domingo, 29 de outubro de 2017

Cine Realidade e ciclo de exibição "O cinema como janela para olhar a escola que queremos"



MOSTRA TEMÁTICA " O AUDIOVISUAL COMO JANELA PARA OLHAR A ESCOLA QUE QUEREMOS.”
 
Essa mostra surge para auxiliar na ampliação do olhar de alunos, professores e gestores, acerca da necessidade de mudarmos a nossa maneira de pensar e organizar a escola.

A intenção em cada sessão , após a exibição dos filmes, é realizar um debate com os estudantes sobre “a escola/aula que temos e a escola/aula que queremos”, e depois publicar um relatório com os resultados dos debates na internet. O documentário que inaugurou a mostra foi "Nunca me Sonharam".
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O documentário da vez, “Quando sinto que já sei”, registra práticas educacionais inovadoras que estão ocorrendo pelo Brasil. A obra reúne depoimentos de pais, alunos, educadores e profissionais de diversas áreas sobre a necessidade de mudanças no tradicional modelo de escola.


Projeto independente, o filme partiu de questionamentos em relação à escola convencional, da percepção de que valores importantes da formação humana estavam sendo deixados fora da sala de aula.
Produção
Despertar Filmes
Dirigido por
Antonio Sagrado, Raul Perez, Anderson Lima
Apresentado por
487 coprodutores
Apoiadores
Crowdfunding Catarse
Classificação indicativa
Livre
O filme está disponivel na internet. https://www.youtube.com/watch…
E também o curta produzido na oficina de audiovisual do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania em 2017.
Boca Loca, O sanfoneiro do Jardim.

RESULTADOS DO DEBATE PÓS EXIBIÇÃO.

Mais uma exibição legal de filmes sobre a nossa realidade. Desta vez  foi exibido “Quando sinto que já sei”, um filme sobre a escola dos nossos sonhos. A segunda e última sessão do ano, com o tema “O cinema como janela para olhar a escola que queremos”. A primeira sessão da série apresentou o filme “Nunca me sonharam.”  No próximo mês o tema será juventude, arte e periferia, com o filme “Cidade de Deus – 10 anos depois”.


Esta sessão contou com a presença de 12 jovens ligados a Escola Estadual professora Júlia Teles, Escola poeta João Freire Ribeiro, Colégio Seixas Dória, Universidade Federal de Sergipe e jovens que não estudam.


Após a exibição do filme “Quando sinto que já sei” alguns falaram. O resumo das falas é o seguinte:


Graziele – 13 anos – Escola poeta João Freire Ribeiro. “Este filme reacendeu em mim a esperança de uma escola mais coletiva. Já queria uma escola assim, mas não sabia que existia escolas onde os professores se dessem tão bem com os alunos. Consegui me encontrar nas escolas que trabalham com projetos  em formas de oficina. Um pouco do que encontrei na oficina de teatro e de RAP que participo aqui na Escola Júlia Teles. Após assistir este filme passo a compreender que a escola publica e privada tem jeito, assim como o Brasil.


Pedro Estevão – 13 anos – Escola professora Júlia Teles. Percebi nas escolas apresentadas no filme, uma grande interação com os alunos. Eles tem aulas práticas e se divertem aprendendo. Com isso os alunos aprendem mais.

Wendson – 15 anos – Escola professora Júlia Teles.  Lembro que uma garota disse no filme que as aulas não são somente dentro da sala de aula, mas também fora da sala de aula e fora da escola. Percebi que as escolas apresentadas neste filme, são escolas mais “social”, pois juntam as pessoas de dentro e as pessoas de fora.


David dos Santos – 26 anos - Instrutor da oficina de RAP.  Destacou o curta metragem Boca Loca,  o sanfoneiro do Jardim, produzido pelos aprendizes da oficina de audiovisual do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania. Considerou importante o tema desse documentário, que trata de um artista popular sergipano. 

Compreendo que as escolas precisam fazer com que conheçamos mais o nosso universo cultural , pois sabemos mais sobre a cultura de fora, do que sobre a nossa cultura.

Sobre o segundo filme, lembro de uma fala que considero uma das mais importantes.  "Por uma escola em que os alunos gostem de ficar na sala da aula, de ficar na escola. Até mesmo nos feriados e domingos".


O filme “quando sinto que já sei” mostra situações que nunca vimos na sala de aula. Falta projetos sociais, sobra aulas automáticas, sem interação. Não me encaixo em sala de aula por causa desse padrão. Percebo que de cada 10 alunos, 6 não conseguem se adaptar.


Franety Santana – 20 anos - Colégio Seixas Dória -  Qual o melhor jeito de ensinar os alunos? Criando cidadãos e não robozinhos. Como exemplo disso, lembro de um  momento no filme  em que acontece uma discussão entre dois alunos, e antes de quem causou o conflito ser orientado a ir pedir desculpas ao colega, acontece uma conversa com os dois, mediado por um adulto que colabora para que compreendam as razões que levou a este conflito e as formas de evitá-lo.


Elaine Dute  - 24 anos - Universidade Federal de Sergipe. Cobra-se muito da escola, mas não podemos esquecer  que a educação começa em casa.  Casa+escola+comunidade= Educação. Pela forma como as escolas do filme trabalham, percebo  que é de maneira coletiva e me lembro de Vigotsky. Mas não maioria das escolas é o contrário, os alunos tem pouco espaço nas escolas, tem pouca voz e vez.


Van Brow – 24 anos - Instrutor da oficina de Rap - Gostei quando a diretora de uma das escolas que aparecem no filme respondeu a uma aluna porque tirou o portão. Porque não somos presidiários e nem loucos.



Sobre Vygotsky - A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.


Surge da ênfase no social uma oposição teórica em relação ao biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), que também se dedicou ao tema da evolução da capacidade de aquisição de conhecimento pelo ser humano e chegou a conclusões que atribuem bem mais importância aos processos internos do que aos interpessoais. Vygotsky, que, embora discordasse de Piaget, admirava seu trabalho, publicou críticas ao suíço em 1932. Piaget só tomaria contato com elas nos anos 1960 e lamentou não ter podido conhecer Vygotsky em vida. Muitos estudiosos acreditam que é possível conciliar as obras dos dois.







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