sexta-feira, 9 de maio de 2025

Quem são seus mestres? Os que não acreditam em uma escola orientada pela lógica de empresa disseminada pelas fundações/institutos por meio do MEC e das Secretarias de Educação.

 José Pacheco, Papa Francisco, Luiz Antonio Simas, Nego Bispo, Paulo Freire, Bell Hooks, Anisio Teixeira, Florestan Fernandes, Abdias Nascimento, Augusto Boal, Darci Ribeiro..

Menino Quem Foi Seu Mestre?

VRAU CAST: EDUCADOR JOSÉ PACHECO


A Escola da Ponte é uma instituição pública de ensino básico localizada em Santo Tirso, Portugal, fundada em 1976 e reconhecida mundialmente por seu modelo pedagógico radicalmente inovador. Criada pelo educador José Pacheco, a escola desafia as estruturas tradicionais de ensino, eliminando salas de aula, séries, disciplinas fragmentadas e avaliações padronizadas. Em vez disso, prioriza a autonomia, a colaboração e o desenvolvimento integral dos estudantes .

Princípios do Método da Escola da Ponte
Autonomia e Responsabilidade:

Os alunos gerem seu próprio aprendizado, definindo planos de estudo com tutores (que podem ser professores, funcionários ou pais) e participando ativamente da avaliação de seu progresso .

Não há provas tradicionais; a avaliação é dialógica, focada na satisfação e na assimilação do conteúdo .

Aprendizagem por Projetos e Interesses:

Os estudantes agrupam-se por temas de interesse, não por idade, desenvolvendo pesquisas coletivas. Por exemplo, um grupo investigou sinais de trânsito e criou um jogo da memória para consolidar o aprendizado .

O currículo combina um núcleo objetivo (base nacional) e um subjetivo (projetos pessoais), valorizando a curiosidade e a aplicação prática .

Espaço e Tempo Flexíveis:

Sem salas de aula fixas, os alunos circulam por espaços como bibliotecas e laboratórios, gerenciando seu tempo e recursos. A arquitetura aberta favorece a interação, mas o sucesso do modelo deriva mais da pedagogia do que do design físico .

Cultura Colaborativa:

Estudantes mais experientes ensinam os iniciantes, reforçando valores como solidariedade. Assembleias democráticas envolvem toda a comunidade (alunos, pais, professores) na tomada de decisões .

Inclusão e Diversidade:

Crianças com deficiência ou de diferentes origens sociais participam integralmente dos projetos, sem segregação. A escola enfatiza o respeito às individualidades .

Resultados do Método
Desempenho Acadêmico: Relatórios do Ministério da Educação de Portugal atestam que os alunos da Ponte superam a média nacional em avaliações externas, demonstrando domínio tanto de conteúdos acadêmicos quanto de habilidades socioemocionais .

Formação Cidadã: Desenvolvem autonomia, pensamento crítico e responsabilidade social. Um exemplo é o Projeto Âncora (inspirado na Ponte), onde alunos organizam mutirões de limpeza após estudarem sustentabilidade .

Reconhecimento Global: O modelo influenciou escolas no Brasil, como a Amorim Lima (SP) e o Projeto Âncora, que replicam sua abordagem com resultados positivos em engajamento e aprendizagem significativa .

Críticas e Desafios
Apesar do sucesso, a Ponte enfrenta resistências:

Adaptação Docente: Professores precisam abandonar o papel de "detentores do saber" para atuar como facilitadores, o que exige formação contínua .

Escalabilidade: Manter a coesão comunitária em grandes redes é complexo, pois o modelo depende de relações próximas e participação ativa .

Conclusão
A Escola da Ponte prova que é possível transformar a educação tradicional em um processo centrado no aluno, com resultados acadêmicos e humanos comprovados. Sua inovação não está na tecnologia, mas na ruptura com hierarquias e na construção coletiva do conhecimento .

Para mais detalhes, consulte os projetos inspirados no Brasil  ou o livro "Inovar é Assumir um Compromisso Ético com a Educação", de José Pacheco .
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O legado educacional do Papa Francisco | RUDÁ RICCI


O legado educacional do Papa Francisco em texto. aqui

O legado educacional do Papa Francisco é marcado por uma visão integral da educação, que combina formação humana, justiça social, ecologia e diálogo intercultural. Suas contribuições incluem documentos, iniciativas globais e uma abordagem pedagógica centrada no encontro e na solidariedade. Abaixo, destaco os principais aspectos desse legado:

1. Educação Humanista e Integral
Francisco defendia uma educação que vai além da transmissão de conhecimento, priorizando a formação de valores como solidariedade, empatia e responsabilidade social. Inspirado na tradição jesuíta, ele enfatizava o equilíbrio entre fé, razão e compromisso com os mais vulneráveis .

Exemplo: Em suas encíclicas, como Laudato Si’ (2015) e Fratelli Tutti (2020), vinculou educação à ecologia integral e à fraternidade universal, destacando a necessidade de formar pessoas críticas e comprometidas com o bem comum .

2. Pacto Educativo Global (2019)
Uma de suas iniciativas mais impactantes, o Pacto Educativo Global, convocou governos, instituições e comunidades a repensarem a educação como ferramenta de transformação social. Os sete compromissos do Pacto incluem:

Colocar a pessoa no centro do processo educativo.

Promover a participação das mulheres e a escuta das gerações jovens.

Cuidar da "casa comum" (educação ambiental).

Renovar modelos econômicos e políticos para servir à dignidade humanas .

3. Ênfase na Inclusão e Justiça Social
Francisco criticou modelos educacionais utilitaristas e defendeu o acesso universal à educação, especialmente para comunidades marginalizadas. Valorizou educadores populares e projetos como Scholas Occurrentes, fundado por ele na Argentina, que usa arte e jogos para promover o diálogo entre jovens de diferentes realidades .

Frase emblemática: "Educar é um ato de amor, é dar vida" .

4. Ecopedagogia e Sustentabilidade
Em Laudato Si’, argumentou que a educação ambiental é essencial para combater desigualdades e a crise ecológica. Propôs uma "ecologia integral" que una justiça social e cuidado com a natureza, incluindo o respeito aos saberes dos povos originários .

5. Diálogo Intergeracional e Intercultural
Francisco incentivou uma "pedagogia do encontro", onde escolas e famílias colaboram para construir pontes entre culturas e gerações. Seus discursos destacavam a importância de ouvir os jovens e integrar suas perspectivas nos processos educativos .

6. Críticas aos Modelos Mercantilistas
Alertou sobre os riscos de uma educação voltada apenas para o lucro, defendendo que o conhecimento deve servir à dignidade humana e não à competitividade. Sua visão contrastava com abordagens neoliberais, o que gerou debates sobre seu alinhamento com teorias sociais .

7. Legado para a Juventude
Jovens latino-americanos, como Génesis Martínez (Venezuela), testemunharam como Francisco os inspirou a "levantar-se" e transformar realidades através de uma fé engajada. Sua mensagem de esperança e misericórdia mobilizou pastoral juvenil em toda a região .

Conclusão
O Papa Francisco deixou um legado educacional profundamente ligado à justiça, à ecologia e ao humanismo. Suas ideias continuam a influenciar instituições como a PUC Goiás  e redes globais como o Scholas Occurrentes, reforçando que a educação é "um direito universal, não uma mercadoria" .

Para mais detalhes, consulte os documentos do Pacto Educativo Global 7 ou as encíclicas mencionadas.

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Subsolo #21 - Luiz Antonio Simas: Ruas, gingas e dores do Brasil


Luiz Antônio Simas é um historiador, escritor, compositor e professor carioca, reconhecido como uma das vozes mais originais e influentes nos estudos contemporâneos da cultura popular brasileira. Sua obra transdisciplinar – que abrange samba, carnaval, religiões afro-brasileiras, futebol e vida urbana – oferece uma leitura crítica das "brasilidades", termo central em seu pensamento para descrever os modos de vida que florescem nas frestas do projeto excludente do Estado-nação .

Quem é Luiz Antônio Simas?
Formação e Trajetória: Mestre em História Social pela UFRJ, Simas se autodefine como "historiador das miudezas", dedicado a investigar as culturas marginalizadas que resistem à homogeneização do Brasil oficial .

Influências Familiares e Culturais: Sua avó era mãe de santo, e sua família nordestina o conectou desde cedo com o samba e as manifestações de rua, moldando seu olhar para a cultura como espaço de reinvenção existencial .

Produção Intelectual: Autor de mais de 20 livros, como Dicionário de História Social do Samba (Prêmio Jabuti, 2015) e O Corpo Encantado das Ruas, além de colaborações com Nei Lopes e Alberto Mussa .

Sua Importância para os Estudos Culturais no Brasil
Teoria das "Brasilidades":
Simas propõe que o Brasil real não é o projeto colonial de exclusão, mas sim as culturas que surgem nas brechas desse sistema – como o samba, os terreiros e os botecos. Essas "brasilidades" são formas de "reexistência" (não apenas resistência), que combinam transgressão, criatividade e coletividade .

Carnaval como Ato Político:
Para ele, o carnaval é um "Brasil possível", onde se manifestam a diversidade e a contestação ao patriarcado, ao racismo e à mercantilização da vida. Destaca sua história como espaço de lutas abolicionistas e de redemocratização, contra a visão reducionista de alienação .

Samba como Filosofia de Vida:
Simas analisa o samba além do gênero musical, entendendo-o como um sistema de conhecimento afrodiaspórico, que articula música, corporeidade e cosmologias africanas. Sua obra mostra como o samba se transforma sem perder suas raízes, como "um arco que quanto mais esticado, mais longe a flecha vai" .

Crítica à Mercantilização e ao Fundamentalismo:
Alertou sobre os riscos da captura do carnaval pelo mercado (como os circuitos patrocinados por marcas) e pela intolerância religiosa, defendendo a rua como espaço de encontro e não de circulação de mercadorias .

Metodologia Inovadora:
Simas rompe com a historiografia tradicional ao valorizar saberes não acadêmicos – como a oralidade dos terreiros e a ginga do futebol – e ao dialogar com figuras como Beto Sem Braço e Martinho da Vila, tratando a festa como antídoto à "miséria existencial" do capitalismo .

Legado e Atualidade
Simas é uma ponte entre a academia e as ruas, influenciando debates sobre identidade nacional (que ele vê como plural e não fixa) , e inspirando novas gerações a repensar o Brasil a partir de suas margens. Sua obra é um convite a "mergulhar nas brasilidades" como forma de enfrentar o "projeto de horror" da colonialidade .

Para aprofundar, recomenda-se O Corpo Encantado das Ruas (sobre a cidade como terreiro)  e Dicionário de História Social do Samba (com Nei Lopes) .


Confluências: o modo quilombola de vida, e a sociedade do século XXI - Antonio Bispo


Nêgo Bispo (1959–2023), nome pelo qual era conhecido Antônio Bispo dos Santos, foi um filósofo, poeta, escritor, professor e líder quilombola brasileiro, reconhecido como uma das vozes mais originais do pensamento decolonial e contracolonial no Brasil. Sua trajetória e obra desafiaram estruturas acadêmicas eurocêntricas e destacaram os saberes ancestrais dos povos tradicionais. Abaixo, exploro sua vida e sua contribuição para o pensamento decolonial:

1. Trajetória e Identidade
Nascido no Quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí, Nêgo Bispo foi o primeiro de sua família a ser alfabetizado, concluindo apenas o ensino fundamental. Sua formação se deu principalmente por meio da oralidade e dos ensinamentos de mestres e mestras quilombolas, o que ele chamava de "sabenças vivas" .

Autodefinição: Rejeitava o título de "intelectual", preferindo ser chamado de "lavrador de palavras" ou "relator de pensamentos", enfatizando a conexão entre escrita e terra .

Ativismo: Atuou na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas (CONAQ) e em sindicatos rurais, lutando por direitos territoriais e contra o racismo estrutural .

2. Conceito de Contracolonialismo
Bispo criticava o termo "decolonial" por considerá-lo teórico e sem raízes históricas. Em vez disso, propôs o contracolonialismo, uma filosofia baseada na resistência prática de quilombolas, indígenas e outros povos tradicionais desde a chegada dos colonizadores .

Biointeração: Defendia um modelo de vida em harmonia com a natureza, oposto ao "desenvolvimento sustentável" ocidental. Para ele, a terra não é um recurso a ser explorado, mas um ser com quem se estabelece relação de troca: "A terra dá, a terra quer" .

Crítica à academia: Denunciava a mercantilização do saber e a incapacidade das universidades de aprender com os quilombolas, propondo que o conhecimento acadêmico fosse "ensinado a partir dos saberes tradicionais" .

3. Contribuições Literárias e Filosóficas
Suas obras traduzem a cosmovisão quilombola para o português escrito, desafiando lógicas coloniais:

Livros destacados:

Colonização, Quilombos: Modos e Significações (2015): Apresenta o contracolonialismo como antídoto à colonização, vista como "veneno" .

A Terra Dá, a Terra Quer (2023): Explora a relação circular entre humanos e natureza, criticando a linearidade do pensamento ocidental .

Conceitos-chave:

Confluência: Ideia de que saberes diversos podem coexistir sem se misturar, respeitando diferenças .

Pensamento circular: Contra a noção de progresso linear, ele defendia que a vida quilombola segue ciclos sem fim, como expresso no samba, na capoeira e nas roças .

4. Legado e Reconhecimento
Influência: Suas obras são estudadas em universidades brasileiras e inspiraram movimentos sociais e ambientais .

Homenagens: Lideranças como o presidente Lula, a ministra Anielle Franco e o MST destacaram seu papel na valorização da cultura quilombola .

Frase emblemática: "Eu não sou humano, sou quilombola" – uma crítica à visão eurocêntrica de humanidade que exclui a natureza e os povos tradicionais .

5. Diferença entre Decolonial e Contracolonial
Enquanto o pensamento decolonial busca desconstruir heranças coloniais, Bispo enfatizava que quilombolas e indígenas nunca foram passivos: sua resistência ativa (contracolonialismo) precede e supera teorias acadêmicas. Para ele, a luta era pelo reconhecimento de uma trajetória histórica já existente.

Nêgo Bispo deixou um legado que desafia não apenas a academia, mas a própria noção de conhecimento, território e existência. Sua obra continua a inspirar a luta por um mundo onde "as águas confluem" e os saberes ancestrais são centrais 12. Para mergulhar em seu pensamento, recomendo a leitura de A Terra Dá, a Terra Quer e o episódio do podcast 451 MHz com sua última entrevista .


A cultura do território e como torná-la conhecimento sistematizado




#07 Joana Salém Vasconcelos – Inquérito Paulo Freire

“Estamos criando filhos para um mundo que não existe mais”— a crise invisível da educação | I.O EP.7

O que está acontecendo na educação brasileira hoje? | Rudá Ricci











Bell Hooks (1952-2021), pseudônimo de Gloria Jean Watkins, foi uma intelectual, feminista, ativista e educadora norte-americana cujo legado revolucionou a educação popular e antirracista na contemporaneidade. Sua obra e pensamento são fundamentais para entender a interseccionalidade entre gênero, raça e classe, além de propor uma pedagogia baseada no amor, no diálogo horizontal e no pensamento crítico.

Quem foi Bell Hooks?
Nascida em Hopkinsville, Kentucky, em 1952, Bell Hooks cresceu em um contexto de segregação racial nos EUA, o que influenciou profundamente sua visão sobre educação e justiça social. Adotou o pseudônimo em homenagem à sua bisavó materna, Bell Blair Hooks, e escreveu seu nome em letras minúsculas para destacar suas ideias em vez de sua identidade pessoal .

Formou-se em Letras pela Universidade de Stanford, fez mestrado na Universidade de Wisconsin-Madison e doutorado na Universidade da Califórnia, Santa Cruz. Sua trajetória acadêmica e ativista a levou a lecionar em instituições como Yale, Oberlin College e Berea College .

Principais Contribuições para a Educação Popular
Interseccionalidade e Pensamento Crítico
Bell Hooks foi pioneira em discutir como raça, gênero e classe se interligam na opressão social. Sua obra "E eu não sou uma mulher?" (1981) tornou-se um marco do feminismo negro, questionando a exclusão das mulheres negras nos movimentos feministas e na academia .

Pedagogia do Diálogo e Horizontalidade
Inspirada por Paulo Freire, Hooks defendia uma educação libertadora, onde professores e alunos aprendem juntos em um processo colaborativo. Criticava o modelo bancário de ensino (onde o conhecimento é "depositado" no aluno) e propunha uma pedagogia engajada, que valoriza as experiências vividas dos estudantes 38.

Educação como Ato Político e Amoroso
Para Hooks, a educação deveria ser um ato de amor, combinando cuidado, respeito e responsabilidade. Ela acreditava que o amor era a base para a transformação social e que a sala de aula deveria ser um espaço de acolhimento e enfrentamento das desigualdade.

Tríade do Ensino: Transgressão, Comunidade e Pensamento Crítico
Em livros como "Ensinando a Transgredir" (1994) e "Ensinando Comunidade", Hooks argumenta que a educação deve romper com estereótipos, construir comunidades de aprendizagem e incentivar o questionamento do status quo. Sua abordagem influenciou pedagogias antirracistas e decoloniais .

Influência na Educação Contemporânea
Seu trabalho é essencial para discutir democracia, inclusão e direitos humanos na educação atual. Junto a Paulo Freire, Hooks é referência para projetos que buscam combater violências estruturais e promover uma educação antirracista e feminista .

Legado na Atualidade
Bell Hooks deixou mais de 30 livros e artigos que continuam a inspirar educadores, ativistas e movimentos sociais. Sua defesa de uma pedagogia baseada no amor e na justiça social a torna uma das vozes mais relevantes para repensar a educação popular no século XXI .

Para aprofundar, recomenda-se a leitura de suas obras, como "Ensinando a Transgredir" e "E eu não sou uma mulher?", além de reflexões sobre sua conexão com Paulo Freire .


O impacto do pensamento neoliberal no chão da escola - Parte 1 - #67 - Professor Zezito de Oliveira



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