As canções guardam memórias, memórias afetivas e também memórias históricas.
Nesse
sentido, é possível conhecer pensamentos e sentimentos predominantes em uma época, assim
como pensamentos e sentimentos dissidentes
ou antagônicos, por meio de um grupo de canções.
No livro
AMABA: O esquecido circulo de cultura da Aracaju dos anos de 1980 , faço menção a
algumas canções de sucesso na década. Além de uma outra do final dos anos de
1960. Trarei a relação em outra postagem.
Abaixo, trago
para cá duas notinhas que publiquei no facebook recentemente. Mas ao contrário
do que possa parecer por meio dessas notinhas, não sou saudosista no mau sentido da expressão e por esse motivo, não considero que apenas
só tivemos música boa na década de 1980 e anteriores. Mesmo assim, do começo ao final desse artigo-comunicação, acredito que isso ficará claro. O que nos falta é tempo para explicitar melhor o argumento,
além de alguns limites de saúde.
Na primeira
postagem abaixo, uma amiga afirmou o seguinte:
“ Mas tem uma galera jovem fazendo boa música. Ouça Tim Bernardes, Gilsons,
que são filhos de Gil, Marcelo Jeneci, Almério, que é um pernambucano bem
interessante, entre outros.”
Quando
aprofundamos a questão, vemos que o buraco é mais embaixo, não é uma questão ligada somente
ao campo da criação, mas que diz respeito as interrelações e interdições existentes por causa do casamento imoral das estruturas politicas
com as estruturas de comunicação, mediadas pelo poder econômico. O que é mais agravado no caso do Brasil.
Para
quem gosta de ouvir canções e que viveu na década de 1980 ou para quem gosta, mas
não viveu, fica a dica para seguir os
links que estamos disponibilizando nesse post.
E, para
compreender o contexto politico, econômico, social e cultural daquele periodo em conjunto com as cançoes, recomendo um dos livros que utilizamos como referência bibliográfica para
escrever o Capitulo VI – Década de 1980 –
Trabalhadores perdem na economia, mas ganham na organização politica.
Trata-se do livro de autoria da historiadora Marly Rodrigues. A década de 80 - Brasil: Quando a multidão voltou as praças, cuja terceira edição foi publicada pela editora Ática no ano de 1999.
05 de Outubro de 2021 no
Facebook
A
situação de convalescente da Covid, nos coloca a oportunidade de ouvir CDs
antigos que há muito tempo estavam guardados, alguns desses como os de Clara
Nunes. E o curioso é nos surpreender novamente com o talento extraordinário da
artista, assim como o cuidado e esmero do produtor , aqui lembrando o grande
Adelzon Alves entre outros, assim também como os músicos. Escolha excelente de
repertório e arranjos. Além da Clara Nunes, tenho ouvido muitos discos da Nara
Leão, Elis Regina, Milton Nascimento, Belchior, Gilberto Gil, Caetano Veloso,
Jorge Ben, Tim Maia, Legiao Urbana e etc..
E aqui,
trago uma hipótese para explicar a brutal decadência que nos assombra nestes
dias que correm. A decadência cultural precede e alimenta a decadência dos
valores éticos e da politica institucional. E isso começa em meados dos anos de
1990, quando a chamada MPB passa a perder espaço nas emissoras de rádio e
televisão. E não é coincidência que a partir dos anos 1980, se aprofunda a
politica clientelista de distribuição de concessões de rádio e TV, para uma
classe de políticos representantes das oligarquias regionais e sem nenhum
compromisso com a melhoria da educação e cultura de nossa gente, muito pelo
contrário, políticos cuja única preocupação é lucrar a qualquer custo. Seja
financeiramente, seja eleitoralmente.
03 de Outubro de 2021 no Facebook
A reconstrução cultural do Brasil não será fácil. E nem sei se nos
recuperaremos suficientenente dos estragos. Basta ouvir a trilha sonora de
certa festa infantil neste momento, em frente a casa onde moro, para concluir
assim. E a dimensão artístico-cultural tem um impacto inevitável na dimensão
política, inclusive eleitoral. Uma pena, as pesquisas e estudos sobre isso
serem tão pouco considerados.
Não foi um ano igual aos que passaram o de 1980. O Festival MPB Shell levou à parada de sucessos Amelinha, Jessé, Joyce e Raimundo Sodré. Também se destacaram Oswaldo Montenegro, Fátima Guedes e a jovem Marina. Mas alguns estrelas continuaram a brilhar, casos de Maria Bethânia, Elis Regina e Rita Lee, esta com dois de seus maiores hits: “Mania de você” e “Doce vampiro”
https://radiobatuta.com.br/programas/a-cancao-no-tempo/1980-2
1981
Além de ter sido um ano de atentados (ao Papa João Paulo II; ao presidente dos EUA, Ronald Reagan; no Riocentro durante um show de músicos brasileiros), 1981 foi uma temporada especial para Roberto Carlos. Ele fez enorme sucesso com Emoções e outras músicas, algumas assinadas com Erasmo Carlos. Também se destacaram Milton Nascimento, Rita Lee, Ney Matogrosso. Gilberto Gil e Roupa Nova.
https://radiobatuta.com.br/programas/a-cancao-no-tempo/1981-2
Alceu Valença emplacou três sucessos em 1982: Tropicana, Como dois animais e Cavalo de pau. Foi um destaques da temporada, ao lado de Djavan, Roberto Carlos, Rita Lee, Simone, Elba Ramalho e outros. Gonzaguinha lançou O que é, o que é?. E com Você não soube me amar, da Blitz, nascia o novo rock nacional.
https://radiobatuta.com.br/programas/a-cancao-no-tempo/1982-2
1983
O pop e o rock foram hegemônicos em 1983. Lulu Santos, Tim Maia, Ritchie e Blitz estiveram entre os destaques, emplacando três sucessos cada nas paradas de sucesso. Na temporada também brilharam Milton Nascimento, Fafá de Belém, Rita Lee e Gonzaguinha, entre outros.
https://radiobatuta.com.br/programas/a-cancao-no-tempo/1983-2
1984
O ano de 1984 foi o da campanha pela volta das eleições diretas para presidente da República e do início da redemocratização. Um dos hinos do período foi Vai passar, lançado por Chico Buarque. Podres poderes, de Caetano Veloso, também compunha a trilha daquele importante período do país. Mas quem dominava a maior parte da programação das rádios era o rock, com Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Titãs, Kid Abelha, Lulu Santos, Lobão e outros
https://radiobatuta.com.br/programas/a-cancao-no-tempo/1984-2
1985
A reabertura política, consolidada com o fim do regime militar naquele ano, trouxe junto a ascensão das novas bandas de rock. A que fez mais sucesso em 1985 foi o RPM. Mas Legião Urbana, Titãs e Ultraje a Rigor também se destacaram. No campo da música romântica, Gal Costa, Tim Maia, Simone e João Bosco estiveram entre os destaques.
https://radiobatuta.com.br/programas/a-cancao-no-tempo/1985-2
Top 100 Músicas Mais Tocadas
https://maistocadas.mus.br/1986/
https://maistocadas.mus.br/1987/
https://maistocadas.mus.br/1988/
https://maistocadas.mus.br/1989/
QUAL FOI O GÊNERO DE MUSICA POPULAR NA DÉCADA DE 80 NO BRASIL?
O MPB esteve em alta no inicio da década de 80 e perdeu força no meio e no final para as músicas internacionais que desembarcaram nas rádios do Brasil. As músicas internacionais, incluindo Dance, Rock, R&B, Pop, Disco dominaram as rádios a maior parte do tempo nos anos 80. Das músicas nacionais, se destacam o MPB, Românticas e o Pop-Rock.
QUAL FOI O CANTOR(A) DE MAIOR SUCESSO NOS ANOS 80 NO BRASIL?
No ranking dos artistas de maior sucesso nas paradas anuais das rádios que compreende os anos 80, aparece Gal Costa e Cazuza nos primeiros lugares com as mesmas pontuações devido a soma de suas canções e posições atingidas. Em seguida vem Michael Jackson, Lulu Santos, Rita Lee e outros. Clique para ver os ranking dos artistas dos anos 80
2 comentários:
Massa, estas grandes pessoas que tocaram nossas vidas com suas conções. Amo demais a MPB.
São necessários e atemporais. Grato pela visita.
Zezito
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