Nessas horas, os estudos baseados em pesquisas rigorosas ajudam muito e mais ainda em tempos de “negacionismos” de todas as formas. Acabei de ler o: *“Menos Marx, Mais Mises: o liberalismo e a nova direita no Brasil”* (editora Todavia, 2021) da pesquisadora Camila Rocha. Segundo a autora, isto que chamamos de “bolsonarismo” tem origem entre 2014/2015, apesar de em 2013 no seu final já termos os primeiros sinais visíveis. O sentimento que ficamos a fechar a última página do livro é que se Bolsonaro e família sumissem do mapa, pouco mudaria nesse país em transe. O estrago tá feito e é maior do que imaginamos...
Em menos de dez anos, a “nova direita brasileira” saiu de pequenas comunidades nas redes sociais para conquistar os governos (dos municípios à União). Estudantes, empresários e simpatizantes do liberalismo ou dessa direita tosca bolsonarista se aliaram a religiosos, militares e políticos em torno de uma estratégia de choque que desorientou boa parte das esquerdas e resultou na eleição de Jair Bolsonaro.
O livro de Camila Rocha mergulha no universo particular da nova direita para investigar as raízes desse êxito, com foco na atuação dos "think tanks" pioneiros do pensamento liberal no país. Baseado em entrevistas com representantes das diversas tendências do movimento, a obra analisa as ideias e personagens da onda que sacudiu a política e a sociedade. É possível percebermos que em todas as esferas da sociedade brasileira esse discurso de direita entrou e tem demarcado espaço e discurso.
Bons de discurso e estridência, são. Já como “gestores” têm sempre se demonstrado um desastre mesmo dentro desse capitalismo que eles defendem tanto. O fato é que há uma cultura de direita no Brasil bem fincada e que já não dependem exclusivamente de Bolsoanaro e família...
Romero Venâncio
Um pequeno dossiê que ajuda a entender esse Brasil desde 2013...
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