sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Sobre Daciolo, a esquerda e os evangélicos.

"Não há apenas cinquenta tons de Temer tão somente. Há também cinquenta tons de evangélicos."
 
Paulo Henrique Lima (via facebook)  - 27/09/2018

Daciolo revela o encontro das contradições dos evangélicos e da esquerda. Fala para uma maioria da periferia que é evangélica e que não defende as pautas centrais da direita, pq vive as contradições do capital no seu dia a dia, mas que também não perdoa as traições do PT. 

Não se vê representada nem pela direita, que quer cortar o bolsa família, muito menos pela esquerda, que trata favelado como objeto de estudo e tenta impor suas pautas sem nenhum trabalho de base. Uma periferia que como não tem opção, vota no que o pastor pediu. 

Daciolo fala de amor, mas não é o amor hipócrita da São Salvador. Faz isso com olho no olho, com uma linguagem próxima e compreendida por todos que ele diz defender. Ele não é um meme. Meme é quem fala pra preto com linguagem de branco.

Tem meu respeito, fomos formados em escolas parecidas. Não dá para saber se ele vai manter essa linha por muito tempo, mas uma coisa é certa, ele aponta o caminho.

Revela que há um espaço e contradições dentro do evangelho. Sua forma de denunciar a bancada evangélica e de enfrentar o Bolsonaro é uma das mais brilhantes que já testemunhei. Ele só parece meme para vc, que nunca entrou numa igreja, que nunca acordou cedo no domingo e teve sua única refeição lá dentro.

Ele fala de ressocialização, mas sem belos discursos. Fala o simples, aquilo que as mães de presos entendem! Vc pode ficar ofendida(o) e entender que "cuidar de uma mulher" é uma fala machista, pq dentro de nossos parâmetros, é. Mas tudo que a pessoa que vive no inferno, que já perdeu filhos, que madruga em Bangu quer, é ser cuidada. O discurso rebuscado, "coerente" e "libertário", em geral ela despreza. 

Vc que tem todo o manifesto na ponta da língua, que se gaba por conhecer de cabo a rabo toda a agenda feminista, negra e lgbt... não será o sujeito ativo da resistência desse país. Deveria entender que o mesmo evangelho que pode ser usado para nossa aniquilação, é o que pode ser usado para nossa resistência. 

O crescimento de Daciolo nessa eleição revela o óbvio: a periferia não é fascista, só está abandonada e por isso caminha para todas as direções. Não temos uma opção que apresente nossas pautas com uma linguagem popular e que conheça nossas contradições.

Em todas as minhas leituras, avalio que virá um golpe militar em curto ou médio prazo e a resistência não será a partir da MPB (que apropria o conceito de música popular). Será com funk, rap, macumba e louvor. Será periférica. Que a esquerda aprenda esse caminho.



O que a esquerda deveria aprender com os evangélicos


“As massas de homens que nunca são abandonadas pelos sentimentos religiosos 
então nada mais vêem senão o desvio das crenças estabelecidas. 
O institnto de outra vida as conduz sem dificuldades 
ao pé dos altares e entrega seus corações aos preceitos 
e às consolações da fé.”
Alexis de Tocqueville, “A Democracia na América” (1830), p. 220. 
Publicado originalmente no sensho
 

No Brasil, um novo confronto, na forma como dado e cada vez mais evidente e violento, será o mais inútil de todos: o do esclarecimento político contra o obscurantismo religioso, principalmente o evangélico, pentecostal ou, mais precisamente, o neopentecostal. Lamento informar, mas na briga entre os dois barbudos – Marx e Cristo – fatalmente perderemos: o Nazareno triunfa. Por uma razão muito simples, as igrejas são o maior e mais eficiente espaço brasileiro de socialização e de simulação democrática. Nenhum partido político, nenhum governo, nenhum sindicato, nenhuma ONG e nenhuma associação de classe ou defesa das minorias tem competência e habilidade para reproduzir o modelo vitorioso de participação popular que se instalou em cada uma das dezenas de milhares de pequenas igrejas evangélicas, pentencostais e neopentecostais no Brasil. Eles ganharão qualquer disputa: são competentes, diferentemente de nós.
Muitos se assustam com o poder que os evangélicos alcançaram: a posse do senador Marcello Crivela, também bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, no Ministério da Pesca e a autoridade da chamada “bancada evangélica” no Câmara dos Deputados são dois dos mais recentes exemplos. Quem se impressiona não reconhece o que isso representa para um a cada cinco brasileiros, o número dos que professam a fé evangélica ou pentecostal no Brasil. Segundo a análise feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a partir dos microdados da Pesquisa de Orçamento Familiar 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a soma de evangélicos pentecostais e outras denominações evangélicas alcança 20,23% da população brasileira. Outros indicadores sustentam que em 1890 eles representavam 1% da população nacional; em 1960, 4,02%.
O crescimento dos evangélicos não é um milagre, é resultado de um trabalho incansável de aproximação do povo que tem sido negligenciado por décadas pelas classes mais progressistas brasileiras. Enquanto a esquerda, ainda na oposição política, entre a abertura democrática pós-ditadura e a vitória do primeiro governo popular no Brasil, apenas esbravejava, pastores e missionários evangélicos percorreram cada canto do país, instalaram-se nas regiões periféricas dos grandes centros urbanos, abriram suas portas para os rejeitados e ofereceram, em muitos momentos, não apenas o conforto espiritual, mas soluções materiais para as agruras do presente, por meio de uma rede comunitária de colaboração e apoio. O que teve fome e dificuldade, o desempregado, o doente, o sem-teto: todos eles, de alguma forma, encontraram conforto e solução por meio dos irmãos na fé. Enquanto isso, a esquerda tinha uma linda (e legítima) obsessão: “Fora ALCA!”.
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O crescimento dos evangélicos não é um milagre, é resultado de um trabalho incansável  de aproximação com o povo
O projeto de poder evangélico não é fortuito. Ele não nasceu com o governo Dilma Rousseff. Ele não é resultado de um afrouxamento ideológico do PT e nem significa, supõe-se, adesão religiosa dos quadros partidários. Ele é fruto de uma condição evangélica do país e de uma sistemática ação pela conquista do poder por vias democráticas, capitalizada por uma rede de colaboração financeira de ofertas e dízimos. Só não parece legítimo a quem está do lado de fora da igreja, porque, para cada um dos evangélicos e pentecostais, estar no poder é um direito. Eles não chegaram ao Congresso Nacional e, mais recentemente, ao Poder Executivo nacional por meio de um golpe. Se, por um lado, é lamentável que o uso da máquina governamental pode produzir intolerância e mistificação, por outro, acostumemo-nos, a presença deles ali faz parte da democracia. As mesmas regras políticas que permitiram um operário, retirante nordestino e sindicalista chegar ao poder são as que garantem nas vitória e posse de figuras conhecidas das igrejas evangélicas a câmaras de vereadores, prefeituras, governos de Estado, assembleias legislativas e Congresso Nacional. O lema “un homme, une voix” (“um homem, uma voz”) do revolucionário socialista L.A. Blanqui (1805-1881), “O Encarcerado”, tem disso.
Afora a legitimidade política – o método democrático e a representação popular não nos deixam mentir – a esquerda não conhece os evangélicos. A esquerda não frequentou as igrejas, a não ser nos indefectíveis cultos preparados como palanques para nossos candidatos demonstrarem respeito e apreço pelas denominações evangélicas em época de campanha, em troca de apoio dos crentes e de algumas imagens para a TV. A esquerda nunca dialogou com os evangélicos, nunca lhes apresentou seus planos, nunca lhes explicou sequer o valor que o Estado Laico tem, inclusive como garantia que poderão continuar assim, evangélicos ou como queiram, até o fim dos tempos. E agora muitos militantes, indignados com a presença deles no poder, os rechaçam com violência, como se isso resolvesse o problema fundamental que representam.
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A esquerda nunca dialogou com os evangélicos, nunca lhes apresentou seus planos,
nunca lhes explicou sequer o valor do Estado Laico

Apenas quem foi evangélico sabe que a experiência da igreja não é puramente espiritual. E é nesse ponto que erramos como esquerda. A experiência da igreja envolve uma dimensão de resistência que é, de alguma forma, também política. O “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito” (Paulo para os Romanos, capítulo 12, versículo 2) é uma palavra de ordem poderosa e, por que não, revolucionária, ainda que utilizada a partir de um ponto de vista conservador.
Em nenhuma organização política o homem comum terá protagonismo tão rápido quanto em uma igreja evangélica. O poder que se manifesta pela fé, a partir da suposta salvação da alma com o ato simples de “aceitar Jesus no coração como senhor e salvador”, segundo a expressão amplamente utilizada nos apelos de conversão, transforma o homem comum, que duas horas antes entrou pela porta da igreja imundo, em um irmão na fé, semelhante a todos os outros da congregação. Instantaneamente ele está apto a falar: dá-se o testemunho, relata-se a alegria e a emoção do resgate pago por Jesus na cruz. Entre os que estão sob Cristo, e são batizados por imersão, e recebem o ensino da palavra, e congregam da fé, não há diferenciação. Basta um pouco de tempo, ele pode se candidatar a obreiro. Com um pouco mais, torna-se elegível a presbítero, a diácono, a liderança do grupo de jovens ou de mulheres, a professor da escola dominical. Que outra organização social brasileira tem a flexibilidade de aceitação do outro e a capacidade de empoderamento tal qual se vêem nas pequenas e médias igrejas brasileiras, de Rio Branco, das cidades-satélite de Brasília, do Pará, de Salvador, de Carapicuíba, em São Paulo, ou Santa Cruz, no Rio de Janeiro? Nenhuma.
Se esqueçam dos megacultos paulistanos televisionados a partir da Av. João Dias, na Universal, ou da São João, do missionário R.R. Soares. Aquilo é Broadway. Estamos falando destas e outras denominações espalhadas em todo o território nacional, pequenas igrejas improvisadas em antigos comércios – as portas de enrolar revelam a velha vocação de uma loja, um supermercado, uma farmácia – reuniões de gente pobre com sua melhor roupa, pastores disponíveis ao diálogo, festas de aniversário e celebrações onde cada um leva seu prato para dividir com os irmãos.  A menina que tem talento para ensinar, ensina. O irmão que tem uma van, presta serviços para o grupo (e recebe por isso). A mulher que trabalha como faxineira durante a semana é a diva gospel no culto de domingo à noite: canta e leva seus iguais ao júbilo espiritual com os hinos. A bíblia, palavra de ninguém menos que Deus, é lida, discutida, debatida. Milhares e milhares de evangélicos em todo o país foram alfabetizados nos programas de Educação de Jovens e Adultos (EJAs) para simplesmente “ler a palavra”, como dizem. Raríssimo o analfabeto que tenha sido fisgado pela vontade ler “O Capital”, infelizmente. As esquerdas menosprezaram a experiência gregária das igrejas e permaneceram, nos últimos 30 anos, encasteladas em seus debates áridos sobre uma revolução teórica que nunca alcançou o coração do homem comum. Os pastores grassaram.


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A esquerda não deve aprender nada com os evangélicos

 Por Raphael Tsavkko Garcia

Não faltam religiosos, mesmo do campo evangélico, que seriam aliados de primeira ordem contras os Edirs e Valdomiros.


Li um texto do @senshosp que me parece de um derrotismo terrível. O texto em questão chama-se “O que a esquerda deveria aprender com os evangélicos“. Os “evangélicos” (em geral os neopentecostais da estirpe de Edir Macedo e cia.) ganharam, é a conclusão. A esquerda não conseguiu conquistar corações e mentes mais do que conseguiu chegar ao poder e migrar para a direita. Como se o Brasil tivesse o dever de ser sempre subdesenvolvido e atrasado, em que religião dita costumes e leis, e o país não pode evoluir. Em que não podemos lutar por uma esquerda de verdade, comprometida, sem recuos, com suas bandeiras históricas e populares.
Diversos países da Europa são a prova de que é possível combater a ignorância do fanatismo religioso e dos marginais da fé – forma “carinhosa” pela qual descrevo Malafaias, Valdomiros e cia., mantendo de fora aquelas igrejas tradicionais, onde não faltam progressistas, como entre os anglicanos, betestda e afins que sabem, em geral, os limites da fé e onde começa o Estado e a vida civil.
E não se trata de uma disputa entre Marxistas e “Religiosos”, pois tenho absoluta certeza que nem entre o PSDB ou mesmo o DEM há tanta simpatia assim pelos marginais da fé e seu poder. Ser de direita, liberal e até mesmo ter algum grau de conservadorismo não é defender a mistura perigosa entre religião e Estado.
A esquerda não prega “salvação”, e nem diz ser caminho fácil. E uma ampla parte da direita pode ser nociva, mas não é a TFP ou a Opus Dei. É preciso ainda lembrar da quase neutralização da Teologia da Libertação que, pese críticas, era um movimento mais aberto e que, mesmo com preconceitos, buscava dialogar e não impor sua vontade.Ainda que religioso, ligado à Igreja, era um respiro que possibilitava o diálogo. O marginal da fé diz que basta rezar e… pronto. Paraíso terreno e além.
Ao invés de combater isso, cobrando impostos e legislando, o governo preferiu se aliar/perpetuar a farra dessa corja. O crescimento dela não se deve só a seus feitos, mas à inação de governo após governo e, agora, à aliança do governo com esses tipos. É óbvio que o crescimento vertiginoso dessas igrejas caça-níquel não se deve ao PT, mas tem sido ajudado, agora, pela clara aliança e troca de favores que existe.
Estamos falando de, talvez, 20% da população – não há ainda dados conclusivos divulgados pelo IBGE que sustente esse número. E estes 20% têm pautado os demais 80%. Temos tido retrocessos gigantescos em áreas onde 20% dita as regras contra o resto da população e contra outras minorias igualmente significativas. Dilma mente ao dizer que governa para todos, quando na verdade vemos claramente que governa para e comandada por uma minoria em detrimento do resto da população. E dizer que “o brasileiro médio é conservador” não justifica recuos que contrariam as noções mais básicas de direitos humanos, marco sob o qual devem ser fundadas todas as relações humanas e entre o Estado e seus cidadãos.
As ações do governo para privilegiar uma casta religiosa conservadora, rica e que chegou lá por meios extremamente obscuros, como os vetos a toda e qualquer campanha para o público LGBT, ou pelo tratamento da questão do aborto como problema de saúde pública, dentre outras, denunciam a escolha feita pelo governo e não o fim das disputas e dos combates em busca de um Estado Laico.
Aliás, não faço uma crítica ao @senshosp em si, seu texto possui algumas análises que acho bastante válidas, mas discordo de suas conclusões e, acima de tudo, do parâmetro “Marxistas/Esquerda versus Evangélicos” utilizado. A luta contra a teocratização do país não é apenas uma luta das esquerdas. Ao mesmo tempo, discordo do título e tomo-o como referência de minha análise.
Não devemos aprender nada com estes criminosos (e lembro que falo de líderes e não dos coitados enganados com promessas de riquezas materiais caso abram mão de tudo que é material para seus líderes. E, sim, a contradição é proposital e pregada por eles) que se aproveitam das brechas – ou mesmo da total ilegalidade – na legislação para usar concessões públicas para pregação, da inação dos órgãos públicos para efetuarem a clara lavagem de dinheiro que praticam, para não falar na lavagem cerebral e no flagrante desrespeito às leis – mesmo que de convivência e sociais.
Temos de combater este estado de coisas, e, acreditem em mim, não faltam religiosos, mesmo do campo evangélico, que seriam aliados de primeira ordem, que são laicos e se opõem de forma veemente a estes que prometem os céus mediante pagamento no cartão em suaves prestações e que, no meio tempo, pregam o ódio e usam o povo como instrumento de sua vingança contra a humanidade.
Reforçando, o crescimento destes “evangélicos” não se deve ao PT, mas sem dúvida a chegada da esquerda ao poder poderia e deveria ter combatido este crescimento oferecendo opções, como lazer, cultura, educação e ensinado para que serve o Estado/Poder Público e como não ser enganado facilmente. Sejamos honestos: qual era a importância e o poder destes – Macedo, Valdomiro, Malafaia – durante o governo FHC? Foi um governo nefasto, sem dúvida, mas em momento algum usou de religião para justificar ou promover retrocessos. Era ideológico e não religioso, por pior que fosse a ideologia. É possível dizer que os marginais da fé não eram ainda tão poderosos, talvez, mas não importou seu poder, não tiveram vez.
Uma democratização das comunicações, com o fim de concessões a igrejas e pastores, a proibição de programas de tele-evangelização (a venda de horário de concessões públicas em si é contra a lei, logo, vender horário para igrejas não deveria ser tolerado) e a ampliação da internet (e não a piada do PNBL entregue para as teles lucrarem com serviço pior que o que já oferecem), seria de grande ajuda, mas nada foi feito. Ampliar o alcance e a qualidade da educação pública, melhorando salários de professores e os preparando melhor para a profissão seria outro passo importante, assim como dar dignidade à população que, muitas vezes, recorre a esses marginais da fé por puro desespero de suas condições sociais e econômicas.
É óbvio – e nisso vejo méritos no texto que analiso – que precisamos realizar uma autocrítica profunda. A esquerda, em sua imensa fragmentação, tem falhas visíveis e invisíveis. Se por um lado é fato que o governo e o PT caminharam a passos largos para a direita por gosto e prazer, por outro a fragmentação da esquerda ainda durante as disputas do Lula-Operário ajudaram a facilitar que o PT se transformasse nessa máquina eleitoral descolada totalmente das bandeiras históricas da esquerda. Hoje mesmo, temos uma infinidade de formações de esquerda ou que se dizem de esquerda e que não dialogam – ou, se o fazem, o diálogo não caminha muito. Desde partidos que pregam a surrealpolitik, se aliando a ruralistas e espancadores, como o PCdoB, passando pelo PSB, PDT (do Paulinho que defende prostituição como apaziguador de ânimos) e mesmo o PSOL, com inúmeros rachas internos, além dos minúsculos PSTU, PPL e PCO, até grupúsculos insignificantes em um quadro amplo como LER-QI, LBI, POR, MEPR, PCML e tantos outros que costumam se odiar e pregar uma pureza inalcançável – e até desnecessária.
O que vejo é uma soma de fatores, que vão desde problemas estruturais da esquerda, passando pela inação e covardia do governo – passando também pela Ditadura que, se de um lado viu um crescimento da Teologia da Libertação, acabou por massacrar organismos evangélicos tradicionais legítimos e até progressistas, facilitando a proliferação de igrejas totalmente desligadas de qualquer tipo de regra mínima de convivência com a diversidade -, até a falta de legislação ou mesmo aplicação delas contra um câncer que cresce, se espalha e periga chegar até a metástase: os marginais da fé.
fonte: http://www.revistaamalgama.com.br/03/2012/esquerda-evangelicos/

Leia/assista também: 

 Documentário de João Moreira Salles, acerca da influência do pentecostalismo em uma região completamente abandonada pelo Estado. Salles filmou durante oito meses o nascimento e a consolidação de uma igreja pentecostal, a Casa de Oração Jesus é o General, num loteamento clandestino do subúrbio de Santa Cruz, no Rio. 

Dirigida por um ex-metalúrgico que tornou-se pastor, vemos o poder do carismatismo e da ordem social que a religião pentecostal traz, além de ajudar na alfabetização, emprego e saúde da população desassistida. Documentário brilhante e obrigatório para quem pesquisa o tema.


"Os evangélicos descobriram o que Lula não conseguiu: para vencer é preciso mídia"

  PERCEPÇÕES E VALORES POLÍTICOS NA PERIFERIA DE SÃO PAULO.  


 Ditadura: Evangélicos progressistas na mira do SNI

 Pelo Senhor, marchamos - Os evangélicos e a ditadura militar no Brasil (1964


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