quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Roberto Redford por Walter Salles

 

7 papéis que consagraram Robert Redford no cinema

Giovanna Castro

16 de setembro de 2025
(atualizado 16/09/2025 às 15h52)
Ator morreu aos 89 anos. Ele foi pistoleiro, jornalista investigativo, Jay Gatsby e analista da CIA em seus filmes premiados


O ator e diretor americano Robert Redford morreu nesta terça-feira (16), aos 89 anos, em sua casa em Utah, nos Estados Unidos, de acordo com sua assessoria de imprensa. A causa da morte não foi divulgada. 

Redford apareceu em mais de 50 filmes de Hollywood ao longo de sua carreira, que teve início entre o final dos anos 1950 e o início da década de 1960 no teatro e em séries de televisão. Levou para casa uma estatueta do Oscar de Melhor Diretor por “Gente como a gente” (1980), em 1981, e também recebeu um Oscar honorário em 2002 pelo conjunto de sua carreira. 

Também foi responsável pelo Festival de Cinema de Sundance, que celebra produções audiovisuais independentes e novos talentos, e desde os anos 1970 foi uma voz do ativismo ambiental.

Sua carreira como ator ficou marcada por papéis diversificados. Ele foi o protagonista de filmes de faroeste, adaptações literárias e de histórias que exploraram o escândalo Watergate e seus efeitos nos Estados Unidos.

O ator deixa sua esposa, a artista alemã Sibylle Szaggars, duas filhas, Shauna Schlosser Redford e Amy Redford, e sete netos. Neste texto, o Nexo relembra sua carreira através de sete papéis marcantes.

Charlie “Bubber” Reeves em “A caçada humana” (1966)

Bubber Reeves é um homem do Texas que foi preso injustamente e cujo companheiro de cela o aconselha a escapar da prisão. Após a fuga, seu companheiro mata uma pessoa e foge, deixando Bubber sozinho.

73% é a aprovação do filme no site Rotten Tomatoes, que agrega críticas publicadas por veículos de imprensa

Os cidadãos de sua cidade natal, pequena e à beira da autodestruição, exigem que Reeves seja punido e, sem saber, o foragido embarca em um trem que está indo em direção a eles. Sua esperança é o xerife Calder (Marlon Brando), que nunca acreditou que Bubber era culpado.

Sundance Kid em “Dois homens e um destino” (1969)

Butch Cassidy (Paul Newman) e o pistoleiro Sundance Kid são dois ladrões. Um dia, quando assaltam um comboio, começam a ser perseguidos por um grupo de cowboys liderado por um xerife. A dupla eventualmente foge para a Bolívia em busca de um novo começo.

O filme de faroeste venceu nas categorias de Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original na cerimônia do Oscar de 1970, além de ter sido indicado em Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Som.

Os dois mantiveram uma amizade que durou até a morte de Newman, em 2008, e protagonizaram outros filmes ao longo dos anos.

Johnny Hooker em “O golpe de mestre” (1973)

Outro filme com a dupla Redford e Newman, “O golpe de mestre” tem como pano de fundo Chicago nos anos 1930. Dois vigaristas, Henry Gondorff (Paul Newman) e Johnny Hooker, se unem para executar um plano contra um chefe da máfia. 

7 foi a quantidade de estatuetas que o filme recebeu no Oscar de 1974, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor, para George Roy Hill

93% é a aprovação do filme no site Rotten Tomatoes

Por sua atuação como Johnny Hooker, Redford foi indicado ao prêmio de Melhor Ator no Oscar, mas perdeu para o ator Jack Lemmon em “Sonhos do passado” (1973).

Hubbel Gardiner em “O nosso amor de ontem” (1973)

Na universidade, Katie Morosky (Barbra Streisand), uma ativista comunista, começa a se aproximar do popular Hubbell Gardiner, que também se revela um talentoso escritor. Os dois passam a viver uma grande paixão na vida adulta após se reencontrarem, mas a vida deles é cercada por divergências, tanto políticas como em relação à visão de mundo de ambos.

“O nosso amor de ontem” é um dos filmes em que Redford, que também foi considerado um dos galãs de Hollywood entre os anos 1970 e 1980, atua como par romântico. A crítica de cinema Pauline Kael escreveu na revista americana The New Yorker que “Redford nunca esteve tão glamouroso como quando o vemos através dos olhos de Barbra Streisand”.

O longa também recebeu indicações a diferentes premiações, principalmente para Barbra Streisand.

Jay Gatsby em “O grande Gatsby” (1974)

O jovem Nick Carraway (Sam Waterson) se muda para Long Island nos anos 1920 e logo conhece seu vizinho Jay Gatsby. Criador de festas invejáveis, Gatsby está apaixonado por Daisy Buchanan (Mia Farrow), esposa de Tom Buchanan (Bruce Dern).

Dirigido por Jack Clayton e com roteiro de Francis Ford Coppola, o longa é uma das adaptações de “O grande Gatsby”, livro escrito pelo americano F. Scott Fitzgerald.

O filme dividiu as opiniões de críticos. No artigo “Por que eles estão sendo tão maldosos com ‘O grande Gatsby’?”, o escritor Foster Hirsch enumera razões para as críticas, escrevendo, por exemplo, que “Gatsby é um dos maiores perdedores da literatura americana. Será que Redford, com sua beleza masculina padrão, corresponde a essa descrição?”.

Apesar disso, a adaptação alcançou US$ 26 milhões nas bilheterias, contra um orçamento de US$ 7 milhões.

Joseph Turner em “Três dias do Condor” (1975)

Joseph Turner é um analista da CIA que retorna do almoço e descobre que todos os seus colegas do escritório foram assassinados. Ele foge e começa a tentar desvendar o caso.

O thriller dirigido por Sydney Pollack se alimentou do clima de paranóia e desilusão, principalmente diante do governo, após o escândalo de Watergate.

O crítico de cinema Kevin Maher escreveu no jornal britânico The Times  em 2021 que o filme “não só envelheceu bem, mas também se tornou positivamente profético, ou pelo menos assustadoramente ressonante”.

Bob Woodward em “Todos os homens do presidente” (1976)

Em 1974, Redford comprou os direitos de adaptação do livro “Todos os homens do presidente”, lançado no mesmo ano por Bob Woodward e Carl Bernstein.

Woodward e Bernstein, interpretado no filme por Dustin Hoffman, foram os dois jornalistas do jornal The Washington Post responsáveis por descobrir o escândalo de Watergate. A descoberta de uma rede de espionagem e lavagem de dinheiro acaba por levar à renúncia do então presidente Richard Nixon.

O filme foi um sucesso de crítica, vencendo quatro Oscars, e tornou-se uma espécie de “Bíblia” para aqueles que querem se aventurar no jornalismo, afirmou ao Nexo Eugênio Bucci, jornalista e professor de jornalismo na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em 2022.

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2025/09/16/robert-redford-morre-carreira-ator-personagens-consagrados

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