domingo, 18 de junho de 2023

Santana e o fim da festa de São João que não pode ficar igual a qualquer outra...

 A perda de espaços do forró e outros ritmos genuinamente nordestinos nos festejos juninos continuam repercutindo no mundo artístico.  Nesta quinta-feira (16), o cantor Santana fez um desabafo e previu que se forem mantidas a modificações que estão sendo feitas podem levar ao fim da festa.

Já houve festas de São João grandes que acabaram por causa da plastificação. Um exemplo é o de Areia Branca, em Sergipe. Um dos maiores do mundo e não existe mais”, alertou Santana em entrevista ao programa Hora H, apresentado pelos jornalistas Heron Cid e Wallison Bezerra, na Rede Mais Rádio.

Santana chegou a se emocionar ao falar do tema. Recentemente ele foi flagrado chorando em um show de Flávio José ao ver o artista paraibano sendo aplaudido de pé em Caruaru. No inicio do mês Flávio José, que é um dos principais representantes do forró no Brasil, chegou a reclamar ao ter parte do seu tempo de apresentação diminuído no Maior São João do Mundo, em Campina Grande. O tempo teria sido acrescentado para o show do sertanejo Gustavo Lima.

Para Santana, é preciso que os gestores comecem a tomar consciência dos riscos dessas mudanças para não acabarem com a principal festa brasileira.

É preciso ter a noção que é uma festa que foi construída com muito esforço. É uma festa diferente do resto do mundo. Ela é única. Então a gente não pode pegar e fazer uma festa igual a dos outros. A gente só é notado porque é diferente. Daqui  a pouco não vai mais ser a festa do milho, da canjica, da pamonha. Vai ser hamburger”,  argumentou.

Roberto Targino – MaisPB


🌱 #MangueJornalismo | Você sabe quanto a Prefeitura de Aracaju está gastando com as festas juninas da cidade? Depois de divulgar apenas alguns dos contratos do Governo do Estado (quase R$ 8 milhões), a Agência Mangue Jornalismo publica hoje os gastos da prefeitura com artistas, mas somente entre 05 de maio até dia 16 de junho. Nesse período, o valor ultrapassa os R$ 4 milhões e cachês chegam a R$ 420 mil. Divulgamos a lista de algumas contratações. “É preciso investigar porque essas bandas recebem valores exorbitantes, enquanto artistas locais não recebem”, pede e questiona o músico Dé Lucas.


📲 Leia Prefeitura gasta mais de R$ 4,1 milhões só com artistas e cachês chegam aos R$ 420 mil. A Mangue Jornalismo divulga a lista de algumas contratações em www.manguejornalismo.org


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Deputado apresenta Lei Luiz Gonzaga; Projeto quer fazer com que forró ocupe 80% da grade junina clique no título para ler..



O limite desse tipo de  projeto de lei,na minha opinião e experiência, esbarra no fato de considerar o problema como restrito ao aspecto das escolhas dos artistas da programação e da discrepância do preço pago aos artistas de fora com relação a prata da  casa, mesmo sendo o núcleo central do problema. Em julho publicarei  artigo a esse respeito trazendo reflexão sobre ações estruturantes quando  estive como diretor do Gonzagão, meados da primeira década dos anos 2000, e as realizações e tentativas de atuação no campo da memória de Luiz Gonzaga e do forró, do trabalho educativo com estudantes de escolas públicas e das ações no campo da comunicação. Esta última mais como tentativa.
O limite que destaco  acima, parte também da maioria dos artistas do setor que colocam as demandas bem restritas ao aspecto central da fala do deputado.  Um artista do segmento que compactua com  a defesa que faço acima é Silvério Pessoa. Ou seja,a questão do forró e da cultura do ciclo junino, é também questão de memória, educação e comunicação. Silvério Pessoa é o atual secretário de cultura de Pernambuco. 
Como este aspecto de registro da memória também foi negligenciado pelo Fórum do Forró, organizado pela Prefeitura de Aracaju, salvo alguns poucos anos, infelizmente não temos como acessar a excelente palestra de Silvério Pessoa fazendo uma magistral apresentação da  importância da memória e da educação para a formação de público para o forró autêntico e para a  transmissão dos elementos culturais  característicos  do ciclo junino. A professora Aglaé Fontes, aqui em Sergipe, quando dirigiu o Centro de Criatividade nos anos 1980/1990 também demonstrou de forma vigorosa essa visão através das jornadas de estudos sobre o ciclo de junino e outras ações.

Zezito de Oliveira


Projeto de Lei

PL 3083/2023

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Regulamenta a destinação de recursos públicos para as festividades de São João, em todo o território nacional, e estabelece percentual mínimo que deve ser empregado para a contratação de artistas e conjuntos musicais que representem a cultura popular do gênero Forró.

Acesso o texto original da LEI AQUI

"A  Câmara dos Deputados aprovou, nesta última terça-feira (20), o regime de urgência do projeto de lei que destina 80% das verbas públicas de festas juninas para artistas ligados ao forró e à cultura regional. "   Não consta no projeto punição para quem descumprir a lei, recordo , um projeto similar do então deputado estadual pela Bahia, Marcelo Nilo, do PDT, chegou a ser votado e sancionado, mas a legislação, que ficou conhecida como “Lei da Zabumba”, nunca chegou a ser cumprida.¨" Zezito de Oliveira







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