quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

O bloco do PT hoje, nos seus 41 anos, passado e futuro.

  #PT41Anos


fonte da foto acima e abaixo: https://lehmt.org/2020/02/13/lugares-de-memoria-dos-trabalhadores-20-colegio-nossa-senhora-de-sion-sao-paulo-sp-josue-medeiros/

Alguns apontamentos (1ª parte)

1 – O PT surge em 10 de fevereiro de 1980 a partir da confluência de três forças politicas importantes, duas novas e outra renovada ou ressignificada

As novas forças politicas,  eram representadas por   lideranças gestadas nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), pastorais e movimentos eclesiais ligados à  igreja católica e lideranças ligadas ao chamado  novo sindicalismo, sendo que muito desses nas áreas urbanas,  também ligados às CEBs e à Pastoral Operária (PO),  esta última, reconhecida pela Arquidiocese de São Paulo no ano de 1970, com atuação, tanto CEBs e PO   em São Paulo capital, em municípios  adjacentes e notadamente na região do grande ABC em São Paulo, além de Volta Redonda, Barra do Piraí e Nova Iguaçu no Rio de Janeiro, entre outras cidades de Minas Gerais, Espirito Santo  e outras regiões com base industrial.

O  ato de fundação no tradicional Colégio Sion, deixa  claro essa marca  fundante das ligações fortes existentes naquele momento,  entre o PT e o catolicismo progressista. Leia mais sobre isso, aqui   ...

Um vídeo destacando essas ligações não será uma boa ideia? Podendo ser subdivido também em videos curtos.

Já nas cidades do interior, além das CEBs, temos a Comissão Pastoral da Terra criada em 1975, ajudando na criação e manutenção do PT em vários lugares, sendo que em muitos regiões do interior do país, os diretórios municipais eram formados em sua maioria pelo pessoal da igreja.    Além dos organismos católicos citados, vale lembrar como importante para o  PT em sua fase inicial, remanescentes da Juventude Operária Católica (JOC) e da Ação Católica Operária, nas cidades e no campo os remanescentes da Juventude Agrária Católica (JAC), Ação Católica Rural e etc...

Alguns movimentos de cunho mais tradicional, em alguns lugares foram influenciados pelos ventos progressistas que sopraram nas décadas de 1960, 1970  e 1980  dentro da igreja, em especial em  algumas regiões do Brasil, como é o caso dos Cursilhos de Cristandade, do Movimento Familiar Cristão e etc..

E isso é tão verdadeiro, que o inverno conservador que começou a se instalar no final da década de 1970, trouxe consigo alguns movimentos de cunho espiritual desencarnado e fortementes  alienados da realidade social e politica, a principio, vindos da Europa e dos EUA, para "recatequizar"  os católicos latino americanos. Dentre os mais conhecidos temos a Renovação Carismática Católica (RCC), que veio dos EUA. As Equipes de Nossa Senhora, o Neo Catecumenato, a Opus Dei, o Comunhão e Libertação, estes da Europa, entre outros.

Nos tempos atuais, representam base importante do que vem a se constituir como  expressão do  bolsonarismo  no seio da igreja católica .

A outra força renovada ou ressignificada representava  dissidências do Partido Comunista Brasileiro (PCB) formada no decorrer das décadas de 1960 e 1970. A  maioria,  sobreviventes da luta armada. A  outra parte desse força, era representada dentro do PT por parcela pequena da Ação Popular, a que não aderiu ao Partido Comunista do Brasil na segunda metade da década de 1960.

Vale ressaltar a herança católica da Ação Popular, cuja maioria dos seus membros integraram a Juventude Universitária Católica (JUC).

Essa força renovada ou ressignificada da esquerda,  também era composta de uma grande quantidade de estudantes, muitos desses com experiência politica então recente,   iniciada a partir da  retomada do movimento estudantil nos últimos anos da década de 1970, assim como  veteranos das grandes greves e passeatas protagonizadas por estudantes no final da década de 1960, embora nestes casos, a grande maioria também egressos de dissidências que se formaram a partir do  PCB, muitos deles sobreviventes da luta armada e/ou do trabalho  de enfrentamento à ditadura, quase sempre realizado com muita dificuldades e riscos. 

Dessa força renovada ou ressignificada também haviam muitos intelectuais, jornalistas, artistas, professores, profissionais liberais, muitos,  antigos militantes de outros agrupamentos  políticos de esquerda, muitos com experiências de lutas em suas categorias profissionais e outros debutando como participantes de um agrupamento politico partidário ou até mesmo politico.

Os expoentes do novo sindicalismo,  representavam àqueles que lutavam nas oposições sindicais contra as lideranças sindicais “pelegas”, herdeiras da tradição do velho sindicalismo criada por Getúlio Vargas. Como já citado, em alguns locais, novos sindicalistas fortemente influenciados pelo pensamento e práticas das CEBs, sendo estas por sua vez bastante influenciadas pelo pedagogia de Paulo Freire e pela sistematização das experiências de educação popular  realizada nas décadas de 1960, em especial no nordeste.

Defendo a Fundação Perseu Abramo  (FPA), recolher depoimentos destas pessoas, nos moldes do que faz o Museu da Pessoa. Sei que a FPA já está fazendo com as grandes lideranças do partido dos trabalhadores, mas há histórias fantásticas de militantes, filiados ou simpatizantes espalhados por esse país afora.

Continua amanhã ou em outro dia...

Zezito de Oliveira - Professor de história da educação básica, educador popular e agente cultural.  Já foi filiado ao PT, atualmente sem filiação a partido politico..

Quem quiser escrever no comentários testemunhos memoriais ou vivências pode ficar a vontade. Estes poderão ser incluídos em  posts seguintes.

Vale também referências de fontes bibliográficas ou audiovisual... 

P.S.: - OLHEM AÍ! AS DICAS QUE ESTOU DANDO A FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO E AS DIREÇÕES NACIONAL, ESTADUAIS E MUNICIPAIS DO PT, PARA COMEÇAR A AMPLIAR O DIÁLOGO NECESSÁRIO COM OS CATÓLICOS, A PARTIR DA HISTÓRIA. O MESMO VALE PARA OS SETORES PROTESTANTES/EVANGÉLICOS QUE TAMBÉM AJUDARAM A CONSTRUIR O PARTIDO DOS TRABALHADORES, EM MENOR QUANTIDADE,  É VERDADE, MAS DERAM SUA CONTRIBUIÇÃO.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

E as esquerdas no Equador? Como as opiniões se dividem......

 "O Movimento Indígena Pachakutik no Equador pode chegar ao poder.

O resultado espetacular do candidato indígena nas eleições do Equador devem nos fazer debruçar sobre a história andina e a importância do indigenismo.

Em geral, todos já ouviram falar de Alexandre o Grande, de Otávio Augusto ou de Carlos Magno, mas pouca gente sabe quem foi Pachacuti.

O nono e mais importante de todos os incas, que unificou o Tawantinsuyo, foi Pachacuti (em espanhol) ou Pachakutik (em quíchua), (1408-1471) que significa o transformador da Terra.

Os Andes possuem um campesinato com identidade étnica e linguística, que mantém elementos do comunitarismo (mingas) e da propriedade comunal (ayllus) até hoje.

Sua emergência política tem dois pólos na América, nos países de maio presença indígena, que são o Equador e a Bolívia.

Em cada um deles, surgiu um partido indígena com o nome de Pachacuti, mas independentes entre si. No Equador primeiro, o Movimento de Unidade Plurinacional Pachacutik, em 1995 e, depois, na Bolívia, em 2000, o Movimento Indígena Pachacuti.

Não vou analisar aqui o caso boliviano. Mas, no caso equatoriano, há alguns traços destacados.

O primeiro é desse partido ser uma espécie de braço político da Conaie (Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador).

O segundo traço é de ser um partido de pequena representação parlamentar, mas de decisiva presença nas lutas sociais. Foi com sua participação que venceram todas as insurreições do Equador recente.

Curiosamente, ajudaram a eleger cada uma das expressões do populismo que desafiavam as oligarquias tradicionais de burguesia equatoriana e, em seguida, decepcionados protestaram até serem derrubados.

Ajudaram a eleger o louco Bukaram, e o derrubaram em 1996.

Foi eleito Mahuad, que estivera nos protestos contra Bukaram, e seis meses de depois ele dolariza a economia equatoriana e é derrubado nos protestos que projetam o coronel rebelde Lucio Gutierres, que participa da rebelião, é preso, mas foi eleito em 2002, para trair todas as suas promessas e ser derrubado também em fortes protestos.

Com Rafael Correa, um católico conservador que aprendeu quíchua durante um ano em Zumbahua, o movimento indígena acredita finalmente ter encontrado um representante dos interesses do povo.

Ele toma posse na cidadezinha de Zumbahua, em 2007, onde leva Chávez, Lula, Evo e o iraniano Ahmadinejad, para anunciar o "socialismo do século XXI", que iria respeita o Bem Viver (sumak kausay), aprovado depois como princípio da constituição aprovada em 2008.

Logo em seguida, no entanto, Correa rompe com suas promessas, com o presidente da Constiutinte, Alberto Acosta, e com o movimento indígena, passando a defender a exploração de petróleo na área do Parque Nacional Yasuní.

Ao invés das alternativas como obter créditos de carbono pela manutenção da área intocada, aceita que multinacionais (inclusive a Petrobrás) passem a atuar na área.

Isso leva a um longo conflito, no qual surgem diversas lideranças indígenas. Um deles, Yaku Peres, ligado à defesa dos manaciais de Cuenca contra a mineração metálica se destaca. Muda seu antigo nome Carlos, para o quíchua Yaku, que significa "água".

Ele é preso diversas vezes pelo governo de Correa, sua esposa, a antropológa brasileira Manuela Picq é espancada e deportada, separando o casal por mais de um ano.

Após o segundo mandato, Correa escolhe seu ex-vice, Lenin Moreno, para sucedê-lo. Lênin o trai, expulsa Assange da embaixada em Londres, se alia aos EUA e ao neoliberalismo mais descarado e Correa vai para o exílio.

Ao tentar retirar os subsídios dos combustíveis, em outubro de 2019, enfrenta uma rebelião popular, encabeçada pela Conaie, que toma a capital, levando-o a transferir o governo para Guayaquil, região litorânea da oligarquia bananeira.

Hoje, Yaku Perez, com 20% dos votos, vai ao segundo turno, ameaçando o Equador racista, capitalista e colonial com o primeiro indígena no poder. Diferente de Evo, que vinha de uma economia de mineração, Yaku é anti-mineração, ecossocialista e defensor dos oprimidos.

É anti-imperialista, mas não se alinha com o castro-chavismo nem com a exaltação de um suposto comunismo chinês que hoje saqueia riquezas naturais no país de forma predatória.

Se aliou com o maior partido marxista equatoriano, o Movimento de Unidade Popular.

Seu adversário, Andrés Arauz, um ex-diretor do banco central, jovem economista correista, está aliado com o partido Centro Democrático, que tinha ministérios no governo de Correia.

A disputa será entre o já conhecido e fracassado bolivarianismo cor de rosa, mas autoritário, repressivo e aliado ao modelo extrativista, que se intitula de esquerda, mas é conservador nos costumes e timidamente reformista na economia, e uma nova esquerda ecossocialista, feminista, indigenista, ligada aos movimentos sociais.

Se Yaku não cumprir, a Conaie estará de prontidão, não se trata de um novo caudilho, como Correa, mas de um líder orgânico de seu povo.

Os indígenas do Equador que são, entre as diversas etnias e os mestiços mais de 80% da população, cansaram de eleger e derrubar políticos brancos que falavam em seu nome.

Resolveram eleger um dos seus."

texto de Henrique Carneiro publicado pelo historiador Célio Turino no facebook.

MAS.....

LM

"Em completo desacordo... não por acaso, o autor do artigo acima, é antigo e conhecido trotskista."

VF

"Yaku apoiou todos os golpes mais recentes nas Américas, principalmente o violento levante miliciano contra Evo Morales."

EA 

" basta uma pesquisa, foram posicionamentos públicos. Isso, além de defender aproximação com EUA via acordo bi-lateral, se colocando do lado yankee na guerra com a China."

JS

"Alinhamento com EUA via acordos bilaterais, cumprimento da agenda internacional para a América Latina de transforma-la (ou mante-la) em mera fonte de materias primas para o primeiro mundo, por meio de politicas antidesenvolvimento disfarçadas de ambientalistas/indigenistas, defesa da manutenção da dolarização da economia equatoriana... Correa, de todos esse erros, pelo menos so comete o último."


No Twitter

Hugo Albuquerque 

Thiago Ávila

Nathália Urban

No blog da Editora Elefante

Yaku Pérez e outra esquerda possível


CONTRADIÇÕES

Candidato ecossocialista do Equador: indígena e apoiador dos golpes na América Latina

Yaku Pérez, que possivelmente disputará 2º turno no Equador, comemorou impeachment de Dilma e golpe contra Evo Morales

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 
Artigo defende que suposto progressismo de Yaku Pérez se restringe a pautas ambientais, mas que na política externa, "ele tem se mostrado profundamente de direita" - Rodrigo Buendía/AFP

O primeiro turno da eleição presidencial no Equador, realizado nesse domingo (07), indicou uma possível surpresa para o segundo turno. Embora as pesquisas de intenção de voto apontassem um possível segundo turno entre o candidato correísta Andrés Arauz e o influente empresário de direita Guillermo Lasso, a apuração (ainda em andamento) pode levar o terceiro candidato, o indígena Yaku Pérez, ao segundo turno contra Arauz.

Este possível segundo turno seria marcado, então, pela disputa entre Andrés Arauz, um jovem economista de esquerda, que segue os passos do ex-presidente Rafael Correa e quer trazer de volta sua Revolução Cidadã, e Yaku Pérez, que se apresenta como uma alternativa progressista e ambientalista ao país.

No entanto, diversos setores da esquerda têm considerado que tanto Pérez, quanto seu partido, o Pachakutik, podem atuar como um “cavalo de tróia” para a direita em seus ataques à esquerda e ao progressismo latino-americano.

Leia mais: Quem é quem na disputa pela presidência do Equador?

Em um artigo publicado no portal The Grayzone, o jornalista Benjamin Norton, levanta extensamente alguns pontos contraditórios da trajetória de Pérez. Entre eles, está o tom elogioso das declarações do indígena à perseguição política contra lideranças progressistas na região, incluindo o impeachment contra Dilma Rousseff, no Brasil, o lawfare contra Cristina Kirchner, na Argentina, e o recente golpe de Estado na Bolívia em 2019.

Na análise do jornalista, a visão política de Pérez combina críticas à esquerda dos governos progressistas “com uma agenda política objetivamente de direita”. Já o partido de Yaku Pérez, o Pachaktik, se identifica como "ecossocialista" e afirma representar as comunidades indígenas do Equador. No entanto, seu candidato presidencial parece empregar “uma retórica de esquerda que está repleta de metas regressivas”.

Abaixo, apresentamos alguns dos temas em que as declarações de Pérez parecem ir na contramão de um caminho progressista, sobretudo no que diz respeito à política externa e integração latino-americana.

Artigo | Eleições no Equador: entre a esquerda e o projeto neoliberal

Declaração polêmica sobre auxílio a famílias pobres equatorianas: “gastariam tudo em cerveja”.

Ao comentar a proposta de criação de um auxílio às famílias mais pobres do país, apresentada por Arauz como forma de aliviar a atual crise econômica, social e sanitária e dinamizar a economia, Pérez atacou o argumento de seu concorrente dizendo que as famílias pobres “gastariam todo o dinheiro em cerveja no mesmo dia”.

Apoio do direitista Lasso

O principal candidato da direita nas eleições de 2021, o milionário banqueiro Lasso, não se sentiu ameaçado pela retórica "ecossocialista" de Pérez e seu partido Pachakutik. Segundo o artigo do The Grayzone, “ele parece estar bem ciente de que o rótulo é apenas um estratagema de marketing”, pois declarou publicamente que, se Pérez de alguma forma chegasse ao segundo turno, o apoiaria de bom grado para derrotar o correísmo.

No entanto, o apoio do banqueiro não representa necessariamente uma surpresa já que, em 2017, antes de mudar o seu nome de Carlos para Yaku, o próprio Pérez apoiou a candidatura de Lasso.

Ambientalismo x desenvolvimentismo

Yaku Pérez Guartambel diz querer que os equatorianos usem menos carros e plantem mais árvores. Ele propõe o fim da mineração no país e uma restrição à extração de petróleo. O candidato do Pachakutik critica o movimento correísta por sua dependência do extrativismo. 

O analista Ben Norton ressalta que o Equador é um antigo país colonizado e em desenvolvimento e, portanto, relativamente pobre em comparação com as nações imperialistas do Norte Global. Mas tem uma vantagem: grandes reservas de petróleo e minerais. 

Segundo ele, estes recursos foram fundamentais para os programas políticos e econômicos impulsionados por Correa e retomado agora por seus seguidores, defendendo seu uso para o desenvolvimento do país, financiamento de programas sociais e investimento de bilhões de dólares no acesso universal à saúde, educação de alta qualidade e infraestrutura avançada.

Apoio "de esquerda" ao golpe na Bolívia e fratura do movimento indígena no país

Na análise do jornalista responsável pelo levantamento, a suposta aparência progressista do programa político de Pérez termina em suas políticas ambientais. Quando se trata de política externa, “ele tem se mostrado profundamente de direita”.

Norton expõe que enquanto Pérez usa sua herança indígena para reivindicar representar as comunidades indígenas do Equador, muitos de seus integrantes estão contra o candidato e seu partido. 

Esta divergência teria aumentado após as declarações de Pérez em apoio ao golpe de Estado na Bolívia em novembro de 2019.

Em outubro de 2020, o Movimento ao Socialismo (MAS) venceu as eleições. Vários líderes indígenas equatorianos foram convidados para a posse do Presidente Luis Arce, mas Pérez não foi um deles. E o motivo para isto está nas suas críticas ao ex-presidente Evo Morales.

Mesmo antes da violenta operação de mudança de regime, Pérez acusava a Morales, na Bolívia, e Correa, no Equador, de "autoritarismo, machismo, extrativismo e populismo" e se recusou terminantemente a reconhecer a legitimidade do governo de Evo.

Após declarar-se a favor do golpe de Estado encabeçado por Jeanine Áñez, segundo o artigo, Pérez “permaneceu em silêncio sobre a Bolívia, não dizendo uma palavra sobre a junta, liderada por extremistas cristãos racistas que massacraram os manifestantes indígenas”.

Apoio a outros golpes na América Latina

O golpe na Bolívia não é a única campanha de mudança de regime na região que o candidato presidencial equatoriano apoiou.

Em novembro de 2016, Pérez elogiou impeachment contra Dilma Roussef e o fim do governo do Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil, ao mesmo tempo em que se colocou do lado da campanha de direita que atacava a então presidenta progressista da Argentina, Cristina Kirchner.

Sua crítica, nessa ocasião, se estendeu ainda ao então governo do Equador, de Rafael Correa, e Nicolás Maduro, na Venezuela: "A corrupção derrubou o governo de Dilma Rousseff e Cristina", disse Yaku Pérez. "Agora só falta que Correa e Maduro caiam". É apenas uma questão de tempo".

*O artigo pode ser lido na íntegra em espanhol e inglês.


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Eu apoio a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 #euapoioacfe2021

 A enorme ala reacionária dentro da igreja está atuando fortemente contra essa campanha, por isso esse post com materiais visando explicar e colaborar para propagar a campanha da fraternidade 2021.


POR QUE É IMPORTANTE DEFENDER A CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2021?
Desde os anos 60 do século passado, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de conversão quaresmal. É uma atividade ampla de evangelização voltada à renovação da vida da igreja católica e a transformação da sociedade. Tem sido sempre um momento rico na Igreja Católica e de preocupações religiosas e sociais. A fé sem as obras é morta, sabemos bem. Temas importantes como família, Moradia, Negros, Questão da terra, economia e vida, Meio ambiente, etc... foram importantes e em muito chamou a atenção da sociedade e estabeleceu um diálogo para além dos muros da Igreja católica. A CF já se tornou uma referência no calendário litúrgico e social deste país.

O tema deste ano será “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”, tendo como lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2,14a). A campanha tem a finalidade de “convidar comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual”.  

O cartaz faz referência ao formato de uma ciranda. Ou seja, todos juntos, de mãos dadas, mantendo a mesma direção. Nesse sentido, não há primeiro ou último lugar, mas sim uma unidade. A campanha nos chama a atenção para a importância do diálogo inter-religioso e a importância de uma cultura de paz entre as religiões num mundo que o "racismo religioso" tem sido um tormento para tantos e tantas pessoas de fé que pertencem a grupos religiosos não hegemônicos no Brasil. 

Nesse ano vamos ter um dado importante: o caráter ecumênico da CF. A comissão da CFE 2021 é formada por representantes das igrejas-membro do CONIC, além da Igreja Betesda de São Paulo, como igreja observadora, e o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e à Educação Popular (Ceseep), como membro fraterno. E tem em seus Objetivos específicos:
- Denunciar as violências contra pessoas, povos e a Criação, em especial, as que usam o nome de Jesus;
- Encorajar a justiça para a restauração da dignidade das pessoas, para a superação de conflitos e para alcançar a reconciliação social;
- Animar o engajamento em ações concretas de amor à pessoa próxima;
- Promover a conversão para a cultura do amor em lugar da cultura do ódio;
- Fortalecer e celebrar a convivência ecumênica e inter-religiosa.

Foi com tristeza e constrangimento que vi no youtube um vídeo assumido pelo Centro Dom Bosco do Rio de Janeiro, uma instituição de leigos católicos que que tem por objetivo: "buscar levar uma vida a serviço da Santa Igreja, estudar a doutrina bimilenar a fim de resgatar o que foi perdido por causa do modernismo e das diversas infiltrações na estrutura eclesiástica." Um grupo nitidamente de direita e com uma virulência incompatível com a mensagem cristã histórica de paz e respeito. 

O vídeo é intitulado: "Saiba quem está por trás da Campanha da Fraternidade!" e é apresentado por um jovem numa arrogância misturada com imaturidade religiosa ímpar. Agride os protestantes os chamando de "seitas", ofende tradições religiosas de matriz africanas, mente sobre as reivindicações das pessoas LGBT`s e espalha a calunia infame de que a campanha da fraternidade deste ano vem para "defender aborto" e a pauta de "grupos revolucionários". Recorta frases isolada do Pe. Oscar Beozzo (um teólogo e um dos maiores historiadores da Igreja cristã no mundo!!!) e da Pastora Romi Bencke (Secretaria Geral do CONIC). 

Todo o tempo usa a tática da extrema direita nas redes sociais: ofender, caluniar e desrespeitar pessoas ou grupos que não têm concordância. Terrível. E mais complicado ainda quando esse Centro Dom Bosco se diz cristão-católico. Devemos saber o seguinte: esse é um momento delicado e cuidadoso do catolicismo romano no Brasil. 

Uma direita católica se levanta nas redes sociais, nas igrejas ou eventos que eles chamam de "formação" na forma mais virulenta e agressiva possível com intuito de defender o tipo de catolicismo que eles acham ser o mais adequado para a igreja deles. Profundamente excludentes e paranoicos, parece que tudo se reduz a "comunismo" e "ideologia de gênero" e fazem desses dois temas duvidosos, uma bandeira de doutrinação insana e sem base teológica (apesar de usarem muito os nomes de "Deus e "Nossa Senhora"). 

Uma pena tudo isso ser mais um problema interno para os católicos e para a CNBB. A campanha da fraternidade deste ano está em consonância com o que tem de melhor na história do catolicismo romano e com os escritos e clamores do Papa Francisco. Atentemos!!!

Romero Venâncio (UFS)



Hino da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021




sexta. as 19h.
O Canal Não é Heresia recebe o Profº Romero  Venâncio (UFS) para analisar a atual situação da Igreja Católica, no Brasil e no Mundo. Como certos setores da igreja atacam o Papa Francisco e não aceitam o seu papado? Como está a articulação política desses grupos antipapa? Que "teologia" produzem? Quais setores católicos dialogam com o Bolsonaro? Enfim, esses e outros assuntos!
COMPARTILHE, INCREVA-SE E CURTA!!!!!!
NOTA DE ESCLARECIMENTO
(Pe. João Mendonça, sdb)
Tomo a liberdade para avisar que está rolando um vídeo na internet produzido por um tal CENTRO DOM BOSCO, com sede na cidade do Rio de Janeiro. Eles são contra a Campanha Fraternidade atual porque a Campanha é ecumênica e trata de temas sobre o DIÁLOGO, e diálogo deve ser aberto, tocando temas de interesse de todos e todas e não apenas de moral católica. Dialogar é um apelo que faz o Concilio Vaticano II e o Papa Francisco. Este grupo é reacionário, fundamentalista e perigosamente preconceituoso contra tudo aquilo que diz respeito a temas de sexualidade e moral.
O grupo não tem nada a ver conosco, os Salesianos de Dom Bosco, não fazem parte da Família Salesiana. Simplesmente se apropriaram indevidamente, criminosamente do nome de Dom Bosco.
Portanto, é preciso conhecer o texto em profundidade, estudar nas comunidades e compreender a proposta que foi elaborada por uma equipe ecumênica, ou seja, com líderes religiosos, teólogos e teólogas das Igrejas que compõem o CONSELHO NACIONAL IGREJAS CRISTÃS (CONIC). Então fiquem atentos e não se deixem manipular por ideias falsas, caluniosas e contrárias, inclusive, ao Concílio Vaticano II.

Formação - Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021








Sandro Cavalcante Para esclarecer. Os itens do Texto Base da CFE-21 que geraram tanto ódio por parte de católicos e protestantes moralistas, são estes abaixo. No conteúdo norteador da Campanha não há nenhuma defesa da chamada “ideologia de gênero”, que aliás, nem existe. Como também nenhum ataque à família tradicional. Os pontos que tanto incomodaram os puritanos de plantão, trazem uma denúncia profética sobre as reais causas da crescente violência da qual são vítimas os excluídos da sociedade, que jamais podem ser excluídos do plano de salvação, pois este tem como autor o próprio Cristo.



A armadilha do BBB para a militância de esquerda.

 

Fonte da foto: https://tecnoblog.net/87936/bloquear-big-brother-brasil-twitter-facebook/

Maíra Magno

Eu não assisto nem nunca assisti o BBB, mas acompanho os comentários e repercussões, pois por ser cultura POP, me interessa, está dentro da minha área de atuação, como professora de artes não posso viver alheia ao universo simbólico da indústria cultural.

Muito está se falando dessa edição, só não vi ninguém se atentar de que a globo não da ponto sem nó, nada é aleatório e tudo é muito pensado e estudado, da mesma maneira que uma novela elegeu Collor, esse BBB vai reeleger Bolsonaro.

Os participantes foram escolhidos a dedo para mostrar nitidamente que a pauta moral de crueldade e perversidade que a esquerda tanto ataca no bolsonarismo, e a única que tem algum eco entro os do "centro ou os isentões" , é uma "hipocrisia" da esquerda, da mesma forma que a corrupção do PT foi posta nos holofotes há 10 anos atrás para descaracterizar a esquerda e apontar o dedo do "eles também são tudo oque pregam contra", agora a pauta moral da crueldade e da exclusão está gritantemente sendo explicitada pelas pessoas ditas de esquerda.

Carol com K já é funcionária da globo, já apresentou programa na casa, não é nenhum surpresa pra emissora que ela tem traços de psicopata, que é manipuladora e mau caráter. Já os meninos bolsonaristas são meninos muito gentis, amáveis calmos, cordatos, são o anti estereótipo do bolsonarista agressivo brigão e barraqueiro, o BBB desse ano para quem entende um mínimo de teoria da comunicação e de indústria cultural manda uma mensagem bem clara: "Esse povo de esquerda fala tanto de crueldade e exclusão e olha só como eles são na realidade, já o povo da direita, veja só, tão acusados de opressores, são uns anjinhos".

A pauta politica da esquerda a globo já destruiu, agora em 2 semanas de programa esta pronta para dar um cheque mate no único ponto em que a esquerda ainda tinha algum poder de convencimento, é claro, a globo já fechou com bolsonaro, já entendeu que ele vai se reeleger e já se colocou ao seu lado.


Assista também:

Desistência de Lucas do BBB21: precisamos falar dos equívocos da militância



Globo, BBB, Equador, direitos de Lula e fim da Lava Jato



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