Os
3,5 milhões de africanos que vieram para o Brasil como escravos ao
longo de 300 anos deixaram marcas profundas, em especial na religião.
Entenda os cultos brasileiros inspirados em rituais que atravessaram o Atlântico: http://abr.ai/1j7tRNO
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Leia também:
http://acaoculturalse.blogspot.com.br/2014/07/a-forca-da-ancestralidade.html
O Chão e a Gira
Zezito de Oliveira
Texto
baseado na fala "inspirada" durante a minha participação no seminário
do coletivo investigador para a elaboração do plano integrado de cultura
e educação.Iniciativa do MINC e Casa da Arte de Educar, realizado em Recife nos dias 15 e 16 de junho de 2012.
O processo educativo precisa aterrar, descer abaixo do chão e subir possibilitando a gira girar de forma bem tranquila.A “crise” da escola advém daí.
O processo educativo precisa aterrar, descer abaixo do chão e subir possibilitando a gira girar de forma bem tranquila.A “crise” da escola advém daí.
Quando falamos em
aterramento estamos tratando dos saberes de nossos ancestrais, estamos
querendo dizer que precisamos buscar referenciais na memória das nossas
comunidades , das nossas tribos, dos nossos terreiros, dos povos
originários.Deixar a gira girar é garantir um ambiente favorável dentro
da escola para liberar corpos e mentes para poderem se relacionar de
forma mais sincera e criativa, inclusive com o conhecimento.
Por isso não
acontecer é que nos deparamos com pessoas completamente perdidas e
a mercê dos modismos de ocasião em matéria de valores e comportamentos
estimulados, fabricados e /ou disseminados com vistas ao fortalecimento
da sociedade materialista, consumista e predatória que nos é imposta
pelas elites capitalistas. Portanto, não é preciso temer nada daquilo
que é novo ou diferente, desde que seja dedicado uma atenção especial
aquilo que vem de muito longe e que nos liga com os elementos naturais e
culturais que recebemos das gerações que nos antecederam.Falo das
brincadeiras, dos folguedos, dos ritos religiosos, das lendas, não
reduzidas a folclore, espetáculo, lazer ou coisa que o valha, mas
entendendo que tudo isto é fonte de conhecimentos, significados e saúde.
Falo também das águas, das florestas, da terra e do ar.Quando falo em
deixar a gira girar, me refiro a possibilidade de recriar, ressignificar
ou revitalizar aquilo que herdamos sem medo e sem falsos pudores.
Porque a vida está sempre fazendo isso, sob a aparência de algo estático
e imóvel, o movimento e a transformação estão sempre acontecendo.O
movimento de rotação e translação da terra é um bom exemplo. Se é
verdade que se repetem os dias e as estações, também é verdade que
sempre surge algo novo nestes dias e nestas estações que se repetem.Em
suma, uma educação atenta aos ciclos naturais e culturais da vida, pode
ser a saída para as crises nossas de cada dia.
Se temos dificuldade para
que isto seja assimilado pelo sistema acadêmico e educacional como um
todo, poderemos começar em aliança com parte daqueles que compreendem
isto e que atuam em universidades, escolas, órgãos públicos, artistas,
ONGs, empresas e meios de comunicação.
Para saber mais:
http://www.artedeeducar.org.br/promovendo-a-integracao-entre-cultura-e-educacao
Para saber mais:
http://www.artedeeducar.org.br/promovendo-a-integracao-entre-cultura-e-educacao
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