domingo, 15 de dezembro de 2013

Sem pompa e com circunstância animadores de circulos biblicos e agentes culturais realizam missa em homenagem a Marcelo Déda


No dia  (10.12.2013 – Dia Internacional dos Direitos Humanos), na Igreja Pio X foi celebrada uma missa simples e com muita vibração positiva, inspirada na esperança comprometida com a justiça, em intenção da alma do governador Marcelo Déda. “Esperança” palavra forte que permearam as preces, as músicas da liturgia, as falas do Pe. Soares e do Narciso Machado que representou o grupo de animadores de círculos bíblicos, responsáveis pela iniciativa. Estiveram presentes cerca de 100 pessoas, dentre estas, o vereador Dr. Emerson (PT), Chico Buchinho, Subsecretário de Estado da Articulação com os Movimentos Sociais e Sindicais e o suplente de vereador Morito Matos (PDT).


As leituras bíblicas foram retiradas do livro da Sabedoria (cap. 4, 7:15) e Evangelho de Mateus (cap. 5, 1:12)
7. Quanto ao justo, mesmo que morra antes da idade, gozará de repouso.
8. A honra da velhice não provém de uma longa vida, e não se mede pelo número dos anos.
9. Mas é a sabedoria que faz as vezes dos cabelos brancos; é uma vida pura que se tem em conta de velhice.
10. Ele agradou a Deus e foi por ele amado, assim (Deus) o transferiu do meio dos pecadores onde vivia.
11. Foi arrebatado para que a malícia lhe não corrompesse o sentimento, nem a astúcia lhe pervertesse a alma:
12. porque a fascinação do vício atira um véu sobre a beleza moral, e o movimento das paixões mina uma alma ingênua.
13. Tendo chegado rapidamente ao termo, percorreu uma longa carreira.
14. Sua alma era agradável ao Senhor, e é por isso que ele o retirou depressa do meio da perversidade. Os povos que vêem esse modo de agir não o compreendem, e não refletem nisto:
15. que o favor de Deus e sua misericórdia são para seus eleitos, e sua assistência está no meio de seus fiéis.

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1. Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
2. Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3. Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
4. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
7. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
11. Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

A seguir o texto produzido e apresentado por Narciso Machado e a música que encerrou a missa , “Amanhã” de Guilherme Arantes.







Segue texto que escrevi e li, na missa de ontem , na Paróquia de São Pio X, nos reunimos, os animadores de círculos bíblicos, Cebs e Cebi, para celebrar a certeza e a esperança da Ressurreição, e fazendo uma singela homenagem a nosso companheiro Marcelo Déda.
(Narciso Machado)

O ESPELHO DA ESPERANÇA

A Esperança é crença emocional na possibilidade de resultados positivos relacionados com eventos e circunstâncias da vida pessoal. A esperança requer a perseverança. O homem, desde seu conhecimento, como ser pensante, protagonista e capaz de produzir nas mais diversas áreas, desde os mais longínquos tempos, as mudanças necessárias para seu desenvolvimento, é movido por este sentimento, a Esperança.
Jesus, Deus Libertador, entendendo a importância da Esperança para a vida humana, cumpre seu papel na terra, encerramento sua passagem, com a mais bela e profunda mensagem de esperança, a ressurreição, e isso que estamos unidos para celebrar hoje, celebrar a esperança, e a certeza da ressurreição em Cristo Jesus.
Juntos vamos rezar e levantar nossos pedidos ao Deus Trindade Santa, para que receba seu filho amado, Marcelo Déda Chagas, governador do Estado de Sergipe, filiado ao PT, falecido em 2 de dezembro de 2013, vítima de câncer gastrointestinal.
Nasceu em 11 de março de 1960 em Simão Dias. Na década de 70, vem morar em Aracaju para estudar e inicia a construção de uma bela história de vida e compromisso com as causas populares. Déda se consolidou na maior referência do PT em Sergipe, afeito a sorrisos e carinhos, simpatia e educação, conseguiu levar o PT a ter a liderança e a hegemonia no processo político em nosso Estado.
Não vou me ater à carreira, pois dela já ouvimos bastante nos últimos dias, apenas relembrar que sua trajetória é marcada por coerência e retidão, e por uma profunda sensibilidade política, consequência de seu profundo conhecimento da realidade política de nosso Estado. Conhecimento este, adquirido pela sua paixão pela literatura, Déda referenda com a sua vida, que ter conhecimento e sensibilidade é fundamental para sermos protagonistas de mudanças.
Foi Déda quem liderou um duro combate internamente no PT e levou o partido em 1994 para a coligação liderada por Jackson Barreto, atento aos movimentos da história, Déda sabia que só com a aglutinação de forças, seria possível ao PT eleger um parlamentar federal e a possibilidade da chegada de uma aliança popular ao governo, como quase ocorreu, com a ida de Jackson Barreto para o segundo turno das eleições, contra Albano Franco, tendo Jackson à época vencido o primeiro turno. Prova de sua acertada estratégia foi a eleição de Zé Eduardo ao Senado, e do também aliado Senador Antônio Carlos Valadares.
Na câmara federal, Déda tem uma atuação irretocável, torna-se líder da oposição ao governo de FHC e passa a chamar atenção pela sua habilidade de negociação e liderança.
Em 1998 após sua vitória como deputado federal, como o mais votado da história de Sergipe e proporcionalmente do Brasil, naquela eleição, Déda consolidou-se como um símbolo para nós Sergipanos desse sentimento que nos move todos os dias, a Esperança.
E assim, nós seguimos confiando na sua capacidade de executar mudanças, fizemos deste belo homem, que além de discursos, possuía a grandeza de semear alegria e sorrisos, o comandante da nossa Esperança, esperança de uma cidade mais justa, assim o elegemos prefeito em duas vitórias no primeiro turno, esperança de Estado mais justo, em 2006, o elegemos governador, na eleição, que ficará marcada na história, como a maior vitória democrática e mudancista que já houve nas terras de Serigy.
Quatro anos depois, o reelegemos governador. E sem dúvidas, iriamos como ele para o bom combate, para torná-lo Senador da República, mas hoje, ele encontra-se a tantos outros companheiros, formando uma grande constelação de soldados que nos ajudam ao lado de Deus na construção de Reino.
O que vimos nesse Sergipano de talento irreparável, para fazermos dele, o maior representante da Esperança, para fazermos dele, o espelho da Esperança?
Mais que discurso, Déda representou, o que somos, um povo trabalhador, honesto e ético. Por isso, nos inspiramos nele.
Na sua conduta, óbvio que teremos sempre como na de todo ser humano, reparos e observações, de gestos e ações, das quais discordamos e tínhamos a percepção de que deveria ser diferente. Como ser humano, Déda tinha o mesmo direito que nós, o de errar, mas sua estrela tão forte, sua abnegação nos últimos tempos, para lutar pela vida até onde pôde, fazem seus erros serem pequenos, diante da grandeza de sentimentos e ações que ele nos proporcionou.
E se Déda não conseguiu executar como governante, todas as mudanças que nos esperançou fazer, não é por culpa apenas sua, mas de todos nós, de nós que mesmo tendo esperança em dias melhores, somo levados a ações não condizentes com as mudanças, nós cidadãos, que por uma educação enviesada, por pouco acesso à cultura como expressão e libertação, por costumes e por uma inquietude imediatista, não conseguimos nos simples gestos, executar as mudanças que queremos que outros executem.
Em Sergipe, ficará a marca de seis anos de desenvolvimento, do alcance dos melhores índices de desenvolvimento humano, de geração de emprego, de recuperação de estradas, de reforma de escolas, de fortalecimento de pastas antes esquecidas, como a Cultura, a Comunicação, e tantos outros feitos, que fez Sergipe torna-se exemplo para o Brasil. É preciso lembrar que mesmo com limitações, só com Déda no Governo é que foi feita a abertura para a participação popular na gestão pública do Estado, como antes fez na sua primeira administração em Aracaju, com o Orçamento Participativo.
Não devemos com a comoção e o sentimento à flor da pele, esquecer os erros cometidos, estes seguem para todos nós, como missão, missão de corrigirmos os equívocos naturais e de repensarmos a realidade de nosso Estado.
A política, assim como a educação dos filhos, não é tão simples como parece, falar, bradar, reclamar é fácil, participar, romper a força do poder econômico, das elites não é fácil, muitos dirão que Déda não conseguiu romper com esse poder, mas eu pergunto, quem mais na história desse Estado preferiu aliar-se ao povo, à democracia e às mudanças, que Déda e o PT? Unanimidade? Nunca, mas reconhecimento, sempre!
Na sanção do Proinveste, sua última luta política Déda pode emitir talvez o seu mais belo discurso, com frases grifadas e que gritavam aos nossos ouvidos as agonias de um ser humano que já sabia seu destino, pelo seu momento de dor e de já certeza da partida, mesmo brigando contra essa realidade até onde teve forças, nosso companheiro Déda, nos brindou com frases, que resumem a sua grandeza, e a sua importância para a história política de Sergipe, lembremos trechos cortados de seu discurso numa segunda-feira 13:
“A política se opera sobre a história. E a historia é móvel, não é paralisada. Quem faz política sem bússola, sem um programa, sem uma visão de mundo, sem o desejo de servir, sem a compreensão da missão, sem princípio na política, quebra a cara no primeiro poste, porque não sabe para onde vai. Luta pelo poder pelo poder ou pelas benesses que proporciona. Sem bússola, não há política”.
“Político sem convicção é como papel que o vento leva e não deixa marcas, não inspira a juventude, não constrói seguidores. Político tem que ter responsabilidade. E responsabilidade é a capacidade de manter o norte, conservar sua convicção, mas operar no presente”.
“Não é fácil, não sou tão forte como vocês pensam. Eu choro. Mas tudo tem uma razão de ser. E o que me faz estar de pé……é o amor. Faço por amor ao meus filhos, ao meu povo, a Sergipe, e por um conceito que não pode faltar em nenhum governante, a responsabilidade”.
“Temos sete rodovias para entregar. Não sei se estarei presente, mas vou autorizar o vice entregar, porque não quero que nada se atrase, em função de mim. É claro que tem obras que planejei, que escolhi fazer, como, por exemplo, o revestimento asfáltico de Santa Rosa do Ermírio a Sítios Novos. Meu coração fica pesado porque eu queria estar lá. Muito mais do que estar lá para cortar a fita, muito mais do que por vaidade, eu queria estar ali para ver aquilo que me fez entrar na política, que é o sorriso do meu povo, a felicidade da entrega da obra. A maior dor tem sido essa. Fazer a obra e não colher os sorrisos. No fundo é o maior ordenado que eu tenho, é o sorriso na face dos sergipanos. Hoje fiquem felizes todos, da oposição e do Governo, porque os senhores semearam sorrisos. Sorrisos que eu não sei se vou colher, mas quando forem colher, lembrem-se de mim”.
Tenho hoje celebrado a esperança, com sorrisos, pela Fé na ressurreição, celebremos em homenagem ao nosso espelho da esperança, na certeza de continuaremos a construir um mundo melhor, concertando seus erros, valorizando seus acertos, recriando e criando novos caminhos, sempre guiados por nosso Deus, que é sobretudo, o Deus da Esperança!
Marcelo Déda, presente!

Fontes de Pesquisa:
• Marcelo Déda: 1960-2013 - por Cristiano Cabral* - texto publicado no Jornal Pagina 13
• Lições de um sedutor – Marcos Cardoso


 O texto abaixo foi publicado nas redes sociais no dia do falecimento do governador Marcelo Déda.
A HISTÓRIA DE UM ICONE
Padre José Soares

Na década de 1970 em meio à ditadura militar meu pai foi vereador por duas vezes em Campo do Brito e, acabou sendo cassado no segundo mandato. Sabe por quê? Nunca se corrompeu nunca se deixou vender por qualquer motivo e sempre defendeu o mandato com altivez.

Passaram-se os anos e pensei que entraria na política. Estava no meu sangue os conflitos que quando garoto presenciava meu pai vivendo. Foi jurado de morte e, em uma das vezes eu estava próximo a ele na frente da Prefeitura Municipal que continua no mesmo lugar e endereço. É só comprovar indo a Campo do Brito.

Depois de garoto e agora adulto vejo que a trajetória democrática ainda é insossa na sociedade sergipana e porque não dizer brasileira. Temos um apanágio de democracia que não se plenifica por dois motivos: ausência de ética no trato com a coisa pública maciça e uma cultura maciça de submissão que o nosso povo – sobretudo os mais pobres – permite-se adentrar criando rasgos de corrupção e maldade “política”.

Pois bem, hoje 02 de dezembro Sergipe perdeu um “Icone” ou se quisermos, despede-se de um cara, um exímio orador, um republicano que soube honrar os mandatos que o povo lhe confiou. Perdemos hoje Marcelo Déda, “Icone”, da ética e da capacidade insuperável de discursar. De antepor-se aos fatos. Não me cabe aqui enaltecer obras e devaneios políticos, até mesmo porque há muitos e muitas que aproveitaram-se da história de Déda e do PT em Sergipe para pegar carona. Triste história que terá que conviver com um enorme vácuo.

O “Icone” simboliza e representa muito mais do que a sua tela pintada esboça. Ele convida e impulsiona seu admirador para ver longe, flutuar, para admirar e colocar-se ao seu lado dando a impressão que, pela sua história e dentro da mesma, todos somos parte da sua beleza. Basta ver e encantar-se com o ícone de Rublev – quadro da SSma Trindade – ou de ícones sobre o Cristo, pintado nas igrejas orientais. Beleza, encanto, história, ternura que instiga a reflexão. Cada palavra de Déda e cada discurso, até os de improviso era recheado de logicidade e competência.

Amigos (as) companheiros nesses últimos 20 anos de que pude me aproximar como Zezito, Narcizo Machado, Hugo Sidney, Irene, Paulo e tantos outros ainda refletem a capacidade de uma geração que debatia (e debate) e sabia que em Sergipe com todas as suas artimanhas e barreiras, era possível sonhar com o novo.

Agora perdemos um ícone do novo e fechamos um ciclo afirmando: Déda não pegou carona na história republicana do Brasil, antes e depois da era Lula. Déda fez história, construiu propostas e deixa seu legado para as futuras gerações. Jesus disse e eu creio: “Eu Sou a Ressurreição e a Vida”. Descanse em paz, Marcelo Déda Chagas.
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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

“O céu acaba de ganhar mais uma estrela. Marcelo Déda voou nas asas da quimera'. Paz & Bem - família Marcelo Déda”

 
 

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