Na década de 1880, face ao crescente interesse das potências europeias pelo continente africano, também Portugal quis fazer valer o seu “direito histórico” na África, elaborando um plano, que ficou conhecido como o “mapa cor de rosa”. Tratava-se basicamente de ligar Angola a Moçambique por uma linha férrea, acrescentando centenas ou milhares de quilómetros de cada lado! Apesar de arrojado, não era para a época de modo algum insensato, o que levou a França e a Alemanha a concordarem com a pretensão lusa. Portugal, contudo, já dava sinais nítidos de decadência do seu império (o Brasil tinha decretado a sua independência), e internamente, o enfrentamento da monarquia com as forças republicanas atingia uma tensão insustentável. A Inglaterra opôs-se veementemente a este projeto.
“Heróis do mar, nobre povo, Nação valente, imortal, levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal! (...) Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre mar, às armas, às armas! Pela Pátria lutar! Contra os canhões, marchar, marchar!”
O embaixador português em Londres trabalhou em favor dos ingleses! A monarquia alegava laços ancestrais. Com isso, a já fragilizada dinastia de Bragança, assinava o seu fim! Acusada de conspirar contra a pátria, viu surgir com força implacável os ideais republicanos, que poucos anos depois aboliriam o antigo regime e proclamariam a República. Os “traidores” pagaram com a vida; o regicídio de 1908 matou o rei e o príncipe herdeiro. Este episódio triste da história portuguesa revela duas coisas: em momentos difíceis da nação, a soberania não pode ser negociada, custe o que custar, porque daí deriva a própria essência do que se é como país independente! Em segundo lugar, é exatamente em circunstancias delicadas e constrangedoras, que se revelam os verdadeiros patriotas.
O Brasil vive sob um ultimato! É grave afirma-lo, mas não restam dúvidas perante as cartas “midiáticas” de Trump! Ou a justiça brasileira se submete à humilhação de rasgar os ditames constitucionais e subverter os trâmites processuais legítimos e normais, ou o país amarga pesado tarifaço sobre os seus produtos exportados aos EUA. Não existe eufemismo para esta operação! Talvez o que nos surpreenda não seja a verborreia do presidente americano que já mostrou o quanto é falastrão e mentiroso. São os cerca de 20% de brasileiros (e vários políticos de renome) que apoiam a bizarrice do hóspede da casa Branca. Não existe nenhuma justificativa para esta aberração. Os magnatas do Agro sabem e os grandes industriais também, que pesa acima de tudo uma enorme injustiça e uma falácia, uma vez que o Brasil respondeu por 1,2% dos produtos importados pelos Estados Unidos e por 2,39% das exportações americanas, de janeiro a maio deste ano.
O nome do caldo litigioso é outro! São as bilionárias big techs! Promotoras de fake News, de misoginia, de atentados contra a Democracia e Estado de Direito, aptas a derrubar regimes legitimamente eleitos. Seus donos almoçam em Washington! Trump sabe onde quer chegar. Mas o Brasil tem instituições sólidas o suficiente para brecar seus intentos escusos!
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