar Barreto, da Sobrames Sergipe, realizado no Café do Museu da Gente Sergipana, em 16 de outubro de 2019, com um novo olhar sobre a obra do saudoso compositor e músico sergipano. Direção Musical de João Alberto. Coordenação Geral: Lucio Prado Dias e Pascoal Maynard. Imagens e áudio: Pascoal Maynard. Realização: Sobrames Sergipe