segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Economia da Dança

Entre 30 de agosto e 03 de setembro aconteceu, na cidade de Salvador/BA, o I Semanário de Economia da Dança, cujo tema foi “Fluxos colaborativos de gestão para a mobilidade na América Latina”. O evento contou com a presença do Secretário do Estado da Bahia, representantes do SEBRAE e MINC e participação de Leonardo Brant (Cultura e Mercado), Ana Tomé (Centro Cultural Espanha), Natacha Melo (Red Sudamericana de Danza), Marina Guzzo (SESC/SP), Natália Balseiro (Mercat de les Flors/Espanha), Nayse Lopes (Panorama de Dança/RJ), dentre vários convidados do Brasil, Venezuela, Bolívia, Chile, Peru, Equador, Uruguai, Argentina e Colômbia.

O pensamento corrente e comum sobre Dança carrega inúmeros equívocos e distorções como, por exemplo, pensar que dança se resume a fazer aulas técnicas e dançar num palco. Dança não é apenas isso, é também isso! A necessidade de estudar, ler muito, agregar valor ao campo do saber Dança, depende de como articulamos outros saberes e como nos relacionamos neste mundo globalizado, multi-inter-transdisciplinar. Um profissional de Dança deve entendê-la neste caldeirão que engloba filosofia, sociologia, antropologia, política, história, matemática, direito, educação, biologia e, obviamente, ECONOMIA.

Como assim? Falar de economia da dança? Mas se dança é arte, porque tenho que entender de economia?
A resposta para tais perguntas não se apresenta de maneira tão clara ainda, mas pelo simples fato de termos de falar de coisas do mundo como: sustentabilidade, auto-gestão, desenvolvimento cultural, mecanismos de financiamento, mobilidade, tecnologias de redes, mercado, entre outras, nos leva a refletir que tudo passa pela questão econômica.
Este artigo não pretende esgotar, não tampouco aprofundar a questão, apenas alertar os profissionais que se trata de um assunto de fundamental importância e que, possivelmente, determinará nosso futuro.

“O reconhecimento da cultura como atividade econômica é muito recente”, diz Leonardo Brant em seu livro O PODER DA CULTURA. Assim, o desenvolvimento setorial da Dança deverá dar conta de um plano de sustentabilidade que enfrentará desafios como: negligência histórica acerca de sua subsistência, vícios da atividade, falta de reconhecimento social, despreparo de seus agentes, entre outros.

Pensar, construir e fortalecer uma agenda política que coloque em pauta a Cultura e, consequentemente, a Dança no debate e em espaços do setor econômico é algo novo, mas a responsabilidade é nossa e o momento é agora.

Para saber mais, recomendo a leitura: BRANT, Leonardo. O poder da cultura. São Paulo: Peirópolis, 2009.

Leia mais em:
http://www.culturaemercado.com.br/pontos-de-vista/economia-da-danca/

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