domingo, 18 de maio de 2025

Como as leis de fomento a cultura, Cultura Viva, Paulo Gustavo e Aldir Blanc, colaboram no acesso de estudantes da escola pública a ações, produtos e espaços culturais?



O Projeto História do Samba foi contemplado por meio da Lei Paulo Gustavo de incentivo e fomento à Cultura, e consiste em cinco apresentações dos garcenses do Grupo Resenha em escolas públicas (estaduais e municipais) do município.
Cada apresentação contará com 90 minutos sendo composta por textos falados e execuções musicais, que buscam contar a história do Samba no Brasil, começando com a chegada de congoleses e angolanos, escravizados, que para manter suas tradições e vínculo com seu lar celebravam suas origens com o batuque.
A primeira escola a ser contemplada com o Projeto História do Samba será a Escola Estadual Professor Alcyr da Rosa Lima, no dia 17 de abril, em horário noturno. A apresentação será exclusiva para alunos da unidade escolar e seus trabalhadores.

A Lei Paulo Gustavo (LPG) teve um impacto significativo no acesso de estudantes da escola pública a ações, produtos e espaços culturais, principalmente através de projetos que integraram cultura e educação. Aqui estão os principais pontos de colaboração:

1. Integração entre Cultura e Educação

A LPG fomentou projetos culturais que foram incorporados ao ambiente escolar, como exposições, oficinas, espetáculos teatrais e musicais, e atividades de formação artística. Essas iniciativas enriqueceram o currículo escolar e proporcionaram vivências culturais diversificadas aos estudantes.

Um exemplo é o projeto Legacy, em Belo Horizonte, que adaptou um livro em curta-metragem de animação e promoveu exibições em escolas e espaços periféricos, incentivando o cineclubismo e a reflexão sobre identidade cultural entre jovens .

2. Democratização do Acesso

A lei alcançou 96,9% dos municípios brasileiros, incluindo regiões afastadas dos grandes centros urbanos, garantindo que estudantes de escolas públicas em cidades pequenas e periféricas tivessem acesso a atividades culturais .

Projetos como Guardiões da Cultura Popular (Pará) e Bênção – Capoeiragem e Protagonismo Infanto-juvenil (Amazonas) ofereceram oficinas de dança, música e capoeira em espaços públicos, muitas vezes vinculados a escolas, promovendo educação patrimonial e inclusão social .

3. Fortalecimento de Identidades Locais

A LPG apoiou iniciativas que valorizaram tradições regionais, como o Festival Diversa (SP), que destacou a produção artística de mulheres, e o Congo Vivo (ES), que revitalizou manifestações culturais tradicionais. Esses projetos foram exibidos em escolas ou envolveram alunos em suas atividades, reforçando o sentimento de pertencimento cultural .

4. Retorno Econômico e Social

Estudos como o da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro mostraram que cada R$ 1.00 investido pela LPG gerou um retorno de R$ 6,51 na economia local, incluindo a criação de empregos e a movimentação de espaços culturais que passaram a receber mais estudantes 

Projetos audiovisuais e teatrais financiados pela lei também ampliaram a oferta de atividades gratuitas ou a preços acessíveis para escolas públicas .

5. Formação de Público e Sensibilização Artística

A LPG permitiu que municípios estruturassem políticas culturais permanentes, como editais específicos para escolas (ex.: BH nas Telas). Isso criou um legado de acesso contínuo à cultura, além de formar novas gerações de espectadores e artistas .

Conclusão

A Lei Paulo Gustavo não apenas mitigou os efeitos da pandemia no setor cultural, mas também criou pontes entre cultura e educação pública. Ao financiar projetos comunitários, itinerantes e educativos, a lei democratizou o acesso à arte e fortaleceu o papel da cultura como ferramenta de transformação social e pedagógica. Para mais detalhes sobre projetos específicos, consulte os painéis de dados do Ministério da Cultura .

DeepSeek

A Secretaria de Cultura e Esportes segue promovendo o desenvolvimento cultural e artístico no município, por meio dos editais da Lei Paulo Gustavo (LPG), iniciativa que tem garantido apoio a projetos e fazedores de cultura.

Na última sexta-feira (13), foram realizados mais dois projetos que valorizam a história, a tradição e a diversidade regional. Os artistas João Bosco e Dackson Pereira, levaram projetos educativos e culturais para as unidades escolares.

Com o objetivo de despertar nos estudantes o interesse pela história e pelo turismo local, João Bosco apresentou o Projeto Abelzinho, que levou à Escola Casa da Criança 5, um guia turístico sobre pontos históricos e turísticos de Paulo Afonso, promovendo um aprendizado lúdico e interativo. A ação foi gravada para a produção de um vídeo que será liberado em breve.

Já o artista Dackson, uniu literatura de cordel e gastronomia típica nordestina no Piquenique Literário, que abordou temas relacionados à cultura e história de Paulo Afonso. Durante a atividade, realizada na Casa da Criança 2, os alunos não só apreciaram versos rimados que destacavam a identidade local, como também tiveram a oportunidade de experimentar pratos da culinária nordestina.

https://pauloafonso.ba.gov.br/artistas-contemplados-pela-lei-paulo-gustavo-levam-cultura-e-tradicao-as-escolas-da-rede-municipal/

Como o Programa Cultura Viva nos dois primeiros governos Lula contribuiu  no acesso de estudantes da escola pública a ações, produtos e espaços culturais?

O trabalho desenvolvido pelo Ponto de Cultura: Juventude, Cultura e Cidadania, realizado pela Ação Cultural em Sergipe entre 2012 e 2017, foi focado em promover atividades artísticas, educativas e de cidadania para jovens de comunidades periféricas da Grande Aracaju. Aqui estão os principais aspectos do projeto:
1. Oficinas Culturais e Artísticas
O projeto ofereceu diversas oficinas, incluindo:
Dança Moderna: Inspirada em culturas africanas, indígenas e nordestinas, as oficinas ocorreram em escolas públicas e espaços comunitários, como a Escola Estadual Júlia Teles (Conjunto Jardim) e a Academia Rick di Karllo (Conjunto Eduardo Gomes). Elas visavam fortalecer a autoestima e o pertencimento cultural dos jovens .
Audiovisual: Jovens aprenderam técnicas de cinema, roteiro, fotografia e edição, produzindo documentários e videoclipes. Um exemplo é o vídeo "Gonzaga me convidou para dançar", um documentário experimental criado pelos participantes .
Teatro e Hip-Hop: Atividades que incentivavam a expressão artística e a discussão sobre identidade e direitos sociais.
2. Mostras Culturais e Cineclube
O projeto organizou mostras para exibir os trabalhos produzidos nas oficinas, além de sessões de cineclube que debatiam temas como direitos humanos e cultura periférica .
3. Encontros de Formação e Cidadania
Foram realizados debates e palestras sobre temas como:
Cultura popular e direitos culturais .
Participação juvenil em políticas públicas, seguindo a filosofia do Programa Cultura Viva 9.
4. Público e Parcerias
Atendia principalmente jovens de bairros como Conjunto Jardim, Eduardo Gomes e Santos Dumont.
Teve apoio do Ministério da Cultura, Secretaria de Cultura de Sergipe e escolas locais 6.
5. Resultados e Impacto
Ampliação do acesso à cultura para jovens de periferias.
Fortalecimento de coletivos artísticos e da identidade cultural comunitária.
Produção de materiais audiovisuais que documentaram a realidade local.
O projeto foi um exemplo de como ações culturais podem integrar educação, arte e cidadania, seguindo princípios da educação popular e da democracia cultural . 


O Programa Cultura Viva, implementado durante os dois primeiros governos de Lula (2003-2010), teve um impacto significativo no acesso de estudantes da escola pública a ações, produtos e espaços culturais, por meio de uma série de iniciativas integradas. Abaixo estão as principais contribuições:

1. Integração de Escolas Públicas como Pontos de Cultura
O programa permitiu que escolas públicas se transformassem em Pontos de Cultura, espaços reconhecidos e financiados pelo Estado para promover atividades culturais. Essa iniciativa visava aproveitar a infraestrutura escolar e sua conexão com a comunidade para democratizar o acesso à cultura, especialmente em territórios periféricos. Escolas passaram a abrigar atividades como oficinas de arte, tradições populares (como folias de Reis e culturas afro-indígenas), e eventos culturais nos finais de semana, ampliando o alcance para além do horário letivo .

2. Parcerias entre Pontos de Cultura e Escolas
Os Pontos e Pontões de Cultura (redes regionais de entidades culturais) tornaram-se parceiros estratégicos das escolas públicas, oferecendo referências e atividades complementares. Por exemplo, grupos culturais locais (como maracatus, capoeira e artesanato) passaram a interagir com estudantes, fortalecendo identidades regionais e promovendo a diversidade cultura.

3. Programas Específicos para Educação e Cultura
O Cultura Viva incluía ações como:

Escola Viva: Projetos que vinculavam cultura e educação, com bolsas e prêmios para agentes culturais atuarem em escolas.

Pontinhos de Cultura: Voltados para crianças e adolescentes, com atividades lúdicas e artísticas em espaços educacionais.

Cultura Digital: Inclusão de tecnologias para produção cultural nas escolas, como laboratórios multimídia .

4. Ampliação de Infraestrutura Cultural
O programa fomentou a criação de bibliotecas públicas, salas de cinema e Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs) em áreas carentes, muitos deles vinculados a escolas. Esses espaços ofereciam acesso a livros, filmes, teatros e oficinas culturais, integrando-se ao cotidiano estudantil .

5. Democratização por Meio de Editais e Recursos
O Ministério da Cultura (MinC) descentralizou recursos por meio de editais, permitindo que escolas e comunidades acessassem financiamento para projetos culturais. O Vale Cultura (benefício para trabalhadores) também indiretamente beneficiou famílias de estudantes, aumentando o acesso a produtos culturais .

6. Valorização da Diversidade e Identidade Local
O programa priorizou culturas tradicionais (indígenas, quilombolas, populares) e incentivou sua incorporação no ambiente escolar, promovendo a autoestima e o reconhecimento das raízes culturais dos estudantes .

Impacto e Legado
Em 2010, o Cultura Viva já atingia 9 milhões de brasileiros, incluindo estudantes, com mais de 3.500 Pontos de Cultura em 1.100 municípios. A política foi pioneira ao tratar a cultura como direito básico e ferramenta de inclusão social, embora tenha sofrido retrocessos após 2016 com a redução de investimentos .
DeepSeek

Como a PNAB está impactando a educação brasileira por meio das ações culturais com estudantes de escolas públicas realizadas com apoio da referida politica pública?


 A Política Nacional de Cultura Aldir Blanc tem tido um impacto muito positivo na educação brasileira, especialmente ao apoiar ações culturais em escolas públicas. Ela possibilita que estudantes tenham acesso a atividades culturais, como oficinas, apresentações e projetos artísticos, o que enriquece o aprendizado e promove o desenvolvimento de habilidades criativas e culturais. Além disso, essas ações ajudam a valorizar a diversidade cultural do país e incentivam a participação dos jovens na vida cultural, contribuindo para uma formação mais completa e engajada. É uma iniciativa que fortalece a conexão entre cultura e educação, beneficiando diretamente os estudantes e suas comunidades.
Preciso de números e estudos de caso sobre o assunto 
Segundo dados do Ministério do Turismo e Cultura, durante o período de implementação da Aldir Blanc, foram destinados bilhões de reais para apoiar artistas, espaços culturais e ações culturais em todo o Brasil.
Estima-se que milhares de escolas públicas tenham recebido apoio para realizar atividades culturais, envolvendo dezenas de milhares de estudantes.
Em alguns estados, projetos culturais apoiados pela política atingiram mais de 100 mil estudantes, promovendo oficinas, apresentações e atividades educativas.

Estudos de caso:

Projeto "Cultura na Escola" em São Paulo: Uma iniciativa apoiada pela Aldir Blanc que promoveu oficinas de teatro, música e artes visuais em escolas públicas, resultando em aumento do engajamento estudantil e melhorias no clima escolar.
Programa de Oficinas Culturais no Ceará: Com apoio da política, várias escolas receberam recursos para realizar atividades culturais, levando a um aumento na participação estudantil em atividades extracurriculares e na valorização da cultura local.

Impacto avaliado:

Relatórios preliminares indicam que ações culturais apoiadas pela Aldir Blanc contribuíram para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, aumento da autoestima e fortalecimento do senso de identidade entre os estudantes.
Além disso, esses projetos ajudaram a democratizar o acesso à cultura, especialmente em regiões mais vulneráveis.
chatGPT



Com as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc vamos fazer mais lindos nossos dias e nossas noites.

 


O grande Odair José em uma de suas icônicas canções convida-nos a fazer a noite mais linda do mundo. Ele afirma na canção,  e eu concordo "Felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes"

E, o que fazer para aumentar a quantidade destes momentos? Faça arte!  é a resposta da jovem e talentosa cantora paraense Aíla.

E como fazer arte sem leis de fomento é muito dificil, muito complicado, começo essa postagem fazendo louvação as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, principais responsáveis pelas duas  noites lindas que vivi esta semana, a primeira em 14/05 com a abertura  do Cinema do Centro, sucedâneo do Cine Vitória, junto com o lançamento do belo curta de homenagem "em vida" ao artista performer Benedito Letrado, brilhante documentário realizado por Sérgio Borges, o  documentarista mais "sergipano" e profícuo que temos nas terras de Serigy, Aperipê e de tantos outros bravos lutadores e lutadoras que temos e tivemos, inclusive no campo da arte e da cultura. Muitos, decerto a maioria, que podem ser lembrados com os versos belos, mas melancólicos  da canção "Guardanapos de Papel" de Milton Nascimento e com Bomfim da banda sergipana Naurêa.

"Na minha cidade tem poetas, poetas

Que chegam sem tambores nem trombetas, trombetas

E sempre aparecem quando menos aguardados

Guardados, guardados

Entre livros e sapatos, em baús empoeirados

Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares

Onde vivem com seus pares, seus pares

Seus pares e convivem com fantasmas

Multicores de cores, de cores

Que te pintam as olheiras

E te pedem que não chores

Suas ilusões são repartidas, partidas

Partidas entre mortos e feridas, feridas

Feridas mas resistem com palavras

Confundidas, fundidas, fundidas

Ao seu triste passo lento

Pelas ruas e avenidas

Não desejam glórias nem medalhas, medalhas

Medalhas, se contentam

Com migalhas, migalhas, migalhas

De canções e brincadeiras com seus

Versos dispersos, dispersos

Obcecados pela busca de tesouros submersos

Fazem quatrocentos mil projetos

Projetos, projetos, que jamais são

Alcançados, cansados, cansados nada disso

Importa enquanto eles escrevem, escrevem

Escrevem o que sabem que não sabem

E o que dizem que não devem

Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas

Como se fossem cometas, cometas, cometas

Num estranho céu de estrelas idiotas

E outras e outras

Cujo brilho sem barulho

Veste suas caudas tortas

Na minha cidade tem canetas, canetas, canetas

Esvaindo-se em milhares, milhares, milhares

De palavras retorcendo-se confusas, confusas

Confusas, em delgados guardanapos

Feito moscas inconclusas

Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo

Que eles vêem nos vão dizendo, dizendo

E sendo eles poetas de verdade

Enquanto espiam e piram e piram

Não se cansam de falar

Do que eles juram que não viram

Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas

Como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas

Lançadas ao espaço e ao mundo inteiro

Inteiro, inteiro, fossem vendo pra

Depois voltar pro Rio de Janeiro"


Já a segunda noite, foi vivida ontem, 17/05,  com a companheira de vida Irene Smith, assistindo no átrio do Museu da Gente Sergipana ao show em homenagem ao grande compositor sergipano Ismar Barreto, falecido em 2006, com apenas 53 anos de idade, deixando  uma obra impecável e digna de ser regravada por grandes interpretes da música nordestina e brasileira, além de  Amorosa, intérprete memorável de duas canções simbolos de Ismar.  "Sofrendo" e  "Coco da Capsulana".

Abaixo, artigo  da autoria de Marcelo Rangel escrito para o Overmundo em  2006, ano  de lançamento do portal de conteúdo cultural mais "arretado" que conheci e onde também escrevi. Um portal  sobre cultura independente, periférica, alternativa e coisa e tal. Um portal que deveria voltar, em especial em tempos de revolução cultural na qual estamos imersos, mesmo que muitos não queiram (*), nesse governo Lula 3 com as leis de fomento e legislação arrojada e amistosa, ampliando e aprimorando conquistas da criação e da produção cultural brasileira nos governos Lula 1 e 2 e Dilma 1, principalmente, como nunca antes nesse país.
P.S.: 1 -Agradecimentos a Irene Smith que,  pesquisando sobre a Ismar Barreto no meio do show,  encontrou e me recordou a pérola de texto a seguir.
2- Completamos essa noite feliz de sábado em casa, com uma garrafa de vinho chileno, petiscos frios, ouvindo a boa música de Tiê e da  Céu na companhia de nosso casal de cachorros....
3 - (*) Nota Oficial da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura sobre o Corte no Orçamento da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB)‼️
A Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNdPC) vem a público expressar sua profunda preocupação e indignação diante do relatório aprovado pelo Congresso Nacional nesta última quinta-feira, 20/02, sob relatoria do senador Angelo Coronel (BA – PSD), que determina um corte alarmante de 84% nos recursos destinados à Política Nacional de Fomento à Cultura Aldir Blanc (PNAB).
 O orçamento, que deveria assegurar R$ 3 bilhões, foi drasticamente reduzido para insuficientes R$ 480 milhões. 
Como instância colegiada que representa a rede nacional dos Pontos e Pontões de Cultura, reafirmamos nosso compromisso com a defesa intransigente dessa política pública essencial para todas as dimensões da cultura, mas, sobretudo, para garantir os direitos culturais e a cidadania cultural das comunidades e territórios que mais necessitam de reconhecimento, proteção e acesso. 
A CNdPC conclama toda a rede nacional dos Pontos e Pontões de Cultura, suas comunidades e fóruns locais, regionais e estaduais a entrarem em estado permanente de mobilização contra o corte orçamentário da PNAB.

A despedida 'arretada' de Ismar Barreto


Arte de Thales Brandão com fotos de Márcio Garcez (AAN) e Arquivo JC
Marcelo Rangel · Aracaju, SE
8/6/2006 
Este relato poderia ter um tom de lamento e pesar. Afinal, dois dias antes deste texto ser escrito, o estado de Sergipe perdeu um de seus maiores compositores, o versátil Ismar Barreto. Perder não é o verbo mais adequado. Afinal, seu humor e sua personalidade histriônica são imortais estão registradas em suas composições, que vão ficar para as próximas gerações de sergipanos. E o que se passou logo após a sua morte não dá para ser descrito exatamente com a melancolia que costuma cercar as cerimônias fúnebres.
Ismar vinha lutando contra um câncer diagnosticado quase um ano antes de sua morte, vindo a falecer na manhã do dia 02 de junho. Tive o privilégio de estar presente na última vez que cantou em público. Era o aniversário de uma de suas irmãs, Marlene. Mesmo já bastante abatido pela doença, tocou e cantou com o filho Netinho e seu grupo de samba para uma platéia de amigos e parentes. Foi um desses momentos mágicos, em que a emoção foi suplantada pela alegria de ver pai e filho em comunhão musical não planejada.

Velando Ismar
Foi um dos funerais mais animados em que já estive. Um sorriso maroto estampava o rosto do defunto, era o comentário geral. No início, a tristeza tentou dominar o ambiente. Foi então que, logo no início da tarde, Pantera, um dos grandes intérpretes da noite aracajuana, tratou de afugentar a maldita com a música de Ismar. É óbvio que todos lamentavam sua partida, mas de um jeito especial, mais adequado a sua personalidade. Para início de conversa, ele havia pedido para ser enterrado vestido de travesti. Não foi atendido, já que os amigos e a família acharam melhor que estivesse elegante, com o seu característico chapéu panamá, bem do jeito malandro e boêmio que lhe era peculiar.

Aliás, o fino da bossa aracajuana foi ao funeral despedir-se do compositor: “boêmios e analistas, loucos e bichas, palhaços e compositores... petistas e otimistas, ricos e artistas, urologistas, sapatões...”. Exatamente como na canção “Madrugada”, mil vagabundos contrabandeavam corações. Choravam a fauna e a flora que ele descreveu tão bem. No entanto, como a mesma canção preconizava, a melancolia ali não tinha vez. Alguém chega com um CD contendo gravações caseiras, que é imediatamente tocado e ouvido com atenção. Um telão foi instalado no local para exibir a gravação de uma homenagem em que vários intérpretes executavam suas músicas. Políticos de todas as facções, autoridades, familiares, doutores, músicos de vários estilos, amigos e amigas lembravam de suas “armadas”, de sua verve indolente, seu jeito meio bruto. Seu tio, Milson Barreto, contava que ele havia ligado do hospital dez dias antes, para dizer que fecharia uma rua para comemorar o aniversário do tio no mês de junho. Como o senso de humor é predominante na família, ele dizia que Ismar, apesar de não ter vivido para fazer a comemoração, havia lhe dado um “presentão” de aniversário: seria enterrado no túmulo da família do tio, então este não poderia morrer durante três anos.

No bar da esquina próxima ao local onde o corpo foi velado, seu parceiro João Alberto e uma roda de amigos bebiam cerveja em sua intenção. Um copo (cheio) para o falecido era mantido na mesa. A bebida era regularmente trocada, “porque Ismar não bebia cerveja quente”. Após secarem a bebida do primeiro bar, dirigiram-se a um segundo do outro lado da rua. Ainda mais boteco do que o primeiro, o pequeno estabelecimento da Rua Itaporanga, centro de Aracaju, parecia adequar-se até mais ao boêmio homenageado. Os camaradas já agendavam outro encontro. “Vamos nos encontrar para falar mal de Ismar”, combinavam eles em meio a risadas. Uma das esposas sintetizou bem a cena: um bando de homens rindo e bebendo, mas segurando o choro. Sabiam que a perda era irreparável para eles, para a cidade, para a música popular sergipana, mas procuravam manter vivo seu espírito, recordando as peripécias da juventude, o bom coração e suas tiradas inspiradas. Não satisfeitos, estacionaram um carro e ligaram o som bem alto para ouvir a voz do amigo nas composições que todos cantavam divertidamente. O grupo foi crescendo e já ocupava a calçada até a esquina da Rua Siriri, com algumas das figuras mais expressivas e atuantes da vida cultural da cidade. A vizinhança deve ter estranhado a movimentação, animada demais para um velório.

No dia seguinte de manhã, houve cantoria antes de o corpo ser levado num carro do Corpo de Bombeiros para o cemitério Santa Isabel, também no centro da cidade. No caminho, mais piadas eram disparadas pelos amigos: “segura o Ismar que ali tem um cabaré e ele pode querer fugir pra ir lá”. Não se pode dizer que o ambiente no cemitério era exatamente festivo. A tristeza e a dor predominavam e o talento do músico foi exaltado em discursos emocionados, mas sempre havia alguém que falava algo engraçado, quebrando a tensão. As mulheres, um capítulo à parte na biografia do artista, capricharam no visual: estavam elegantes e especialmente belas. O preto não foi o básico. Pareciam ter combinado que usariam roupas coloridas. Sem excessos, mas atraentes, numa produção especial para o adeus ao famoso mulherengo.

Na saída, ao invés de mais choro e lamento, uma certa leveza parecia ter tomado conta dos corações. “Chegamos em casa bem dispostos e ficamos lembrando do meu tio e rindo das histórias dele. Parecia que todos haviam sido abençoados, foi um dia leve e muita gente ligou pra gente comentando isso”, testemunhou sua sobrinha Ananda. Ao ouvir isto, fiquei pessoalmente surpreso e confessei a ela que também tivera um dia ótimo depois do enterro. Fui caminhando para casa cantarolando “Viver Aracaju”, que Ismar compôs quando viveu longe dos bares e recantos da capital de Sergipe e é considerada o hino informal da cidade onde o artista viveu a maior parte de seus 52 anos:


(...)
comer muito siri
andar de pé no chão
descer a Laranjeiras
entrar no calçadão
ir para Pirambu
beber lá no Dedé
pegar uns aratu
tirar bicho de pé
voltar pra Aracaju
tomar um murici, então
à noite eu vou lá no Fan’s
tomar chopp com o Pascoal
papo vai papo vem
fofocar não faz mal
(...)
e quando o dia raiar
vou ver a vida nascer
te amo, Aracaju
resolvi te viver!

Trajetória
Mesmo com apenas dois CDs gravados, Ismar produziu um enorme repertório, do qual algumas canções são bastante conhecidas em sua terra. Seguindo a tradição de mestres como Braguinha, passeava por estilos aparentemente antagônicos. Suas bem-humoradas composições são célebres, algumas com críticas bem mordazes, mas também soube escrever versos que beiram o lirismo, apaixonados pela vida e pelos amores que teve. Descreveu becos e bares por onde andou e chegou a compor em parceria com nomes como Antônio Carlos & Jocafi, Xangai, Dominguinhos, Paulo Diniz, Eliezer Setton e Zinho. Na área publicitária compôs mais de 1.200 jingles comerciais, institucionais e políticos que caíam na boca do povo.

Olhava bastante para o seu próprio umbigo e o de sua terra. São freqüentes as referências a amigos - como no chopp da letra acima com o jornalista e produtor cultural Pascoal Maynard, companheiro de muitas rodadas. Recheou seus versos com regionalismos que são verdadeiros registros etnográficos da oralidade nordestina, a exemplo de “Coco da Capsulana”, vencedora do Festival Canta Nordeste de 1993 na voz de Amorosa, a itabaianense que é uma de suas mais notórias intérpretes. Em outra canção vencedora do mesmo festival em 1994, “Salada Tupiniquim”, satirizou popstars com uma certa verve antropofágica:

(...) Quando Pero Vaz de Caminha escreveu
Que aqui plantando tudo dá
Muita gente na Europa até deu
Vontade de se mudar pra cá
(...) E quem veio de lá pode ver
A Madonna dançando chen-nhen-nhen
Rolling Stones garçom em Olinda
Michael Jackson na Febem de Belém
Príncipe Charles catando caranguejo
Lady Di descascando aratu
Gorbachev enfermeiro em João Pessoa
Mike Tyson porteiro do Olodum
Maradona chofer em Maceió
E o Rambo gari em Aracaju (...)

O duplo sentido, a malemolência e a picardia, tradicionais na música popular nordestina, também eram o seu forte. Na minha humilde opinião, algumas de suas composições assumidamente bregas - “Porteiro de Cabaré”, por exemplo – são mais criativas e musicalmente ricas do que muitas outras que exploram este filão. Um velhinho de vermelho, cercado de veadinhos e que gosta de anões, na visão ferina de Ismar virou “Papai Noel Boiola”. Nesta última em especial, seu escracho beira o sublime ao utilizar um arranjo jazzístico para uma tremenda gozação com o bom velhinho.

É certo que a cultura sergipana perdeu um de seus expoentes. Mas está eternamente premiada com o talento acumulado da obra de Ismar. Os botecos e a boemia de Aracaju também sentirão sua falta, mas seu espírito farrista e festeiro vai perdurar. E creio que esta onipresença deve fortalecer a cultura, pois alimenta não apenas a história musical, mas também a memória emotiva. Mais do que uma personalidade, Ismar é personagem legítimo deste estado; música, voz e verso do povo que habita a faixa de terra entre os rios Real e São Francisco, um povo que ele soube retratar tão bem através de sua música. Mesmo tendo sido tão timidamente reconhecido em nível nacional - por alguma razão que só a lógica do mercado deve conhecer – acredito que perde também a cultura brasileira, considerando que esta é fruto da fusão das diferentes culturas regionais. Que viva para sempre Ismar Barreto, nos corações e na música que pulsam em Sergipe.




  

sábado, 17 de maio de 2025

13 de maio na Escola

Chico Alencar (*)

Pode ser uma imagem de 8 pessoas e texto que diz "A PRRCESA ESQUECEU DE ASSINAR A NOŚSA CARTEIRA de TRABALHO MOVIMENTO ツ夜使 UNIFICADO NEGRO 0 RACISM 88 Passeata contro farsa da aboliçao Πo Brasil, Salvador, 1988, Rogério Santos DIA DA ABOLIÇÃO AESCRAVATURA LIBERDADE OU ILUSÃO? Chico Alencar"

 O 13 de maio é lembrado como o dia da Abolição da Escravatura no Brasil, em decorrência da assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel nessa data.

Mas não podemos esquecer que o Brasil foi o último país das Américas a abolir oficialmente a escravidão. A libertação dos escravos foi um processo político que envolveu a atuação firme de lideranças negras, de intelectuais e ativistas que ocuparam as ruas, e a mobilização de movimentos abolicionistas, bem como discussões internacionais acerca do fim do trabalho escravo, que já não interessava à Inglaterra, maior nação capitalista da época.
O que significou, de fato, essa medida? Libertos, os ex-escravizados, antes tratados como mercadorias, “presos no açoite da senzala”, foram jogados no mundo sem qualquer garantia de direitos: sem terra, educação, trabalho digno, reparações ou inclusão social.
A falta de oportunidades e a discriminação racial persistiram para os libertos. Além disso, as estruturas sociais e econômicas que sustentavam a escravidão deixaram um legado de desigualdade, concentração de renda e marginalização que nos envergonha como nação até os dias de hoje.
Por isso, essa data deve servir para estimular o debate sobre o racismo estrutural e a desigualdade social que ainda perduram na sociedade brasileira.

(*) Chico Alencar é professor de História, mestre e doutor em Educação e tem 35 livros publicados. Em 2022 foi eleito para seu 5° mandato como deputado federal (PSOL), graças ao voto de 115.023 eleitores e eleitoras do Rio de Janeiro. Oriundo dos movimentos sociais, acumula mais de 30 anos de experiência na política institucional. Chico é membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, vinculada à CNBB, e da coordenação do ecumênico Movimento Nacional de Fé e Política.
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ROTEIRO PARA O TRABAHO DE HISTÓRIA ALUSIVO AO 13 DE MAIO DE 1888 – PARA OS ALUNOS (AS) DA TURMA 8A - ESCOLA ESTADUAL NEYDE MESQUITA - SÃO CRISTÓVÁO- SERGIPE.
Zezito de Oliveira A abolição da escravatura representou o final de um lento processo de luta social e politica adiado até onde pôde pelos proprietários de escravos, os principais prejudicados com a libertação dos escravos. Enquanto isso não acontecia, a sociedade brasileira ou a minoria que tinha ou que teve acesso a escola e a profissões que exigiam e ainda exige formação intelectual se movimentavam realizando ações de debates públicos e de mobilização a favor e contra a abolição da escravatura. A sociedade vivia em estado de polarização em torno dessa questão, como nos tempos atuais por conta de outras questões ligadas a democracia e aos direitos humanos. E a questão da abolição dos escravos no Brasil foi tão séria, que os donos de escravos retiraram o apoio que deram a Dom Pedro II todo o tempo até 1888 e engrossaram as fileiras da oposição, representada pelos defensores da república, E, do resultado da aliança dos donos de escravos, com setores intelectuais, de profissionais liberais e de militares, temos o golpe militar que proclamou a república em 1889. Diante da introdução acima, a turma deverá se dividir em grupo entre 3 e 5 alunos e pesquisar as seguintes questões por meio da IA. 1 – Qual importância do trabalho escravo para a sociedade brasileira no século XIX, inclusive no plano da economia? 2 – Como foram realizados os movimentos sociais e políticos no século XIX a favor e contra a escravidão? 3 – Como a escravidão era defendida e combatida no noticiário dos jornais brasileiros? 4 – Como a escravidão era defendida e combatida no parlamento brasileiro do século XIX? 5 – Como os representantes da igreja católica, a religião oficial do império , se manifestaram ou se mobilizaram contra e a favor da escravidão? 6 – Como artistas se mobilizaram contra a escravidão no século XIX? E quais obras de arte se destacaram contra a escravidão neste século? 7 – Como foram viver os escravos recém libertados depois da abolição? 8 – Como a música, as novelas e o cinema brasileiro tem apresentado o tema da abolição da escravidão em suas letras? 9 – Como era a situação dos negros e como foram as lutas para abolição da escravidão no século XIX em Sergipe? As questões acima serão sorteadas para os grupos e a apresentação se dará para o professor e para os colegas de turma de forma resumida, sem leitura de texto e com apresentação de imagens e frases em painéis formado por no mínimo duas cartolinas. A apresentação pode vir acompanhada de poesias e cancões, desde que tenham relação com o tema. Havendo condições pode ser apresentado em formato powerpoint. O prazo para entrega do trabalho escrito de forma manuscrita é o dia 13 de maio, com apresentação de dois grupos previamente sorteados a partir desta data. O grupo que melhor apresentar o trabalho receberá como prêmio além da nota, o livro “Escrava Isaura”, uma das principais obras literárias aliada da luta a favor da abolição da escravidão no Brasil do século XIX.
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Muito antes da assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888, homens e mulheres negras já travavam uma longa e estratégica luta pelo fim da escravidão no Brasil. O movimento abolicionista é resultado da resistência de milhões de pessoas que enfrentaram o regime escravista por meio de fugas, levantes, articulação política e ação direta. Entre os nomes fundamentais dessa luta está André Rebouças, engenheiro e intelectual negro que atuou nos bastidores do Império pressionando pela abolição e defendendo políticas de inclusão para os libertos. Também se destaca José do Patrocínio, jornalista, orador e um dos maiores ativistas do movimento, que usou a imprensa e a palavra como armas contra o sistema escravista.
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No próximo carnaval de 2026, o enredo da Escola de Samba  Beija-Flor, vai tratar do  13 de Maio, tendo como tema o Bembé do Mercado,  Patrimônio Imaterial pelo IPHAN desde 2019.


Em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, a palavra “Bembé” designa genericamente “Candomblé” e, assim, na linguagem local, “Bembé do Mercado” significa o Candomblé que é realizado anualmente por um conjunto de terreiros no Largo do Mercado desta cidade, celebração da qual participam diversos outros centros de culto sediados da região do Recôncavo Baiano, em Salvador e também de outros estados do país.

Brasil, o pais mais miscigenado do mundo

 Trabalho liderado pela USP e publicado na revista Science mostra que o Brasil apresenta o mais alto grau de miscigenação do mundo. O estudo conclui que 60% dos brasileiros têm ancestralidade europeia, 27% africana e 13% indígena, em diferentes graus que variam de acordo com as regiões do país. A pesquisa organizou os dados por macrorregião, criando perfis genéticos com base na ancestralidade local e mostra que:

➡️O Norte tem a maior proporção de ancestralidade indígena.

➡️O Nordeste se destaca pela presença mais expressiva da ancestralidade africana.

➡️O Sul tem uma predominância maior de origem europeia, principalmente do sul da Europa.

➡️O Centro-Oeste e Sudeste apresentam maior diversidade e mistura das três origens.



Pesquisa inédita conclui que o Brasil tem a maior diversidade genética do mundo



Um novo estudo conseguiu encontrar pistas do passado do Brasil diretamente no DNA dos brasileiros de hoje.

Os cientistas detectaram diversas evidências relacionadas aos fluxos migratórios, à violência e à miscigenação: 
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sexta-feira, 16 de maio de 2025

Releituras da obra de Luiz Gonzaga

 







Fala Mansa - Tributo ao Rei do Baião


NETINHO ensaio do TRIBUTO A LUIZ GONZAGA E AO FORRÓ 2024



Baião de Viramundo




🌵 VAQUEJADA DO GONZAGA | O Forrozinho do Rei | Luiz Poderoso Chefão




Flávio José Canta Luiz Gonzaga



Genival Lacerda canta Luiz Gonzaga - Facilita (participação: Chico César)







Rumo aos 100% de todos os estados e municipios brasileiros aderindo a PNAB (Politica Nacional de Cultura Aldir Blanc) Sergipe e Amapá foram os primeiros estados e municipios 100% de adesão ao ciclo 2.

 


Quais os impactos do primeiro ciclo da PNAB no desenvolvimento cultural dos municipios brasileiros?


O primeiro ciclo da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), implementado em 2023, teve impactos significativos no desenvolvimento cultural dos municípios brasileiros, conforme evidenciado pelos resultados e análises disponíveis. Aqui estão os principais impactos observados:

1. Ampliação do Acesso a Recursos Culturais
O primeiro ciclo repassou R$ 3 bilhões para estados, Distrito Federal e 98% dos municípios brasileiros, permitindo a execução de projetos e programas culturais em diversas localidades . Isso incluiu desde editais de fomento direto a artistas e coletivos até a reforma e construção de equipamentos culturais.

Municípios menores, que tradicionalmente têm menos acesso a recursos federais, puderam implementar ações culturais locais, como festivais, aquisição de acervos e manutenção de espaços culturais .

2. Fortalecimento da Economia Criativa Local
A PNAB incentivou a geração de renda para trabalhadores da cultura, incluindo artistas, produtores e artesãos, especialmente em regiões periféricas e comunidades tradicionais. Por exemplo, no Acre, recursos foram destinados a associações indígenas para preservação e divulgação de sua cultura .

Em estados como Pernambuco e Rio Grande do Sul, os editais locais contemplaram milhares de projetos, movimentando a cadeia produtiva cultural e gerando empregos diretos e indiretos .

3. Inclusão e Democratização Cultural
A política estabeleceu que 20% dos recursos fossem destinados a ações em áreas periféricas, rurais e comunidades tradicionais, promovendo maior equidade no acesso à cultura .

Projetos com foco em acessibilidade, como o curta-metragem "Cleo e Leo" (voltado a crianças com deficiências auditivas e visuais), foram viabilizados, ampliando o alcance da produção cultural .

4. Estruturação de Políticas Culturais Municipais
Muitos municípios utilizaram os recursos para criar ou fortalecer seus fundos de cultura e sistemas municipais, alinhando-se ao Sistema Nacional de Cultura (SNC). Isso incluiu a realização de consultas públicas para definir prioridades, aumentando a participação social na gestão cultural .

A obrigatoriedade de comprovar 60% de execução para receber novos ciclos incentivou uma gestão mais eficiente e transparente dos recursos .

5. Desafios e Lições Aprendidas
Alguns municípios enfrentaram dificuldades burocráticas para executar os recursos no prazo, exigindo adequações nos ciclos seguintes (como prazos estendidos e assistência técnica) .

A descentralização dos recursos mostrou-se eficaz, mas destacou a necessidade de capacitação de gestores locais para otimizar o uso dos fundos .

Conclusão
O primeiro ciclo da PNAB demonstrou ser um marco na política cultural brasileira, ao reduzir desigualdades regionais e fomentar uma cultura mais inclusiva e dinâmica. Seus efeitos positivos na economia criativa e no desenvolvimento institucional municipal pavimentaram o caminho para os ciclos subsequentes, que buscam consolidar esses avanços até 2028 . Para dados específicos por município, é possível consultar o Painel de Dados da PNAB .

Como está sendo o impacto da PNAB no desenvolvimento econômico e cultural de Sergipe?

A Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) tem tido um impacto significativo no desenvolvimento econômico e cultural de Sergipe, conforme evidenciado pelos diversos editais lançados e pelos resultados já observados. Abaixo, destaco os principais aspectos desse impacto:

1. Fomento à Cadeia Produtiva Cultural

A PNAB em Sergipe tem injetado milhões de reais em projetos culturais, fortalecendo a econoia critiva local. Por exemplo:

  • Editais recentes: Foram lançados editais como o de Festivais, Feiras e Mostras (R3milho~espara21projetos):cite[1]:cite[6],Ac\co~esFormativas(R 1 milhão para 40 projetos), Subsídio ( R3milho~espara39projetos)eCirculac\ca~o(R 1 milhão para 25 projetos). No total, mais de R$ 5 milhões foram destinados a cerca de 100 projetos apenas em abril de 2025 .

  • Geração de renda: Esses recursos movimentam a cadeia produtiva, beneficiando artistas, produtores, técnicos e outros profissionais da cultura, especialmente em regiões periféricas e comunidades tradicionais .

2. Democratização e Inclusão Cultural

A PNAB em Sergipe prioriza a diversidade e a equidade no acesso aos recursos culturais:

  • Cotas sociais: Editais reservam 25% das vagas para pessoas pretas e pardas, 10% para indígenas e 5% para pessoas com deficiência .

  • Apoio a coletivos informais: Grupos sem CNPJ podem participar indicando um representante legal, facilitando o acesso a recursos para iniciativas comunitárias .

3. Fortalecimento de Redes Culturais

  • Pontos e Pontões de Cultura: O edital de premiação para Pontos e Pontões de Cultura (R$ 950 mil para 80 entidades) visa consolidar uma rede estadual de iniciativas culturais, promovendo articulação e troca de experiências 

  • Observatórios culturais: Editais como o de Observatórios de Cultura e Economia Criativa (R$ 400 mil para 10 projetos) buscam mapear e analisar o cenário cultural sergipano, subsidiando políticas públicas baseadas em dados.

4. Impacto nos Municípios

  • Adesão total: Sergipe foi um dos primeiros estados a atingir 100% de adesão dos municípios ao segundo ciclo da PNAB, garantindo repasses federais para todas as localidades

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