quarta-feira, 31 de julho de 2019

Os nossos quereres, saberes e fazeres na mesa de iguais contra a máquina de guerra cultural.



Ontem, 30/O7/2019,  no teatro da  TAMPA, Tania Maria Produções Artisticas,  a conclusão do que nos faltou/falta  mais,  é mesmo a arte do encontro. Além do espetáculo, e tantos outros pretextos, mesmo que estes comecem a  conversa, é preciso conversar depois, e depois. 


 A arte do encontro para fazer mais arte. A arte de viver para produzir mais vida. A arte de aprender com o outro que sabe fazer, o que precisamos aprender e com quem quer aprender com a gente também. A arte de aprender com o outro que estuda, o que precisamos  estudar e  com quem quer saber  dos nossos estudos também.

Ontem foi falado das crianças que vem ao encontro dos jovens que fazem  teatro na TAMPA, mesmo quando não convidadas, e aí me lembrei de como muitas crianças e jovens estão a nossa procura ou a nossa espera. Inclusive a nossa "linda juventude" que quer nos ajudar a ligar o que fomos, com o que está sendo. (*)

Histórias  que merecem ser conhecidas e reconhecidas, e quem sabe, pode apontar  mais uma  das direções necessárias, para muita gente perdida e desorientada, mesmo alguns lideres de massas, apesar do desconhecimento de uma  porção significativa destas massas sobre a existência dessas lideranças.

Porque, se o que está sendo feito , da parte dos atuais  governantes de plantão nos quer   mergulhar em um passado  de dificuldades, sufoco e  tristezas,  que pensamos ter deixado para trás, vamos ir ao encontro do que nos fez tão fortes, tão alegres, tão livres. Apesar de tudo que fizeram para não nos tornamos no que somos.

Fundamental! Para daí retirar forças, aprendizado, sentido. Como  disse o professor Romero Venâncio em um momento da fala inicial, instigadora e inspiradora. Aqui  reescrito  com minhas palavras.

Abaixo, o artigo e os livros utilizados na fala instigadora/inspiradora do professor Romero Venancio


ARTIGO | AS 'GUERRAS CULTURAIS' DE ROBERTO ALVIM, NOVO DIRETOR DA FUNARTE

O dramaturgo convocou "artistas conservadores" a criarem uma "máquina de guerra cultural"



(*) Uma das jovens do grupo de teatro da TAMPA, é filha de uma pessoa que quando jovem, também ia ao encontro de crianças e adolescentes e também era procurada por muitos (as). Infelizmente não está mais presente entre nós.  E essa história comporá o conjunto das que estão sendo pesquisadas e escritas para o livro AMABA/Projeto Reculturarte.

As canções abaixo, me vieram a mente no momento da escrita do texto acima.

Zezito de Oliveira

















P.S: Pós escritoNo mesmo dia e horário em que explodia um ato em favor do jornalista Glenn Edward Greenwald e da liberdade da expressão na sede da ABI no RJ , outro ato estava sendo realizado aqui em Aracaju, com poucas pessoas, mas carregado de muito sentido e com a mesma energia que rolava na ABI. Que pipoquem muitos tantos, de vários tamanhos, em diversos espaços, com pessoas diferentes. Aí os tempos mudam, os ventos retornam mais leves, o sol renasce, as flores brotam com mais cor , as águas chegam mais mansas e mais tranquilas. Tempo e clima como metáfora de nossos desejos e realizações.

Leia aqui sobre o ato na ABI.

 Como são coincidentes as consciências, companheiro Zezito de Oliveira... Tava eu já aqui a recordar esse grande encontro, que foi ontem, em que estivemos envoltos a mais uma instigante palestra do instigante professor Romero Venâncio, que é uma verdadeira aula de história da História, em constante ebulição de pensamento crítico, de uma riqueza que nem se pode medir, quando me deparei com esse texto lindo que você escreveu, que me emocionou sinceramente. Buscava palavras pra descrever esse importante e urgente momento de cumplicidade em que, mais do que nunca, vamos precisar se munir para enfrentar as "caras feias dos ladrões de nossa tranquilidade, de nossa felicidade, de nossa sobrevivência"! A Arte tem organicamente essa função, se é que função não podemos substituir por missão. de recriar a própria realidade; ela vai ter sempre mais força para enfrentar as intempéries do tempo, pois ela já carrega esses destino na sua essência. Uma noite muito comemorada, como há muito tempo não tínhamos coletivamente. Muito bom ter conhecido tanta gente nova pra mim, tanta gente a fim de ouvir, compartilhar, se juntar! Isso é muito massa! Viva a gente carregado de resistência. Evoé!  Raimundo Venâncio
O ator e youtubber Benvindo Siqueira também trata do assunto que foi objeto da fala e do debate na noite em tela.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

“Nossa luta não é só por democracia, mas por outra civilização”, diz Mujica. Boas noticias para quem precisa e merece. (3)

Para o senador e ex-presidente do Uruguai, a mudança cultural deve ser o motor das novas gerações.  Jornalistas Livres



Para o senador e ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, o atual contexto político do Brasil e da América Latina, com o avanço das forças de direita, não pode ser visto com desânimo. “Nós aprendemos muito mais com as derrotas do que com as vitórias. É preciso levantar e começar de novo”, declarou Mujica durante o Seminário Democracia na América Latina, que reuniu milhares de pessoas nesta quarta-feira (27) em Curitiba.
Segundo o senador, a democracia está em risco no mundo inteiro devido a duas questões centrais: a concentração da massa financeira nas mãos dos ricos e a crescente desigualdade na Terra. “Nunca o homem teve tantos recursos e meios científicos e técnicos para erradicar a fome e a miséria dos povos˜, disse o ex-presidente, enfatizando que o grande problema não é ecológico, mas político. “Temos 80 senhores que possuem o mesmo que outros 3 bilhões de habitantes”.
O ex-presidente destacou que, antes de mais nada, é preciso mudar a cultura. “Sem mudar a cultura não muda nada”, sentenciou. Como cultura, entende-se, a mentalidade de vida. Deixar o consumismo de lado, promovendo principalmente a vida e a felicidade humana como centro da sociedade.

Mujica opinou ainda que o crescimento econômico só se justifica se ocorrer para o desenvolvimento da felicidade humana. “Fomos transformados em uma máquina de consumismo. A acumulação capitalista necessita que compremos, compremos e gastemos e gastemos. Vendem mentiras até que te tiram o último dinheiro. Essa é a nossa cultura e a única saída é a contracultura”, afirmou.

Democracia em foco

Organizado pelo laboratório de Culturas Digitais, projeto do Setor de Educação da UFPR, o evento ocorreu com o objetivo de fomentar o debate sobre a ameaça aos regimes democráticos na América Latina, a partir do atual contexto de golpe institucional no Brasil.

Sobre esse assunto, na opinião de Pepe Mujica, é necessário pensar um outro modelo de democracia. “A democracia do futuro não pode ser a democracia de gente sob medida, de campanhas e propaganda para satisfação do mercado. Aquela vende um candidato político como se fosse pasta de dente. Se a política é isso estamos fritos”, criticou.

“A democracia é uma luta permanente, não é o conformismo. E o nosso papel é lutar por um mundo melhor. O que vale é a vida”, finalizou.

Convidados
Participaram da mesa, junto com Mujica, a integrante da Rede de Mulheres Negras do Paraná e Secretária de Direitos Humanos da ABGLT, Heliana Hemeterio dos Santos; o Doutor em História pela FFLCH-USP, Gilberto Maringoni; a Mestre em Educação pela UFPR e professora da Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA), Lívia Morales; e a pesquisadora na área de políticas educacionais e movimentos sociais da UFPR, Andrea Caldas.

Durante sua exposição, Gilberto Maringoni criticou incisivamente a política de Estado mínimo proposta pelo governo interino de Michel Temer. De acordo com ele, as propostas de cortes orçamentários nos programas sociais representam uma opção política. É o livre mercado e ele só tem uma alternativa: o ajuste fiscal e reduzir direitos sociais. Não tem saída porque estamos sem dinheiro”, disse ele, reproduzindo o discurso majoritário do atual Governo Federal.

Hemeterio questionou a efetividade da construção democrática em um país no qual, a cada 23 minutos, um jovem negro é morto. “A democracia latino-americana não inclui o povo negro. Não podemos falar de democracia a partir do nosso umbigo, sem incluir as mulheres negras, as mulheres lésbicas, as mulheres pobres, avaliou.

A professora Livia Morales, da UNILA, destacou a necessidade de respeitarmos e valorizarmos as diversidades. “A política é o lugar da diferença. Quem gosta de tudo igual ao mesmo tempo é facista. Precisamos aprender a lidar com as diferenças, conversar com as pessoas”, afirmou.
As falas foram recheadas de palmas e gritos por “fora Temer”e “fora Beto Richa”.

Tecnologia e participação social
Apesar de não ser aberto para perguntas, o seminário utilizou a tecnologia para fomentar o debate. Por meio da ferramenta “Delibera”, construída pelo Laboratório de Cultura Digital, os participantes puderam enviar perguntar e votar nas mais interessantes.

O esforço de desenvolver ferramentas e metodologias de participação é um dos principais focos do projeto. Segundo o coordenador executivo do Laboratório, João Paulo Mehl, as pessoas precisam se apropriar do conhecimento gerado e também gerar conhecimento. Ele reforça que a tecnologia não deve ser tratada apenas sob o ponto de vista do especialista, mas de todos, desde os povos indígenas, aos programadores, designers e quilombolas.

Nesse sentido, a tecnologia utilizada e desenvolvida pelo Laboratório, por meio dos software livres, é aberta para ser revista, aprimorada e replicada por qualquer pessoa. Um dos exemplos de utilização da plataforma “Delibera” se dá no Conselho Nacional de Política Cultural, onde a ferramenta permite dar transparência e elaborar metodologias de decisões coletivas para o aprimoramento e fortalecimento de políticas publicas e programas.

Para Mujica, as tecnologias “não têm moral”. Portanto, caberá aos homens e mulheres da nova geração fazer o bom uso delas. “A evolução tecnológica, gostemos ou não, irá mudar a dinâmica social”, lembrou, afirmando que a interação proporcionada pelos meios digitais promovem outro tipo de integração, que pode fazer com que a democracia no futuro seja muito mais desenvolvida do que a atual democracia representativa.

Fotos: Leandro Taques/Jornalistas Livres
JORNALISTAS LIVRES
Rede de Jornalismo independente em defesa da Democracia e dos Direitos Humanos.

Medellín: cultura e jornalismo em tempos de guerra | POR TODOS OS CAMINHOS


Nos anos 90, programa de TV Arriba Mi Barrio mostrava a face humana de uma cidade em meio a guerra conflagrada. Sob constantes ameaças, figuras como Jorge Melguizo e Luis Fernando Vélez não hesitavam em defender direitos humanos Por Célio Turino Vídeo: Gabriela Leite



Escritor Lira Neto: Acho engraçado. Escrevi doze livros. Colaboro com vários jornais e revistas. Faço doutoramento em história na Universidade do Porto. Atualmente trabalho em três novos livros. E os bolsonaristas me mandam um "vai trabalhar, vagabundo!". Trabalho intelectual, para eles, é ofensa. Perfil: www.facebook.com/lira.neto.9





Atualização: Cultivar a subversão da alegria não significa deixar de denunciar - e lutar - contra a tristeza autoritária do bolsonarismo. É, ao contrário, uma forma de luta, um antídoto contra o derrotismo prévio e imobilista, a permanência no luto político. É chegada a hora de reagir. Lira Neto

Leia também:

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Resistência com criatividade é Re-existência. Boas noticias para quem precisa e merece.(2)


sábado, 20 de julho de 2019

Boas noticias para quem precisa e merece. (1) 

Cultura de base comunitária, economia solidária, educação popular, teologia da libertação e pensamento critico sobre o Brasil. 


A nova idade midia
São muitas noticias ruins. Os maus, os perversos e predadores buscar basear o seu projeto de barbárie na criação e propagação destas, objetivando deixar a nossa psique e o ambiente social,  empesteado, triste e tóxico. A intenção é mantermo-nos refém do medo, da desesperança, do desalento, além de nos envolver na sua vibração ou sintonia do ódio.
Por isso uma seleção semanal de boas noticias para quem precisa e merece. Porque tem muitas coisas boas acontecendo e muita gente boa no mundo.
Como afirmou recentemente a professora, artista e ativista cultural  Maíra Magno no facebook " bicho é muita gente fazendo coisa linda pelo mundo a fora."


Zezito de Oliveira






sexta-feira, 26 de julho de 2019

Resistência com criatividade é Re-existência. Boas noticias para quem precisa e merece.(2)




Alô, Rio de Janeiro! Estamos com inscrições abertas para a 3ª edição do Laboratório de Inovação Cidadã Rio (2019) até dia 21/08. Traga sua ideia, projeto, proposta e participe do Labic! A proposta é buscarmos juntos tecnologias colaborativas, apoio, ferramentas e conhecimento para desenvolver cada projeto. A coordenação geral é da professora Ivana Bentes, da ECO/UFRJ, com a equipe do Pontão da ECO e a participação de parceiros.
Inscrições até dia 21/08 pelo link - https://bit.ly/2XVbLOW Chamada - https://bit.ly/2LwUPYL



Série 'Política: modo de fazer' mostra iniciativas inovadoras nas periferias. Aqui e Aqui



POLÍTICA: MODO DE USAR -como cidadãos tornam-se agentes de mudanças nos seus

 países.








Na semana passada inauguramos uma seção de boas noticias nesse blog. A periodicidade é semanal.  A proposta é a seguinte: 

"Eis que os tempos tenebrosos ou cabulosos descritos por Renato Russo em suas canções chegaram,  aqui aqui, não que estes tempos nunca tenham deixado de existir, porque trazendo uma aproximação com o conceito de multiverso, diversos tempos ou diversas forma de viver no tempo convivem sincronicamente e disputam  a hegemonia sobre os demais. Viver no tempo, não apenas em termos materiais e concretos, mas também sob a forma de memórias, narrativas, imaginário e símbolos.

Daí que alguns tempos  ou formas de viver no tempo, predominam e até parece que não existem outros tempos ou outras maneiras de vivê-lo, mas existem.

Porém são tempos que escondidos, silenciados, amordaçados, parecem não existir ou nunca ter existido. Não a toa, o escritor Milan Kundera, afirmou "ser a luta da memória contra o poder,  a luta da memória contra o esquecimento."

Por isso, a produção de uma seção permanente no blog da Ação Cultural intitulado. Boas noticias para quem precisa e merece.

Considerando que os ventos principais não sopram boas noticias, mas tem uns ventos, uns ventinhos que trazem noticias boas, noticias edificantes, noticias inspiradores, noticias que alimentam a chama de outros mundos possíveis. Noticias que podem nos tirar do estado de  espanto desmobilizador, da tristeza e da impotência, na perda de perspectiva para viver guiado pela utopia, como na descrição de  Eduardo Galeano, 

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”

O que significa a  busca da construção daquilo que Paulo Freire chama de inédito viável.


Façamos então com as boas noticias, como fazem os galos com seus cantos, os quais apresentados poeticamente por João Cabral de Melo pegam os cantos de outros para retransmiti-los  além, até que chegam a todos os rincões da terra. 


"Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos." "


Esta semana,  trazemos uma entrevista do canal Tutameia que traz uma excelente reflexão sobre a ideia de tempo e suas narrativas em disputa, conforme apresentado no texto acima.



 O post dessa semana abre com a discussão sobre a questão da inovação politica cidadã, seja na periferia, como através de jovens, incluindo também os do meio universitário, mas que necessariamente não residem em periferias.




A esse respeito,  percebemos um amplo setor da esquerda pouco atento, notadamente os de mais idade e/ou  oriundos dos movimentos mais tradicionais. 




Quem assistir a fala abaixo, vai perceber como a direita usa palavras com conceitos e categorias baseadas no futuro, apesar de todo o retrocesso ou regresso que quer e já estar fazendo, ao contrário, uma esquerda que apesar de todo a potência de futuro que guarda,  usa muitas  palavras com conceitos e categorias baseadas fundamentalmente no passado. O vídeo do historiador João Paulo Pimenta explica muito bem. 






E por falar em ESPERANÇA...
Há esperança entre a classe médica.

Força, Vittinho do SUS!

 Campo Grande, na reunião da SBPC : 17 mil inscritos. Mesas, conferências, minicursos bombando.
O Brasil que promete!

Mesmo que seja uma esperança equilibrista como nos lembra  o professor Alvaro Pantoja e seus homenageados. 





Salve, Aldir Blanc e  João Bosco!
Salve, Laerte!
Salve, Betinho! Salve, Henfil!
Salve, Paulo Freire e sua Pedagogia da Esperança!

E como também lembrou o professor Romero Venâncio em 24 de julho, por meio do mestre Ariano Suassuna.




Já o professor Renato Janine Ribeiro também em 24 de julho afirma: 

"Em Campo Grande, na reunião da SBPC : 17 mil inscritos. Mesas, conferências, minicursos bombando.
O Brasil que promete!"

E precisaremos de muita gente mesmo,  com disposição, garra, coragem, criatividade, inteligência, solidariedade, desapego, inventiva, estudiosa, porque estão levando embora o Brasil como conhecemos ou como projeto  solidário de nação. Que os posts acima contribuam nesse sentido. 

Pois, como afirmou o professor Romero Venâncio em 24 de julho.

"Bye bye Brasil" - um titulo de filme que dizia muito na época (1980)... Imagine a agora (2019) - Bye bye brasil!!!!