sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Mensagem para o advento e o natal. Ou natal com o compromisso e o sentido da estrela que guiou pastores e reis magos.

 Texto que começou a ser escrita sem essa intenção.

Deputados despreparados, hilários, “folclóricos”, "surreais". Um, não eleito para a Assembléia Legislativa de Sergipe, por diferença de votos que não chega a uma dezena e um outro , eleito para a câmara federal, mas com candidatura, “sub judice”, sendo objeto de disputa judicial. Este assunto dominou a conversa com os professores na topic que transporta-os de volta pra casa, na noite do dia 27/11, além do caso de políticos com mandato envolvidos com o tráfico de drogas, conforme noticiário da imprensa. 

Uma canção para lembrar a fonte disso tudo. Dias e noites SUPER, pessoas SUPERFICIAIS. Alimentadas neste sentido por um sistema de comunicação, por um sistema religioso e por um sistema educacional, que a despeito dos esforços de muitos educadores e gestores abnegados, precisa avançar , e muito. Mesmo com parlamentares despreparados, hilários e “folclóricos”, apresentando e defendendo projetos de lei tipo “escola sem partido.” ou “escola com censura”.

Para o sistema de comunicação avançar, precisamos dar mais audiência aos veículos independentes, críticos e éticos. No campo religioso, o Papa Francisco tem muito a oferecer.

Por uma vida mais preenchida com sonhos, desejos e realizações no campo da liberdade, igualdade, alegria, solidariedade, respeito, fé e esperança.

Isso refletirá em nossas escolhas, incluindo os candidatos a cargos eletivos. Podemos começar trabalhando em favor disso, buscando fazer um Natal diferente, ocasião muito propicia para pensarmos sobre o que tratamos acima. Um bom começo pode ser escolher uma boa trilha sonora, que aponte para o SENTIDO do argumento defendido acima.

O mesmo SENTIDO da estrela que guiou os pastores e reis magos, em direção a Belém e a manjedoura onde o menino Deus nasceu. O menino que nos traz as melhores recordações e os melhores presentes de VIDA. Que nesse Natal ele renasça ainda com mais força dentro de nossos corações, para que a vida na terra possa ser um testemunho sempre renovador e reinventado da sua presença verdadeira.

E mesmo quem não tem fé, pode fazer como o nosso grande professor Darcy Ribeiro, que pediu próximo ao seu leito de morte para ser abençoado por Deus, com a mediação de Frei Leonardo Boff. Sobre o menino Deus, Darcy Ribeiro, afirmou gostar de um Deus que renasce sempre uma vez a cada ano. Afirmando isso, ele quis afirmar gostar do símbolo e da poesia que significa o verdadeiro natal, o que é próprio de quem tem um coração de criança.

Outras canções, com SENTIDO e bom para serem ouvidas no tempo do advento e no tempo do natal, estão disponíveis abaixo: 
Zezito de Oliveira








Advento como um tempo de delicadeza.
 "Pretendo descobrir no último momento, um tempo que refaz o que desfez , que recolhe todo o sentimento. E bota no corpo uma outra vez."





Mais canções e textos

Play list - Natal com este tipo de arte é tudo o que eu quero.

 Evocações do Natal na Literatura Brasileira







Nascimento de Jesus está presente na lírica nacional

Tema é encontrado em poemas de Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade e Jorge de Lima


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800 horas rezando sem parar na igreja para evitar uma deportação.

Paroquianos de um templo da Holanda tentam evitar a expulsão de um casal armênio e seus três filhos. A polícia não pode entrar no local para prendê-los durante o serviço religioso

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Acho que já contei isso uma vez, mas no tempo em que eu trabalhava em uma grande multinacional eu ouvi no elevador uma conversa entre dois publicitários:
"Graças a Deus" o Natal é cada vez mais Papai Noel, e menos Jesus Cristo !!!
Acho que é hora de inverter isso !  José Ricardo Oliveira




Poema do Menino Jesus

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
(...)

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

(...)

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

(...)

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)




Vamos entrar na roda de danças? Ah se eu vou....

É só chegar e entrar na Roda! Você não precisa saber dançar, só precisa se fazer presente para conhecer, vivenciar e partilhar das Danças Circulares  dos Povos, promovendo a paz, a alegria, a saúde, a harmonia, a leveza e o bem-estar, ajudando a tornar cada vez mais acesa a chama dessa tradição entre os povos! Experimente! Venha usando roupas leves. Recomendamos também trazer água para se hidratar, sucos, frutas e biscoitos para partilhar.




Roberta Sá - Ah, se eu vou (DVD Delírio no Circo) [Vídeo Oficial]

Como chegar ao local: A comunidade bom pastor está localizada próximo ao Terminal Rodoviário da Av. Maracaju no bairro Stos. Dumont. Saindo do terminal Maracaju em direção a Av. Visconde de Maracaju, sentido Soledade, Lamarão e Conj. João Alves, ao sair do terminal, entrar na segunda rua a direita após o terminal, na esquina desta segunda rua encontra-se a Igreja Adventista. Esta rua é a Efrem Fernandes Fontes, no numero 65 está localizado a comunidade bom pastor, que fica localizada a 250 metros da Igreja Adventista.

Uma semana em exposição do melhor do Brasil em Nova York. Haddad nos EUA.

 Excelente! Não tem comparação! Haddad é um dos melhores candidatos a presidente que tivemos. O nível intelectual e ético é incomparável. Não precisa ter ou ser muito, para compreender isso. 



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A BESTIALIDADE REPETIDA PELAS RÁDIOS...
A desinformação se alastra com o vento nas pueris informações de nossas rádios, todas elas.
Hoje pela manhã, insisto e ligo na 94FM, quando Netão lê algo que um ouvinte envia para a rádio e ele endossa. Repete a mentira como se verdade fosse.
Lê e se indigna pelo fato de Fernando Haddad estar passando férias nos EUA. Diz em tom jocoso, "deveria estar passando férias na Venezuela".
Nem uma coisa, nem outra. Haddad não está de férias e esteve sim nos EUA, mais precisamente em Nova York e por um motivo dos mais auspiciosos, o de participar a convite, da criação de uma Frente Progressista Internacional, idealizada pelo senador norte-americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis.
A coalização tem o objetivo de se contrapor ao avanço da extrema-direita "por toda parte", segundo Varoufakis. Seu lançamento ocorreu em Nova York no dia 1º de dezembro. Netão e a turma da manhã da 94FM fingiu desconhecer o fato, mas fez questão de passar adiante a visão conservadora do mundo, uma distorcendo os fatos e os passa ao ouvintes da pior forma possível.
Assim se dá a informação pelos meios da mídia massiva brasileira. Incontestáveis reis da grosseria e da mentira. Escrevo para restabelecer a verdade dos fatos e para dar mais um toque na bestial informação que chega aos ouvidos dos ouvintes. Será que ainda vale a pena e eles se sentirão tocados para mudar de rumo?
Tudo bem, o que poderia ter dito e não o fez é que, João Pedro Stedile e Guilherme Boulos poderiam representar o país até com mais desenvoltura na tal frente, mas preferem seguir pelo caminho da desinformação. Tudo dominado.
Por Henrique Perazzi de Aquino.
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Evento no People’s Forum em Nova York: O que deu errado quando o Brasil foi para a direita?

 Clique AQUI para assistir a segunda participação.
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Haddad critica submissão de Bolsonaro a Trump: 'acoplamento cego'

Ex-prefeito de São Paulo está nos Estados Unidos para lançamento de uma coalizão internacional progressista
por Redação RBA publicado 29/11/2018 12h13
REPRODUÇÃO/FACEBOOK
Fernando Haddad nos EUA
Fernando Haddad anunciou que, nesta viagem aos Estados Unidas, ingressará com uma ação judicial contra o WhatsApp
São Paulo – O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) criticou a submissão do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) às ideias do líder americano Donald Trump. Durante o evento "Brazil Talk: O Brasil após as Eleições", na Universidade de Columbia-EUA, ele classificou o direcionamento da política externa como "cego e sem mediação".
"Esse movimento do Brasil em direção aos Estados Unidos, de um acoplamento quase que sem mediação, cego – esse movimento 'vamos fazer tudo o que os EUA quiserem, os Estados Unidos de Trump' –, vai moldando uma nova ordem, vai comprometer conquistas que são caras do que a gente chama de Ocidente", disse ele, durante a palestra.
Haddad também falou sobre a utilização das redes sociais, em diversos países, como plataforma de disseminação de mentiras que interferem no pleito eleitoral. Segundo ele, o PT não estava preparado para os ataques na última semana do primeiro turno, quando foram disparadas diversas notícias falsas em massa, via WhatsApp, contra o petista, alavancando sua taxa de rejeição em 20%.
"Aquilo definiu a eleição. A gente não tinha como reparar por completo aquele prejuízo", afirma ele, que critica a falta de investigação contra o aplicativo de troca de mensagens. "Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Itália vivem no mesmo fenômeno de operação de rede. As ações do Facebook caíram e no WhatsApp, que possui um sistema de pessoa para pessoa, não há como rastrear, ou seja, podem fazer milhões de disparos com notícias falsas, mas sem identificar quem enviou", finaliza.
No último dia 21, Fernando Haddad anunciou que, nesta viagem aos Estados Unidos, ingressará com uma ação judicial contra o WhatsApp no país-sede da empresa – o aplicativo pertence ao Facebook. O objetivo, de acordo com ele, é forçar a empresa a esclarecer como o aplicativo de rede social foi utilizado no Brasil para a disseminação em massa de notícias falsas durante o período eleitoral.
Ainda neste mês, o WhatsApp informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não teria sido contratado pela campanha de Bolsonaro para fornecer "serviços de impulsionamento de conteúdo na rede mundial de computadores", mas não informou nada sobre as empresas que prestaram serviço e fizeram uma avalanche de mentiras pelo aplicativo, como foi denunciado pelo jornal Folha de S.Paulo.
O ex-candidato à Presidência pelo PT está nos Estados Unidos para o lançamento de uma coalizão internacional progressista idealizada pelo senador americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis, no próximo sábado (1º), em Nova Iorque. 
Na agenda de Haddad ainda também estão previstas conversas com a centro-esquerda europeia, também ameaçada pela onda conservadora. De acordo com ele, o Podemos da Espanha, a Geringonça, de Portugal e partidos progressistas da Itália, França e Alemanha, também preocupados com a ameaça de cortes de direitos sociais em seus países.


registrado em:

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Não pode torcer contra governo Bolsonaro para “ganhar o poder”, diz Haddad

Por Mirthyani Bezerra, do UOL, em São Paulo
28/11/2018 22h22

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP), que perdeu o segundo turno da eleição presidencial para Jair Bolsonaro (PSL), disse nesta quarta-feira (28) acreditar que, se o futuro governo “der errado”, o PT pode vir a ganhar uma eleição, fazendo referência ao pleito de 2022. Mas ressaltou que não se deve torcer para que o governo do seu adversário falhe para “ganhar o poder”

Você não pode ficar torcendo para um governo dar errado para você ganhar o poder. A melhor coisa do mundo é você ganhar de quem está indo bem, porque mostra que você foi melhor na sua mensagem”, disse o petista durante palestra na Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos.

E completou: “Se der errado, é possível que o PT possa ganhar uma eleição, mas não é assim que a gente deve trabalhar, a gente deve trabalhar com a hipótese de eles darem certo e de a gente dar mais certo do que eles”.

Haddad está em viagem pelos Estados Unidos anunciada por ele na semana passada. O ex-prefeito foi convidado a participar do lançamento de uma coalizão internacional progressista idealizada pelo senador americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis, dia 1º de dezembro, em Nova York. Nesta quinta, ele fará nova palestra na cidade americana.

Durante o evento “Brazil Talk: O Brasil após as Eleições”, na Universidade de Columbia, Haddad evitou fazer críticas diretas a Bolsonaro, centrando sua palestra nos desafios da esquerda como um todo diante do crescimento de “governo fascistas ou de extrema-direita”.

Chegou a afirmar entender o que o futuro ministro da Relações Exteriores, Ernesto Araújo, quis dizer quando mencionou a relação entre marxismo e Revolução Francesa, o que causou polêmica pelo anacronismo, dado que Karl Marx nasceu anos depois do episódio.

Nosso futuro chanceler está dizendo que o ocidente que ele preza não é o da Revolução Francesa, que ele classifica como uma revolução marxista, que aconteceu algumas décadas antes de o Marx nascer. Fora a brincadeira, eu até entendo o que ele quis dizer, porque o socialismo se apropriou de ideias da revolução francesa: igualdade, liberdade e fraternidade. Então ele está fazendo uma confusão anacrônica, mas que faz algum sentido”, disse.

Fazendo referência ao ensaio “Trump e o Ocidente” publicado por Araújo em uma revista do centro de estudos do Itamaraty, Haddad diz que o futuro chanceler fala “coisas interessantes”, mas que o discurso dele é contra a visão moderna de democracia.

Por que ele fala da Grécia? Porque na Grécia a democracia era direta e era uma democracia da maioria, não tem esse negócio de direito de minoria. Na democracia antiga, não existe esse conceito. Se uma tribo resolvesse adorar um deus e dissesse ’em nome da minha liberdade vou desrespeitar esse deus [o deus adorado pela comunidade] (…), não podia fazer isso”, disse.

E completa: “democracia grega e romana não dialoga com a liberdade moderna, com os direitos civis e políticos”, diz. 

Moral, bons costumes e religião
Durante sua palestra, Haddad tocou diversas vezes na temática da religião e de como o discurso da moral e dos bons costumes influenciou, segundo ele, o resultado das eleições no Brasil.

“O discurso da moral e bons costumes teve um peso muito significativo, tanto que as fake news versavam na sua grande maioria sobre isso. Certamente havia alguém monitorando e vendo que dava certo, porque ninguém gasta dinheiro sem saber se estava dando certo ou não”, disse fazendo referência velada à reportagem da Folha de S. Paulo que denunciou esquema de disparos em massa de mensagens contra o PT via WhatsApp.

Para ele, assim como aconteceu com as jornadas de 2013, quando milhões de pessoas foram às ruas em protestos motivados inicialmente contra o aumento da tarifa do transporte público, o PT não estava preparado para o que aconteceu na última semana antes do 1º turno. “Ele não tinha uma experiência para aquela ofensiva que definiu a eleição. Tentamos recuperar o prejuízo, conseguimos em parte no segundo turno, mas o resultado já estava dado”, disse.

“O PT tem que se preparar para esses novos tempos e não falo só do PT, falo da esquerda em geral”, diz.

Questionado sobre a importância do voto dos evangélicos nas eleições deste ano, Haddad afirmou que o casamento entre igreja e política “é complexo”. “Hoje tem um fenômeno de crescimento no neopentecostalismo no Brasil. Um dos erros é imaginar a incompatibilidade disso com projeto generoso de sociedade”, disse completando que “não é verdade que o diálogo é impossível”
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Entrevista de Haddad concedida a jornalista Monica Bergamo da Folha de São Paulo,em 26 de novembro de 2018,  antes da viagem aos EUA.

Elite econômica abriu mão de seu verniz ao eleger Bolsonaro, diz Haddad  

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Livro

'A Nova Direita' disseca a atuação de fundações conservadoras e ultraliberais


Think-tanks atrelados aos interesses capitalistas internacionais lançam "cortina de fumaça" moralista para encobrir agenda impopular de "reformas", predação das riquezas e destruição de direitos

por Redação RBA publicado 29/11/2018 15h28

Marcelo Camargo/Ag Brasil

Bolsonaristas
Debate político concentrado em temas morais encobriu propostas como a reforma da Previdência

São Paulo – A ascensão de políticos populistas e de extrema-direita, como Donald Trump, nos Estados Unidos, e mais recentemente, Jair Bolsonaro, no Brasil, é consequência da crise do capitalismo que eclodiu há uma década em todo o mundo. Mas também é resultado da capacidade de organização dos mesmos agentes que produziram a crise que conseguiram espalhar pelo mundo a ideologia neoliberal que serve para sequestrar o Estado. 
A partir de uma rede de organizações, fundações e institutos, as forças do capital conseguiram imprimir nas sociedades a ideia que o inimigo a ser combatido é o Estado. Mais do que isso, conseguiram também difundir valores morais conservadores que tem servido como "cortina de fumaça" para encobrir os verdadeiros interesses econômicos desses grupos, que estimulam e se beneficiam da crise da democracia. 
É sobre a ação desses grupos responsáveis por propagar o ideário ultraliberal e conservador que trata o livro A Nova Direita: Aparelhos de ação política e ideológica no Brasil contemporâneo (Expressão Popular), escrito por Flávio Henrique Calheiros Casimiro, que é doutor em história social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pró-reitor do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Casimiro diz que, pelo menos desde os anos 1980, a direita brasileira, como no resto do mundo, vem se organizando a partir desse modus operandi. "Mais do que pensar o que a esquerda deixou de representar nos espaços, o importante é entender como a direita assume essa estratégia como fundamental para continuação e atualização da dominação de classe. No Brasil, houve um aumento das organizações de esquerda, mas houve substancialmente um avanço da direita nesses espaços."
O lançamento do livro, nessa quarta-feira (28), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, contou com um debate com a participação da professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano, que também estuda a ascensão da direita no Brasil, e da coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Kelli Maffort, com mediação da coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli. 
"O que se tem na verdade é uma sofisticação do capital internacional, que se organiza aqui no Brasil através de think-tanks, como o Instituto Millenium, o Lide, Estudantes pela Liberdade, Instituto Von Mises etc. para promover valores ultraliberais e conservadores", afirma Esther Solano. Segundo ela, o governo Bolsonaro é a representação desse casamento do pensamento neoliberal – liderado pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, com uma ideologia fundamentalista e conservadora, encarnado nos nomes que vão comandar as pautas de Educação e Relações Exteriores
Esther diz que os representantes do capital, cientes de que suas pautas "reformistas" são de difícil aceitação pela maioria da população – como as ditas "reformas" trabalhista e da Previdência –, mobilizam setores da classe média a partir de pautas moralistas. "Na campanha do Bolsonaro, quase não se falou de reforma da Previdência, mesmo se sabendo que é a principal proposta que ele deve adotar. Se falou basicamente de Escola Sem Partido, sexualização das crianças, Foro de São Paulo, comunismo. Eles têm todo um conjunto de simbologias, termos e conceitos que estão sendo jogados na esfera pública, para criar uma moralização do debate."
Para a coordenadora do MST, A Nova Direita serve para entender como as forças do capital se articulam internacionalmente. Ela diz que, diferentemente das outras, dessa vez não se trata de uma crise conjuntural do capitalismo, mas de uma "civilizatória e estrutural", e que a derrota eleitoral para a esquerda também traz lições e oportunidades. 
"Se a classe dominante se apresenta de forma tão explícita, os trabalhadores também estão sendo chamados a se apresentarem como classe. Esse é o ponto que nós temos que seguir nas nossas diferentes trincheiras, no movimento popular, na academia, na militância partidária, no movimento sindical", afirmou.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Recorte de memórias do Festival de Arte de São Cristóvão 2018

cartaz do 35º FASC 2018
 Lembranças do FASC
O Festival de Artes de São Cristóvão – FASC começou em 1972, quando eu era ainda uma criança. Naquela mesma época meus irmãos mais velhos começaram a ingressar na UFS e a andar com colegas universitários. Foi por meio desses grupos que eu passei a ouvir as primeiras conversas sobre o FASC.
Entre os comentários que eu escutava atento, dois assuntos, especialmente, despertavam o meu interesse pelo badalado evento cultural: as narrativas sobre a ousadia e a liberdade de expressão e comportamento experimentada pela juventude durante o festival e a intensa e diversificada programação artística.
Depois de alguns anos apenas ouvindo e imaginando coisas, lá pelo início da década de 1980, finalmente, fiz minha estreia no FASC. E que começo! O grupo de teatro Cenário de Espetáculos – que eu integrava tocando flauta doce – e mais alguns artistas, alugaram uma pequena casa em uma das entradas da cidade.
O Cenário não tinha conseguido entrar na programação oficial, mas, resolveu ir por conta própria, puxar um cortejo e apresentar encenações pelas ruas da cidade. Luiz Carlos Dussantus, Vitória e Dinha Barreto, Itamar Freitas, Elíude Silva… Eram alguns dos integrantes do grupo, presentes naquela aventura.
Uma noite, fomos para a bica. Foi a primeira vez que eu vi o sol nascer. Já com o dia claro, resolvi vir a Aracaju dar notícias – celular não existia. Entrei no coletivo e apaguei. O ônibus passou na porta da minha casa, na Rua de Laranjeiras, onde eu deveria ter descido, mas, só fui acordado no ponto final, na rodoviária velha.
Nas edições seguintes continuei indo para curtir, sem estar necessariamente integrando alguma atividade artística. Certa vez eu estava na companhia de uma galera bem descolada – como se dizia na época – e rolou um show da dupla Sá e Guarabyra. Nos entrosamos com os músicos e voltamos para Aracaju de carona com eles.
Em São Cristóvão assisti espetáculos artísticos que só foram apresentados em Sergipe graças ao FASC, pois, não tinham apelo comercial suficiente para virem por outro meio, embora tivessem grande relevância estética. Desses o que de modo mais vivo continua na minha memória é o show “Suspeito”, de Arrigo Barnabé.
Em outra edição a produção do FASC promoveu o “Rock in Bica”. Subi ao palco acompanhando Rivando Gois que fazia um excelente Raul Seixas cover. Eu era um péssimo guitarrista, fui chamado emergencialmente, devo ter errado em quase todas as músicas, mesmo assim, o show foi vibrante do começo ao fim.
Depois passei uma temporada fora de Sergipe. De longe, soube que o FASC fora interrompido. Para minha alegria e sorte, de novo na terrinha, vejo o evento reativado. Com isso, voltei a frequentar o nosso maior festival de artes. Em 2017, batuquei meu tamborim pelas ruas e becos da histórica cidade com o Burundanga.
Também em 2017, talvez pelo peso da idade, me incomodou ter ido ao FASC e, ao final das noitadas, ter que voltar para Aracaju. Agora em 2018 superei o incômodo: aluguei uma casinha em São Cristóvão e pude desfrutar o prazer de me jogar pela cidade histórica sabendo que um colchão me esperava na Ladeira da Alegria.
Nada dura para sempre, mas, torço para que o FASC tenha longa vida pela frente. Por um simples motivo: tem sido, ao longo do tempo, um dos poucos ou o único grande evento realizado em Sergipe, essencialmente voltado para a difusão das artes. Ao contrário das muitas festas de mera reprodução da cultura de massa.
Vale registrar, além dos grandes shows musicais, que alcançam maior visibilidade, nesta 35ª edição do FASC houve: Salão de Literatura, mostra de filmes, Salão de Artes Visuais, um palco para artes cênicas, cortejos de grupos populares, concertos musicais, feiras, exposições variadas... Não seria possível acompanhar tudo.
Do que participei, faço alguns destaques: o cortejo da Chegança de Santa Cruz de Itabaiana, exposições na Casa do Iphan e na Casa do Folclore, a mostra de curtas universitários, shows de Dami Doria, Samba de Coco da Ilha Grande, Joésia Ramos, Sergival, Céu, Pífano de Pife, Patrícia Polayne e Chico César.
Órgãos fiscalizadores do uso de recursos públicos têm apertado prefeituras que torram muito dinheiro em festas que dão ênfase a atrações da indústria do entretenimento, usando orçamento da cultura. O FASC tem sido diferente, pois, investe em arte – um artigo necessário e pouco difundido e apoiado. Viva o FASC!
Antônio Passos
Publicado no Jornal do Dia, em 22/11/2018.
Fotos: Alexandra Dumas (no 35º FASC).

Leia também: O FASC COMO LEMBRANÇA DE QUEM BEM VIVEU.
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e chapéu




Confira a cobertura do 35º FASC na página oficial do facebook. AQUI.
Sob o FASCínio da arte e à luz da razão
Por Marcos Santana (*)

A trigésima quinta edição do Festival de Artes de São Cristóvão (FASC), ocorrida no período de 15 a 18 de novembro de 2018, para muitos, proporcionou uma verdadeira sensação de encantamento, de deslumbramento mesmo, com tamanha riqueza e variedade de manifestações artísticas autênticas. Pude constatar isso no brilho do olhar de inúmeras pessoas, e até em algumas lágrimas que teimavam em correr pelos rostos, como aconteceu comigo, por mais que tentasse contê-las.


 (Foto: Daniele Pereira)

Nas várias caminhadas que fiz pelas ruas do Centro Histórico da cidade, em diferentes horários, circulando entre grupos folclóricos que realizavam cortejos em meio aos casarões centenários, ouvi relatos emocionados, tanto de visitantes quanto de moradores. Muitos me explicaram sobre como aquela experiência os havia remetido a momentos felizes vividos há décadas.

Todavia, é preciso registrar, também, todo o trabalho árduo que é feito silenciosamente, iniciado muitos meses antes da realização do evento em si. Me refiro, por exemplo, às várias reuniões com os empreendedores locais, na tentativa de conscientizá-los a respeito da necessidade de aperfeiçoarem seus processos produtivos e de atendimento. Ao árduo trabalho de captação de recursos, por meio do convencimento dos patrocinadores quanto à viabilidade do investimento.

Da mesma forma, em relação aos moradores que puderam alugar suas residências para hospedar os turistas. E para nossa felicidade, neste ano já tivemos em funcionamento o primeiro empreendimento de hotelaria no formato hostel, uma modalidade muito utilizada atualmente em todo o mundo.

Em suma, o que considero fundamental ressaltar, apesar de todas as dificuldades inerentes a um evento de grande porte, é o fato de que existe uma dimensão socioeconômica a ser considerada no tocante ao FASC. Algo que vai muito além de todos os benefícios subjetivos ligados à valorização da nossa cultura, à preservação das nossas tradições, ao resgate da nossa identidade. Ou seja, há um legado que é concreto, que é objetivo: o festival movimentou diretamente a vida de muitas pessoas, garantindo-lhes um ganho econômico efetivo, obtido com dignidade.

E é exatamente a partir da consciência que tenho a respeito dessa linha tênue que existe entre o sonho de recuperar a autoestima do meu povo, tendo a promoção da sua cultura como elemento fundamental, de um lado; e as responsabilidades com a garantia do exercício dos direitos e do acesso às políticas públicas, de outro; que me coloquei, ainda quando elaborava o meu programa de governo, um desafio: resgatar o FASC, sem jamais comprometer o andamento das obras e serviços públicos, nem o pagamento aos servidores dentro do mês trabalhado, como tenho feito desde janeiro de 2017. Como ponderou Max Weber, na política, há que se nortear pela ética da convicção, sem jamais perder de vista a ética da responsabilidade.

Assim, determinei à comissão organizadora do 35º FASC, assim como o fiz no ano anterior, que fossem tomadas todas as medidas necessárias para que a integridade do conjunto arquitetônico fosse preservada, especialmente a Praça São Francisco, este patrimônio mundial do qual tanto nos orgulhamos. E cuja importância, para mim, vem de muito antes do reconhecimento oficial pela Unesco. Nasceu junto com a minha formação como ser humano, como cidadão sancristovense, ou seja, está na essência da minha identidade.

E assim foi feito, nas duas versões do evento, com a contratação de empresas e profissionais qualificados e reconhecidos pela experiência e competência com que atuam no mercado. Cada prego colocado, cada estrutura montada, obedeceu aos mais rígidos critérios técnicos, de forma que, ao final do evento, os locais ficassem exatamente como eram anteriormente.

Quero agradecer, do fundo do meu coração, a todos os patrocinadores e apoiadores que acreditaram nesse projeto, destinando recursos financeiros e agregando suas marcas ao FASC. Da mesma forma em relação aos servidores que se empenharam na sua construção, a todos os voluntários que contribuíram individualmente para que tudo acontecesse com primazia.

Agradecer ao governador Belivaldo Chagas, que com sua discrição característica, prestigiou a abertura oficial. À Polícia Militar, que garantiu, mais uma vez, que nenhuma ocorrência grave acontecesse, num evento de quatro dias, que contou com um público de dezenas de milhares de pessoas. Aos veículos de comunicação que divulgaram e transmitiram as atividades.

Enquanto eu estiver à frente da gestão de São Cristóvão, a Cidade Mãe de Sergipe, o FASC será realizado com amor, dedicação e responsabilidade. Os protagonistas serão sempre os artistas, nas suas mais diferentes expressões, e sobretudo o público, que é a própria razão da sua existência. Jamais cederemos a pressões de qualquer natureza, seja da indústria cultural, seja de caprichos individualistas ávidos por efêmeros minutos de notoriedade.

Como bem disse o genial Lenine: “A gente espera do mundo, e o mundo espera de nós, um pouco mais de paciência”.
(*) Prefeito do Município de São Cristóvão.

  
NOTICIAS DE SERGIPE - OS PÁSSAROS TRAZEM, parafraseando o titulo da canção abaixo. Percebam como o Festival de Arte de São Cristóvão (FASC) se encaixa nas palavras e nos versos

"Uma notícia está chegando lá do Maranhão
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão
Veio no vento que soprava lá no litoral
De Fortaleza, de Recife e de Natal
A boa nova foi ouvida em Belém, Manaus
João Pessoa, Teresina e Aracaju
E lá do Norte foi descendo pro Brasil Central
Chegou em Minas, já bateu bem lá no Sul
Aqui vive um povo que merece mais respeito
Sabe, belo é o povo como é belo todo amor
Aqui vive um povo que é mar e que é rio
E seu destino é um dia se juntar
O canto mais belo será sempre mais sincero
Sabe, tudo quanto é belo será sempre de espantar
Aqui vive um povo que cultiva a qualidade
Ser mais sábio que quem o quer governar
A novidade é que o Brasil não é só litoral
É muito mais é muito mais que qualquer Zona Sul
Tem gente boa espalhada por esse Brasil
Que vai fazer desse lugar um bom país
Uma notícia está chegando lá do interior
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão
Ficar de frente para o mar de costas pro Brasil
Não vai fazer desse lugar um bom país
A novidade é que o Brasil não é só litoral
É muito mais é muito mais que qualquer Zona Sul
Tem gente boa espalhada por esse Brasil
Que vai fazer desse lugar um bom país
Uma notícia está chegando lá do interior
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão
Ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil
Não vai fazer desse lugar um bom país."
Compositores: Milton Nascimento / Fernando Brant


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"eu e meus companheiros
queremos cumplicidade
pra brincar de liberdade
no terreiro da alegria."
Chico César in estado de FASC.


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Há tempos Sergipe e São Cristóvão foi manchete em razão do escândalo do roubo da merenda escolar. O que fazer para se tornar manchete nacional em razão da realização do Festival de Arte de São Cristóvão? Falemos bem do FASC, assim São Cristóvão pode ter manchete positiva. Em especial, por causa de um país que parece estar repetindo a tragédia política que São Cristóvão viveu durante alguns anos recentes. 19 de Novembro de 2018.

 Imagine a prefeitura de São Cristóvão e a UFS, apresentando em um seminário aberto, os resultados das pesquisas sobre a opinião do público que frequentou o 35º Festival de Arte de São Cristóvão neste último final de semana em São Cristóvão (SE), e anotando as novas sugestões que podem surgir nos debates.  19 de novembro de 2018

Ana Carolina Westrup
A Dimensão Cultural do FASC

Em dezembro de 72, sob a batuta do regime militar, nascia o Festival de Arte de São Cristovão, o nosso conhecido FASC. Uma arquitetura que já se iniciou no flerte com os movimentos culturais de vanguarda, sabotando o projeto ditatorial que na verdade buscava criar uma coesão/identidade nacional, a partir de eventos organizados pelas Universidades Federais em comemoração ao Sesquicentenário da Independência do Brasil.
Na sua 35ª edição, tão importante quanto a sua dimensão histórica, o FASC traz uma grande interrogação para o que se costumeiramente se constituiu como políticas culturais nas municipalidades sergipanas, em que a busca pelo retorno eleitoral define como entrada, prato principal e a sobremesa o entreterimento, quase sempre baseado naquilo que o “público quer”.
Muitas vezes, reféns dos conhecidos detentores do cardápio exclusivo de artistas do mainstream, os gestores municipais repetem a sistemática limitação histórica quando o assunto é cultura, ou melhor, políticas culturais: festas grandiosas, caríssimas e com pouco ou quase nenhum retorno identitário ou de acesso a bens culturais fora do que o mercado cultural disponibiliza a peso de ouro.
A 35ª edição do Fasc mostrou que a dimensão cultural deve ser encarada de forma muito mais ampla, uma dimensão que o economista Celso Furtado, ainda na década de 70, já revelava: "o desenvolvimento seria menos o resultado da acumulação material do que um processo de invenção de valores, comportamentos, estilos de vida, em suma, de criatividade"¹.
O desenvolvimento de uma sociedade precisa se alimentar da criatividade do povo, como princípio da cidadania e da emancipação. Para isso, o acesso aos bens culturais que pouco estão aos olhos nus da maioria da população brasileira, nos mais diferentes estilos e segmentos, é fundamental, não pelo provável gosto refinado ou cult, mas pela necessidade de gerar um ciclo de reflexão, de pertencimento e de apropriação de conhecimento.
Claro que esse olhar multidimensional para cultura é extremamente arriscado para qualquer gestor que está sob o julgo de uma parcela da sociedade que espera o mais do mesmo, fruto exatamente desse ciclo vicioso que já foi indicado no texto, mas o homem público e mulher pública que quer deixar marcas para além da cédula eleitoral precisa encarar esse dilema de forma acolhedora à população que ainda é refratária a espaços como esses, mas também potencializando experiências exitosas.
Ao andar nas ruas da cidade-mãe convivi com essas duas realidades, obviamente. De Julico da The Baggios afirmando a importância das outras edições do FASC na sua formação cidadã e artística, como também de uma senhora que apesar de não gostar dos estilos musicais, artísticos e da invasão do “povo de fora”, estava feliz com o retorno financeiro da sua banquinha de bobó de camarão.
De denominador comum entre essas duas personagens estava, exatamente, a atuação da Prefeitura. The Baggios foi uma das bandas mais aclamadas do festival, fazendo parte do horário nobre da segunda noite de apresentação do FASC, e a senhora do bobó, entre tantos outros moradores, foram cadastrados para fazer parte de uma feirinha localizada de forma estratégica no meio do evento, com a proposta de aquecer a economia local.
Que nessa dialética e coragem, São Cristovão continue como um prisma de diversidade cultural e um farol que nos clareia para caminhos possíveis.

1 –FURTADO, Celso. 1978. Criatividade e dependência na civilização industrial.
19 de novembro de 2018

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Lembrando um momento emocionante do show do Chico César no Festival de Arte de São Cristóvão, entre outros, ontem, domingo, 18/11/2018. A emoção por ser uma canção composta com os sentidos e sentimentos do autor voltados para Bárbara, musa e esposa do autor que estava em Aracaju, ao tempo em que ele estava em Caracas. Daí o nome de canção Caracajus.
E a emoção de Chico César ao cantar a canção, foi maior ainda, porque foi a primeira vez que ele cantou a canção em Sergipe.
youtube.com
Faixa 02 do disco Estado de Poesia (2015)
 
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Festival de Arte de São Cristóvão! Programação TOP. Mais que 10, mais que 100. Segundo a minha filha  Maíra Ramos é TOP 1000. O caráter reflexivo e formação politico cultural, talvez ainda dependa de mais tempo para compreensão e amadurecimento. Como acontece com Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades, no caso de eventos de natureza semelhante.
Parabéns ao prefeito de São Cristóvão Marcos Santana e ao secretário de cultura, Gaspeu Fontes.
01 de Outubro de 2018
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 O Festival de Arte de São Cristóvão (FASC), pode servir como um espaço e ambiente virtuoso para estimular um movimento cultural potencialmente autônomo e independente.

A ser realizado por artistas e grupos culturais da cidade e do entorno, que poderão produzir com mais qualidade em termos artisticos e de produção, dentro de condições mais favoráveis e sustentáveis.

Isso nos dias em que não há FASC, assim como em um futuro não esperado ou aguardado, quando houver gestões da prefeitura de São Cristóvão sem compromisso com a realização do FASC.

Cheguei a essa conclusão, quando integrei o grupo de ativistas culturais que se mobilizaram em 2011 para clamar ou bradar pelo retorno do FASC.

Os instrumentos que podem realizar a estratégia proposta acima é o processo de construção coletiva do seminário "Pensar o FASC", assim como os temas e metodologia das rodas de conversas e oficinas.

Cantando a mesma toada do ano passado e ao mesmo tempo celebrando o que foi e está sendo conquistado.

Na vibe da canção "se muito vale o já feito, mais vale o que será." 01 de Outubro de 2018


O primeiro artigo que escrevi defendendo isso, foi esse abaixo:

FASC: A participação da comunidade é fundamental   

Aqui tem mais....

sábado, 13 de maio de 2017

O FASC está voltando! Que comece com uma audiência pública para a cidade poder dizer como quer.

  Para entrar no espírito que move e alegra a publicação de um conjunto de textos, fotos e referências como está realizado acima, recomendamos a canção abaixo.


Confira também a versão de estúdio.
 5 a seco - síntese - lua cheia [OFICIAL]
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Todos os textos acima foram postados no facebook. Os escritos assinados sem referência de autoria, foram escritos por Zezito de Oliveira.
Praça São Francisco em São Cristóvão. Patrimônio cultural da humanidade. Foto retirada do site do IPHAN