sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

UMA COLABORAÇÃO AO DEBATE SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DA ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL EM SERGIPE E NO BRASIL.


Para fazer educação integral,  nem sempre é de mais tempo de permanência na escola que  precisamos,  pois há muito  o que fazer em termos de investimento na (s)   metodologia (s) da gestão e do ensino-aprendizagem, assim como na   infra-estrutura ,  dentro do próprio tempo da escola regular. 



Portanto,  a ênfase deve recair em termos da qualificação  melhor do tempo e dos espaços  existentes,  e não ampliar  os problemas que já enfrentamos dentro do tempo e espaço do ensino regular. 


Além disso, ainda temos  um outro grande problema que é uma  Base Comum Nacional Curricular, a qual deveria ser proposta como um guia de  orientação, uma bussola pedagógica, mas não como uma camisa de força. 


Os parâmetros curriculares nacionais produzidos em um contexto politico  mais democrático (década de 1990) , foram produzidos com essa perspectiva,  se não conseguimos implementá-los em toda a sua extensão, podemos questionar a falta de investimento em formação continuada de professores e a estrutura limitada de muitas escolas, mas que começaram com um ponto de partida mais democrático, não podemos negar. 


Na verdade, o que nos falta mesmo, enquanto professores e alunos é mais estrutura, inclusive com projetos de arquitetura escolar, mais amistosos, mais amigáveis e mais humanizado, assim como construção de espaços de diálogos  honestos e transparentes, onde possamos construir uma escola  JUNTOS. Professores, estudantes, funcionários, famílias e comunidade.  


Sob uma perspectiva democrática, transformadora e inclusiva, é assim que muitas escolas do Brasil  e em outros países tem feito. 


Também há quem queira “resolver os problemas da educação” sob  outras perspectivas mais autoritárias, hierárquicas e  excludentes. A reforma do ensino médio  do governo Temer, disfarça isso muito bem, e o movimento Escola sem Partido, escancara de forma vergonhosa.


Por outro lado, quando não busca fazer isso, partindo do chão da escola, muitos estabelecimento de ensino,  ficam a mercê de pacotes de gestão , vindo de cima para baixo, quase sempre acompanhados de  autoritarismo mais ou menos disfarçado.


Particularmente, quando buscamos desenvolver iniciativas culturais no seio da escola, com a cooperação de  alianças e recursos externos, fazemos isso com a perspectiva de buscar maneiras de colaborar na compreensão de um conceito de educação integral mais amplo, coerente e prático, buscando nos posicionar melhor enquanto professores e estudantes para responder as demandas que vem de cima para baixo, não apenas com palavras, mas com ações realizadas e refletidas. 


Como está escrito na apresentação do blog da Ação Cultural, "Somos uma organização/coletivo sergipano de agentes culturais, fomentando a educação integral e a economia colaborativa através de atividades que produzem geração de riqueza simbólica, afetiva e material = felicidade".


Portanto urge, fazer a critica, não apenas com palavras, mas também com ações. Fazer a critica com práxis. Fazer assim é mais gostoso. E como muito se fez e se faz, mesmo em condições absurdamente adversas, faz necessário melhor sistematizarmos nossas iniciativas no chão da escola, articularmos mais espaços para trocas de experiências e  estudos sobre iniciativas criativas e inovadoras, bem como fazer divulgação das mesmas, inclusive por meio da internet. 


É  isso que a práxis nos ensina, práxis entendida aqui como  prática analisada e repensada.


E para quem está em busca de inspiração e de esperança, parafraseando Chico Buarque e Augusto Boal na canção “Mulheres de Atenas”, mirem-se no exemplo dos estudantes que fizeram as ocupações. Mirem-se no exemplo das escolas que aparecem no documentário abaixo.  Se quiserem dar uma olhada nos escritos do blog, ajuda também.


E nunca deixando de lembrar “a tempestade  vai passar.” Mas  é com elas, que nos damos conta do quão precisamos melhorar, crescer, evoluir, conhecer, rejuvenescer.  

P.S.: Para quem não for professor continuadamente em escola pública e quiser opinar, é altamente recomendável buscar fazer uma imersão em escolas públicas, nem que seja por um dia.  É bom  não falarmos apenas do que pensamos idealmente, mas principalmente com base nos fatos e naquilo que realmente acontece. Lembrando, mesmo em condições adversas, um olhar mais exigente e apurado, encontrará os exemplos de alternativas e soluções que precisamos. 

Utilizando um conceito da homeopatia, em meio a muitas situações de caos e desalento, muitas escolas já tem dentro de si mesma, as possibilidades de superação de muitos problemas e dificuldades. Às vezes o que falta é uma compreensão e o investimento nisso.




      

José de Oliveira Santos “Zezito” Educador, agente/produtor cultural de iniciativas culturais de base comunitária.

P.S.: Muito bom o documentário abaixo. Parabéns a todos (as) envolvidos.



2 comentários:

Unknown disse...

Parabens pelo blogg

AÇÃO CULTURAL disse...

AH! Muito grato! Volte sempre!