segunda-feira, 31 de julho de 2017

Textos "fresquinhos" para entender a esfinge Brasil. Ou fazemos isso, ou seremos devorados ainda mais.

Zelito Coringa
Ainda há tempo de acordarmos desse retrocesso vil, avante do lugar onde vivemos e podemos fazer diferente. Os 20 anos de congelamento foi aprovado, os direitos trabalhistas retirados, a farsa da reforma dos aposentados se encaminha na calada da noite. 

Deputados e Senadores corruptos são comprados a preço de ouro, e quem dirá que há crise econômica nesse país? Se você vem de uma família sem posses, de pais dignos e lutadores por favor não defenda os chicotes disfarçados de "Mitos" o golpe já foi dado, por isso muita calma, leitura e ação.

Retrocesso

Com Temer, o Brasil volta à condição de Colônia

por Rodrigo Martins publicado 27/07/2017 00h30, última modificação 26/07/2017 17h4. Fonte: Carta Capital

Como no passado, o País se reduz à condição de plataforma exportadora de commodities



Engenho de Itamaracá, de Frans Post

Engenho de Itamaracá
"Os programas de demissão voluntária são os primeiros sintomas da reforma trabalhista", diz Ana Cláudia Monteiro, da ANPT







Em pouco mais de um ano, Michel Temer conseguiu um improvável feito: reduzir o País à condição de colônia, submetida a uma nova metrópole. Diante da impossibilidade físico-temporal de retroagir no tempo, seu projeto guarda certas singularidades em relação ao modelo do Brasil Colônia, mas a arquitetura é a mesma.

Com um mercado doméstico fragilizado e abastecido por produtos manufaturados importados, a produção orienta-se quase exclusivamente para o mercado externo. Como no passado, os produtos de exploração são as commodities agrícolas e minerais. As adaptações impõem-se por força das atuais circunstâncias. Os juros da dívida pública somam-se aos valiosos artigos oferecidos ao mercado.

A metrópole não é mais Portugal e, sim, as multinacionais e o sistema financeiro. Em vez da mão de obra escrava, o trabalho assalariado precarizado, o que igualmente inviabiliza o consumo interno. No lugar dos poucos representantes da Coroa portuguesa, um Estado mínimo, ausente na prestação de serviços essenciais à sociedade.
Leia Mais:
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A análise é do economista João Sicsú, ex-diretor de Políticas e Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor do Instituto de Economia da UFRJ.

“Do congelamento dos gastos públicos por 20 anos à reforma trabalhista recém-sancionada, todas as iniciativas do governo Temer levam à conversão do Brasil em uma plataforma exportadora de produtos básicos, pois o mercado doméstico está sendo dilapidado”, afirma.

“O barateamento da mão de obra não traz qualquer vantagem competitiva para quem produz para o consumo interno, pois todos os empresários terão esses custos reduzidos e, a médio prazo, o rebaixamento salarial afetará ainda mais o poder de compra das famílias.

Somente quem produz para o mercado externo terá algum benefício. O País, por decisão da elite política e financeira, entrará na divisão do trabalho globalizado como uma colônia moderna.”

A dependência do mercado internacional torna-se cada vez mais evidente. Em dois anos de recessão, 2015 e 2016, o PIB brasileiro encolheu 7,2%. Festejado pelo ministro da Fazenda,Henrique Meirelles, o crescimento de 1% verificado no primeiro trimestre deste ano deve-se, sobretudo, à supersafra agrícola e às exportações, que cresceram 4,8%.

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Meirelles escora-se no bom momento do agronegócio (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Sem isso, a variação do PIB ficaria próxima de zero, pois houve queda no consumo das famílias (-0,1%), do governo (-0,6%) e do investimento (-1,6%).

Até mesmo a geração de empregos formais tem sido salva pelo boom do agronegócio. Entre demissões e contratações, foram gerados 67,3 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre de 2017. O campo criou 117 mil vagas e compensou o mau desempenho de setores como comércio (123 mil vagas fechadas) e construção civil (33,1 mil vagas a menos).

Com 14,2 milhões de desempregados, segundo o último balanço divulgado pelo IBGE, o Brasil vê o seu mercado doméstico evaporar. Do último trimestre de 2014 até o primeiro de 2017, o consumo das famílias contraiu-se cerca de 10%. O problema tende a se agravar com a precarização da mão de obra.


Sancionada por Temer sem vetos, a reforma trabalhista altera 117 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e fere de morte todo o arcabouço jurídico de proteção laboral. Com as brechas abertas na legislação, empregados formais podem ser substituídos por falsos autônomos e por falsas pessoas jurídicas, eximindo os tomadores de serviços do pagamento de direitos como férias e 13º salário, além de afastar a ameaça de processos na Justiça do Trabalho.

Legalizou-se, ainda, um extenso leque de vínculos empregatícios precários, assentados em contratos de trabalho temporário, parcial e intermitente. “Os Programas de Demissão Voluntária abertos em bancos públicos e privados são os primeiros sintomas dessa reforma”, diz Ana Cláudia Bandeira Monteiro, vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho.


“Agora, as empresas têm várias opções para baratear o custo da mão de obra. De nada adianta estabelecer uma quarentena para evitar que o funcionário seja demitido e recontratado pela mesma empresa. Com tantos desempregados, há um enorme exército de reserva.”

Enquanto o poder de compra do trabalhador está ameaçado, a capacidade de investimento do Estado está comprometida desde a aprovação da Emenda 95, no fim do ano passado. Até 2036, o aumento dos gastos federais está restrito à variação da inflação.


Em outras palavras, a União não poderá destinar mais recursos para projetos de infraestrutura ou para áreas historicamente subfinanciadas, como saúde e educação. Ademais, a contração de despesas públicas reduz ainda mais a demanda interna.

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Com o trabalho precarizado, a aposentadoria tornou-se um sonho cada vez mais distante (Foto: Jadson Marques/Futura Press)
“É uma camisa de força. Ainda que a população eleja, nas próximas eleições, um governante comprometido com um programa de desenvolvimento nacional, ele estará amarrado à regra. Precisaria ter maioria qualificada no Parlamento para alterar a Constituição”, lamenta Eduardo Fagnani, professor do Instituto de Economia da Unicamp. A medida ameaça o futuro do País. O congelamento de gastos inviabiliza, por exemplo, o cumprimento da meta de universalizar o atendimento das crianças e adolescentes em idade escolar até 2020, como prevê o Plano Nacional de Educação.

Atualmente, 2,8 milhões de brasileiros entre 4 e 17 anos estão fora da escola, segundo o Censo Escolar.

“Além da questão quantitativa, há o desafio de melhorar a qualidade da educação pública, o que implica melhor formação dos professores, investimentos em material didático alinhado com as novas diretrizes curriculares e também a valorização da carreira docente”, alertou o filósofo Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação, quando o Congresso debatia o tema.

Na Saúde, o congelamento de gastos ganha contornos dramáticos. Estima-se que a população idosa passará de 16,8 milhões em 2016 para 36,1 milhões em 2036. Além da transição demográfica, há uma mudança no padrão de enfermidades.


A partir de 2030, projeta a Organização Mundial da Saúde, as principais causas de mortalidade no mundo não serão mais as doenças cardiovasculares ou cerebrovasculares, e sim as neoplasias (câncer), que têm um custo de tratamento muito superior.

“Enquanto o quadro epidemiológico se torna mais complexo, enquanto a população envelhece velozmente, enquanto a pressão da sociedade pela incorporação de novas tecnologias se agudiza, o governo acena com um futuro de graves restrições do ponto de vista econômico para a saúde”, resume o médico sanitarista José Gomes Temporão, ex-ministro de Lula, em recente artigo publicado no site de CartaCapital.

Presidente do Conselho Nacional de Saúde, Ronald Ferreira dos Santos alerta para a progressiva diminuição de recursos para a área. “No decorrer de 20 anos, o porcentual de gastos públicos vai cair de 3,8% para 1% do PIB”, afirma. “Vai ferir de morte o SUS. Se a medida não for revertida, podemos desistir da ideia de um sistema universal de saúde.”

Atualmente, há seis ações no Supremo Tribunal Federal questionando a constitucionalidade da Emenda 95, apresentadas pela Associação dos Magistrados Brasileiros, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, pela Federação Nacional dos Servidores e Empregados Públicos Estaduais e do Distrito Federal e por três partidos políticos: PDT, PSOL e PT.


Em parecer entregue à Corte na segunda-feira 17, a Defensoria Pública da União pediu para participar dos processos na condição de amicus curiae. A entidade sustenta que a medida promove um “desmantelamento do Estado”, além de inviabilizar o direito à saúde e à educação pelo estrangulamento de recursos.
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Com 14,2 milhões de desempregados no País, o empresário dita as regras
Bode introduzido na sala pelo próprio governo, a Emenda 29 tem sido utilizada como instrumento de chantagem para a açodada aprovação da reforma da Previdência. Sem ela, vaticina o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, a União não teria condições de pagar todas as aposentadorias e pensões a partir de 2020 – ultrapassaria o teto de gastos em 2,6 bilhões de reais.
Segundo a proposta de Temer, o trabalhador deve acumular 25 anos de contribuição para ter acesso à aposentadoria parcial, e 49 anos para ter direito ao valor integral. A exigência, associada à liberação das terceirizações e de outras modalidades de trabalho precário, pode excluir grande parcela da população, alerta Fagnani, da Unicamp.

“É preciso considerar que esse trabalhador viverá diversos períodos de inatividade. Portanto, esse período de contribuição pode representar, na verdade, 35, 40 anos de serviço, dentro e fora do sistema formal.”

Na modalidade de trabalho intermitente, para citar um exemplo, o empregado é convocado para trabalhar com três dias de antecedência, momento no qual é informado da jornada a ser cumprida. Ele pode aceitar ou não a proposta, e receberá apenas pelo período efetivamente trabalhado, em horas.


O tempo de inatividade, no qual fica à disposição do contratante, é desconsiderado. Ao cabo, esse funcionário sequer tem a garantia de que trabalhará o suficiente para amealhar um salário mínimo. Caso isso aconteça, ele terá de complementar do próprio bolso a contribuição previdenciária correspondente ao mínimo. Sem isso, o mês trabalhado não contará no cálculo da aposentadoria.

Em relatório apresentado na sede das Nações Unidas no início de julho, um grupo de mais de 20 organizações da sociedade civil, que monitora o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, alerta para o risco de pauperização dos brasileiros em um cenário marcado pelo elevado desemprego, pela supressão de direitos trabalhistas e pelo congelamento dos gastos públicos por 20 anos. Três anos após o Brasil sair do Mapa da Fome da ONU, a insegurança alimentar volta a ameaçar as famílias mais pobres, emendam as entidades.

Ex-ministra do Desenvolvimento Social de Dilma Rousseff e uma das responsáveis pela drástica redução dos índices de extrema pobreza e insegurança alimentar nos últimos anos, Tereza Campello alerta, ainda, para a redução do número de beneficiários do Bolsa Família. “Quando Dilma Rousseff deixou o cargo, em maio de 2016, o programa beneficiava 13,8 milhões de famílias.


Hoje, contempla 12,7 milhões. Ou seja, mais de 1 milhão de famílias, ou 4 milhões de brasileiros, ficaram sem esse complemento de renda”, observa. “Tenho notícias de que as pessoas batem na porta da assistência social, mas enfrentam muitos obstáculos. Fala-se em 550 mil inscritos à espera de receber o benefício. Acredito que a fila é muito maior, e tem gente sendo desligada.”
Apresentada à ONU, relatório alerta para o risco de pauperização da população brasileira (Foto: Fabio Costa/FotoArena)
No fim de junho, o governo decidiu suspender o reajuste do Bolsa Família que havia prometido. O aumento de 4,6% no benefício não cabia no Orçamento, por gerar um impacto de 800 milhões de reais em 2017, justificou o ministro Osmar Terra, atual titular da pasta do Desenvolvimento Agrário. Duas semanas depois, Temer sancionou uma lei com reajustes nos salários de auditores fiscais, médicos peritos, técnicos do Banco Central e outras categorias de servidores – um impacto de 8 bilhões de reais, dez vezes mais do que seria gasto com o Bolsa Família.

Não é a primeira vez que o governo favorece castas privilegiadas do funcionalismo. Em 29 de dezembro, Temer reajustou o salário mínimo de 880 para 937 reais, abaixo do valor autorizado pelo Congresso no Orçamento da União: 945 reais. 
 Um dia depois, Temer publicou no Diário Oficial da União a Medida Provisória 765, a prever reajustes salariais para oito categorias de servidores federais, incluindo auditores fiscais e diplomatas, com vencimentos iniciais superiores a 19 mil reais.

A concentração de riqueza e a pauperização dos trabalhadores inviabilizam qualquer projeto de desenvolvimento com soberania, alerta Sicsú. “Para não ser dependente da demanda externa, é indispensável ter um mercado interno forte, com milhões de consumidores com poder de compra. Infelizmente, o Brasil reduziu-se, por decisão política, ao papel de uma mera colônia, que de tempos em tempos sofrerá os abalos causados pela variação do preço das commoditie
S.”

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2º texto Quanto tempo e energia será necessário para evitar o Brasil de nossos pesadelos e ao mesmo tempo, reconstruir o legado destruído de décadas de lutas e resistência democrática? 

O que podemos selecionar em termos do mais progressista/humanista que nossos intelectuais, artistas, mestres da cultura e da educação popular foram/são capazes de criar, e que podem melhor nos "armar" com conceitos, instrumentos e métodos de ação?

Leia mais no Blog do Sakamoto 

 


Silêncio da rua contra Temer não é condescendência, mas perda de fé no país, por Leonardo Sakamoto


No blog do Sakamoto

O governo Temer comemora que as ruas não estejam coalhadas de gente pedindo sua cabeça, tal qual ocorreu com Dilma Rousseff. De forma cínica, seus apoiadores afirmam que isso é uma prova de que a população entende que ele tem agido corretamente para tirar o país da crise e confiam em sua honestidade.

Ao mesmo tempo, uma pesquisa CNI/Ibope aponta que Temer, com seus 5% de aprovação, conseguiu a proeza de estar abaixo dos pisos atingidos por Collor (12%), Dilma (9%) e até Sarney (7%).

O silêncio na rua, quebrado aqui e ali por manifestações ligadas a movimentos e sindicatos, não significa que a insatisfação não esteja no ar. Mas que há uma sensação de desalento generalizado.

Quem apoiou a saída de Dilma, seja por conta das denúncias de corrupção em seu governo ou pelo desgosto com a grave situação econômica que ele ajudou a construir, agora sente desalento ao perceber que saiu da frigideira para cair direto no fogo. Talvez haja felicidade entre quem professa o antipetismo pelo antipetismo, mas este texto não trata de patologias.

Quem não apoiou e protestou contra sente impotência diante da profusão de denúncias de corrupção decorrentes do fisiologismo a céu aberto do atual governo e sua relação incestuosa com o Congresso Nacional. E com a aprovação de uma agenda de desmonte da proteção social, trabalhista e ambiental, que não foi chancelada pela população através de eleições.

Quem não foi às ruas nem para apoiar a queda de Dilma, nem para defendê-la, grupo que representa a maioria da população, e assistiu bestializado pela TV ao impeachment, segue onde sempre esteve: sentindo que o país não lhe pertence. Entende que as coisas vão piorando e, quando bandidos não retiram o pouco que eles têm, o Estado faz isso. Seja roubando suas aposentadorias, seja violentando-os nas periferias de todo o país.

A falta de gente nas ruas é um sinal que diz mais sobre o sentimento geral do país do que sobre a capacidade de engajamento de movimentos contrários ao atual governo. Mesmo que contasse com o apoio do poder econômico, que financiou e divulgou manifestações pró-impeachment, a rua não atrairia tanta gente. E não apenas porque o momento catártico passou e agora a população, cansada, se retraiu. Mas porque, para muita gente, simplesmente não vale a pena.

A manutenção de um governo cuja legitimidade, honestidade e competência são questionados seria suficiente para levar o país às ruas. Contudo, a sensação é de que boa parte da população, aturdida com tudo o que foi descrito acima, está deixando de acreditar na coletividade e buscando construir sua vida tirando o Estado da equação. O que deixa o Estado livre para continuar servindo à velha política e a uma parte do poder econômico.

O Brasil está cozinhando sua insatisfação em desalento, impotência, desgosto e cinismo. Isso não estoura em manifestações com milhões nas ruas, mas gera uma bomba-relógio que vai explodir invariavelmente em algum momento, ferindo de morte a democracia.

Quando o impeachment foi aprovado, um dos receios era o esgarçamento institucional que a retirada de uma presidente eleita pelo voto popular por um motivo frágil (pedaladas fiscais) em vez de um caminho mais sólido (cassação da chapa por caixa 2) poderia causar. Infelizmente, o esgarçamento aconteceu. Vivemos um momento em que a sensação é de desrespeito a regras e normas, principalmente por parte do governo e de parlamentares, é amplo.

Deixar de confiar na política como arena para a solução dos problemas cotidianos é equivalente a abandonar o diálogo visando à construção coletiva. Caídas em descrença, instituições levam décadas para se reerguer – quando conseguem. No meio desse vácuo, vai surgindo a oportunidade para semoventes que se consideram acima das leis se apresentarem como a saída para os nossos problemas. Pessoas que prometerão ser uma luz na escuridão, mas nos guiarão direto para as trevas.

Ou seja, talvez o tempo da indignação já tenha passado para muita gente. E, por não ter produzido frutos, abriu caminho para a desconstrução daquilo que três décadas de democracia ergueram por aqui.

É triste, mas talvez o principal legado do governo Temer será um não-país.
Foto: Luis Moura /Estadão

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sábado, 22 de julho de 2017

Informativo Ação Cultural – Ano 11 (2016/2017) – Numero 10 – Tiragem 2000 exemplares



Pág 1 – O JARDIM DAS ARTES


Depois de um bom tempo de espera, as oficinas culturais do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania retornaram. O inicio aconteceu em junho de 2016 e prossegue até o presente momento, julho de 2017.  São oficinas de Rap, Teatro, Dança Urbana, Grafite, Dança Moderna  e Audiovisual, além do Cineclube Realidade. 


As  oficinas culturais do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania,  tiveram inicio em 2012 e duraram até o primeiro semestre de 2013. Depois de uma pausa  retornam e encerram  no segundo semestre de 2014.  


Essa iniciativa deita raízes em duas ações realizadas a partir do ano de 2001 no Conjunto Jardim, a Rede de Agentes Culturais do Conj. Jardim, inspirada em experiência semelhante desenvolvida na época pelo Sebrae,  e o Projeto Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte (Ecarte).


Estas ações foram realizadas a partir de uma descoberta  realizada pelo professor Zezito de Oliveira, então  responsável pelo Programa de Desenvolvimento da Escola  no Colégio Leão Magno Brasil -  uma participação expressiva de alunos da escola em grupos culturais -  em especial da área de dança.


Essa participação distinguia estes alunos dos demais,  por causa de uma melhor auto-estima,  de relações saudáveis de amizade com outros da mesma idade,  maior senso de pertencimento a comunidade,  aquisição de  conhecimentos importantes para melhorar o relacionamento com a família, com os professores, com a  comunidade e para o futuro profissional,  assim como protagonismo e liderança e etc., e isso é bastante considerado por aqueles que defendem  a contribuição da arte e da cultura, para a superação da chamada crise da educação e por extensão da atual crise de civilização.


A rede de agentes culturais, durante algum tempo,  reuniu representantes de diversos grupos para iniciativas conjuntas, em especial a elaboração de projetos para  captar recursos financeiros e/ou visando principalmente  trazer profissionais da área artística para aprimorar o trabalho desenvolvido na comunidade.


Daí, decorre a criação do projeto Ecarte que existiu até 2006,  o qual se consolidou no bairro,  com  uma grande produção de trabalho na área de dança moderna, sob a batuta da dançarina, coreógrafa e professora, Cristiane dos Anjos. O projeto Ecarte teve o patrocínio inicial da Coordenadoria Ecumênica de Serviço, tendo  posteriormente, recebido um  pequeno aporte financeiro de  uma missionária católica suíça radicada no Brasil e do diretor da escola em um certo momento, além do trabalho voluntário constante de algumas pessoas.


A partir de 2004,  os grupos culturais de iniciativa dos jovens do bairro,  começam a decair por conta de problemas referentes a falta de apoio em termos de estrutura financeira e espaços físicos para ensaios, decorrente da  falta de politicas públicas no município e no estado para favorecer a permanência, ou a criação de novos grupos culturais juvenis.


O PAPEL DO MINISTÉRIO DA CULTURA, RECRIADO PELO TROPICALISTA GILBERTO GIL EM 2003 


Por outro lado, no ano de 2004 é lançado em Brasilia, por iniciativa  do ministro Gilberto Gil, o  emblemático Programa Cultura Viva – Pontos de Cultura. A proposta do programa veio de encontro à situação de mortandade de muitas iniciativas  culturais  que acontecia  país afora, inclusive no Jardim, como citado. Com base nisso, Gilberto Gil disse em 2003 na Câmara dos Deputados, pretender criar :  “Um vasto programa de apoio às iniciativas culturais que nascem, e na maior parte das vezes morrem, nas periferias e no interior do nosso país, sem que o Brasil possa se dar conta de quanto talento é capaz o seu povo. É um projeto que irá ao encontro da criatividade popular não apenas para levar apoio institucional e técnico, oferecendo aos grupos locais condições reais de expressão, desenvolvimento dos talentos e métodos modernos de comunicação, mas sobretudo a troca de informações e experiências que permitirão livrá-los do anonimato e dos guetos a que estão confinados.”


Com reuniões que tiveram inicio em 2002 no Conjunto Jardim,  e já conectada com a idéia do ministro Gilberto Gil, foi criada no ano de 2004 na cidade de Aracaju, a Associação Cultural ou Ação Cultural como é mais conhecida. Essa iniciativa também utilizou a experiência acumulada no Jardim, como a Rede de Agentes Culturais e o Projeto Ecarte. Como coroamento desse esforço, no ano de 2010/2011,  a Ação Cultural concorreu e foi uma das organizações escolhidas  na seleção pública de projetos, para realizar oficinas culturais com o apoio financeiro do  Ministério da Cultura, e acompanhamento da  Secretaria Estadual de Cultura.


SONHANDO E REALIZANDO


No ano de 2014, pouco tempo antes de falecer, o jornalista e poeta  Araripe Coutinho publicou um manifesto contra a morte de jovens na periferia:  “A escalada da violência no município de Aracaju não é uma surpresa para quem acompanha a cidade e se debruça sobre seus indicadores. A maioria dos bairros não tem nenhuma biblioteca pública, não tem nenhum equipamento esportivo público, os postos de saúde não têm, na sua maioria, medicamentos; as delegacias, fim de semana, estão fechadas e não há nenhum centro cultural. Em todo o município, há proliferação de favelas, enquanto centenas de jovens entre 15 e 19 anos estão fora da escola, metade da população jovem, entre 15 a 24 anos, está desempregada e milhares de crianças (170 mil) necessitam de vaga em creche pública.”


Neste sentido, vale  considerar as oficinas culturais do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania como uma ação que soma com o sonho do poeta e de tantas outras pessoas espalhadas  Sergipe e país afora. Pois como disse outro poeta, Raul Seixas  “Sonho que se sonha só / É só um sonho que se sonha só / Mas sonho que se sonha junto é realidade .”

E aí, quem mais pode ou quer somar?


Escrito por Zezito de Oliveira Educador, licenciado em História (UFS),  especialista em arte-educação popular (Faculdade São Luiz, Cenap-PE e Ceseep-SP) , produtor cultural (Sebrae, FGV, SENAE-DF).Assessor pedagógico das Oficinas Culturais do Projeto Ecarte e do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania (2001 a 2017). Coordenador pedagógico e de produção dos Fóruns Populares de Cultura e Mostras Arte e Cidadania (2004 a 2007). Foi diretor do Complexo Cultural "O Gonzagão" no periodo de 2007 a 2009, além de  idealizador e coordenador de produção da Caravana Cultural Luiz Gonzaga vai à escola (2012 e 2013). Integrante do coletivo organizador das Oficinas de Danças Circulares ( 2004 a 2016) e das Jornadas Ecologia e Espiritualidade. (2011, 2012 e 2017)
Publicado pela primeira vez no blog da Ação Cultural em 24 de julho de 2016


Pág 2 - DOIS RELATOS SOBRE A OFICINA DE TEATRO


1-O grande desafio de ministrar oficina de teatro para esta faixa etária é despertar nesta clientela o gosto pelo fazer teatral e a busca pela “verdade cênica” sem cair nas armadilhas da interpretação histriônica (caracterizada por um padrão de emocionalidade excessiva e necessidade de chamar atenção para si mesmo, incluindo a procura de aprovação).


Definimos com a coordenação pedagógica que o encaminhamento desta Oficina seria, desde seu início, o processo para produção da peça “Vamos Festejar”. Entretanto o foco é dar a cada aluno, enquanto indivíduo, a oportunidade de mais um caminho para o autoconhecimento e perspectivas de socialização.


Considerando que muitos destes alunos ainda não dominam a leitura, optamos não por um texto, mas um pretexto que os instigasse a emoções e sentimentos. Desta maneira, o título “Vamos Festejar” propõe uma visitação às datas comemorativas religiosas e históricas do calendário brasileiro.


 O plano de curso previu mergulhar nas datas comemorativas de um trimestre a cada mês, e no final dele uma apresentação pública do processo para que assim as crianças e adolescentes fossem estabelecendo uma relação com o público e como via de mão dupla, o público pudesse reconhecer as diferentes etapas da formação artística deste grupo. Para levar esta mostra de processo a público, seria necessário vivenciar as etapas de produção, tais como figurinos, maquiagem, marcação de cena no espaço, trilha sonora, confecção de adereços cênicos, divulgação... Foi muito rico o envolvimento de alunos e pais.


Ao final do processo podemos concluir que o sucesso do projeto depende muito do envolvimento da família no que estamos realizando. Alunos cujos pais se sentiram motivados a apoiarem a permanência de seus filhos na atividade sedimentaram um grupo coeso que mantiveram assiduidade e pontualidade desde o início até os dias atuais, fato que podemos apreciar nas listas de frequência.

Professor Eduardo Freitas


2- A oficina de iniciação teatral destinada a crianças e adolescentes no Projeto de Cultura: Juventude, Cultura e Cidadania é mais uma experiência de grande enriquecimento humano e extensão profissional no meu currículo como educadora. Vivências artísticas em épocas, espaços, atores sociais, objetivos, ações e interesses diferenciados são únicas em si. Porém, o que as identifica, as complementa, as conflui é o seu amplo significado e a sua construção coletiva. É revelador e recompensador se deparar com as mudanças preciosas buriladas pela vivência com a arte, com indivíduos mais comunicativos e expressivos no decorrer do processo, na caminhada... Indivíduos num primeiro momento monossilábicos, e em momentos seguintes explorando suas percepções, pontuando observações em meio a temas transversais, produzindo opiniões próprias com inteligência. O teatro promove isso! Claro que a depender muito de quem o está multiplicando. Não acredito em artistas, por exemplo, que não sejam também educadores em suas ações. A oficina neste valoroso projeto de escopo humanizador está propiciando àquela comunidade - possivelmente - a maior oportunidade que os atores sociais nela envolvidos já tiveram, ou terão, de desenvolvimento com a Arte e suas inevitáveis transformações!



Nesses momentos sublimes em que a arte, o teatro, a música se compõem em confluência, cumprindo sua mais nobre função - *Enobrecer os sentimentos do homem, enriquecer-lhe a vida, proporcionar-lhe alegria e sentido -, nascem grandes pensamentos, escritores, pintores, desenhistas, poetas, letristas..., nasce a curiosidade! Assim como cresce a autoestima, o desejo de realizar, de sonhar, de aprender, de estar, de descobrir, de crescer, de ser!



Em um desses sublimes momentos, em meio a um debate acerca de um tema transversal, uma frase me chamou bastante atenção, a qual foi dita, criada, pensada pela adolescente de nome Graziela, que tem a idade de 13 anos se não me falha a memória: (...) “A televisão fala o que o dinheiro pede”. Sem dúvida, um olhar ampliado acerca dessa realidade que poucos adultos têm! Enfim, além de tantos outros incríveis momentos. São momentos como esses que me permitem seguir acreditando que a Arte deve estar em todo e qualquer lugar, pois ela é parte indubitavelmente significativa para as transformações sociais que desejamos e necessitamos, para que não nos percamos como humanidade.



*Meishu-Sama, espiritualista e o criador da igreja messiânica e do Jhorei.



Período da Oficina: Junho de 2016 a julho de 2017. Clientela atendida: Alcance de 63 Crianças e adolescentes na faixa dos 7 aos 12 anos, estudantes das escolas “Julia Teles”, “Leão Magno” e “Maria da Conceição”

Professora Tânia Maria


3ª JORNADA ECOLOGIA E ESPIRITUALIDADE


Mais uma vez a Ação Cultural realizou a Jornada Ecologia Espiritualidade (3JE). Desta vez nos dias de 05 a 07 de maio de 2017  na comunidade bom pastor (bairro Stos Dumont-Aracaju) As duas primeiras foram realizadas em 2011 e 2012. 


E como aconteceu nas duas primeiras edições, mais uma vez   o Ponto de Cultura Juventude e Cidadania colaborou  cedendo a estrutura de equipamento de  som e audiovisual, assim como através da participação da oficina de dança que preparou uma coreografia especial, utilizando a música “Sol de Primavera”  de Beto Guedes. 


A JE é uma iniciativa que busca colaborar  no processo de articulação e  formação politico pedagógica de uma rede de ativistas e educadores sociais,  que considerem de forma integrada, a arte, a ciência, a educação popular,  o conhecimento bíblico e as diversas tradições espirituais, como bases metodológicas e éticas para a compreensão e comprometimento com as causas ambientais nos tempos atuais.


O projeto é direcionado para agentes e animadores de comunidades, pastorais e movimentos religiosos, além de educadores, estudantes e  integrantes de  movimentos, organizações e coletivos  sociais, culturais e ambientais.
Opinião dos participantes da Jornada Ecológica

      Muito boa, não é somente na quaresma, mas todo o ano que devemos vivenciar e aprofundar a Campanha da Fraternidade; Despertou o olhar para a natureza, para a criação; Importante e necessário, uma decisão acertada, abre os horizontes e deixa o desejo de ir além;  Olhar diferente depois da jornada: Somos parte da natureza; Um reforço muito intenso para novas atitudes; O local foi propício, maravilhoso e favorável para a abordagem do tema; A  animação cultural  muito boa; O assessor Roberto Malvezzi “Gogó” superou a expectativa; A roda de conversa da sexta-feira foi muito boa; O pessoal que veio da Bahia está de parabéns pelo esforço de virem de tão longe;


Participação de 40 pessoas. Organizado por um coletivo de 8 pessoas, representando 5 organizações. Apoio logístico e financeiro de uma rede de quase uma dezena de apoiadores.


O RAP COMO JANELA PARA OLHAR O MUNDO PRÓXIMO E DISTANTE.


Relato da alegria em uma dia de oficina de RAP na escola, com dois adolescentes da comunidade.

Na oficina de Rap no dia 17/06/2017 o menino evangélico se surpreende com a mistura do rap com a música nordestina no momento em que o documentário apresenta o rapper RAPadura.
Já David o educador/instrutor da oficina de RAP, comenta que encontrou em suas pesquisas sobre o assunto na internet, informações a respeito de uma tribo na Àfrica que fazia a transmissão oral das suas histórias e cultura utilizando rimas ou na forma poética. Ficou de pesquisar mais a respeito.

David que é compositor de RAP lembra que seu pai gostava muito de literatura de cordel e costumava ler livretos em família. Pensa em conhecer mais sobre a literatura de cordel e a poesia em geral. O RAP foi/é a porta de entrada. Lembro a história da discussão drogas leves como caminho de entrada para drogas pesadas. Ora pois, cultura Hip-Hop na veia tio.

O menino evangélico também fala a respeito dos RAPs com letra pesada, cheio de palavrões e descobre que tem muito mais do que isso na cena do RAP, além do que ele conhecia.

O conceito de "periferia" também foi discutido na reunião, a partir da pergunta de um dos aprendizes da oficina, inclusive a periferia onde reside grande quantidade de pessoas pobres e outras, onde a classe média está tomando conta, como as regiões de praia. Estas não são consideradas periferia, pois periferia não é apenas um lugar geográfico, é um lugar social. Foi também discutido dentro do mesmo conceito, as áreas consideradas mais periféricas pelos moradores residentes, dentro das próprias periferias.

E mais, a  oficina de Rap, existente desde  2015,  conseguiu produzir quatro canções de Rap que estão disponíveis no site soundcloud, para quem quiser ouvir e baixar, é só  clicar em : https://soundcloud.com/zezito-de-oliveira


Período da Oficina: abril de 2016 até julho de 2017. Clientela atendida: Alcance de 12  adolescentes e jovens na faixa dos 13 aos 24 anos  estudantes das escolas “Julia Teles”, “Leão Magno” e “Poeta José Sampaio”.

Ação  fruto da  parceria  Ação Cultural e Escola Júlia Teles,   com um grupo  de  jovens  rappers da comunidade. 


Pág. 3 - A NOITE DE CELEBRAÇÃO DAS FLORES CRIATIVAS DO JARDIM DAS ARTES.


Foi uma verdadeira celebração da alegria e do compromisso com a transformação social através da arte. Os  aprendizes e  integrantes das oficinas estavam em  estado de êxtase. Uma homenagem  a diversidade cultural. Uma sequência de apresentações sem o desconforto de assistirmos a trabalhos artísticos de gosto e sentido duvidoso, em especial quando realiza exibicionismo erótico exagerado e de mau gosto. 


A qualidade estética dos trabalhos artísticos realizados pelo Ponto de Cultura Juventude e Cidadania e pelos grupos e /ou artistas  convidados, demonstraram que produzir arte de qualidade na periferia é possível e necessário, mesmo em meio as muitas situações ou condições adversas provocadas pelo sistema capitalista predatório e excludente.  


Os meninos  e as meninas do Jardim e das periferias em geral em termos integrais, não são pobres e nem carentes.  A verdade é que eles (as) são submetidos a situações de carências e de desconsideração por parte dos poderes públicos  e isso  torna-os com o tempo, limitados e reduzidos.


Programação da 2ª Mostra Artistico-Cultural da Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania. Teatro Lourival Batista - Aracaju(SE).

1 - Dançando Ciranda Pernambucana na entrada (hall) do teatro. 10’
2 - Exposição fotográfica temática "flora e fauna do parque da sementeira". Alunos da 1ª turma da oficina de auviovisual 2016. - Na entrada (hall) do teatro.
3 - Apresentação da oficina de teatro do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania com o espetáculo “Vamos Festejar”.30’
4 - Exibição do filme “Jardim Documentário” de Fernanda Almeida – 22’
“Jardim” conta a história da comunidade que tem mais de 30 anos, percorre assuntos como: a violência dentro do conjunto, o preconceito por ser morador, as vivências religiosas na comunidade e o sentimento de pertencimento dos moradores.
5 - Apresentação de MC César Levine’s, aprendiz da oficina de Rap 2016. 10’
6 - Apresentação do aprendiz da oficina de Rap 2016 Paulo Junior e dos instrutores da oficina David, Wilian e Van Brow (Grupo Filosofia de Loucos). 15’
7 - Apresentação musical de Lucimar Santos com a música Flashlight de Jessie J. 3’
8 - Apresentação da oficina de dança moderna do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania. 15’
9 - Apresentação do grupo de dança Pop Star, com a coreografia “Mix. De tudo um pouco”. Funk, Moderno e Ballet – 5’

Presença na plateia de 120 pessoas de diversas idades. Participação de 40 aprendizes das oficinas artísticas  e 5 artistas e técnicos profissionais. Equipe de apoio a produção formado por 5 pessoas. 


OUTROS OLHARES SOBRE A 2ª MOSTRA CULTURAL


1 - Embora presente em quase metade do evento,  o que pude ver e perceber foi uma realização  muito boa e maravilhosa. Destaco a apresentação das coreografias de dança, com as meninas (os)  se esforçando bastante para darem conta do recado. Além dos menores cantando e dançando uma sequência de culturas populares no espetáculo de teatro “Vamos Festejar”,  sob a orientação de um professor muita elegante e empenhado.  Acho que  com mais treinamento e mais apoio esses meninos terão um bom futuro pela frente. O pessoal do RAP dispensa comentários,  pois mostraram que sabem fazê-lo  com muita maestria. 


O que poderia fazer o evento melhor seria uma estratégia de  marketing mais ampla para dar-lhe maior visibilidade, no  intuito  de mostrar para a sociedade o objetivo do evento e sua finalidade maior, que é mostrar o papel social da arte e dar visibilidade aos talentos artísticos que brotam na periferia de Aracaju e região metropolitana. 


Ademir  Santos SilvaRepresentante comercial e amante da boa arte. 


2 - Considerei que teve um bom público, e gostei muito do conteúdo apresentado, ainda mais  por ser apresentado por crianças e adolescentes, o  que não é fácil e sabemos muito bem disso.

A única critica que tenho a fazer , é organizar melhor as sequências das apresentações musicais e coreográficas,  contando com a presença de um técnico de som que tenha um melhor acompanhamento da produção do evento. 


Thiago Sitineta dançarino, coreógrafo e professor de dança urbana.


Pag.4 – O GRAFITE QUE FAZ BEM
 No mundo de hoje temos sempre que pensar duas vezes o que queremos na vida.  Participar da oficina de grafite foi uma das escolhas que fiz no ano de 201, porque acho bonito como grafiteiros entendem o mundo, como expressam o que sente ou que está passando. Amei as aulas práticas, quando preenchemos o dia  fazendo aquilo que gostamos, sendo tão bom que me sentia como se estivesse em outro mundo, de tão relaxada que me senti.  Livre de tudo e de todos. Sem mais palavras para explicar como foi essa experiência.

Rayane Leite Santos - Aprendiz da oficina de grafite


Período da Oficina: Novembro de 2016 a janeiro de 2017. Clientela atendida: Alcance de 25 adolescentes e jovens na faixa dos 12 aos 25 anos. Estudantes de diversas escolas da comunidade, sendo alguns trabalhadores.



Pág. 4 A DANÇA QUE ABRAÇA E QUE NOS FAZ SENTIR BEM

Participei da oficina de dança moderna no ano 2016. A experiência foi desenvolvida pela professora Cristiane Anjos, que desenvolveu um excelente trabalho com os jovens do conjunto jardim. 


Desde já,  parabenizo o professor Zezito de Oliveira responsável pelo desenvolvimento do projeto.  A comunidade agradece a sua dedicação a todos os jovens do Ponto de Cultura. Todas as oficinas realizadas aqui na comunidade são bem vindas, pois as crianças e os jovens necessitam do bom entretenimento. 


Agradeço a todos os professores das outras oficinas pela disponibilidade,  por ter dado um pouco do seu tempo,  por estar nos mostrando uma nova perspectiva de vida. O Ponto de Cultura me mostrou  um outro lado da dança que eu não conhecia,  o lado bom da diversão, das amizades verdadeiras, de apresentações valiosas que levarei sempre no coração.


Jéssica dos Santos – Aprendiz da oficina de dança moderna


Período da Oficina: Setembro de 2016 a maio de 2017. Clientela atendida: Alcance de 20  adolescentes e jovens na faixa dos 12 aos 22 anos, estudantes das escolas “Leão Magno” e “Júlia Teles”