terça-feira, 29 de outubro de 2013

Vem aí o 2º Sarau Multicultural - Ecologia Urbana- Cidades Sustentáveis

Ecologia Urbana será tema do 2º Sarau Multicultural Itinerante.~~ Uma temática bastante pertinente em especial, depois dos transtornos causados pelas fortes chuvas em Aracaju e da ausência de um planejamento qualificado para minimizar os efeitos deste tipo de situação ou de politicas e gestão que contribuem para agravar ainda mais, os impactos negativos na vida da população em especial, das que moram nas periferias. Sem contar o caos do transporte público e dos problemas da mobilidade urbana.

O 2º Sarau Multicultural será realizado em 08 de novembro, desta vez no formato itinerante, no anexo da Igreja São Pio X, na Av. Visconde de Maracaju, bairro 18 do Forte, das 19h30 ás 22 horas. Este sarau itinerante cujo tema é Cidades Sustentáveis – Ecologia Urbana, conta com participação de agentes culturais ligados as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e ao Centro de Estudos Biblicos (CEBI) e a escolha do tema Ecologia para este Sarau Multicultural, remete a realização exitosa das Jornadas Ecológicas lógicas realizadas em 2011 e 2012 e que contaram com a participação desses agentes.

 Neste 2º Sarau Multicultural contaremos na roda de conversa, com a participação de José Firmo, especialista em gestão urbana e planejamento municipal e Lizaldo Ferreira, ambientalista e poeta, ambos da coordenação do Fórum em Defesa da Grande Aracaju e com reflexão e ativismo de muitos anos em prol de uma Aracaju mais humana, sustentável, democrática e mais justa.

Além dos dois ativistas ambientais acima, teremos a presença de Marcos Santana, também especialista em gestão urbana e planejamento municipal e com experiência de gestão em diversos órgãos públicos como Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe/PRONESE, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hidricos e Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso)

 Dentro da programação, estaremos apresentando algumas textos poéticos de autores brasileiros e da autoria de Lizaldo Vieira com temática voltada a questões ligadas a ecologia e aos cuidados com a integridade da criação, além de músicas de MPB com temática ecológica e danças circulares regionais.

Como acontece em todo o Sarau estaremos apresentando uma programação que consta de exibição audiovisual, nesta edição com o curta “Do Outro Lado do Rio” produzido pelo Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira. Este trabalho conta a história de um pescador embrutecido pelas circunstâncias da vida e retrata o dia a dia com sua filha, uma menina tímida e cheia de sonhos. A gravação foi feita em Aracaju e na Barra dos Coqueiros sob a orientação da equipe do Instituto de Cinema e Vídeo de Londrina – Kinoarte.

O Sarau Itinerante é um projeto da Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania e conta com o apoio do programa Fala Jovem, produtora BR Tribe e nesta edição também com o apoio da Paróquia São Pio X.

 Atenção: Para este primeiro sarau itinerante pedimos a quem vier, que traga frutas, doces bolos regionais e sucos para compartilhar. Quem trouxer dinheiro poderá adquirir livros, cds, dvds e objetos de artesanato a preços bem acessíveis, como também pode trazer estes tipos de produtos para doar ao Bazar Cultural. A renda será utilizada para ajudar na cobertura das despesas.

Informativo Representação Regional MINC BA-SE

domingo, 27 de outubro de 2013

Zè Vicente da Esperança no Anchietanum (Jesuitas) São Paulo em 25/10/2013

Leia Também: Primavera em Aracaju mais uma vez inicia com Zé Vicente, artista, missionário, educador e ecologista AQUI

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) - Inclusão pela Cultura

Mudanças no programa VAI devem ampliar iniciativa cultural na periferia de São Paulo

Em 10 anos programa municipal já financiou mais de mil projetos. Agora, há mais recursos e mais tempo de incentivo público a iniciativas, com novo edital em dezembro
por Gisele Brito, da RBA publicado 23/10/2013 12:08, última modificação 23/10/2013 12:40
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CC / A Banca - Produtora Cultural Social
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Projetos culturais promovem soberania das comunidades da periferia paulistana e podem ter novo impulso com o VAI 2
São Paulo – Criado há dez anos, o Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) em São Paulo terá novo edital em dezembro, ampliado por mudanças recém-aprovadas pela Câmara Municipal. A partir de agora, o projeto da prefeitura terá dois tipos de fomento.
Um voltado para iniciantes, que terão acesso a até R$ 30 mil, nos mesmos moldes do atual, e outro para grupos que tenham mais de dois anos de experiência comprovada, e que poderão acessar até R$ 60 mil. A expectativa de ativistas e produtores culturais é de que as mudanças consolidem a “primavera periférica” que tem afirmado a cada dia uma estética política e social.
Até sofrer mudanças, na última quarta-feira, o VAI encaminhava R$ 24 mil para cada proposta aprovada. As alterações promovidas pelo vereador Nabil Bonduki (PT) são consideradas fundamentais para atender a grupos que, depois de dar os primeiros passos com ajuda do programa, não conseguem acesso a outras fontes de financiamento público.
“O VAI, sem dúvida, é o mais bem executado programa de apoio à cultura popular, comunitária, negra e periférica do país. Ele teve – e deverá ter cada vez mais com o VAI 2 – uma importância crucial no fomento direto, sem grandes burocracias, à produção cultural autônoma dos coletivos de artistas, contribuindo bastante para ampliar, aprofundar e qualificar essa produção recente, hoje amplamente reconhecida no país afora e mesmo no mundo”, avalia Danilo Dara, que participou, entre outros, da proposta "Cine Bijou – Cinema e Memória", projeto que pretendia resgatar a memória do próprio cinema, um espaço de resistência à ditadura (1964-85). O projeto foi contemplado com o VAI em 2011 e, mesmo após o fim dos recursos do programa, continua a pleno vapor.
Apenas este ano, 176 projetos foram selecionados entre grupos de dança, coletivos de midiativismo, saraus, grupos de grafite, escritores e cantores, entre outros, mas quase mil se candidataram.
Para o coordenador do programa, Renato Almeida, o VAI se diferencia pela própria concepção que se faz do jovem e da periferia. “O jovem historicamente no Brasil é visto como um problema social, algo que perturba a ordem. E aí as políticas estão sempre no âmbito do controle, da tutela. Mas o programa parte da premissa que os jovens precisam de autonomia”, explica. “Quando esse jovem é da periferia, então, isso se intensifica ainda mais. E o VAI é voltado para ele. Reconhece a produção dele. Não é o Estado levando cultura para ele, mas o Estado fomentando o que ele já desenvolve. O Estado reconhecendo que ele é um sujeito de direito”, detalha Almeida.
“O programa sempre teve uma preocupação que não é só cultural, mas é territorial e de classe. Por isso é extremamente importante”, avalia Rafael Mesquita, um dos coordenadores da Agência Cultural Solano Trindade, que surgiu no Campo Limpo, extremo sul de São Paulo, com o fomento do VAI e agora ajuda a dar visibilidade a outros projetos contemplados.
No VAI 1, cada grupo só pode ser beneficiado pelos recursos duas vezes. No VAI 2, essa trava não existe, assim como a que limitava a idade máxima dos proponentes a 29 anos. “Isso é um ganho considerável porque em algumas regiões em que há pouco movimento cultural, os que existem passavam a não receber”, explica Vitor Hugo da Silva Ramos, da Pastoral da Juventude.
“O exemplo do Programa VAI 1, e agora do Programa VAI 2, deveria ser seguido, fortalecido e ampliado para outros municípios, estados e para o próprio nível federal. É preciso se pensar em políticas ainda mais profundas, como a Lei de Fomento à Produção Cultural Periférica, nos moldes da Lei de Fomento ao Teatro e à Dança, para efetivar a democratização das políticas culturais, que ainda hoje seguem priorizando muito mais a produção artística mais elitizada – como o alto mercado editorial, a grande indústria do cinema, os grandes shows e concertos eruditos”, enfatiza Dara.



domingo, 20 de outubro de 2013

Lia - A Ilha e a Ciranda

Ciranda tecnológica
A partir de quinta (17/10), exposição multimídia reconta a história de Lia e sua ciranda no Centro Cultural Correios, misturando música, história e arte contemporânea
Por todo o Brasil, há quem nunca a tenha visto, mas conheça seu nome e saiba exatamente o que ela faz: ciranda. Lia, Ilha de Itamaracá e ciranda são hoje palavras indissociáveis e que integram com imensa força o imaginário coletivo da cultura brasileira. "Essa ciranda quem me deu foi Lia que mora na Ilha de Itamaracá..."
A partir de quinta (17/10), o Recife é convidado a mergulhar no universo dessa diva de maneira única. Realizada em parceria com o Centro Cultural Estrela de Lia, 
a exposição multimídia Lia - A Ilha e a Ciranda entra em cartaz no Centro Cultural Correios, reunindo objetos pessoais, fotos e vídeos da artista. 
Registros em suportes diversos remetem à Ilha de Itamaracá e apresentam a cultura, os saberes e as pessoas responsáveis por salvaguardar a manifestação popular da Ciranda. Nos relatos, as história de Lia e da ciranda se encontram e se misturam. Lia é a ciranda e a ilha; a ciranda é canto de Lia sobre a ilha, e dela para o mundo.
Na mostra, Lia de Itamaracá não será apenas revisitada, mas sua produção é exposta ao diálogo com expressões da arte contemporânea pernambucana. Em instalações criadas e executadas exclusivamente para a exposição, a artista visual Lia Leticia e o grupo 3Ecologias.net (Ricardo Brazileiro e Ricardo Ruiz) exploram o universo da musicista.
"Sinto uma responsabilidade muito grande em participar dessa exposição. A primeira referência que tenho de Lia é de exuberância e beleza. Depois tive o prazer de perceber que, além disso tudo, Lia carrega uma simplicidade e uma alegria tão fortes que transbordam tudo. A proposta da 3Ecologias é de perpetuar a imagem de Lia como rainha, na beira da praia, diante do mar, em diálogo com uma paisagem virtual", adianta Ricardo Brazileiro.
Para a artista visual Lia Letícia, o desafio da proposta é dialogar com a versatilidade de Lia de Itamaracá. “As instalações evidenciam a vida dela em cada detalhe, da casa às roupas, mapeando referências estéticas.  É imensa a versatilidade de Lia, e vai além do símbolo que ela é de cultura popular. Lia canta em chão batido, em teatro e em show de rock. Para mostrar isso tudo, a exposição abarca recursos de outras linguagens, como artes visuais e audiovisual”, afirma Lia Letícia. Paralelamente também serão realizados dois shows com a presença Lia de Itamaracá e sua banda.
Sobre Lia de Itamaracá
Descoberta tardiamente, esta antiga merendeira da Ilha de Itamaracá foi chamada de a “diva da música negra” pelo jornal norte-americano The New York Times como, e comparada com à intérprete cabo-verdiana Cesária Evora reunido a fim de contar e relembrar a história dessa famosa merendeira da Ilha de Itamaracá. Lia de Itamaracá é patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco e referência na cultura brasileira. Seu nome carrega o ilha onde nasceu e vive até hoje, somando cinco décadas de perseverança e resistência que a transformaram em ícone nacional e internacionalmente. Homenageada em versos por artistas de distintas gerações, Lia de Itamaracá fez a ciranda extrapolar os chamados circuitos folclórico, regional ou de cultura popular. Com majestade, levou o ritmo para todas as capitais brasileiras, cantando em teatros, praças e praias não só do país, mas também da Europa.
Sobre os artistas convidados
Lia Leticia é artista visual radicada em Pernambuco há mais de 15 anos e vem trabalhando dentro das intersecções entre cinema e videoarte desde o início dos anos 2000, quando foi produtora executiva, atriz e diretora de arte do premiado curta pernambucano Resgate Cultural- O Filme (Telephone Colorido e Pajé Limpeza). Desde então dedicou-se a produção em vídeo, dialogando sempre com estas linguagens, cinema e arte. Seus trabalhos tem circulado em festivais de arte e cinema pelo país.
3Ecologias é uma empresa de desenvolvimento de softwares e soluções em tecnologias da informação, comunicação e cultura. Opera num vasto leque de possibilidades que mesclam interatividades, internet das coisas, dispositivos inteligentes e as situações derivadas desta relação humano-máquina- linguagem. Além, promove residências e imersões no uso dessas tecnologias e sistemas no campo artístico, da pesquisa acadêmica e de empresas comerciais com interesse nas possibilidades criativas em tecnologia. 3Ecologias se preocupa também com o formato de suas atividades, incorporando aos projetos um profundo conhecimento das relações ambientais, promovendo soluções sustentáveis para um mundo com a consciência de seu futuro e a preservação de suas raízes.
A exposição Lia - A Ilha e a Ciranda é uma realização do Centro Cultural Correios Recife e tem patrocínio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, do Governo Federal, e do Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet.
SERVIÇO



Exposição Lia - A Ilha e a Ciranda
Onde: Centro Cultural Correios (av. Marquês de Olinda, 262, Recife-PE)
Quando: 17/10 a 1/12
Visitação gratuita de terça a sexta, das 9h às 18h;  sábados e domingo das 12h às 18h 
ABERTURA: dia 17/10 das 19h às 22h (aberta ao público)
SHOW Lia de Itamaracá: dia 20/10 às 17h (aberto ao público, vagas limitadas, distribuição de senhas uma hora antes do show)
LANÇAMENTO DO CATÁLOGO  e  SHOW Lia de Itamaracá dia 17/11 às 17h (aberto público, vagas limitadas, distribuição de senhas uma hora antes do show)
Informações e agendamentos de visitas: expoliacorreios@gmail.com

~Pontos de Cultura construindo a Tela Sergipe 2013

Nesta terça-feira(22/10/2013), teremos uma reunião extraordinária do Coletivo Pró Rede Sergipe de Pontos de Cultura (4ª temporada), com técnicos da Secult para discutir a proposta de programação da Teia Sergipe. Será na sede da Ação Cultural, no Edf. Cultura Artistica- Centro de Aracaju. Rua S. Cristóvão 14, sala 402. Das 9 ás 11h.Quem é Ponto de Cultura conveniado pode chegar. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Teia é o encontro nacional dos Pontos de Cultura, e também encontros regionais das entidades que integram o Programa Cultura Viva.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ No âmbito nacional, acumula quatro edições: Teia 2006: Venha Se Ver e Ser Visto, São Paulo (SP) Teia 2007: Tudo de Todos, Belo Horizonte (MG) Teia 2008: Iguais na Diferença, Brasília (DF) Teia 2010: Tambores Digitais, Fortaleza (CE)~~~~~~~~~~~~~~~~~~ O encontro nacional tem como objetivo reunir representantes e integrantes dos Pontos de Cultura em uma grande comunhão. Entre as premissas do evento estão a ruptura de hierarquias culturais e a construção de novas legitimidades no processo de transformação de um Brasil a desesconder e se revelar.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ O Fórum Nacional dos Pontos de Cultura, organizado pela primeira vez na Teia 2007, é a instância política dos Pontos que reúne os representantes dos demais encontros e fóruns municipais, estaduais ou regionais, além das áreas temáticas e redes que compõem o Cultura Viva.~~~~~~~~ O Fórum fortalece o Sistema Nacional de Cultura e fomenta a construção de marcos legais que reconhecem a autonomia e o protagonismo do povo brasileiro, transformando o debate em ação, graças à gestão compartilhada entre o governo e os representantes das entidades.~~~~~~~~~~~~~~~~ Outra instância importante nesse processo é a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, que articula a participação dos Pontos nos encontros e garante a participação do grupo no Fórum Nacional e outros eventos relevantes no processo.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Fora o viés político, os encontros nacionais da Teia são uma importante manifestação cultural. Em todas as edições, uma programação cultural intensa permeia as discussões e serve de vitrine para os Pontos de Cultura se apresentarem, se conhecerem e se verem.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Seminários, Feira de Economia Solidária complementam a programação.
Ponto de Cultura - Leci Brandão~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Você se apropriou, Da nossa identidade, Você nos expulsou, Do centro da cidade, Você não publicou, aquela entrevista, Você não revelou que sou protagonista,~~~~~~~~~~~~~~ [x2] Só porque você tem poder~, Acha que vai nos convencer, Estamos prontos pra valer, A nossa força é o saber, [x2] Tem hip-hop na comunidade, Tem grafiteiro com dignidade, O teatro é realidade, Também tem literatura, Dançadeira a sua vaidade, Capoeira toda liberdade, A bandeira da sinceridade, Salve o ponto de cultura, [x2] Só porque você tem poder, Acha que vai nos convencer, Estamos prontos pra valer, A nossa força é o saber, [x2] Tem hip-hop na comunidade, Tem grafiteiro com dignidade, O teatro é realidade, Também tem literatura, Dançadeira a sua vaidade, Capoeira toda liberdade, A bandeira da sinceridade, Salve o ponto de cultura, [x4] Só porque você tem poder, Acha que vai nos convencer, Estamos prontos pra valer, A nossa força é o saber,

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Entrevista com Michel Maffesoli: "A crise é um assunto chato"

Entrevista com Michel Maffesoli: "a crise é um assunto chato"

Gente, é tudo recortado do JB, coisa boa, turma do JB, obrigado por não processar blogueiro que mostra o bom trabalho de vocês!
de Bolívar Torres, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - Você sabe, fui obrigado a me caricaturar”, diz um sorridente Michel Maffesoli, circulando pelo amplo salão do Copacabana Palace, onde encontrou o Jornal do Brasil na última sexta, logo antes de sua palestra na Casa do Saber, para o seminário Panorama do Pensamento Francês Contemporâneo. Provocador, o sociólogo e professor francês admite que precisa forçar o traço, exagerar seus argumentos, quando quer agitar o comodismo intelectual que toma conta das academias. Expoente do pensamento pós-moderno, Maffesoli acredita que a elite intelectual – universidades, imprensa, classe política – continuam presos aos velhos pilares da modernidade. Não conseguem acompanhar as mudanças de paradigmas do mundo emergente, dominado por outros valores: hedonismo, energia voltada ao presente, esgotamento das instituições...
Na entrevista, o sociólogo desmonta as certezas do pensamento oficial e fala do lugar do Brasil na nova configuração mundial.
Estamos em plena crise. A mídia não para de falar de uma crise financeira, política, de valores... Em seu último livro 'Apocalypse', porém, o senhor prefere a palavra “apocalipse” ao termo “crise”, mas usando-a em seu sentido etimológico, ou seja: a revelação de algo novo. A mídia e as instituições ainda não entenderam que este momento pode ser, na verdade, a gestação de novos paradigmas?
A crise é um assunto chato. Sou daquelas pessoas que, para provocar, já vai logo dizendo que não existe crise (risos). Se fomos reduzir a crise a uma dimensão econômica e financeira, é claro que ela existe, e que tem consequências. Mas para mim o que interessa de fato é a emergência de novos paradigmas. Quando há uma passagem de um momento a outro, como acontece agora, surgem crateras em todos os lugares. É um pouco como um garoto quando chega a adolescência. Ele está bem consigo mesmo, em harmonia com seu ambiente, e de repente começa a ficar com espinhas, vê mudanças em seu corpo, começa a repensar sua relação com si próprio e com os outros, sem que haja razão precisa para isso, a não ser uma passagem a outro estágio. Michel Foucault e outros pensadores mostraram que a cada quatro séculos, mais ou menos, acontece um cansaço, uma saturação, uma usura das maneiras de viver e pensar. Estamos vivendo uma destas usuras. Algo como “a maquinaria funcionou, agora vamos passar a outra coisa”.
Que novos paradigmas são esses?
Ao olharmos as práticas da juventude, percebemos que há vitalidade, um prazer de ser, um prazer do corpo, uma dimensão criativa da existência. O valor do trabalho já não é mais um fim em si, mas algo ligado à criação. Antes, o trabalho era o percurso para realizar-se. Hoje esta realização passa por uma dimensão mais lúdica. A modernidade era o positivismo, o mito do progresso: casa, futuro, desenvolvimento. Na pós-modernidade, essa projeção dá lugar ao presente. Não é a primeira vez que estas mudanças acontecem. O fim de UM mundo não é o fim DO mundo.
Ligados ao presente, os jovens de hoje já não estão mais presos à ideia de 'projeto'?
Eu não sei quais são seus debates no Brasil, mas na França a palavra “projeto” é empregada sem parar, em todos os níveis. Tudo é projeto! Já escrevi que quando não estamos convencidos de alguma coisa, empregamos uma palavra repetidamente. Trata-se de uma espécie de encantamento: cantamos alguma coisa até convencermos os outros e a nós mesmos. As relações amorosas, por exemplo. Ninguém fala mais de amor do que um casal que vai se separar. Falam de amor para salvá-lo. O mesmo acontece com os “projetos”. Mais se fala, menos há.
Mas a falta de projeto não significa, necessariamente, falta de ação e criação, certo?
Existem grandes sociedades que se concentraram no presente, no hedonismo, no prazer do momento... O engano sociológico é que havíamos pensado a modernidade como uma energia que se projetava. A partir do momento que se vê que não há mais projeto, logo se pensa que não há mais energia. Mas só porque não se projeta para o futuro não significa que não se tenha energia. Mobilizando uma energia para o presente, podemos fazer uma pessoa trabalhar 18 horas por dia! (risos) É uma energia que não está mais distante, no progresso. Ela está dentro – no ingresso, na alegria do mundo.
Existe um abismo entre a realidade pós-moderna e as nossas instituições?
Quando há grandes mudanças, é preciso um tempo para tomar consciência. Nesse caso, há ainda uma complicação adicional, porque aqueles que têm o poder de falar sobre as mudanças (jornalistas, intelectuais, políticos) continuam com os valores antigos da modernidade. Neste sentido, a imprensa, a universidade e a vida política não acompanharam a vida real. Toda sociedade precisa de uma elite intelectual. Mas esta elite deve estar em sintonia com os valores de seu tempo. A nossa, infelizmente, ficou nos mesmos sistemas modernos do século 20.
Em seu livro 'A parte do diabo', o senhor fala em relativismo e politeísmo de valores, e afirma que a vida social não pode mais ser compreendida como a expressão de um bem único. Mas a disputa entre o Ocidente e o Islã não seria uma guerra entre dois valores absolutos?
Já escrevi em algum lugar que a querela entre Bush e Bin Laden é uma briga conjugal. Ambos têm os mesmos valores, são monoteístas, acreditam em algo universal e querem impô-lo ao mundo. Mas o que muita gente esquece é que o Islã hoje faz o que os cristãos fizeram há cinco séculos. O Bin Laden do momento teve predecessores cristãos, alguns piores. Mas, apesar disso, vivemos o fim da universalização. A disputa entre os EUA e Bin Laden é o que em francês chamamos de “combat
d'arrière garde”. É quando um exército percebe que a guerra está perdida e fica na retaguarda lutando, sem mais nada a perder, partindo para uma última tentativa. Normalmente são as brigas mais sangrentas. Tenho um sentimento de que se trata de um pega-pra-capar do velho universalismo.
Por sua origem multicultural, Obama não poderia ser uma ruptura definitiva com esta universalização de valores?
Obama é simpático justamente por vir desta mistura. Sua eleição pode abrir os espíritos em relação aos “pequenos brancos” como Bush ou Clinton, fundamentalmente mais arrogantes. Obama, ao contrário, tem um lado mais humano. Mas evito falar por não ter certeza de que se possa esperar algo dos EUA, que representam o extremo ocidente, os valores ocidentais em decadência. Houve uma hegemonia americana, assim como houve uma europeia, mas não é olhando para eles que veremos o mundo emergente.
Os fenômenos pós-modernos, como a saturação política, o esgotamento da razão, a fragmentação social em tribos, poderiam ser vistos como uma volta a certos sentimentos primitivos, misturados a uma tecnologia sofisticada?
É verdade que tudo isso renova com atitudes arcaicas. Porque, na verdade, a pós-modernidade não é mais do que um retorno a uma pré-modernidade, só que não em sua totalidade. Não estamos mais confrontados à flecha iluminista do progresso, nem ao círculo nietzcheniano, mas sim à espiral. Vemos um monte de coisas antigas voltar, com suportes tecnológicos, como, por exemplo, a internet. Então, sim, há emoções e outras atitudes arcaicas, mas as encontramos em blogs, flashmobs, fóruns de discussão...
O senhor disse que o Brasil é um laboratório da pós-modernidade. Por quê?
Cometi um erro dizendo isso, porque acredito fundamentalmente que seja verdade (risos). Na verdade, não gostaria de passar por um estrangeiro que fica opinando sobre o país, como certos colegas, que passam 10 dias no Brasil e já acham que conhecem tudo e já podem dar lições aos brasileiros. Mas a primeira vez que vim aqui foi em 1991 e me senti bem logo de cara, foi amor à primeira vista. Pessoalmente e intelectualmente. Percebi que havia uma série de pesquisas que colocavam em valor as características pós-modernas, como a concentração no presente, a visão do corpo não apenas como instrumento de produção, enfim, a razão sensível, que não é a negação da razão, mas um enriquecimento dela. E, para dizê-lo em termos lógicos, o Brasil é um país com dimensão oximórica – uma figura de retórica que eu uso para definir ideias opostas, que parecem excluir-se mutuamente mas que, no fim, se combinam, como num curto-circuito. Mais ou menos como “monstro delicado”.
E no que diz respeito à estetização do cotidiano, outro tema que lhe é caro, temos nossa arquitetura, cheia de curvas...
Sim, mas infelizmente vocês tiveram influência de Le Corbusier e da Bauhaus, uma arquitetura reduzida à funcionalidade. Por outro lado, no caso do Brasil a funcionalidade foi apagada por uma exageração do puro e simples tropical. Mais simplesmente, reduzir os ângulos. A modernidade é o ângulo. A pós-modernidade é o barroco.
17:47 - 07/11/2009

fonte: Jornal do Brasil, foto pensomoda.com

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Palestras para a área da cultura na Feira do Empreendedor


Entre os dias 17 e 20 de outubro acontece no Centro de Convenções de Sergipe mais uma edição da Feira do Empreendedor, evento promovido pelo Sebrae, com apoio do Governo do Estado, Banco do Brasil e Senac. Como em edições anteriores, a feira contará com uma vasta programação acadêmica, com foco na capacitação de micro e pequenos empresários que desejam adquirir conhecimento para desenvolver ainda mais suas empresas.
A programação contará ainda com palestras voltadas para a área cultural, com temas diversos e que contempla diversas vertentes da cultura. A primeira delas acontece no dia 18, a partir das 16h30 e fala sobre ‘Gestão Financeira para o Artesanato’. Neste mesmo dia será realizada também uma palestra sobre ‘Empreendedorismo Criativo - O negócio da moda na Internet’, às 18h30.
O domingo, 20, também terá uma vasta programação voltada para a área da cultura. As palestras começam às 16h30 e tratarão de temas como ‘Tecnologias de baixo custo para produção audiovisual’, ‘Processos Colaborativos para produção cultural’ e ‘Modelo de Negócios para Empreendimentos Culturais’.
Sobre a Feira
A Feira contará com seis espaços, que são Educação Empreendedora, Atendimento Empresarial, Micro Empreendedor Individual, Oportunidades de Negócios, Economia Criativa e Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade. O evento gratuito, mas os visitantes devem realizar a inscrição pelo site www.feiradoempreendedorse.com.br .
O espaço Educação Empreendedora é voltado para capacitação empresarial, onde serão disponibilizadas mais de 100 palestras sobre temas como gestão financeira, legislação e tributação, marketing, franquias e redes sociais.
No Atendimento Empresarial os empreendedores poderão tirar dúvidas, receber  orientação empresarial, enfim, é uma área destinada à classe empresarial. Já o espaço Micro Empreendedor Individual é exclusivo para o MEI, que terá acesso gratuito a vários serviços como declaração anual de faturamento, alterações cadastrais, além de orientação sobre como proceder no processo de formalização.
Na área destinada a Oportunidades de Negócios o visitante terá acesso a empresas que atuam nos segmentos de comércio e serviços, franquias, representações, porta a porta, máquinas e equipamentos, agronegócios, além dos estandes Sergipe de Oportunidades e Painel de Oportunidades.
No espaço destinado a Economia Criativa estarão presentes empresas que atuam no segmento cultural. Já na área destinada a Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, as pessoas terão acesso a informações importantes, com dicas sobre reaproveitamento de resíduos sólidos, eficiência energética, banco de empresas que já atuam no mercado, normas técnicas, além de projetos do Sebrae voltados para o setor.
Confira a programação completa da Feira do Empreendedor e informações sobre inscrições aqui.
(Com informações da Assessoria do Evento)

Festival de Música da Nacional FM

Rádio Festival: ouça as finalistas do Festival de Música da Nacional FM Conheça as músicas que estão na final especial preparada pelo site das Rádios pra você! AQUI Leia também: Semana Nacional pela Democratização da Comunicação terá dezenas de atividades no país~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Confira a agenda de seu estado e participe~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ A Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, que acontece entre os dias 13 e 20 de outubro, contará com a articulação de entidades de diversos setores da sociedade civil para a coleta de assinaturas do Projeto de Lei da Mídia Democrática, debates sobre o direito à comunicação e a liberdade de expressão, lançamento de livros, atos públicos, passeatas, ações culturais e vários outros.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Serão dezenas de atividades, dentre elas, o lançamento oficial do projeto de lei em São Paulo, um grande ato pela Internet Livre (SP), e uma reunião com os relatores pela liberdade de expressão Frank La Rue (ONU) e Catalina Botero (OEA), no Rio de Janeiro. Em Brasília, manifestantes pela democratização da comunicação realizarão ato público pela implantação do Conselho Distrital de Comunicação Social.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Durante a semana também serão divulgadas pesquisas do Instituto Patrícia Galvão/Data Popular sobre concessões de rádio e TV para políticos e no Rio, e da Fundação Perseu Abramo, sobre a Democratização da Mídia.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Veja todas as atividades no site do FNDC. AQUI

Entre o espanto e a gracinha - A cultura de massa atravessando a Escola.




Em busca do meio  termo entre o excesso de pudor dos setores conservadores cristãos e os interesses amorais(1) do mercado, apoiado por amplos setores da classe politica conservadora e de direita, detentora da quase totalidade das concessões de rádio e televisão. Por incrível que pareça,  setores políticos falso moralistas,  paradoxalmente apoiados pela maioria dos cristãos mais tradicionalistas.

(1) O que é Amoral:

Amoral é um adjetivo de dois gêneros que classifica alguém sem noção de moral , ou seja, não é contra nem a favor dos princípios da moralidade.

Amoral é aquilo que está fora da moral, ou seja, é aquilo que é neutro a nível de ética.  Em um sentido prático, um indivíduo amoral vive sem as condições subjetivas exigidas para que os seus atos ou juízos sejam morais.

O estado ou qualidade de uma pessoa sem obrigações morais ou princípios éticos é designado como amoralidade.



Desde que comecei a trabalhar no Jardim uma das questões que mais me chama a atenção é a beleza das meninas do lugar. A despeito de uma série de limitações e dificuldades a que são submetidas, inclusive o preconceito social.
Da mesma maneira, me chama a atenção a inteligência e a dignidade de muitas delas. Por causa disso tenho sempre conversado com as belas, sobre o quanto é legal ter a companhia de meninas e futuras mulheres que investem energia e disposição em mais conhecimento, respeito e amor próprio.
Digo isso, a propósito do que vejo/sinto em relação aos pensamentos e atitudes de muitas belas com relação a vulgaridade e banalização do corpo, as muitas que se deixam influenciar por aquilo que dizem a maioria das músicas e novelas de sucesso e que não se dão conta dos prejuízos que já sofrem e sofrerão ainda mais, a médio e a longo prazo. 
Inclusive estas “gurias” estarão mais sujeitas a sofrer situações de vexame, humilhação e constrangimento porque atrairão mais facilmente cafajestes ou canalhas, como aqueles que se relacionaram e estão expondo muitas garotas em imagens pornográficas via internet.
 
É fato, desde a juventude aprendi a diferenciar pornografia ou vulgaridade de erotismo e sensualidade. As meninas e mulheres que sabem a diferença entre uma e outra sabem atrair a atenção e admiração, muitas vezes, vestidas da cabeça aos pés, elas sabem ser eróticas e sensuais com o olhar, com o gingado do andar, com o tom e modulação da voz e etc..
As meninas e mulheres que sabem disso, são até “soltinhas” ou “liberadas” a quatro paredes, mas dificilmente atrairão rapazes e homens sem preparo psicológico e emocional para lidar com esta realidade.
O QUE ME LEVOU A FAZER ESTA REFLEXÃO ACIMA , FORAM AS BELAS QUE SE APRESENTARAM NO FINAL DA FESTA DAS CRIANÇAS NO JÚLIA TELES. DIGA-SE DE PASSAGEM, COM O MEU AVAL, POR NÃO FAZER IDÉIA DO ESTILO COREOGRÁFICO. ESTAS MENINAS PARA FAZER ISSO, TEM COMO REFORÇO A PROGRAMAÇÃO DA MAIORIA DAS RÁDIOS COMERCIAIS E OS SHOWS COM COBRANÇA DE INGRESSOS OU GRATUÍTOS, PATROCINADOS POR EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO, REFORÇADOS PELOS CARNAVAIS, SÃO JOÃO E FESTAS DE PADROEIROS (AS), PATROCINADOS TAMBÉM PELO PODER PÚBLICO.
POR CAUSA DISSO, ME SINTO AINDA MAIS COMPROMETIDO EM BUSCAR RECURSOS HUMANOS, MATERIAIS E FINANCEIROS PARA INVESTIR EM UM TIPO DE ARTE QUE POSSIBILITE TAMBÉM MOSTRAR A BELEZA E A SENSUALIDADE DAS MENINAS FLORES DO JARDIM, MAS SEM QUE ELAS APAREÇAM COMO VULGARES, SEM VERGONHA OU CACHORRAS.
A propósito, vale a pena trazer uma das conclusões do relatório do Segundo Fórum Comunitário de Politicas Públicas no Conj. Jardim (2003). “O que queremos atingir através do resultado do trabalho com Arte?
• Queremos que nossas crianças saibam valorizar a nossa cultura, que elas tenham historia para contar, para que não sejam futuramente jovens desregrados, adultos sem criatividade, e sejam vozes que protestem contra o que a mídia joga aos seus filhos: danças que não constroem, não ensinam, nem os estimulam a pensar, não incentiva a sua criatividade. Para que não se construam pessoas sem objetivos, crianças que são concebidas, não sejam rejeitadas desde o ventre e para que vidas não mais se destruam , para que assim cada um como o beija flor, faca a sua parte.
• A arte e uma maneira de retirar as pessoas das ruas, uma expressão de identidade de cada um. Uma maneira de resgate social, revelando um novo olhar sobre as relações do individuo na sociedade. E preciso despertar a sensibilidade para recuperar a humanidade do ser para com outro ser e com o universo.” 
 
Zezito de Oliveira - Educador e Produtor Cultural.

 Para esquentar o debate, leia:  
O patrulhamento sobre o erotismo juvenil. AQUI  
Especialistas defendem educação sexual contra pornografia. AQUI 
 O chão e a gira. AQUI 
 A babá eletrônica. AQUI  
 A escola dos meus sonhos. AQUI
 

 

Informativo da representação regional do MINC - Bahia e Sergipe

sábado, 12 de outubro de 2013

Com arte e com afeto

Nas aldeias indígenas, as crianças e adolescentes são assumidos pelos adultos. Todos formam uma mistura de pai, tio, irmão mais velho ou primo. Lá o ditado “quem pariu Mateus, que o balance” não voga. Isso contribui para que não haja trombadinhas, mendicância, meninas prostituídas, problemas com drogas, pois o que existe são os filhos e filhas da aldeia. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Em nossa sociedade branca, “cristã” e ocidental, no entanto, é necessário escrever na Constituição que criança é prioridade absoluta e é responsabilidade da família, da sociedade e do Estado. Ainda assim, por esse compromisso não ser levado a sério é que vez ou outra a imprensa nos mostra que muitos adolescentes respondem ao desprezo, à humilhação, ao abandono e à exploração através de agressões a indivíduos e ao patrimônio, furtos e até assassinatos. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Na periferia de muitas cidades e em vários rincões deste imenso país, muita gente boa está recuperando o legado de nossos ancestrais índios e cuidam das crianças e adolescentes para que se transformem em adultos belos, saudáveis, solidários. Afinal, não custa lembrar que o fruto que colhemos depende da terra, da semente e do adubo que resolvemos colocar. Como nos falaram há algum tempo os rapazes do grupo musical A Cor do Som, “Sim, é como a flor, de água e ar, luz e calor, o amor precisa para viver, de emoção e de alegria e tem que regar todo o dia” e Milton Nascimento e Fernando Brant: “É preciso cuidar do broto, para que a vida nos dê flor e fruto”.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Nesse sentido, são diversas as iniciativas socioculturais que têm como objetivo lembrar aos adultos, através do teatro, da dança, da música, da pintura, da capoeira, do audiovisual, dos meios impressos e das emissoras de rádios algo que eles jamais deveriam ter esquecido e que os adultos do amanhã jamais esquecerão: que crianças e adolescentes precisam comer, brincar, estudar de verdade e não como faz de conta, praticar esporte, fazer arte e participar das discussões e decisões que digam respeito ao seu bem estar físico, moral e intelectual. Porque é assim que se constrói um país que nos faça sentir prazer de ter nascido em seu chão, uma verdadeira “pátria mãe gentil”. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Trago esse texto que escrevi no ano de 2004 e publicado em jornal impresso, sites e blogs, acompanhado por fotos da apresentação das meninas/flores do Jardim, alunas da Escola Estadual Júlia Teles e integrantes da oficina de dança do Ponto de Cultura, Juventude e Cidadania/Ação Cultural. Elas se apresentaram na Festa de Todas as Crianças, realizada em 12 de Outubro de 2013, no Parque da Cidade, Aracaju e promovida pelo Governo de Sergipe. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ O apelo do texto continua mais atual do que nunca, sobretudo em razão da quantidade de adolescentes e jovens que morrem no local. Uma reforma e ampliação da Escola Júlia Teles seria um grande presente do governo do estado as crianças e adultos do Jardim. A prefeitura de Nossa Senhora do Socorro poderia construir um grande centro cultural, já existente em diversas periferias do Brasil, conhecido como Centros de Arte e de Esportes Unificados (CEUS), programa que conta com recursos disponibilizados pelo governo federal. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Há também uma inoperância do governo do estado e do governo municipal com relação a tirar do papel, no caso de Sergipe, o programa federal “Juventude Viva”. Este programa é fruto de uma intensa articulação interministerial para enfrentar a violência contra a juventude brasileira, especialmente os jovens negros, principais vítimas de homicídio no Brasil. Esperamos em 2014 poder apresentar alguns avanços na perspectiva apontada acima e reforçamos o apelo, com dois trechos de uma das músicas apresentadas pelas meninas no dia de hoje, dentro do repertório coreográfico intitulado FELIZCIDADES, o Rap da Felicidade. Zezito de Oliveira - Assessor Pedagógico do Ponto de Cultura. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ “Minha cara autoridade eu já não sei o que fazer. Com tanta violência eu sinto medo de viver. Pois moro na favela e sou muito desrespeitado. A tristeza e alegria que caminham lado a lado. Eu faço uma oração para uma santa protetora. Mas sou interrompido a tiros de metralhadora. Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela. O pobre é humilhado, esculachado na favela. Já não agüento mais essa onda de violência. Só peço autoridades um pouco mais de competência” ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Eu só quero é ser feliz. Andar tranqüilamente. Na favela onde eu nasci É... E poder me orgulhar. E ter a consciência. Que o pobre tem seu lugar. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Fé em Deus DJ”~~~~~~~~~~~~~~ Agradecemos os elogios ao figurino e ao trabalho coreográfico por parte de representantes da Secult (Secretaria de Estado da Cultura)que estavam no local. A Secult é co-patrocinadora da iniciativa. O patrocinio é do Ministério da Cultura. Os figurinos e coreografia é da autoria de Cristiane dos Anjos, bailarina, coreógrafa, pedagoga e educadora social.

sábado, 5 de outubro de 2013

Imagens da Primavera em Aracaju com Zé Vicente. (2ª parte)

Fotos de Edjane Paixão - Ação Cultural. Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição (Aracaju). 21 de Setembro de 2013 - Encontro Musical/Sarau Multicultural Extendido Apresentação das meninas da oficina de iniciação a dança do Ponto de Cultura, Juventude e Cidadania. Coreografia "Gonzaga pra Sempre" inspirada nas canções Pau de Arara e Xote das meninas – Luiz Gonzaga. Coreógrafa - Cristiane dos Anjos Maxi Ferreira - Pelo pouco que eu e Margarette pudemos ver do evento, foi muito bom: animado, participativo, informativo... como não poderia deixar de ser, em se tratando de um cantor e artista popular como o Zé Vicente. O espaço em si foi muito bom, aconchegante e organizado... embora a localização realmente parece não ter contribuído muito para a presença de mais pessoas... Edjane Paixão - Foi um encontro muito bom. O Zé sempre nos entusiasma com suas músicas que são puras poesias. Músicas que nos faz refletir sobre a nossa missão. Vidas pela Vida, Vidas pelo Reino. Avaliação da equipe de apoio a produção da Ação Cultural - A presença do pessoal das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base)e Pastorais Sociais, deram o tom da animação. Houve muita alegria do povo que ficou para o encontro musical. As cirandas envolveram a todos. A banda Mater Dei tocou direito. Um aspecto positivo foi a abertura do espaço na apresentação do Zé Vicente para os artistas da plateia. Muitos CDs foram vendidos. O livro de poemas vendeu bastante. Valeu os “toques” do Zé Vicente – catequese anêmica e apática, esquecendo as lutas do povo, entre outros. 

  Abaixo, Zé Vicente com algumas meninas que se apresentaram dançando Luiz Gonzaga
  Zé Vicente canta "Missão de Todos Nós" em evento realizado no II Congresso Bíblico-Catequético da Arquidiocese de Aracaju. Participação da Banda Filius Mater Dei e Irmã Luciene de Oliveira (articuladora da Dimensão Bíblico-Catequética do Regional NE3)
Confira mais fotos. AQUI