Fabrício Santos disse...
As vítimas do massacre de hoje, no Pinheirinho, em São José dos Campos, contam-se aos milhares. Incluindo crianças, idosos e grávidas. Suas vidas não valem nada, para quem deu as ordens. São todos pobres e sem defesas ou alternativas, e foram abandonados primeiro por quem mais deveria preocupar-se com eles: a prefeitura de sua cidade.
Fonte: Carta Maior e http://vaz.blog.br/blog/
José Carlos Vaz
La vida no vale nada
si cuatro caen por minuto
y al final por el abuso
se decide la jornada.
(Pablo Milanés)
Como já se tornou comum, hoje tivemos mais um dia em que a polícia foi usada como instrumento para atacar violentamete quem luta por seus direitos, em São Paulo. Além dos estudantes da USP, o alvo preferencial têm sido os pobres, os que lutam para ter direito a uma casa, os negros e os jovens das periferias.
Em São Paulo, a repressão e a violência policial há muito substituíram a negociação, o cumprimento de acordos firmados e o diálogo. Os direitos humanos são reduzidos a nada. Sob as palmas de parcelas expressivas de uma sociedade doente e cínica.
As vítimas do massacre de hoje, no Pinheirinho, em São José dos Campos, contam-se aos milhares. Incluindo crianças, idosos e grávidas. Suas vidas não valem nada, para quem deu as ordens. São todos pobres e sem defesas ou alternativas, e foram abandonados primeiro por quem mais deveria preocupar-se com eles: a prefeitura de sua cidade. Abandonados para serem violentados e humilhados, despojados de seus lares e de sua história, expostos até mesmo a terem seus celulares roubados pelos policiais, para impedir que o massacre fosse denunciado. Agredidos porque são pobres e resolveram exercer seu direito à moradia. Massacrados porque reivindicam a aplicação do princípio constitucional da função social da propriedade.
Mas a justiça paulista importa-se pouco com vidas que não valem nada, muito menos com princípios. Deve estar mais interessada nos finalmentes.
Finalmente, os parceiros do Sr. Naji Nahas terão seu terreno para fazer seus negócios imobiliários. Finalmente, o Sr. Eduardo Cury, prefeito de São José dos Campos, poderá sonhar mais longe em sua carreira política. Finalmente, o governador Alckmin livrou-se do vexame de ser o governo federal quem se antecipava para resolver o problema em seu quintal. Finalmente, o juiz Rodrigo Capez e a juiza Márcia Faria Mathey poderão orgulhar-se de passarem por cima das decisões da Justiça Federal. Non ducor, duco.
Pensando em todos esses e naqueles que, não por ignorância, ficam indiferentes a tanta injustiça, arbitrariedade e violência contra os pobres, lembrei da canção La Vida No Vale Nada, de Pablo Milanés. Deu-me vontade de mostrá-la a essa gente cheia de lei e sem nenhuma justiça. Seria inútil. Eles apenas responderiam: essa canção não vale nada.
LA VIDA NO VALE NADA
(Pablo Milanés)
La vida no vale nada
si no es para perecer
porque otros puedan tener
lo que uno disfruta y ama.
La vida no vale nada
si yo me quedo sentado
después que he visto y soñado
que en todas partes me llaman.
La vida no vale nada
cuando otros se están matando
y yo sigo aquí cantando
cual si no pasara nada.
La vida no vale nada
si escucho un grito mortal
y no es capaz de tocar
mi corazón que se apaga.
La vida no vale nada
si ignoro que el asesino
cogió por otro camino
y prepara otra celada.
La vida no vale nada
si se sorprende a otro hermano
cuando supe de antemano
lo que se le preparaba.
La vida no vale nada
si cuatro caen por minuto
y al final por el abuso
se decide la jornada.
La vida no vale nada
si tengo que posponer
otro minuto de ser
y morirme en una cama.
La vida no vale nada
si en fin lo que me rodea
no puedo cambiar cual fuera
lo que tengo y que me ampara.
Y por eso para mí
la vida no vale nada.
http://www.youtube.com/watch?v=qrJUuj-Eb4Q
Fotos da barbárie no Pinheirinho
si cuatro caen por minuto
y al final por el abuso
se decide la jornada.
(Pablo Milanés)
Como já se tornou comum, hoje tivemos mais um dia em que a polícia foi usada como instrumento para atacar violentamete quem luta por seus direitos, em São Paulo. Além dos estudantes da USP, o alvo preferencial têm sido os pobres, os que lutam para ter direito a uma casa, os negros e os jovens das periferias.
Em São Paulo, a repressão e a violência policial há muito substituíram a negociação, o cumprimento de acordos firmados e o diálogo. Os direitos humanos são reduzidos a nada. Sob as palmas de parcelas expressivas de uma sociedade doente e cínica.
As vítimas do massacre de hoje, no Pinheirinho, em São José dos Campos, contam-se aos milhares. Incluindo crianças, idosos e grávidas. Suas vidas não valem nada, para quem deu as ordens. São todos pobres e sem defesas ou alternativas, e foram abandonados primeiro por quem mais deveria preocupar-se com eles: a prefeitura de sua cidade. Abandonados para serem violentados e humilhados, despojados de seus lares e de sua história, expostos até mesmo a terem seus celulares roubados pelos policiais, para impedir que o massacre fosse denunciado. Agredidos porque são pobres e resolveram exercer seu direito à moradia. Massacrados porque reivindicam a aplicação do princípio constitucional da função social da propriedade.
Mas a justiça paulista importa-se pouco com vidas que não valem nada, muito menos com princípios. Deve estar mais interessada nos finalmentes.
Finalmente, os parceiros do Sr. Naji Nahas terão seu terreno para fazer seus negócios imobiliários. Finalmente, o Sr. Eduardo Cury, prefeito de São José dos Campos, poderá sonhar mais longe em sua carreira política. Finalmente, o governador Alckmin livrou-se do vexame de ser o governo federal quem se antecipava para resolver o problema em seu quintal. Finalmente, o juiz Rodrigo Capez e a juiza Márcia Faria Mathey poderão orgulhar-se de passarem por cima das decisões da Justiça Federal. Non ducor, duco.
Pensando em todos esses e naqueles que, não por ignorância, ficam indiferentes a tanta injustiça, arbitrariedade e violência contra os pobres, lembrei da canção La Vida No Vale Nada, de Pablo Milanés. Deu-me vontade de mostrá-la a essa gente cheia de lei e sem nenhuma justiça. Seria inútil. Eles apenas responderiam: essa canção não vale nada.
LA VIDA NO VALE NADA
(Pablo Milanés)
La vida no vale nada
si no es para perecer
porque otros puedan tener
lo que uno disfruta y ama.
La vida no vale nada
si yo me quedo sentado
después que he visto y soñado
que en todas partes me llaman.
La vida no vale nada
cuando otros se están matando
y yo sigo aquí cantando
cual si no pasara nada.
La vida no vale nada
si escucho un grito mortal
y no es capaz de tocar
mi corazón que se apaga.
La vida no vale nada
si ignoro que el asesino
cogió por otro camino
y prepara otra celada.
La vida no vale nada
si se sorprende a otro hermano
cuando supe de antemano
lo que se le preparaba.
La vida no vale nada
si cuatro caen por minuto
y al final por el abuso
se decide la jornada.
La vida no vale nada
si tengo que posponer
otro minuto de ser
y morirme en una cama.
La vida no vale nada
si en fin lo que me rodea
no puedo cambiar cual fuera
lo que tengo y que me ampara.
Y por eso para mí
la vida no vale nada.
http://www.youtube.com/watch?v=qrJUuj-Eb4Q
Fotos da barbárie no Pinheirinho
Fonte: Blog do Miro
Pinheirinho e a cobertura da mídia
Por Gustavo Barreto, no sítio Fazendo Media:
Vamos aos fatos, facilmente apurados:
1. Decisão federal, segundo qualquer fonte jurídica (OAB, MP etc), prevalece. Ação é ilegal.
2. Moradia é direito fundamental, está na Constituição Federal de 1988, e os ocupantes não constituem ameaça à vida do empresário bilionário Naji Robert Nahas e nem aos moradores da região.
3. Os ocupantes não são “sem teto”. As 1.600 famílias possuem teto, está evidente, e poderiam ser legalizadas. Os governos poderiam, por exemplo, indenizar o proprietário e resolver um problema crônico de assentamento humano na região. É mais barato, mais inteligente e elimina possibilidade de conflitos.
4. O interesse de 9.600 pessoas prevalece, em qualquer Estado de Direito decente, sobre o direito à propriedade de um empresário que faliu sua empresa.
No entanto, ao acessar meios da grande “imprensa”, você verá:
1. Danem-se as opiniões contrárias. Ordem dos editores é falar em “ordem de despejo” e pronto.
2. Proibido falar a palavra “moradia” ao falar de Pinheirinho.
3. Nunca direcionar matérias com o foco do direito humano à moradia. São “invasores”, se quebrarem alguma coisa “vândalos”, e obrigatoriamente “sem teto”.
4. Proibido citar Naji Nahas. Ao dar os números, usar as estatísticas da Prefeitura, que “elimina” milhares de moradores e fala em 1.500 pessoas. No máximo, tratar como pessoas, nunca como “seres humanos”.
Alguém poderia citar a bibliografia jornalística que incentiva esse tipo de cobertura?
Agradeço e aguardo as indicações.
Vamos aos fatos, facilmente apurados:
1. Decisão federal, segundo qualquer fonte jurídica (OAB, MP etc), prevalece. Ação é ilegal.
2. Moradia é direito fundamental, está na Constituição Federal de 1988, e os ocupantes não constituem ameaça à vida do empresário bilionário Naji Robert Nahas e nem aos moradores da região.
3. Os ocupantes não são “sem teto”. As 1.600 famílias possuem teto, está evidente, e poderiam ser legalizadas. Os governos poderiam, por exemplo, indenizar o proprietário e resolver um problema crônico de assentamento humano na região. É mais barato, mais inteligente e elimina possibilidade de conflitos.
4. O interesse de 9.600 pessoas prevalece, em qualquer Estado de Direito decente, sobre o direito à propriedade de um empresário que faliu sua empresa.
No entanto, ao acessar meios da grande “imprensa”, você verá:
1. Danem-se as opiniões contrárias. Ordem dos editores é falar em “ordem de despejo” e pronto.
2. Proibido falar a palavra “moradia” ao falar de Pinheirinho.
3. Nunca direcionar matérias com o foco do direito humano à moradia. São “invasores”, se quebrarem alguma coisa “vândalos”, e obrigatoriamente “sem teto”.
4. Proibido citar Naji Nahas. Ao dar os números, usar as estatísticas da Prefeitura, que “elimina” milhares de moradores e fala em 1.500 pessoas. No máximo, tratar como pessoas, nunca como “seres humanos”.
Alguém poderia citar a bibliografia jornalística que incentiva esse tipo de cobertura?
Agradeço e aguardo as indicações.
- Explicando o inexplicável. Da série "Justiça em transe": No caso Pinheirinho, parece haver um conflito de competência entre Justiça Federal e Justiça Estadual. Em ÚLTIMA instância (não estou falando aqui do STJ - art. 105, I, "d", da CF), caberia ao Supremo resolver quem é competente para decidir a questão. Ou não? Logo, a liminar da Justiça Estadual NÃO poderia ter sido cumprida! Quando a Justiça Estadual diz uma coisa e a Federal diz outra, é necessário que um tribunal superior analise e decida quem tem competência para julgar o caso. Ou não? E sabe por que o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF) suspendeu a ordem de reintegração de posse contra a comunidade de Pinheirinho? Porque a UNIÃO passou a integrar a lide. E sabe de quem foi a decisão, em agravo de instrumento, impetrado pelos advogados dos moradores de Pinheirinho? Do desembargador Antonio Cedenho, da 5ª Turma do TRF, reconhecendo a União como parte do processo por conta do interesse do Governo Federal na área. Pois é. E agora? Na prática, a decisão do desembargador no agravo revalida a liminar da juíza federal Roberta Monza Chiari, expedida no dia 17 de janeiro, que havia SUSPENDIDO a reintegração de posse determinada pela juíza da 6a. vara cível de SJC, Márcia Faria Mathey Loureiro. Nessa liminar, a juíza federal já havia reconhecido o interesse da União no caso, tendo citado, inclusive, um ofício do Ministério da Cidade pedindo adiamento da reintegração. Pois é. E agora? QUEM VAI EXPLICAR O QUE ACONTECEU EM PINHEIRINHO HJ???
- Algo que notei é que se refere ao Pinheirinho como "favela", "acampamento" e "comunidade". Termos que legitimam à burguesia ações como a ocorrida hoje. Lamentável o jogo da mídia.
- Altamiro, copiei e colei o texto no meu facebook, apesar de morar no Vale, infelizmente não tenho condições de estar lá lutando, então fico aqui na divulgação dos fatos. Caso queira ver como ficou minha publicação: https://www.facebook.com/carlosjuniorflaneur Abraços. Sigo você no twitter, é um dos últimos reporter com ética profissional.
- Acompanhei com indignação a atuação da PM de São Paulo hoje no Pinheirinho. E este blog é fundamental na difusão de uma visão crítica da mídia, na minha opinião. No entanto este post apresenta um erro, Miro, não há prevalência de um entendimento da Justiça Federal sobre a Justiça Estadual, o que há é um conflito de competência decorrente da interpretação da lei pelas partes litigantes e pelos magistrados. Por este motivo, o caminho correto juridicamente seria recorrer ao STJ/STF para sanar o conflito de competência. Em se tratando de uma ocupação que já dura anos, não havia perigo na demora que justificasse a medida liminar de reintegração, ou seja, na prática o Governo não esperou que a justiça resolvesse a pendenga e mostrou, com a presença e atuação do Juiz Capez, que a política tucana paulista tem infiltração pra todo lado quando se trata defender seus interesses.
Alckmin e prefeito de São José não cumpriram acordo, diz Suplicy
Fonte: Blog do Rovai22 de janeiro de 2012 às 18:15 10 Comentários
Entrevistei o senador Suplicy e o deputado federal Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara Federal, que estavam negociando com o governo do estado no caso da ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos. Ambos me confirmaram que havia um acordo com o governador Alckmin e com o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, para que se buscasse um entendimento nos próximos quinze dias e o Pinheirinho não fosse invadido pela Polícia Militar.
Como o acordo não foi cumprido, ao saber da invasão, às 6h30 da manhã, o senador Suplicy pegou seu carro e foi para o Palácio dos Bandeirantes. Chegou lá às 7h e foi atendido às 8h30 por Alckmin, que lhe disse que teve que cumprir ordem judicial. Suplicy ponderou que havia uma decisão federal em outro sentido e Alckmin lhe respondeu que a que valia era a decisão paulista.
Suplicy disse que como não é jurista, achou estranho, mas decidiu não discutir a questão e ponderou que essa não era a melhor solução. Alckmin lhe disse que tinha enviado muitos assistentes sociais para o local e que a ocupação seria “absolutamente pacífica”.
Antes disso acontecer, o senador, no entanto, afirmou que esteve em uma reunião na sexta-feira, no Fórum João Mendes, em São Paulo, que contou com a participação dos deputados estaduais Carlos Gianazzi (PSOL) e Adriano Diogo (PT) e o deputado federal Ivan Valente (PSOL).
Na ocasião ficou acertado com o juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, responsável pelo processo de falência da Selecta, Jorge Uwada, administrador da massa falida, e Waldir Helu, advogado da empresa, que se esperaria 15 dias para que qualquer decisão fosse tomada.
O acordo teria sido protocolado no gabinete do presidente do Tribunal de Justiça, Ivan Sartori, e na frente de Suplicy o juiz Beethovem teria ligado para à juíza Márcia Loureiro e lhe informado dos termos acordados.
Marcia Faria Mathey Loureiro é da 6ª Vara Cível de São José dos Campos. Foi ela quem determinou a desocupação do Pinheirinho.
O relato de Suplicy tem nomes e sobrenomes. As pessoas citadas precisam se explicar.
Atualizando:
Acabo de ler esta nota no jornal O Vale, da região de São José dos Campos. Ela ajuda a entender ainda melhor o que aconteceu e confirmam a história relatada aqui pelo senador Suplicy:
Como o acordo não foi cumprido, ao saber da invasão, às 6h30 da manhã, o senador Suplicy pegou seu carro e foi para o Palácio dos Bandeirantes. Chegou lá às 7h e foi atendido às 8h30 por Alckmin, que lhe disse que teve que cumprir ordem judicial. Suplicy ponderou que havia uma decisão federal em outro sentido e Alckmin lhe respondeu que a que valia era a decisão paulista.
Suplicy disse que como não é jurista, achou estranho, mas decidiu não discutir a questão e ponderou que essa não era a melhor solução. Alckmin lhe disse que tinha enviado muitos assistentes sociais para o local e que a ocupação seria “absolutamente pacífica”.
Antes disso acontecer, o senador, no entanto, afirmou que esteve em uma reunião na sexta-feira, no Fórum João Mendes, em São Paulo, que contou com a participação dos deputados estaduais Carlos Gianazzi (PSOL) e Adriano Diogo (PT) e o deputado federal Ivan Valente (PSOL).
Na ocasião ficou acertado com o juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, responsável pelo processo de falência da Selecta, Jorge Uwada, administrador da massa falida, e Waldir Helu, advogado da empresa, que se esperaria 15 dias para que qualquer decisão fosse tomada.
O acordo teria sido protocolado no gabinete do presidente do Tribunal de Justiça, Ivan Sartori, e na frente de Suplicy o juiz Beethovem teria ligado para à juíza Márcia Loureiro e lhe informado dos termos acordados.
Marcia Faria Mathey Loureiro é da 6ª Vara Cível de São José dos Campos. Foi ela quem determinou a desocupação do Pinheirinho.
O relato de Suplicy tem nomes e sobrenomes. As pessoas citadas precisam se explicar.
Atualizando:
Acabo de ler esta nota no jornal O Vale, da região de São José dos Campos. Ela ajuda a entender ainda melhor o que aconteceu e confirmam a história relatada aqui pelo senador Suplicy:
Anteontem, a massa falida da Selecta S/A aceitou congelar por 15 dias seu processo de falência
São José dos Campos
A juíza da 6ª Vara Cível de São José, Márcia Mathey Loureiro, adiou seu parecer sobre a suspensão da ordem de reintegração de posse do acampamento do Pinheirinho.
Anteontem, a massa falida da Selecta S/A, dona da área e responsável pela ação que pede a retirada dos invasores da gleba, aceitou congelar por 15 dias seu processo de falência.
A intenção do acordo, homologado pelo juiz de falências da capital, Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, é adiar, pelo mesmo prazo, a reintegração de posse dos sem-teto.
No período, o governo federal, o Estado e o município poderiam avançar nas negociações sobre uma possível desapropriação da área.
O acordo, contudo, precisa ser referendado pela juíza de São José, que determinou a reintegração. Ontem, ela deixou o Fórum à noite sem despachar acerca da proposta.
Com isso, a ordem de reintegração de posse continua mantida, podendo ser cumprida a qualquer momento.
Ou seja, a juíza não assinou a acordo e pelo jeito sabia que o governo do estado, mesmo sabendo que o acordo existia, iria aproveitar essa brecha para mandar invadir a área. As coisas estão começando a ficar mais claras.
Assista:
São José dos Campos
A juíza da 6ª Vara Cível de São José, Márcia Mathey Loureiro, adiou seu parecer sobre a suspensão da ordem de reintegração de posse do acampamento do Pinheirinho.
Anteontem, a massa falida da Selecta S/A, dona da área e responsável pela ação que pede a retirada dos invasores da gleba, aceitou congelar por 15 dias seu processo de falência.
A intenção do acordo, homologado pelo juiz de falências da capital, Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, é adiar, pelo mesmo prazo, a reintegração de posse dos sem-teto.
No período, o governo federal, o Estado e o município poderiam avançar nas negociações sobre uma possível desapropriação da área.
O acordo, contudo, precisa ser referendado pela juíza de São José, que determinou a reintegração. Ontem, ela deixou o Fórum à noite sem despachar acerca da proposta.
Com isso, a ordem de reintegração de posse continua mantida, podendo ser cumprida a qualquer momento.
Ou seja, a juíza não assinou a acordo e pelo jeito sabia que o governo do estado, mesmo sabendo que o acordo existia, iria aproveitar essa brecha para mandar invadir a área. As coisas estão começando a ficar mais claras.
Assista:
http://www.youtube.com/watch?v=huMSeSWvkQQ
http://www.youtube.com/watch?v=sWg77XhW2rU&feature=related
Alckmin e a mídia mentem sem parar sobre o Pinheirinho
Fonte: http://www.blogcidadania.com.br/2012/01/alckmin-e-a-midia-mentem-sem-parar-sobre-o-pinheirinho/
É de revolver o estômago a torrente de mentiras e distorções com que o governador Geraldo Alckmin e a mídia que o protege esbofeteiam a sociedade. Mentem para o tucano se eximir de suas responsabilidades. Mentem descaradamente, compulsivamente.
Televisões, rádios, jornais e revistas tentam transformar em criminosos os trabalhadores do Pinheirinho e suas famílias noticiando atos de vandalismo que poderiam ocorrer em qualquer comunidade submetida ao choque que sofreram.
Experimentem desalojar moradores dos Jardins paulistanos e verão quantos saqueadores e ladrões aparecerão. Mas como a população do Pinheirinho é pobre e quase sempre negra, noticiam ações isoladas como se fossem coletivas.
E as notícias de apreensão de drogas que tentam transformar todos os moradores do Pinheirinho em traficantes? Mesmo que não tenham sido plantadas, se derem uma batida ainda nos Jardins paulistanos provavelmente encontrarão não só maior quantidade de droga, mas maior variedade.
Alckmin mente compulsivamente ao tentar se eximir da responsabilidade pela ação criminosa da polícia que comanda quando tenta empurrá-la para a Justiça estadual.
O comandante da Polícia Militar de qualquer Estado é o seu governador. Alckmin, se estivesse bem-intencionado, poderia ter usado o conflito de instâncias da Justiça como desculpa para postergar a operação de reintegração de posse. Míseras 24 horas teriam sido suficientes.
O governador paulista também mente quando diz que o governo federal nada fez para interromper a reintegração de posse do Pinheirinho. As liminares concedidas contra ela foram pedidas pela Advocacia Geral da União e representantes do governo federal há muito tentam negociar com a prefeitura tucana de São José dos Campos.
O prefeito de São José dos Campos é do mesmo partido do governador e vinha rechaçando tentativas de acordo. E agora Alckmin diz que o governo federal não enfrentou suficientemente o seu correligionário, que certamente seria sensível a um pedido seu para que negociasse.
O secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, passou a semana passada inteira no Pinheirinho tentando intervir junto às autoridades municipal e estadual e chegou a ser ferido pela truculência da PM, no domingo.
Alckmin esbofeteou a sociedade brasileira com seus cachorros loucos armados até os dentes e agora a esbofeteia com suas mentiras e com sua covardia insuperáveis. Esse homem é indigno do mandato popular que recebeu.
#Pinheirinho URGENTE
Segundo Pedro Rios Leao, a polícia de São Paulo está removendo os corpos das pessoas que foram assassinadas e de pessoas gravemente feridas do hospital de São José dos Campos.
Abaixo publicamos na íntegra tudo que informou através do Facebook o jovem que está na cidade.
Post e comentários extraídos de: https://www.facebook.com/muhammadpailatif/posts/10150726383138625
Pedro Rios Leao, no Facebook:
"URGENTE!! URGENTE!!! Atenção!!! REPASSEM polícia municipal de São josé, o Hospital Municipal, e a ROTA, da polícia militar do estado de São Paulo estão SEQUESTRANDO os feridos e mortos, e SUMINDO com os corpos! Isso é REAL! ALCKMIN ASSASSINO! SE MOBILIZEM AGORA!!!"
"Eu tenho inúmeros depoimentos e provas circunstanciais, tenho certeza ABSOLUTA do que estou falando. Depende da mobilização da internet ser ágil para cobrar uma resposta do governo federal, para não deixar o governador sumir com as provas físicas (os corpos)"
"Fonte? Eu estive no hospital. A direção negou qualquer tipo de recebimento de paciente, devagar apalei para a moça da recepção. Ela falou que se eu soubesse o nome, ela me deixava visitar. Consegui o nome de David Washington Castor Furtado, levou um tiro nas costas, enquanto carregava um bebê. Segundo inúmeras testemunhas, o tiro foi disparado por um guarda municipal. Outra enfermeira me falou que tinham chegado duas crianças mortas."
"ele não quis falar comigo, porque estava APAVORADO, Estou tentando convence-lo de que ele só vai permanecer vivo enquanto as pessoas lembrarem o nome dele...."
"conversei com a familia dele, que estava no hospital"
"A polícia também sumiu com o corpo de 2 crianças, e matou um homem, em plena luz do dia, as 10 da manhã, na frente da Igreja e sumiu com o corpo. Todos os feridos com mais gravidade no confronto foram levados pela polícia, e, com exceção do david washington, cujo nome vazou para imprensa, todos estão desaparecidos."
"Tenho vídeos, Leonardo Eloi, de depoimentos e de confusão. Mas acredite, eles não estão mentidno."
"cara, ta dificil atualizar as postagens, a internet aqui ta uma merda, o clima é de pânico. Me ajuda a divulgar, faz escandalo, eu to fazendo o que eu posso."
"To buscando, eu upei um vídeo, mostrando as pessoas na Igreja, e foi a primeira vez que alguém me falou do cara que foi morto na rua as 10 da manhã"
"To tentando organizar as lideranças para catar os nomes dos mortos e feridos, mas é muita confusão e as pessoas estão com muito medo de falar. Acho que em uns dois ou três dias eu consigo depoimentos melhores. Mas a atualização vai ficar complexa... divulga, e mano, acredita, eu não estou falando porque eu ACHO. Só tive certeza depois de visitar o hospital."
"Os links são só de depoimentos, no hospital eu não consegui puxar a camera, meu deus! Olha só, quando o hospital está mentindo e uma enfermeira vem te dizer a verdade chorando, bom.... Já existem vídeos que mostram a polícia atirando na população."
"Eu sei, mas existe um aparelho de estado para apagar provas. A situação é: a polícia federal quase trocando tiro com a PM ontem. Isso aqui é uma guerra civil, que tem muito pouco a ver com prova."
"A mídia sequer está aqui..."
Perfil de Pedro Rios Leao no Facebook:
https://www.facebook.com/muhammadpailatif
Cobertura internacional
http://www.youtube.com/watch?v=Nf1cILLV4d4&feature=youtu.be
Pinheirinho: Lideranças não confirmam mortes
Fonte: Revista FórumNesta terça, moradores votam se continuam na igreja, onde situação é alarmante. Polícia quer encerrar operação na quarta-feira, 25
Por Igor Carvalho, de São José dos Campos [23.01.2012 23h19]O advogado e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto, afirmou à TV Brasil, que há mortos, inclusive crianças, por conta da violência policial no Pinheirinho. A reportagem da Fórum tentou apurar a informação com diversas lideranças do movimento para chegar aos nomes das vítimas, mas ninguém confirmou as mortes. O IML e representantes da prefeitura de São José também negam vítimas.
Em entrevista coletiva nesta segunda, 23, o comandante geral das operações no Pinheirinho, Coronel Messias Mello, confirmou que a desocupação deve ser encerrada até o fim da semana, “com boas chances de que isso ocorra já na quarta-feira”. Na entrevista, o militar não só negou que houve vítimas, como também que a ação da PM tenha sido violenta. Mello classificou a segunda-feira como “um dia tranquilo”.
Nas ruas, o que se via era completamente diferente do relatado pelo coronel. A reportagem passou a manhã desta segunda nas proximidades do Pinheirinho e observou inúmeros casos de violência em abordagens policiais e muitos disparos de balas de borracha.
Saída da igreja
Uma assembleia foi convocada para esta terça-feira, 24, quando cerca de 2 mil moradores do Pinheirinho votarão se vão continuar na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro, que se tornou um abrigo provisório. Como não se trata de um espaço oficial administrado pela prefeitura, não está sendo oferecida assistência a quem lá está.
Segundo o advogado Antonio Donizete Ferreira, um dos seis que atuam na defesa dos moradores, a situação das pessoas na igreja está muito difícil. “Não há chuveiros, chegam 300 pães por dia para 2 mil pessoas e há um único banheiro para toda essa gente”, explicou.
Por conta disso, na tarde desta segunda, 23, um grupo do Ministério Público tentou convencê-los a irem para um abrigo, da prefeitura, no colégio Caíque.
A proposta, no entanto, desagrada alguns moradores. Um homem que preferiu não se identificar disse: “Como vou aceitar ser acolhido por quem acaba de me expulsar de minha própria casa?”.
Marrom, coordenador do acampamento Pinheirinho, alega que “sair daqui é complicado, se nos tiraram de lá dessa forma, imagina quando a mídia não estiver aqui para registrar? Eles vão nos colocar na rua sem qualquer justificativa”.
OAB de São José dos Campos diz que houve mortos em operação no Pinheirinho
Por Bruno Bocchini e Flávia Albuquerque, da Agência Brasil | Yahoo! Notícias – 16 horas atrásO presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto, disse hoje (23) que houve mortos na operação de reintegração de posse do terreno conhecido como Pinheirinho, na periferia da cidade. De acordo com ele, crianças estão entre as vítimas.
Alvejamento de secretário em SP é 'grave', diz Carvalho
Opinião: Pinheirinho, Cracolândia e USP: em vez de política, polícia!
“O que se viu aqui é a violência do Estado típica do autoritarismo brasileiro, que resolve problemas sociais com a força da polícia. Ou seja, não os resolve. Nós vimos isso o dia inteiro. Há mortes, inclusive de crianças. Nós estamos fazendo um levantamento no Instituto Médico-Legal [IML], e tomando as providências para responsabilizar os governantes que fizeram essa barbárie”, disse, em entrevista à TV Brasil.
Segundo Neto, a Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal chegaram a atacar moradores que se refugiavam dentro de uma igreja próxima ao local. “As pessoas estavam alojadas na igreja e várias bombas foram lançadas ali, a esmo”, declarou.
O representante da OAB disse ter ficado surpreso com o aparato de guerra que foi montado em prol de uma propriedade pertencente à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. “O proprietário é um notório devedor de impostos, notório especulador, proibido de atuar nas bolsas de valores de 40 países. Só aqui ele é tratado tão bem”.
Desde o início da manhã de ontem (22) , a PM cumpre uma ordem da Justiça Estadual para retirar cerca de 9 mil pessoas que vivem no local há sete anos e 11 meses. O terreno integra a massa falida da empresa Selecta, do investidor Naji Nahas. A Justiça Federal decidiu contra a desocupação do terreno, mas a polícia manteve a reintegração obedecendo ordem da Justiça Estadual.
A moradora Cassia Pereira manifestou sua indignação com a maneira como as famílias foram retiradas de suas casas sem que ao menos pudessem levar seus pertences. “A gente está lutando por moradia. Aqui ninguém quer guerra, ninguém quer briga, a gente quer casa, nossa moradia. Todo mundo tinha suas casas aqui construídas, e tiraram de nós, sem direito a nada. Pegamos só o que dava para carregar na mão”, disse.
O coronel Manoel Messias Melo confirmou que os policiais militares se envolveram em conflitos durante a madrugada, mas negou que a ação foi contra os moradores do Pinheirinho. “Foram vândalos e anônimos que praticaram incêndios na região. Tivemos 14 prisões e algumas apreensões de armas esta noite”, declarou.
“Agora vamos cuidar do patrimônio das pessoas. O oficial de Justiça lacrou [os imóveis] e nós guardamos o imóvel durante a noite. O oficial de justiça vai arrolar os bens. As pessoas receberam um número. Todos os bens serão etiquetados, conduzidos a um caminhão e levados para um depósito judicial ou a um endereço [fornecido] pelo morador”, disse Melo.
De acordo com o coronel, a PM vai permanecer no local até a reintegração de posse do terreno ser concretizada. “Entregue a posse ao proprietário ele deve tomar providências para guardar o local”.
Procurada pela reportagem para falar sobre o assunto, a prefeitura de São José dos Campos não quis se pronunciar
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“O que se viu aqui é a violência do Estado típica do autoritarismo brasileiro, que resolve problemas sociais com a força da polícia. Ou seja, não os resolve. Nós vimos isso o dia inteiro. Há mortes, inclusive de crianças. Nós estamos fazendo um levantamento no Instituto Médico-Legal [IML], e tomando as providências para responsabilizar os governantes que fizeram essa barbárie”, disse, em entrevista à TV Brasil.
Segundo Neto, a Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal chegaram a atacar moradores que se refugiavam dentro de uma igreja próxima ao local. “As pessoas estavam alojadas na igreja e várias bombas foram lançadas ali, a esmo”, declarou.
O representante da OAB disse ter ficado surpreso com o aparato de guerra que foi montado em prol de uma propriedade pertencente à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. “O proprietário é um notório devedor de impostos, notório especulador, proibido de atuar nas bolsas de valores de 40 países. Só aqui ele é tratado tão bem”.
Desde o início da manhã de ontem (22) , a PM cumpre uma ordem da Justiça Estadual para retirar cerca de 9 mil pessoas que vivem no local há sete anos e 11 meses. O terreno integra a massa falida da empresa Selecta, do investidor Naji Nahas. A Justiça Federal decidiu contra a desocupação do terreno, mas a polícia manteve a reintegração obedecendo ordem da Justiça Estadual.
A moradora Cassia Pereira manifestou sua indignação com a maneira como as famílias foram retiradas de suas casas sem que ao menos pudessem levar seus pertences. “A gente está lutando por moradia. Aqui ninguém quer guerra, ninguém quer briga, a gente quer casa, nossa moradia. Todo mundo tinha suas casas aqui construídas, e tiraram de nós, sem direito a nada. Pegamos só o que dava para carregar na mão”, disse.
O coronel Manoel Messias Melo confirmou que os policiais militares se envolveram em conflitos durante a madrugada, mas negou que a ação foi contra os moradores do Pinheirinho. “Foram vândalos e anônimos que praticaram incêndios na região. Tivemos 14 prisões e algumas apreensões de armas esta noite”, declarou.
“Agora vamos cuidar do patrimônio das pessoas. O oficial de Justiça lacrou [os imóveis] e nós guardamos o imóvel durante a noite. O oficial de justiça vai arrolar os bens. As pessoas receberam um número. Todos os bens serão etiquetados, conduzidos a um caminhão e levados para um depósito judicial ou a um endereço [fornecido] pelo morador”, disse Melo.
De acordo com o coronel, a PM vai permanecer no local até a reintegração de posse do terreno ser concretizada. “Entregue a posse ao proprietário ele deve tomar providências para guardar o local”.
Procurada pela reportagem para falar sobre o assunto, a prefeitura de São José dos Campos não quis se pronunciar
23.01.2012 19:52
Naji Nahas tem interesses no despejo de moradores, afirma Protógenes
Fonte: Carta Capital
O conflito fundiário em Pinheirinho, São José dos Campos (SP), teve seu ponto de partida com dois mistérios que já duram em torno de 30 anos.
O primeiro: as terras, que medem mais de 1 milhão de metros quadrados e atualmente são avaliadas em 180 milhões de reais, pertenciam a um casal de alemães assassinados em circunstâncias até hoje não esclarecidas. Eles não possuíam herdeiros.
O segundo mistério: ninguém ainda soube desvendar como a área passou das mãos do Estado, responsável automaticamente pelas terras após a morte do casal, para a gama de propriedades da Selecta, a empresa do megaespeculador Naji Nahas.
Após 1989, a Selecta faliu a partir das operações malsucedidas de Nahas na Bolsa do Rio. A área do Pinheirinho passou a ser parte da enorme massa falida da empresa. Responsável por levar Nahas à prisão, em 2008, o delegado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), hoje deputado federal, visitou o Pinheirinho no último domingo 22 para acompanhar a expulsão dos moradores do terreno.
Leia também:
Após desocupação, revolta se espalha pelo País
Em oito anos, valor de terreno cresceu 25 vezes
Questão fundiária começou com empresa de Naji Nahas
Segundo ele, a relação entre o megaespeculador e a massa falida é fundamental para entender a desocupação violenta ocorrida no fim de semana.
“Se a região por vendida, esse valor será descontado da massa falida da Selecta, que se abaterá das dívidas que estão no nome de Naji Nahas. Ele é interessado direto em desalojar as pessoas que estão lá”, afirma.
O deputado, que articulou a Operação Satiagraha em 2008, na qual Naji Nahas foi preso por evasão de divisas e lavagem de dinheiro, acredita que o poder de influência do empresário foi fundamental para a ação de despejo da polícia no local.
“Ele [Nahas] tem muita influência, sabe se mover entre autoridades, sempre foi assim. As circunstâncias desse desalojamento foram estranhas. A massa falida que detém oficialmente os direitos da área era judicialmente obrigada a fornecer local seguro aos habitantes do Pinheirinho. Isso não foi providenciado. E as autoridades mesmo assim cumpriram a ordem de despejo”.
O deputado disse também que vai pedir na Câmara Federal a criação de uma comissão para investigar se houve grilagem na passagem do nome da área para a Selecta.
O primeiro: as terras, que medem mais de 1 milhão de metros quadrados e atualmente são avaliadas em 180 milhões de reais, pertenciam a um casal de alemães assassinados em circunstâncias até hoje não esclarecidas. Eles não possuíam herdeiros.
O segundo mistério: ninguém ainda soube desvendar como a área passou das mãos do Estado, responsável automaticamente pelas terras após a morte do casal, para a gama de propriedades da Selecta, a empresa do megaespeculador Naji Nahas.
Após 1989, a Selecta faliu a partir das operações malsucedidas de Nahas na Bolsa do Rio. A área do Pinheirinho passou a ser parte da enorme massa falida da empresa. Responsável por levar Nahas à prisão, em 2008, o delegado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), hoje deputado federal, visitou o Pinheirinho no último domingo 22 para acompanhar a expulsão dos moradores do terreno.
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Em oito anos, valor de terreno cresceu 25 vezes
Questão fundiária começou com empresa de Naji Nahas
Segundo ele, a relação entre o megaespeculador e a massa falida é fundamental para entender a desocupação violenta ocorrida no fim de semana.
“Se a região por vendida, esse valor será descontado da massa falida da Selecta, que se abaterá das dívidas que estão no nome de Naji Nahas. Ele é interessado direto em desalojar as pessoas que estão lá”, afirma.
O deputado, que articulou a Operação Satiagraha em 2008, na qual Naji Nahas foi preso por evasão de divisas e lavagem de dinheiro, acredita que o poder de influência do empresário foi fundamental para a ação de despejo da polícia no local.
“Ele [Nahas] tem muita influência, sabe se mover entre autoridades, sempre foi assim. As circunstâncias desse desalojamento foram estranhas. A massa falida que detém oficialmente os direitos da área era judicialmente obrigada a fornecer local seguro aos habitantes do Pinheirinho. Isso não foi providenciado. E as autoridades mesmo assim cumpriram a ordem de despejo”.
O deputado disse também que vai pedir na Câmara Federal a criação de uma comissão para investigar se houve grilagem na passagem do nome da área para a Selecta.