domingo, 31 de dezembro de 2017

Play list - Músicas atuais de protesto para entrar em 2018 com disposição de luta.

Edu Krieger Retrospectiva Musical 2017



Lorena E Rafaela - A Vida de Um justo não vale nada





A ORDEM DO INVERSO - VII FESTIVAL DE MUSICA POPULAR PARAENSE





O Trono do Estudar (Composição: Dani Black)

Plaý list - Música Popular Brasileira - A fonte que nunca seca. Três discos excelentes e poucos conhecidos da década de 1970 e 1980.

Sérgio Sampaio | Cruel | Demo | (1994) Full Album




Sérgio Sampaio

CRUEL" (2006) - as canções perdidas de Sergio Sampaio

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Tadeu Franco - Cativante (1984) [Full Album / Album Completo]



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 Conde e Dracula (1976) Full Album



Quem quiser citar outros, muito bons e pouco conhecidos, é só citar nos comentários abaixo.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Fórum Social Mundial 2018. Espaço para troca de sonhos e realizações em favor de outros mundos possiveis.

 Estamos ouvindo falar diariamente do Fórum Social Mundial 2018, que ocorrerá em Salvador, Bahia de 13 a 17 de março 2018, na UFBA - Universidade Federal da Bahia, mais de fato você sabe o que é o FSM?

O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço de encontro e um processo internacional dos movimentos e organizações sociais, nascido em 2001, em Porto Alegre, e tem como objetivo  convergir lutas e debater alternativas dos diversos movimentos sociais ao modelo econômico neoliberal.

Tornou-se também lugar de resistência a todas as formas de dominação, exclusão ou invisibilidade de um povo.






O lema desta edição é Resistir é criar, resistir é transformar!

Sua proposta é pensar saídas comuns para a humanidade, numa ótica solidária, democrática e de respeito às diversidades. Será uma importante oportunidade de encontrar vários movimentos sociais, partilhando suas experiências de resistências do Brasil e do Mundo, potencializando as estratégias de transformação e a construção de soluções e alternativas, permitindo também denunciar ao mundo o que vem acontecendo principalmente no Brasil. Poderemos propor ou participar deste momento 
com marchas, atos, acampamentos e ocupações. Para participar, os movimentos sociais, coletivos e organizações procuram viabilizar desde já suas delegações e também podem apoiar participantes de outros lugares!

Os Eixos Temáticos do FSM 2018 são o resultado de um longo processo de diálogo no Coletivo Brasileiro e de várias consultas nacionais e internacionais. Tem como objetivo permitir que haja um processo de articulação de iniciativas comuns, bem como, de estruturar o Território Social Mundial. Esse sempre é um processo muito delicado e complexo porque não é possível abarcar todos os temas propostos. Assim, a opção foi de definir grande temas que possam contemplar os principais universos temáticos que estão envolvidos nos processos do Fórum Social.

Os Eixos Temáticos do FSM 2018 estão em ordem alfabética e não tem qualquer hierarquia entre si.
Comunicação e Mídias Livres
Culturas de Resistências
Democracias
Direitos Humanos
Feminismo e Luta das Mulheres
Justiça Social e Ambiental
LGBT
Lutas Anticoloniais
Migrações
Mundo do Trabalho
Outra Economia
Terra e Territórios
Vidas Negras Importam



LEMAS

Nesta edição, o FSM 2018 decidiu inovar agregando aos Eixos Temáticos alguns LEMAS. O objetivo dos lemas e bandeiras é contribuir no processo de mobilização e articulação das resistências entre si. Os Lemas são abertos e podem ser propostos por redes, plataformas, organizações e movimentos sociais. Da mesma forma, as atividades inscritas podem associar-se aos lemas constituindo coletivos temáticos que serão organizados como tal no Programa Geral do FSM 2018.
Lemas Inscritos:
– A vida não é mercadoria
– Arte antes que seja tarde
– Boicotes, Desinvestimentos e Sanções
– Cidadania Sem Fronteiras
– Contra o genocídio e o encarceramento da juventude negra
– Demarcação, Já
– Igualdade de Direitos, uma agenda pendente
– Mude o Sistema, Não o Clima!
– Nada sobre nós, sem nós!
– Nenhum direito a menos!
– Outra Economia Acontece
– Para outro mundo possível, outra comunicação é necessária.
– Se morar é um privilégio, ocupar é um direito!
– Trabalho, Comida e Dignidade prá todas/todos!
– Um mundo sem racismo, intolerância e xenofobia!
Se você se identifica com algum dos lemas já sugeridos, faça sua escolha. Caso contrário, proponha aqui um lema que represente sua luta ou causa.

ACESSE O SITE FSM2018 -AQUI
“Muita gente simples, em lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudando a face do mundo.”

Esta frase de quem não sei a autoria, me vem a mente ao relembrar os últimos encontros que tive nestes últimos finais de semana com agentes culturais em Japaratuba, por ocasião de um fórum livre, quando recebi a incumbência de mediar uma roda de conversa com o tema: cultura de base comunitária e empreendedorismo.

Após quinze dias, a presença no Festival de Arte de São Cristóvão, na companhia de filhos, sobrinhos e alguns alunos(as) , oportunidade também para conversar com alguns agentes culturais e frequentar shows musicais, espetáculos de dança, teatro e exposições de livros e de artes plásticas, além de visitas a museus.

Neste último domingo, presente na ocupação cultural “A casinha” em São Cristóvão, mediando uma roda de conversa com o tema “direito humano à cultura”. e neste próximo final de semana, participando do evento. Ciclo de Estudos: a conquista e a colonização da América Portuguesa. O caso de Sergipe Del Rey, o qual acontecerá em Mata de São João, Praia do Forte, Casa Senhorial Garcia de Ávila (Ba) e no Centro Histórico de Salvador, organizado pelo Grupo de Pesquisa "Culturas, identidades e Religiosidades" CNPq/UFS.

Em meio a isso tudo, a escolha para ser o coordenador/facilitador do Grupo de Trabalho “Cultura”, integrante da comissão organizadora/mobilizadora da caravana Sergipe para o Fórum Social Mundial, o qual na edição 2018 terá a cidade de Salvador como sede.

Após isso , a certeza de uma lição que precisamos aprender, sob pena de continuarmos sufocados ou limitados pelas forças contrárias que trabalham contra os nossos sonhos e realizações , da transformação deste mundo em “festa, trabalho e pão”, para todos, como escreveu o poeta Capinam.

É necessário nos encontrarmos mais, conversarmos mais, buscando descobrir convergências e possibilidades para ações conjuntas. É necessário realizar pesquisas e estudos para aprender com quem fez ou está fazendo na mesma perspectiva que nós. Aproveitando inclusive o potencial da internet para esse fim.

Que tal aproveitarmos a oportunidade proporcionada pelo Fórum Social Mundial? Ainda mais porque, como sergipanos, estamos bem próximos do local onde será realizado a edição 2018. Quem tiver interesse, é só entrar em contato por meio do formulário de contato deste blog. No caso dos interessado em Sergipe, para participar do GT CulturaFSM2018Sergipe

Por isso, lembrando também as canções, “Momento Novo”. 

E “Noticias do Brasil: Os pássaros trazem.

Mas, diante do que estamos passando, a necessidade é agora nos juntarmos, respeitando as diferenças e ritmo próprio de cada coletivo ou organização cultural.
Por causa do corre diário, publicaremos depois as fotos relativas aos eventos citados acima.
Zezito de Oliveira - Educador e agente/produtor cultural de iniciativas culturais de base comunitária
Sociedade

Artigo

Quais são os desafios para o Fórum Social Mundial de 2018?

CARTA CAPITAL
por Oded Grajew* — publicado 08/12/2017 00h16, última modificação 07/12/2017 16h02
Nascido há 16 anos de ações políticas inovadoras, o FSM não pode ceder às velhas práticas que centralizam e verticalizam o poder nas esquerdas
Reprodução Facebook/Fórum Social Mundial
reproduçao facebook.jpg
Em janeiro de 2000, o Fórum Econômico Mundial anunciou triunfalmente o fim da História com a adoção do modelo neoliberal que supostamente levaria o mundo à prosperidade, paz e qualidade de vida para todos.
Os opositores eram tratados como ignorantes e radicais que só sabem criticar, sem poder oferecer nenhuma alternativa. Indignado, tive a ideia de criar o Fórum Social Mundial, isto é, criar um espaço, um processo, no qual organizações, lideranças e militantes da sociedade civil pudessem se encontrar, se articular, ganhar força política para levar adiante suas lutas.
Leia mais:


Diminuir a dispersão e, consequentemente, a fragilidade da sociedade civil. Dar oportunidade a propostas e iniciativas alternativas, mostrando que “outro mundo é possível” na teoria e na prática, no qual a economia e a política estariam a serviço da justiça social e do desenvolvimento sustentável.  
Convidei um grupo de organizações brasileiras que se encarregou de viabilizar operacionalmente a ideia.

Esse grupo selecionou entidades internacionais para formar o Conselho Internacional, que elaborou uma carta de princípios que consagrou a ideia do fórum como um processo, um espaço auto-organizado, no qual o protagonismo das atividades e das iniciativas políticas seria das organizações da sociedade civil. O fórum não seria uma organização, uma entidade, não teria presidente, diretoria ou porta-vozes, e o conselho, que não é eleito, trataria de zelar pelo processo.
Em janeiro de 2001, foi realizado o primeiro Fórum Social Mundial em Porto Alegre, com expressiva participação da sociedade civil, que aumentou significativamente nos fóruns seguintes. A inovação política, privilegiando o processo e a auto-organização, não se constituindo numa organização verticalizada, centralizada e controladora, permitiu a realização de encontros com relativamente poucos recursos, a participação de milhares de organizações e militantes, e a multiplicação de fóruns pelo mundo.
O sucesso do FSM, fruto principalmente de sua inovação política, começou a atrair o interesse de algumas tradicionais organizações e lideranças, que, não querendo compartilhar e democratizar o protagonismo e a visibilidade, buscam desvirtuar o processo. Querem voltar à velha prática de processos verticalizados e centralizadores, no qual lideranças determinam prioridades e caminhos a serem seguidos pela massa.
Não aceitam a diversidade e a pluralidade da sociedade civil e sua independência em relação a governos e partidos políticos. E, mais recentemente, querem mudar a carta de princípios para que o fórum se transforme numa organização regida pelo conselho ou por um grupo de organizações que tome posições e fale em nome de todos e do próprio FSM, que determine hierarquias e prioridades (vide entrevista e artigo de Boaventura de Sousa Santos em CartaCapital). 
Alegam que o conselho é omisso, que o fórum é improdutivo e que deveria tomar posição, fazer declarações, elaborar manifestos. A alegação de que não há posicionamento no FSM é falaciosa. Cada organização tem total liberdade e é, inclusive, estimulada a tomar posição e fazer declarações em nome dela e/ou de todas as organizações que queiram a ela se juntar. 
É necessário, porém, que se esforce e ganhe legitimidade para articular alianças e dar força política aos seus posicionamentos. Todos em pé de igualdade e democraticamente podem se manifestar, em nome das organizações e de lideranças que subscrevem os manifestos, e podem dar a essas iniciativas a visibilidade que quiserem ou puderem.
O que não podem dizer é que se expressam em nome de todos ou do fórum, colocando os participantes como massa de manobra a serviço de uma corporação, de um movimento, de um partido político ou de um governo. Isso seria manipulação e usurpação de poder. É repetir o mesmo e velho processo que tanto mal causou à esquerda: a luta pelo poder, a cooptação por governos e partidos políticos, o controle que sufoca a crítica e o autoritarismo que tenta eliminar a divergência e a diversidade. 
O fórum não é uma organização e o conselho, que, repito, não é eleito, ou nenhum grupo particular de organizações que têm mandato para falar em nome de todos. O protagonismo não é do fórum, mas das organizações, das lideranças e dos militantes. Foi essa inovação política que atraiu tanta gente e tantas organizações, valorizou a diversidade e facilitou articulações que resultaram no fortalecimento e na criação de movimentos que impulsionaram na década passada a chegada da esquerda ao poder em países latino-americanos.
O desafio do Fórum Social Mundial, como descreve Chico Whitaker, é continuar a criar “condições para o reconhecimento mútuo e para a superação de preconceitos, da competição e da desconfiança entre movimentos sociais, para facilitar a identificação de convergências e a construção de alianças, sem hegemonias e no respeito às diferenças nos tipos de ação e nas estratégias, evitando sua manipulação por organizações, governos ou partidos políticos”. É fundamental manter e aprofundar uma prática política inovadora, coerente com “outro mundo possível”.
Uma nova edição será realizada em Salvador, entre 13 e 17 de março de 2018. Viabilizado graças à dedicação do coletivo brasileiro e baiano, com apoio do conselho, será um evento de caráter mundial que procurará criar resistências às manobras que tentam asfixiar os processos democráticos e a participação popular, retirando direitos duramente conquistados.
Buscará também alternativas e promover articulações. No momento de grandes retrocessos éticos, políticos e sociais, é fundamental a participação de quem comunga com os princípios, valores, objetivos e as esperanças que sempre alimentaram o Fórum Social Mundial.
*Idealizador do Fórum Social Mundial, presidente do conselho deliberativo da Oxfam Brasil, foi assessor especial do presidente Lula (2003), criador da Fundação Abrinq, do Instituto Ethos, da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Conversa com educadores que acreditam na potência da arte e cultura como forma de colaboração para superação do projeto de escola pública das elites.


O grande capital, também conhecido como mercado, sempre precisará criar inimigos e razões para o ódio, para que o verdadeiro inimigo da justiça, da paz e da verdadeira democracia, não seja descoberto ou percebido, ou seja ele próprio “o mercado”.


Quem pode favorecer o desmascaramento disso é a arte, mas não a arte que está totalmente incluída na lógica do mercado, daí a perseguição que artistas e intelectuais sofrem quando se instala um regime politico voltado ao fortalecimento ainda maior do grande capital, mesmo àqueles artistas críticos e questionadores que transitam por dentro e por fora do mercado.


Mas tem um detalhe importante, ser arte contra o mercado, não é reduzir a arte ao papel de denuncia, protesto, propaganda anti capitalista tão somente, mas também como espaço para homens e mulheres brincar, chorar, sorrir e sonhar . mesmo que Isso também possa ser bastante reduzido ou apropriado pelo mercado, como muitas vezes também é.


Podemos lembrar um poema de Ferreira Gullar, que nos remete a essa necessidade também.


"A história humana não se desenrola apenas nos campos de batalhas e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostíbulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros de esquinas. Disso eu quis fazer a minha poesia. Dessa matéria humilde e humilhada, dessa vida obscura e injustiçada, porque o canto não pode ser uma traição à vida, e só é justo cantar se o nosso canto arrasta consigo as pessoas e as coisas que não tem voz."
Abaixo um programa de TV altamente recomendável e que aprofunda a abordagem desse post.






Para não ficarmos "presos" a idéia de militarização das escolas ou de privatização da gestão escolar.



Ainda há tempo, como diz Criolo e se há uma forma melhor de conseguirmos transformar este mundo em "festa, trabalho e pão" como disse outro poeta, Capinam, penso ser pela via da arte, da cultura e da comunicação.



Quando conseguirmos transformar as escolas em centros de arte e cultura, estaremos dando um verdadeiro " pulo do gato" no campo da educação e da cultura.



Com certeza, aprendizagem e disciplina deixarão de ser problema. Até porque, a escola passa a fazer mais sentido e os alunos passam a ser verdadeiros protagonistas, não apenas em palavras.


Desafio para isso ser ampliado: Considerar a formação cultural dos estudantes de licenciatura como prioridade, assim como dos professores em atividade, por meio da formação continuada. Em resumo: Mais matérias e práticas que relacionem arte e educação na formação dos futuros e atuais profissionais do magistério.


Uma proposta diferente do que está sendo oferecido pelo "cardápio" dos programas de formação das empresas de consultoria, ligadas as fundações empresariais que estão querendo dar direção ao modelo de escola do futuro.


No caso de professores ou estudantes da área da educação, e que não encontram muito respaldo das escolas e/ou secretarias de educação, o caminho é nos juntarmos em uma espécie de fórum permanente para troca de experiências e compartilhamento de saberes, recursos e fazeres. Quem topar é só entrar em contato é só deixar mensagem aqui no blog ou no grupo Produção Cultural nas Escolas e  página da Ação Cultural.


Porque, "amar e mudar as coisas me interessam mais. " E Viva Belchior!
Zezito de Oliveira

Uma experiência em Socorro(região metropolitana de Aracaju), mesmo com algumas limitações, e aqui.
Educação sem arte, educação para a obediência
A pioneira da arte-Educação fala sobre MBL, Escola Sem Partido, reforma do ensino médio e alerta sobre a importância do ensino das artes

domingo, 3 de dezembro de 2017

Notas para celebrar e ir além do FASC 2017 (Festival de Arte de Sâo Cristóvão).



Conversa de hoje em São Cristóvão, após uma noite da melhor  musica brasileira, acompanhada evidentemente de energias/vibrações positivas e com  gente bonita. 

https://www.facebook.com/festivaldeartesdesaocristovao/videos/208610643017373/

Para quem foi ou não foi ainda. Confira as informações principais no sobre o FASC 2017. AQUI


O que você acha que São Cristóvão tem de bom? Me perguntaram.


Respondi: As pessoas e a sua história e tradição cultural. SÃO CRISTÓVÃO TEM NO SEU PASSADO,  O MELHOR PASSAPORTE PARA UM FUTURO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DE PAZ. Reforcei


O que é preciso e isso ser entendido pelas elites locais e por seu próprio povo.  O que parece estar começando a acontecer, ao menos por uma parcela, representada pela atual administração municipal, no caso da elite local.


Uma resposta que amadureci,  depois de perceber uma baixa estima muito grande por parte de muita gente da cidade, local onde nasci. Uma pesquisa pode ser realizada para ter a dimensão do percentual da população que pensa  mais “pra baixo” com relação a cidade e os motivos disso acontecer.


E no retorno a Aracaju,  o pensamento girando em torno da necessidade do quanto é cada  vez necessário envolver mais e mais a população,  nas discussões e implementação dessa idéia de valorização e reconhecimento de valor do patrimônio cultural material e imaterial da cidade. A  maneira mais eficaz de fazer com que a população comece a se sentir parte e assuma como sujeito este papel, considerando que as gestões passam, mas precisam alimentar e fortalecer as raízes culturais, assim como o empoderamento da sociedade para fazer valer isso, não apenas como valor simbólico, mas como valor cidadão e econômico.


Em especial a juventude. Neste sentido um dos locais onde isso precisa acontecer são as escolas, por meio do apoio financeiro a realização de oficinas e saraus durante o ano todo, para  culminar no Festival de Arte de Sâo Cristóvão.  Uma idéia que conversei com o secretário de cultura da cidade, professor Gaspeu. Isso me lembra um pouco o sonho da Aldeia do Arcozelo de Paschoal de Carlos Magno,  ou as residências e interações estéticasapoiadas pelo Ministério da Cultura nas gestões dos ministros Gilberto Gil e Juca Ferreira, desenvolvidos por artistas e coletivos de artistas em diversos locais, especialmente escolas e pontos de cultura.


Assim também como fortalecer os pequenos empreendedores no campo da cadeia produtiva da economia da cultura, incluído  àqueles que não trabalham com uma perspectiva estritamente capitalista ou comercial, me refiro neste caso,  as iniciativas culturais e o turismo de base comunitária, também as de caráter associativo ou coletivo.


A esse propósito considerando que gastronomia também é cultura, como motivar a produção e comercialização de produtos ligados à  culinária sergipana e nordestina? Pois é muita barraca com mais do mesmo  das comidas e bebidas de todas as festas.   




PARA A CIDADE MÃE DE SERGIPE.
"Vem me regar mãe. Vem me regar. Vem me regar mãe, êa. Vem me regar. Todo santo dia. Pois todo dia é santo. E EU SOU UMA ÁRVORE BONITA. QUE PRECISA TER SEUS CUIDADOS. Me regar mãe . Vem me regar. Vem me regar mãe, êa. Vem me regar. E ando sobre a terra. E vivo sob o sol. E as, e AS MINHA RAIZES. Eu balanço. Eu balanço. Eu balanço. Me regar mãe. Vem me regar. Vem me regar mãe, êa. Vem me regar.

Na versão original com o autor. Edson Gomes.

Uma canção que dialoga com o que escrevi e com a matéria abaixo.

Nova geração mata tradição

Fonte: portal infonet
No município de São Cristóvão a tradição folclórica que atrai turistas pode acabar e dar lugar somente a lembranças
14/04/2011 - 07:52
A tradição da cultura local corre risco

Percorrer as ruas largas, visitando casarões e conhecendo a história de São Cristovão, município distante 25 km da capital sergipana, é roteiro de vários turistas que visitam todos os dias a cidade. Igrejas centenárias, museus, a biblioteca Senador Lourival Batista, além da casa do folclore, todas localizadas na Praça São Francisco, -considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) Patrimônio Histórico da Humanidade,- recebem diariamente pessoas interessadas no turismo cultural.
Segundo os moradores, o problema é que na quarta cidade mais antiga do país, a tradição da cultura pode estar com os dias contados. A principal queixa dos moradores de mais de 60 anos

Bonecos mostram que a cultura da cidade é mantida através da história
é que a nova geração desconhece os grupos folclóricos da cidade e, com a morte de alguns fundadores os grupos podem deixar de existir, ficando apenas restrito a um acervo.
Reisado, samba de coco, a Caceteira do falecido João de Cota e a Chegança de São Cristovão. Em uma breve conversa com alguns jovens estudantes do município, muitos não sabiam quase nada ou nunca tinham ouvido falar sobre os grupos folclóricos da cidade. Mas aos 70 anos de idade, Maria Neuza dos Santos, mantém viva a memória das festanças que atraiam milhares de pessoas.  
“Meu pai [José Cardoso dos Santos] era o embaixador da Chegança, que acontecia depois do Natal no Dia de Reis. Era tudo tão bonito, aqueles homens bem vestidos cantavam o bendito dentro da igreja. Hoje os jovens
Os mestres do folclore são lembrados e preservados na Casa do Folclore
não querem saber disso, e muitos até dão risada dos idosos quando ouvem falar essas histórias”, diz dona Neuza, que expressa saudades do pai, já falecido. “Meu pai faleceu ano passado, mas tenho essa memória dele, entrando na igreja e cantando”, relembra.
A artesã e funcionária pública, Neide Quitéria Silva, que trabalha na Casa do Folclore Zeca do Noberto, reconhece que a procura por informações sobre as tradições locais é restrita a universitários da capital ou a turistas de fora do Estado. “Infelizmente os adolescentes da cidade sentem vergonha dos grupos, já foram feitas tentativas para montar grupos de jovens, mas muitos dizem que não aceitam porque é coisa do passado. Existe a preocupação de manter a tradição, mas
Nova geração confessa que entende pouco da tradição local
alguns grupos já deixaram de existir porque não tem gente que leve a tradição adiante”, lamenta.
Para as estudantes que cursam o sétimo ano do ensino fundamental do Colégio Gaspar Lourenço, o conteúdo não é tratado em sala de aula. “Não sei nada sobre isso, nunca vi na escola falar sobre esses grupos”, diz Diná Rayane Oliveira, que a convite do Portal Infonet e acompanhada de mais duas amigas visitam a casa de folclore com admiração. “Mestre do que? Caceteira de Rindú? Isso nunca vi”, fala Emilyn Caterine.
Religiosidade
O monumento do Cristo Redendor que possui uma das mais
O Cristo Redentor
belas paisagens do alto da cidade, fica em uma área distante (pouco mais de um quilômetro da sede do município). O problema é que para visitar o local, moradores dizem precisam realizar preces para não serem assaltados no caminho.
O Portal Infonet visitou a área e constatou que além da falta de iluminação pública no trajeto, o monumento não oferece segurança. Um problema tratado em reportagem anterior sobre a insegurança e aumento de violência na cidade.
Ecologia
No passado, um ponto de encontro de famílias, turistas e moradores. Assim era o parque João Alves
A paisagem que encanta visitantes, preocupa pela insegurança do local
Filho, popularmente conhecido como ‘Bica de São Cristovão’. Moradores que preferem não ser identificados afirmam que o local, além de não possuir atrativo recreativo é ponto de marginais que assaltam e ameaçam comerciantes.
Há mais de 30 anos, a vendedora Rosangela Pinto, convive no ambiente e diz que alguns poucos clientes ainda frequentam o local pela fidelidade e bom atendimento, mas que não faltam reclamações sobre a estrutura do espaço. “Antes era uma bica, a água era forte. Teve uma reforma há mais de 20 anos, aí transformaram essa bica em 12 bicas, o resultado é uma água fraquinha que não atrai quase ninguém”, salienta a vendedora que reivindica melhorias.
Em resposta a solicitação, o prefeito do município Alex Rocha, disse que existe um projeto para recuperação do parque, mas há dois anos aguarda liberação de
Comerciantes reclamam da falta de estrutura do local
recursos provenientes do governo do Estado.      
Cultura
A secretária da Secretaria Municipal da Cultura e do Turismo, Aglaé Fontes, afirmou que quando assumiu a pasta encontrou seis grupos folclóricos desativados. A secretária explica que os grupos não possuíam roupas e estavam desestimulados, mas a secretaria resgatou a tradição através da Caceteira de seu Rindú, da Chegança e de outros grupos.
“Estamos dando cursos, de educação patrimonial ressaltando o valor não somente dos prédios e das igrejas, mas também da cultura imaterial que tem uma riqueza muito grande. Esse curso formou mais de 30 monitores de turismo, estamos fazendo também trabalhos nas escolas”, declara a secretária.
Turistas lamentam horário de fechamento das igrejas
Aglaé Fontes salienta que o município vem desenvolvendo um trabalho com 200 alunos que estão aprendendo a tocar instrumentos musicais sobre a coordenação do professor Vieira. O trabalho promete levantar a estima dos jovens e preservar as manifestações culturais da cidade.
Sobre o potencial turístico da cidade, Aglaé diz que alguns turistas reclamam dos horários de visitação das igrejas, mas ressalta que a responsabilidade e da arquidiocese. A secretária reconhece que a cidade não possui hotéis e pousadas para abrigar os turistas. “Precisamos de pessoas que acreditem no nosso potencial turístico cultural e ecológico e invista em pousadas com condições de receber os turistas”, diz.
Museu
Sobre o funcionamento do Museu Histórico de Sergipe (MHS) a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) esclarece que o museu está aberto à visitação de terça-feira a domingo, das 10h às 16h, fechando às segundas-feiras para manutenção do prédio.
A informação é que o horário de funcionamento foi estabelecido em 2009, através de um pacto entre Secult, Emsetur, Prefeitura Municipal de São Cristóvão, e Subsecretaria de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (Subpac), que levaram em conta os horários em que havia maior fluxo de visitantes no MHS, chegando à conclusão de que manter as portas do museu das 10h às 16h supriria a demanda.
Por Kátia Susanna