domingo, 23 de novembro de 2014

Consciência Negra com Zumbi de Jorge Benjor - História com Arte..

Videoclipe da música Zumbi preparado como material de suporte para aulas sobre o tema da Escravidão no Brasil para o Ensino Fundamental e Médio.











Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há
Um princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Dum lado cana de açúcar
Do outro lado o cafezal
Ao centro senhores sentados
Vendo a colheita do algodão tão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
È senhor das demandas
Quando Zumbi chega e Zumbi
É quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver


África Brasil (Zumbi)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
"Zumbi"
Canção de Jorge Ben
do álbum A Tábua de Esmeralda
Lançamento 1974
Gênero(s) Samba soul
Duração 3:39
Gravadora(s) Phonogram
Composição Jorge Ben
Faixas de A Tábua de Esmeralda
Último
Último
"Minha Teimosia, Uma Arma pra te Conquistar"
(7)
"Brother"
(9)
Próximo
Próximo
"África Brasil (Zumbi)"
Canção de Jorge Ben
do álbum África Brasil
Lançamento 1976
Gênero(s) Samba funk
Duração 3:44
Gravadora(s) Phonogram
Composição Jorge Ben
Faixas de África Brasil
Último
Último
"Cavaleiro do Cavalo Imaculado"
(10)
"Zumbi", também conhecida como "África Brasil (Zumbi)", é uma canção composta pelo cantor brasileiro Jorge Ben. Com uma letra que alude a Zumbi dos Palmares, personagem histórico e líder do Quilombo dos Palmares, no século XVII, "Zumbi" foi lançada no álbum A Tábua de Esmeralda, de 1974. Dois anos depois, o compositor regravou a canção para o álbum África Brasil, mas com bastante modificações em relação a versão original, e ela foi rebatizada com o nome desse LP.1 2

História

Versão de 1974

Gravada e lançada inicialmente no álbum A Tábua de Esmeralda, de 1974, a canção foi batizada com o título de "Zumbi" e era caracterizada por uma sonoridade acústica e leve, em sintonia com a temática esotérica desse disco. Ressaltando a letra cantada, a voz de Jorge Ben aparece mais alta do que o acompanhamento instrumental, marcado pelo uso do violão - instrumento predileto até então do cantor - combinados a violino e cello, instrumentos típicos da música erudita.

Versão de 1976

Na segunda versão da música, gravada e lançada em seu álbum África Brasil, de 1976, o compositor fez significativas mudanças, a começar rebatizado a canção com o nome do disco. Além disso, Ben alterou a estrutura da letra e os arranjos originais foram completamente modificados, ganhando uma pegada mais pesada e funk, inspirada na black music estadunidense, em especial pelo soul de Memphis, e que privilegiava o acompanhamento instrumental. Em lugar do tom mais suave e acústico da versão de 1974, foram incorporados o baixo elétrico e a guitarra elétrica junto a atabaques e outros instrumentos de percussão. Na mixagem de som, a voz de Ben apareceu quase na mesma freqüência dos instrumentos, uma iniciativa que aproximou o cantor de alguns gêneros do rock e o afastou do formato típico da MPB daquela época.2
Um solo do piano de pouco mais de 10 segundos abre a música. Em seguida, o toque do agogô introduz o vocal e o conjunto instrumental. Tanto este instrumento como a cuíca são utilizados ao longo da faixa para marcar os contratempos da percussão, que combinados ao baixo, à guitarra elétricos e efeitos produzidos por um sintetizador, conferem modernidade à canção.2
O vocal de Jorge Ben surge em um tom raivoso nos versos “Eu quero ver o que vai acontecer/ Quando Zumbi chegar”, repetindo o trecho “eu quero ver” por três vezes, o que reforça a chegada de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, e a sua luta pela libertação dos escravos.2 A voz de Ben assume contornos declamatórios e discursivos nos versos “Zumbi é senhor das guerras/ É senhor das demandas/ Quando Zumbi chega/ É Zumbi é quem manda”, em que o compositor omite na entoação o “s” da palavra “demandas” para rimasse com o verbo “manda”. O volume da voz do cantor cresce à media que aumenta a sonoridade do acompanhamento instrumental, um efeito que amplia a tensão do anúncio da vinda de Zumbi com a entoação do refrão.2
Composto pelos versos “Angola, Congo, Benguela/ Monjolo, Cabinda, Mina/ Quiloa, Rebolo”, que representam os territórios africanos de onde vinham os escravizados para o Brasil, o refrão é cantado três vezes em sua primeira aparição, convocando os negros para a luta.2 Ben modifica a pronúncia de “Cabinda”, que vira proparoxítona com a tonalidade recaída sobre a primeira sílaba. Na última aparição do refrão, a pronúncia é corrigida. O refrão é acompanhado por instrumentos de sopro.
As estrofes seguintes, que narram a venda de uma princesa africana em um leilão de escravos e reproduzem o cenário das grandes fazendas de escravos, são nítidos recursos da figurativização.2 Além de conferem um caráter narrativo e visual aos versos, Ben trabalha um jogo de imagens que contrastam a cor branca do açúcar (“Dum lado cana de açúcar”) e do algodão (“Vendo a colheita do algodão branco”) com à cor negra do café (“Do outro lado o imenso cafezal”) e da pele dos escravos (“Sendo colhidos por mãos negras”).2 No final desta parte, a execução dos instrumentos elétricos é suspensa, permanecendo apenas o conjunto percussivo, onde se destacam ainda a cuíca emitindo um som percussivo e melódico ao mesmo tempo e o agogô no contratempo dos atabaques e de outros instrumentos graves, e a voz de Ben, que acompanha o repique na caixa da bateria como em uma marcha de guerra.2
Esse vocal de Ben acompanhada apenas pela percussão é interrompido por um curto e ascendente acorde da guitarra, que anuncia o clímax da canção, com a reintroduçãp da massa sonora dos metais e o canto assumindo contornos mais passionais e dramáticos, alternando com entoações figurativas, na execução final do refrão, intercalado por apóstrofes (“meu povo!”) e alguns vocalises improvisados.2

Ficha Técnica

no "Tábua de Esmeralda"
  • Jorge Ben: violão
no África Brasil3
  • Jorge Ben: guitarras
  • Dadi Carvalho: baixo elétrico
  • Pedrinho: bateria
  • José Roberto Bertrami: teclados
  • Oberdan Magalhães: saxofone
  • Zé Carlos Bigorna: saxofone
  • Darcy Cruz: trompete
  • Márcio Montarroyos: trompete
  • Doutor: percussão
  • Gustavo: percussão
  • Joãozinho: percussão
  • Wilson Canegal: percussão
  • Ariovaldo Contesini: atabaque
  • Djalma Corrêa: atabaque
  • Hermes Contesini: atabaque
  • Esdra Ferreira (Nenen): cuíca

Referências

  1. Oliveira, Luciana Xavier de. O Swing do Samba. Salvador: UFBA, 2008.
  2. Oliveira, Luciana Xavier de. África Brasil (1976): uma análise midiática do álbum de Jorge Ben Jor. Salvador: UFBA, 2012.
  3. África Brasil - Discos do Brasil



















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