Não resta dúvida que a gestão Marta Suplicy no Ministério da Cultura, foi melhor que a gestão de Ana de Holanda. Porém faltou mais liga, faltou mais link. Pela simples razão de que os seus predecessores , os magos nagôs, Gilberto Gil e Juca Ferreira, com a contribuição de outros tantos e tantas, espalhados (as) por esse país afora, ligaram e linkaram as culturas do Brasil profundo que estavam dispersas e separadas. Brasil profundo que bate nos tambores e que bate nos computadores, afoxés, toré, musica Techno, funk e as ladainhas de São José.
Depois de Lula,Gil e Juca, culturas do Brasil profundo, mais misturada, mais empoderadas, mais reconhecidas, mais valorizadas.
Percebi o esforço da Marta Suplicy em tentar compreender e dialogar com isso tudo. Tenho Marta Suplicy em alta conta, por causa dos CEUs (centro de educação unificado) e pelas causas progressistas que ela defende na área comportamental, todavia é hora de dar lugar a nomes que entendem mais do “babado”, o quer dizer , que saibam fazer melhor a liga e os links citados acima.
Só acho que Marta Suplicy pegou pesado na saída, Com atitudes e opiniões, como a manifestada em sua carta de demissão do cargo de ministra, acaba se igualando a maior parte das elites paulistanas que de forma reiterada, se mostram incapazes de perceber o novo , o melhor e o justo...
O que não é de estranhar , porque nossas elites tropicais e de mentalidade escravocrata, sempre pensaram que luxo , brilho e oportunidades são para poucos. Para os pobres, somente em momentos fugazes ou passageiros. (Zezito de Oliveira)
http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/11/para-alem-de-boatos-marta-suplicy-e-essencial-senado/
Opinião: Para além de boatos, Marta Suplicy é essencial no Senado
Veja também
Por Marcelo Hailer
Mal foi tornada pública a carta de demissão da ministra da Cultura,
Marta Suplicy, e uma série especulações e boatos a partir de
“proeminentes lideranças do PT que não podem dizer o nome” saltaram nos
portais, principalmente dos jornais tradicionais da mídia paulista, que é
declaradamente avessa à figura política da senadora.
Fala-se que a carta demissionária da ministra causou “um mal estar”
no Planalto, mas, em cada linha do texto é notória a marca da senadora e
liderança da seção paulista do partido. Marta Suplicy acerta ao falar e
criticar o parco orçamento do Ministério da Cultura, pois, se o segundo
mandato de Dilma Rousseff se pretende melhor do que o primeiro, é
necessário que alguns ministérios tenham o seu caixa reforçado, já que o
foco político de um governo é também observado pelo orçamento de cada
pasta.
Nota-se também uma movimentação de parte da imprensa paulista – que
por muitas vezes, quando Marta Suplicy era prefeita de São Paulo
(2000-2003), a tratou com um “dona” antes do nome – para fazer com que a
senadora chegue desgastada ao Parlamento. Isso tem um objetivo:
fortalecer José Serra (PSDB-SP) e ofuscar a segunda etapa do mandato de
Suplicy. Para isso, até senador do PT (que nunca se identifica) é
utilizado como “fonte” para debochar do retorno da parlamentar e dizer
que “ela não vai sentar na janela” quando chegar e que vai ter que
esperar “a fila andar”.
O fato é que Marta Suplicy é essencial para o Senado e para PT de São
Paulo. Em sua rápida passagem pela Casa, ela foi responsável por
desengavetar em uma semana o projeto de lei que visava tornar crime a
homofobia e também trouxe para a pauta a questão do casamento
igualitário, que tocou em parceria com Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Erika
Kokay (PT-DF). Acredita-se que a parceria deve se repetir na próxima
legislatura, ainda que não se saiba qual será a sua agenda prioritária.
Outra questão que se especula é que o PT paulista estaria “magoado”
com a senadora por conta de sua pouca participação na campanha de
Alexandre Padilha. O nome de Marta era apoiado por várias alas internas
do partido para ser candidata ao Palácio dos Bandeirantes, e sairia com
mínimo 20%da intenção de votos, com uma rejeição que, acreditavam seus
apoiadores, poderia ser trabalhada para que fosse diminuída. No
entanto, Lula acreditou que se poderia repetir no estado o que aconteceu
na capital com Fernando Haddad, que derrotou Serra e venceu a disputa
pela prefeitura paulistana.
O que incomoda boa parte dos líderes do PT é a independência política
da senadora. É uma das poucas, que, nos dias atuais, não abaixa a
cabeça por conta de imposições. Liderança é isso. Marta Suplicy é de uma
escola política em extinção e sua presença no Senado, nestes tempos
conservadores que devem se aprofundar na próxima legislatura, é
fundamental. De volta a uma Casa historicamente masculina, junta-se as
vozes que devem fazer oposição à ala reacionária do Senado: José Serra,
Agripino Maia (DEM-RN) e Magno Malta (PR-ES).
A volta de Marta Suplicy, primeira mulher a assumir a
vice-presidência do Senado, faz bem para o PT, para a política nacional e
para as questões feministas, LGBT e progressistas no geral.
Foto: ruifalcao.com.br
-------------------------------------------SERGIPE, O QUINTAL CULTURAL DA BAHIA?
Ouvindo a defesa do Pré-Caju no programa Hora da Verdade, do jornalista Douglas Magalhães (103.FM) e esperando que seja ouvido o outro lado, a opinião contrária e abalizada, o contraditório.
Lembrando o que aconteceu em Recife com o Recifolia, transferido para uma cidade da região metropolitana, também por questões politicas e de natureza cultural, esta mais forte por lá do que por aqui.
Ouvindo os argumentos econômicos a favor da festa e recordando de um seminário com professores da universidade e técnicos do governo, acerca da quantidade de exportação de capitais sergipanos para a Bahia, por conta de uma série de serviços, inclusive serviços e produtos que poderiam ser realizado por empresas locais.
Lembrando a fala do secretário da cultura da Bahia, Albino Rubim que disse da necessidade de no mínimo, o Estado investir a mesma quantidade de recursos na arte e cultura local, o mesmo que investe na indústria cultural.
Lembrando os argumentos daqueles que defendem o Pré-Caju com base em uma lógica econômica sem bases consistentes e esquecendo os impactos culturais negativos em termos de enfraquecimento da nosso combalida sergipanidade.
Lembrando como faz falta a produção cientifica sobre os impactos culturais, econômicos e sociais do Pré-Caju para melhorar o nível do debate e contribuir para superar as tentativas de manipulação apelativa da opinião pública, por parte dos produtores do evento.
Lembrando um artigo publicado no Overmundo há alguns anos que coloca a demanda em favor de pesquisas acadêmicas.
Defendendo a necessidade de um seminário com representantes de artistas, pesquisadores, ativistas culturais e sociais para discutir o Pré-Caju a luz das questões propostas acima, inclusive convidando especialistas no assunto que já produziram estudos em outros estados sobre o tema em suas cidades.
Cultura para quem precisa de cultura.
Há dois tipos de cultura que geram tipos de riquezas
importantes: a cultura do cultivo da terra, que garante a nossa
alimentação; e a cultura do cultivo do espírito, através da arte, que
nos humaniza. Esta última também pode, juntamente com a agricultura,
principalmente a familiar, se devidamente estimulada nesta perspectiva,
ajudar a criar os milhões de empregos de que tanto precisamos.
Alguns exemplos apontam para isso, como o que foi citado pelo produtor cultural “Zé da Flauta”, no Fórum do Forró – edição 2004, em Aracaju. Contou a história de um disco de forró que ele produziu e que passou dez anos encalhado. Levado para os Estados Unidos por um americano que esteve de passagem por Recife, tornou-se um sucesso de vendas, sendo, inclusive, indicado para o Grammy, o “Oscar” da música.
Utilizando a história como um bom exemplo de como nossa cultura pode ser um bom produto para exportação, Zé da Flauta lembrou que, se o Presidente Luís Inácio Lula da Silva e sua equipe econômica estivessem atentos a isso, teriam levado um pacote cheio de discos de diversos estilos para presentear os chineses.
“A população da China é de um bilhão e trezentos milhões de habitantes. Imagine se o nosso forró cair no gosto de 10% dos chineses? O quanto não venderemos de discos naquele país?” — perguntou Zé da Flauta para a platéia.
As perspectivas não são apenas boas para o mercado externo, mas dentro de nosso país, como lembrou o ministro Gilberto Gil, durante discurso na Câmara dos Deputados: “No Brasil a cultura movimenta muito mais do que 1% do PIB. Apenas na cidade do Rio de Janeiro, para dar um exemplo, as atividades culturais são responsáveis por 7% do PIB, empregam diretamente 600 mil reais e geram nada menos que 2 bilhões de reais apenas em impostos municipais. Um trabalho recente feito pela UFRJ mostra que cada 1 real investido pelo poder público em cinema gera mais três reais para a economia local”.
Aqui em Sergipe, um jornal local publicou em junho de 2004 alguns dados interessantes referentes à quantidade de empregos que são gerados pelos 64 grupos que integram a Liga das Quadrilhas Juninas do Estado de Sergipe. Segundo a reportagem, de março até a primeira semana de julho, são gerados quase mil empregos para músicos, cantores, costureiras, maquiadoras, estilistas e muitos outros profissionais.
No entanto, faltam estudos mais completos que incluam toda a cadeia produtiva do forró. Outras capitais brasileiras já realizaram e/ou estão realizando estudos semelhantes. No caso de Recife, foi realizado estudo sobre a cadeia produtiva da música. O Rio de Janeiro, além da pesquisa citada, realizou uma outra, mais especifíca, sobre o impacto econômico e social do carnaval carioca.
Na mesa temática sobre cultura, no Congresso da Cidade de Aracaju, em 2003, foi apresentada uma sugestão para que a Funcaju, em parceria com o Sebrae e as universidades, fizesse estudos semelhantes, focalizando inicialmente o PRECAJU e o FORROCAJU, para servir de estímulo no aumento dos investimentos destinados para a área cultural por parte dos órgãos públicos, da iniciativa privada e do terceiro setor, mas nada até agora foi realizado neste sentido.
No Fórum do Forró, edição 2004, sugerimos que um dos temas a ser apresentado no ano de 2005 fosse a economia do forró, ou na falta de um estudo mais especifico, uma proposta mais abrangente como a pesquisa do Recife sobre a economia da música.
Mas além destes aspectos econômicos, nunca é demais lembrar que a cultura pode contribuir para a nossa saúde, bem estar e felicidade. O problema é expressar essas contribuições por meios que sejam claros, demonstráveis e que contribuam para fazer o máximo possível de cultura e atividade criativa.
O texto “Democracia e o apoio oficial à cultura”, disponível no site www.culturaemercado.com.br, mostra a preocupação de alguns intelectuais europeus com esta questão. François Matarasso, por exemplo, não procura negar, mas acrescentar outros aspectos para a avaliação de um projeto artístico que vão além do índice no PIB nacional. Saúde, bem-estar, estabilidade, desenvolvimento e felicidade da sociedade britânica são aspectos que, para esse escritor, estariam acima da economia e que a arte poderia influenciar fortemente. Em outras palavras, ao invés do aspecto econômico, o foco é sobre o social.
Em nossa opinião, nenhum aspecto deve deixar de ser levado em conta. Aquilo que for possível quantificar, mensurar, deve ser comprovado. Já as questões subjetivas, que sejam apresentadas através de depoimento pessoal, estudos de caso ou outros meios que as ciências sociais conhecem muito bem.
Quem sabe, com isso consigamos convencer os executivos a ampliar os recursos orçamentários, como também os líderes de movimentos sociais, entidades de representação e ONGs para incluírem em suas pautas de reivindicações, além de um orçamento digno para a cultura, a participação popular e o controle social, através da convocação de uma Conferência de Cultura e da instalação do Conselho de Cultura.
Necessária também é uma descentralização para facilitar a democratização e o acesso aos meios de criação cultural por parte daqueles que moram em locais mais distantes dos equipamentos culturais, que em sua grande maioria, se concentram nas áreas centrais e nas zonas com populações de alto poder aquisitivo.
Eis uma tarefa urgente para os intelectuais ligados às universidades, às ONGs e aos militantes sociais, considerando que temos prefeitos assumindo em 2009 e disputa para os governos estaduais e mandato do Presidente da República em 2010.
P.S.
Caros (as) over_manos e minas,
Os motivos que nos levaram a reeditar o artigo acima, originalmente publicado no jornal cinform, edição 1130 de 06 a 12 de dezembro de 2004, com o titulo “Cultura para quem precisa de emprego, paz, auto-estima, alegria e saúde” são os seguintes:
A crise nas bolsas de valores, tendo como uma de suas conseqüências na economia real, o agravamento dos índices de desemprego. Diante desse fato, como ampliar as possibilidades do mercado cultural, em especial através dos novos modelos de negócios, para criar mais oportunidades de geração de trabalho e renda?
A necessidade de ampliar e divulgar os estudos e pesquisas que comprovam o argumento de que os investimentos em cultura, melhoram e muuuuuito a qualidade do ensino público, da saúde pública, da segurança pública etc...
E por último a feliz iniciativa do Ministério da Cultura em parceria com o Ministério da Educação, que anunciaram recentemente o edital Pro-Cultura para financiar pesquisas acadêmicas que atende aos reclamos de muitos atores sociais e/ou culturais desde já há algum tempo.
Edital PRÓ-CULTURA Capes/MinC - apoio à pesquisa em cultura
Inscrições até 31 de março de 2009
O Edital nº 7/2008 - Capes/MinC - faz parte do Programa Pró-Cultura e irá conceder 48 bolsas de ensino para estudantes de mestrado (stricto sensu) e para pesquisas na área cultural.
O programa é fruto de um trabalho conjunto entre a Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (SPC/MinC) e a Capes e visa fomentar a pesquisa universitária, bem como o aperfeiçoamento e a formação de pessoal de nível superior em Cultura. O valor das bolsas a serem concedidas é de R$ 1.200,00, cada uma.
As inscrições estão abertas até 31 de março de 2009 e deverão ser feitas por instituições de ensino superior.
A divulgação dos selecionados será realizada a partir de abril de 2009.
As áreas temáticas da Cultura prioritárias para o desenvolvimento das pesquisas são: Cultura, Arte e Novas Tecnologias; Cultura, Manifestações Artísticas e Conhecimentos Tradicionais; Cultura, Memória e Patrimônio; Cultura Populações e Territórios; Cultura, Cidadania e Inclusão Social; Cultura, Estado, Legislação da área de Cultura e Políticas Públicas; Cultura, Economia e Desenvolvimento; e Cultura, Globalização e Diversidade.
A preferência para a seleção dos bolsistas, conforme o edital, será dada a projetos que promovam o diálogo e a interação das pesquisas com os conhecimentos da cultura tradicional do país; promovam a articulação das universidades com empresas; realizem a apresentação de conteúdos em formatos audiovisual e/ou digital; façam a divulgação dos resultados em seminários, oficinas e eventos culturais, entre outros aspectos.
Conheça o edital:
Edital PRÓ-CULTURA Capes/MinC
Mais informações:
CAPES - Coordenação de Programas de Indução e Inovação - CII
E-mail: cii@capes.gov.br
Telefone: (61) 2104-8944
Secretaria de Políticas Culturais
E-mail: pablo.martins@cultura.gov.br
Telefone: (61) 3316-2358
Alguns exemplos apontam para isso, como o que foi citado pelo produtor cultural “Zé da Flauta”, no Fórum do Forró – edição 2004, em Aracaju. Contou a história de um disco de forró que ele produziu e que passou dez anos encalhado. Levado para os Estados Unidos por um americano que esteve de passagem por Recife, tornou-se um sucesso de vendas, sendo, inclusive, indicado para o Grammy, o “Oscar” da música.
Utilizando a história como um bom exemplo de como nossa cultura pode ser um bom produto para exportação, Zé da Flauta lembrou que, se o Presidente Luís Inácio Lula da Silva e sua equipe econômica estivessem atentos a isso, teriam levado um pacote cheio de discos de diversos estilos para presentear os chineses.
“A população da China é de um bilhão e trezentos milhões de habitantes. Imagine se o nosso forró cair no gosto de 10% dos chineses? O quanto não venderemos de discos naquele país?” — perguntou Zé da Flauta para a platéia.
As perspectivas não são apenas boas para o mercado externo, mas dentro de nosso país, como lembrou o ministro Gilberto Gil, durante discurso na Câmara dos Deputados: “No Brasil a cultura movimenta muito mais do que 1% do PIB. Apenas na cidade do Rio de Janeiro, para dar um exemplo, as atividades culturais são responsáveis por 7% do PIB, empregam diretamente 600 mil reais e geram nada menos que 2 bilhões de reais apenas em impostos municipais. Um trabalho recente feito pela UFRJ mostra que cada 1 real investido pelo poder público em cinema gera mais três reais para a economia local”.
Aqui em Sergipe, um jornal local publicou em junho de 2004 alguns dados interessantes referentes à quantidade de empregos que são gerados pelos 64 grupos que integram a Liga das Quadrilhas Juninas do Estado de Sergipe. Segundo a reportagem, de março até a primeira semana de julho, são gerados quase mil empregos para músicos, cantores, costureiras, maquiadoras, estilistas e muitos outros profissionais.
No entanto, faltam estudos mais completos que incluam toda a cadeia produtiva do forró. Outras capitais brasileiras já realizaram e/ou estão realizando estudos semelhantes. No caso de Recife, foi realizado estudo sobre a cadeia produtiva da música. O Rio de Janeiro, além da pesquisa citada, realizou uma outra, mais especifíca, sobre o impacto econômico e social do carnaval carioca.
Na mesa temática sobre cultura, no Congresso da Cidade de Aracaju, em 2003, foi apresentada uma sugestão para que a Funcaju, em parceria com o Sebrae e as universidades, fizesse estudos semelhantes, focalizando inicialmente o PRECAJU e o FORROCAJU, para servir de estímulo no aumento dos investimentos destinados para a área cultural por parte dos órgãos públicos, da iniciativa privada e do terceiro setor, mas nada até agora foi realizado neste sentido.
No Fórum do Forró, edição 2004, sugerimos que um dos temas a ser apresentado no ano de 2005 fosse a economia do forró, ou na falta de um estudo mais especifico, uma proposta mais abrangente como a pesquisa do Recife sobre a economia da música.
Mas além destes aspectos econômicos, nunca é demais lembrar que a cultura pode contribuir para a nossa saúde, bem estar e felicidade. O problema é expressar essas contribuições por meios que sejam claros, demonstráveis e que contribuam para fazer o máximo possível de cultura e atividade criativa.
O texto “Democracia e o apoio oficial à cultura”, disponível no site www.culturaemercado.com.br, mostra a preocupação de alguns intelectuais europeus com esta questão. François Matarasso, por exemplo, não procura negar, mas acrescentar outros aspectos para a avaliação de um projeto artístico que vão além do índice no PIB nacional. Saúde, bem-estar, estabilidade, desenvolvimento e felicidade da sociedade britânica são aspectos que, para esse escritor, estariam acima da economia e que a arte poderia influenciar fortemente. Em outras palavras, ao invés do aspecto econômico, o foco é sobre o social.
Em nossa opinião, nenhum aspecto deve deixar de ser levado em conta. Aquilo que for possível quantificar, mensurar, deve ser comprovado. Já as questões subjetivas, que sejam apresentadas através de depoimento pessoal, estudos de caso ou outros meios que as ciências sociais conhecem muito bem.
Quem sabe, com isso consigamos convencer os executivos a ampliar os recursos orçamentários, como também os líderes de movimentos sociais, entidades de representação e ONGs para incluírem em suas pautas de reivindicações, além de um orçamento digno para a cultura, a participação popular e o controle social, através da convocação de uma Conferência de Cultura e da instalação do Conselho de Cultura.
Necessária também é uma descentralização para facilitar a democratização e o acesso aos meios de criação cultural por parte daqueles que moram em locais mais distantes dos equipamentos culturais, que em sua grande maioria, se concentram nas áreas centrais e nas zonas com populações de alto poder aquisitivo.
Eis uma tarefa urgente para os intelectuais ligados às universidades, às ONGs e aos militantes sociais, considerando que temos prefeitos assumindo em 2009 e disputa para os governos estaduais e mandato do Presidente da República em 2010.
P.S.
Caros (as) over_manos e minas,
Os motivos que nos levaram a reeditar o artigo acima, originalmente publicado no jornal cinform, edição 1130 de 06 a 12 de dezembro de 2004, com o titulo “Cultura para quem precisa de emprego, paz, auto-estima, alegria e saúde” são os seguintes:
A crise nas bolsas de valores, tendo como uma de suas conseqüências na economia real, o agravamento dos índices de desemprego. Diante desse fato, como ampliar as possibilidades do mercado cultural, em especial através dos novos modelos de negócios, para criar mais oportunidades de geração de trabalho e renda?
A necessidade de ampliar e divulgar os estudos e pesquisas que comprovam o argumento de que os investimentos em cultura, melhoram e muuuuuito a qualidade do ensino público, da saúde pública, da segurança pública etc...
E por último a feliz iniciativa do Ministério da Cultura em parceria com o Ministério da Educação, que anunciaram recentemente o edital Pro-Cultura para financiar pesquisas acadêmicas que atende aos reclamos de muitos atores sociais e/ou culturais desde já há algum tempo.
Edital PRÓ-CULTURA Capes/MinC - apoio à pesquisa em cultura
Inscrições até 31 de março de 2009
O Edital nº 7/2008 - Capes/MinC - faz parte do Programa Pró-Cultura e irá conceder 48 bolsas de ensino para estudantes de mestrado (stricto sensu) e para pesquisas na área cultural.
O programa é fruto de um trabalho conjunto entre a Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (SPC/MinC) e a Capes e visa fomentar a pesquisa universitária, bem como o aperfeiçoamento e a formação de pessoal de nível superior em Cultura. O valor das bolsas a serem concedidas é de R$ 1.200,00, cada uma.
As inscrições estão abertas até 31 de março de 2009 e deverão ser feitas por instituições de ensino superior.
A divulgação dos selecionados será realizada a partir de abril de 2009.
As áreas temáticas da Cultura prioritárias para o desenvolvimento das pesquisas são: Cultura, Arte e Novas Tecnologias; Cultura, Manifestações Artísticas e Conhecimentos Tradicionais; Cultura, Memória e Patrimônio; Cultura Populações e Territórios; Cultura, Cidadania e Inclusão Social; Cultura, Estado, Legislação da área de Cultura e Políticas Públicas; Cultura, Economia e Desenvolvimento; e Cultura, Globalização e Diversidade.
A preferência para a seleção dos bolsistas, conforme o edital, será dada a projetos que promovam o diálogo e a interação das pesquisas com os conhecimentos da cultura tradicional do país; promovam a articulação das universidades com empresas; realizem a apresentação de conteúdos em formatos audiovisual e/ou digital; façam a divulgação dos resultados em seminários, oficinas e eventos culturais, entre outros aspectos.
Conheça o edital:
Edital PRÓ-CULTURA Capes/MinC
Mais informações:
CAPES - Coordenação de Programas de Indução e Inovação - CII
E-mail: cii@capes.gov.br
Telefone: (61) 2104-8944
Secretaria de Políticas Culturais
E-mail: pablo.martins@cultura.gov.br
Telefone: (61) 3316-2358
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