sábado, 13 de maio de 2017

O FASC está voltando! Que comece com uma audiência pública para a cidade poder dizer como quer.

 Marcos Santana e o secretário de Estado da Cultura, João Augusto Gama, se reuniram nesta quarta-feira, 10, na sede do órgão (Aracaju), e conversaram sobre as questões culturais do município. Na pauta: a retomada do Festival de Artes de São Cristóvão (FASC) e a potencialização do Museu Histórico de Sergipe. O presidente da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe-Água, Gaspeu Fontes e o chefe de gabinete de São Cristóvão, Mário Freire, também estiveram no encontro.

Compartilhando sua experiência, enquanto prefeito da capital sergipana (entre o período de 1997 e 2000), Gama fez questão de afirmar que as dificuldades encontradas pela gestão atual de São Cristóvão serão superadas. “Nossa intenção é fortalecer as parcerias com o município, sobretudo nesta nova fase em que São Cristóvão possui um prefeito cujo nome inspira credibilidade”, ressaltou o secretário, agradecendo a visita da comitiva sancristovense.

Já o prefeito Marcos Santana aproveitou a oportunidade para explicar detalhes dos projetos de revitalização do Centro Histórico do município e manifestou a sua decisão de convidar a Secretaria Estadual de Cultura (Secult) para participar da comissão organizadora do FASC - que será retomado em dezembro deste ano. “É uma honra poder contar com o apoio e a experiência do secretário Gama. Tenho certeza que esta parceria será fundamental para que nós possamos construir uma nova realidade em nossa cidade, tendo a cultura e o turismo, efetivamente, como elementos fundamentais para o nosso desenvolvimento”, pontuou o prefeito.

Do mural de Gaspeu Fontes
Lembrem-se da necessidade de construir um Fasc que considere o trabalho permanente com oficinas, saraus e outras formas de pequenas e médias iniciativas locais, em função da necessidade de empoderar os agentes culturais da cidade, inclusive para quando não poder contar com uma gestão parceira da cultura como a de vocês. 

Em outras palavras, um Fasc que mostre o que a cidade está produzindo, fruto do trabalho constante e permanente patrocinado pela prefeitura e parceiros como a Secult Sergipe entre outros.

 Um Fasc que agregue outras atrações de fora do municipio e do estado. Sem esquecer que não é preciso gastar rios de dinheiro com atracões midiáticas. Tem grandes artistas capazes de atrair público que não estão na grande midia. Tanto artistas da chamada velha guarda, como aqueles que fazem parte do circuito alternativo ou independente. O pessoal do The Baggios deve ter vários nomes para sugerir.
 Fundamental valorizar os artistas locais e atrações regionais do nordeste e do norte, considerando a rica diversidade cultural que temos. Um Fasc que seja como o antigo, espaço não apenas de fruição, como também espaço de formação, com oficinas, mini-cursos, rodas de conversa e etc.  
Zezito de Oliveira - Integrante do Movimento Pró Retomada do Festival de Arte de São Cristóvão no ano de 2011(Profasc)


MANIFESTO PROFASC



Durante mais de vinte anos ininterruptos, a cidade de São Cristóvão foi palco de um dos festivais de artes mais importantes do país: O Festival de Arte de São Cristóvão ou FASC, como também ficou conhecido, que teve a sua primeira edição realizada no ano de 1972, ocasião em que foi aguardado como o momento maior das comemorações do sesquicentenário da independência brasileira em solo sergipano. 

O Festival prosseguiu até 1993, quando foi encerrado por decisão da Universidade Federal de Sergipe, instituição que idealizou e foi a responsável pela organização do evento até aquele ano. Em 1996 e 2006, por exemplo, a prefeitura de São Cristóvão tomou a iniciativa de realizá-lo, sem contudo assegurar a sua continuidade.

Durante todo o tempo de sua existência, o festival favoreceu o intercâmbio de uma parcela importante da produção cultural sergipana e brasileira, tanto daquelas de caráter erudito, como das manifestações ligadas às culturas populares ou baseadas no imenso potencial de inspiração que estas proporcionam a poetas, teatrólogos, coreógrafos, músicos, artistas plásticos, cineastas e demais atores culturais. 

O FASC também foi um espaço para a descoberta e incentivo de novos talentos artísticos, proporcionando a geração de renda para artistas, intelectuais, técnicos, produtores e para o setor de serviços e comércio, que se beneficiaram dos investimentos governamentais dispendidos para a realização do evento.
Outro aspecto importante foi a divulgação positiva do estado de Sergipe em todo o território nacional, por meio do material institucional e/ou promocional distribuído principalmente para universidades federais, órgãos públicos de cultura e turismo, assim como entidades de representação de artistas e de intelectuais, grupos culturais, órgãos de comunicação etc.. 

Por tudo isso, a população de São Cristóvão tem se manifestado pelo retorno do Festival de Arte, o que ocorreu especialmente por ocasião da realização das duas primeiras conferências municipais de cultura, a primeira em 2005 e a segunda em 2009 e, ainda, na formulação do diagnóstico cultural elaborado em 2010, a partir da iniciativa GT – Economia da Cultura São Cristóvão (GT-Ecult), sob a liderança da Secretaria de Estado da Cultura e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo. 

Para fortalecer esta demanda em relação a todos os atores sociais e políticos que contribuíram para o sucesso do FASC (UFS, Prefeitura e Governo do Estado, artistas, intelectuais, imprensa e empresas privadas e estatais etc.) está sendo criada uma comissão da sociedade civil, denominada PROFASC, que tem por objetivo reunir cidadãos de São Cristóvão e dos municípios adjacentes para proporem alternativas e sugestões que tornem possível a retomada da realização do FASC com a participação da comunidade, incluindo-o como evento permanente do calendário cultural de nosso Estado. 

Esta necessidade foi apontada pelo pesquisador Ribeiro Filho, em dissertação de mestrado, intitulada “Eventos públicos e privados: a elaboração de politicas culturais voltadas para a elaboração da festa. 2008 (UFS)”, na qual afirma que: “O município e a sua população participam do evento apenas como cenário e na qualidade de figurantes”. 

É na perspectiva do exercício da cidadania cultural que conclamamos todos os cidadãos sergipanos, especialmente os residentes em São Cristóvão, para somar fileiras visando inaugurarmos uma nova era, no tocante à participação da comunidade nas discussões e decisões relativas ao FASC. 

À Prefeitura de São Cristóvão e ao Governo do Estado, solicitamos e esperamos que a mesma postura exitosa da parceria firmada entre a Prefeitura de Laranjeiras e o Governo do Estado, que garantiram a realização ininterrupta e bem sucedida do Encontro Cultural de Laranjeiras, independentemente das alianças partidárias e diferenças políticas, seja também assumida entre aqueles entes governamentais em favor da retomada e continuidade do FASC. 

Ao Governo do Estado solicitamos que o conhecimento técnico, os recursos humanos e materiais, bem como possíveis incentivos fiscais, que garantem o patrocínio da iniciativa privada ao Festival Sergipe Verão, aos festejos juninos e ao PRECAJU, sejam também utilizados em favor da realização do FASC.

À Universidade Federal de Sergipe solicitamos que disponibilize o conhecimento técnico e os recursos humanos, materiais e financeiros necessários para a obtenção do patrocínio dos Ministérios da Educação, Cultura e Turismo e empresas estatais.

Comissão da Sociedade Civil PROFASC – São Cristóvão, 12 de Março de 2011


 NOVO FASC: A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE É FUNDAMENTAL.

 
Quem produz cultura é a sociedade e não o Estado”. Uma frase/conceito que não esqueci, uma das idéias-chave contidas na carta do encontro preparatório, realizado em Aracaju (SE),  do primeiro seminário sobre cultura, promovido depois pela SUDENE na cidade do Recife (PE), em meados dos anos 80, tempos da nova república e de esperanças renovadas com a retomada das liberdades democráticas, subtraídas pela ditadura civil-militar instalada no fatídico ano de 1964.

E, a partir de então, vai se afirmando, gradualmente, nas iniciativas culturais das quais tomei parte, a convicção de não fazer sentido alijar as comunidades dos processo de elaboração, formulação, implementação, monitoramento e avaliação de politicas públicas culturais. 

O que está  conforme um dos tópicos apresentados nas páginas 23 e 24 da  apostila da  disciplina política e gestão cultural do Programa de Capacitação em Projetos Culturais, de iniciativa da Fundação Getúlio Vargas Online e do Ministério da Cultura, do qual sou participante.

Contudo, este modo de propor e fazer cultura nem sempre é considerado. Por esta razão, muitas iniciativas culturais vinculadas às instancias de governo e, às vezes, no âmbito das organizações não governamentais, em um dado momento, não encontra fontes de vitalidade para prosseguirem a contento ou gerar  iniciativas autossustentáveis.

Um exemplo que corrobora o que está escrito acima é a mobilização da qual faço parte e que objetiva a formação de uma espécie de comitê gestor formado por representantes dos poderes público municipal, estadual, federal e da sociedade civil organizada para a retomada e continuidade do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC). 

Esse festival foi idealizado e realizado pela Universidade Federal de Sergipe de 1972 a 1993 em grande estilo e, desde então, até 2006, foi organizado pela Prefeitura Municipal de São Cristóvão, com altos e baixos, (mais baixos do que altos, diga-se de passagem) com a sequência de realizações interrompida em 2006.

Durante o período do festival, que variava de 3 a 8 dias, a cidade de São Cristóvão era tomada por uma multidão de pessoas, composta de artistas, mestres e brincantes, intelectuais, jornalistas, estudantes, professores, funcionários públicos e trabalhadores em geral, integrantes de diversas tribos que apresentavam e/ou assistiam diferentes tipos de espetáculos, além de comercializarem variados  bens culturais.

Todavia, conforme consta de uma dissertação de mestrado em que o FASC foi um dos eventos culturais estudados, “O município e  sua população participam do evento apenas como cenário e na qualidade de figurantes”.

Dentre alguns problemas gerados por essa postura dos organizadores, têm-se registros de oposição ao FASC de parcela da população mais identificada com o pensamento católico conservador, em especial nos primeiros anos. 

Para entender isso, não podemos esquecer que a pacata e centenária cidade recebia mutos artistas, estudantes universitários, jornalistas, intelectuais e hippies que, em muitos casos, com suas vestes diferentes, adereços, comportamentos e valores eram algo bem diverso daquilo a que a população estava acostumada no seu dia a dia.

Também percebemos o pouco investimento em ações mais consistentes e permanentes de extensão cultural, como cursos, oficinas, palestras e seminários, inclusive no campo do empreendedorismo cultural, a fim de “empoderar” os moradores, em especial a juventude. 

Caso isso tivesse ocorrido, certamente haveria nos dias de hoje inúmeras iniciativas culturais na cidade de São Cristóvão e municípios adjacentes. Tal fato levaria a iniciativa da organização do festival por parte das organizações da sociedade civil sancristovense, aproveitando o vácuo deixado pelo poder publico federal, estadual e municipal.

Por isso, as demandas apresentadas pelo movimento PRÓ-FASC têm como bases conceituais a parceria, a participação popular, a formação cultural continuada e o empreendedorismo cultural. 

Dessa maneira,  estarão asseguradas as estruturas vitais para a retomada de um processo cultural cujos alicerces, dentro das comunidades, estarão bem firmados e capazes de garantir uma conquista mais ampla do que um festival de arte apenas por alguns dias.

Para garantir que estamos no caminho certo, deixaremos como conclusão desse texto, um outro registro que consta na página 25 da  apostila   disciplina política e gestão cultural do Programa de Capacitação em Projetos Culturais já citado, da autoria de Garcia Canclini*.

(...) “A política cultural tem um papel que não se limita a ações pontuais, mas que se ocupa da ação cultural com um sentido contínuo, ao longo de toda a vida e em todos os espaços sociais. A política cultural não reduz a cultura ao discursivo ou o estético, já que procura estimular a ação organizada, autogestionária, reunindo iniciativas mais diversas de todos os grupos, na área política, social, recreativa... A política cultural – além de transmitir conhecimentos e desenvolver a sensibilidade – tenta melhorar as condições sociais para descobrir a criatividade coletiva. A política cultural procura que os próprios sujeitos produzam a arte e a cultura necessárias para resolver seus problemas e afirmar e renovar sua identidade.(...)”

P.S.: De março a maio de 2011, a comissão de articulação do Movimento PRÓ-FASC realizou várias reuniões com a comunidade e com diversos interlocutores que tiveram papel relevante na realização do FASC. 
Tendo em vista que desde 1996 a prefeitura é a instância pública encarregada de realizar o festival,  foi solicitado ao prefeito, e aceito por ele, a edição de um decreto municipal para oficializar a criação de uma comissão oficial de organização do FASC, composta por representantes do governo federal (UFS e IPHAN), governo do estado (SECULT e SETUR), governo municipal (secretaria de governo e secretaria de cultura) e da sociedade civil (ACASC e Movimento PRÓ-FASC). 
Até o momento aguardamos  essa providência  do prefeito e da secretária municipal de Cultura,  professora Aglaé Fontes de Alencar, tradicional pesquisadora e gestora cultural.
Também foi solicitado ao prefeito a contratação de um produtor cultural, com capacidade técnica comprovada, para a (re) elaboração de projeto e captação de recursos para o festival, levando em consideração os novos pressupostos de gestão compartilhada e a atual realidade orçamentária do país.
* GARCIA CANCLINI, Néstor (ed.) Políticas culturales en América Latina. México,
Grijalbo, 1987.p.51


Para saber mais sobre o significado da palavra empoderar, recomendo a leitura do texto:

Empoderamento, um desafio a ser enfrentado



Zezito de Oliveira - historiador, educador, produtor cultural e integrante do PRÓ-FASC 
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 Abaixo-Assinado em Favor da Realização Anual do Festival de Arte de São Cristóvão:
Destinatário: Ministério da Cultura (Brasil), Secretaria de Estado da Cultura (Sergipe),

Durante mais de vinte anos ininterruptos, a cidade de São Cristóvão, em Sergipe, foi palco de um dos festivais de artes mais importantes do país: O Festival de Arte de São Cristóvão ou FASC, como também ficou conhecido, que teve a sua primeira edição realizada no ano de 1972.

O Festival prosseguiu até 1993, quando foi encerrado por decisão da Universidade Federal de Sergipe, instituição que idealizou e foi a responsável pela organização do evento até aquele ano. Em 1996 e 2006, por exemplo, a prefeitura de São Cristóvão tomou a iniciativa de realizá-lo, sem contudo assegurar a sua continuidade.

Com o objetivo de sensibilizar o poder público a garantir o
retorno e a realização anual do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC), a Comissão PROFASC, composta por cidadãos(ãs) sancristovenses e militantes culturais sergipanos(as), propõe este abaixo-assinado como forma de expressar o apoio popular ao retorno deste importante evento, que tanto marcou e deixou saudades em todos(as) os(as) participantes.

Para contribuir com esta nobre causa, escreva o seu nome e acesse o blog da Comissão PROFASC: http://scprofasc.blogspot.com


http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/8737



segunda-feira, 11 de julho de 2011Ministra recebe documento PRO-FASC das mãos de representantes do movimento


       Na última sexta-feira, 08 de julho de 2011, a querida cidade de São Cristóvão se preparou com pompa e circunstância para acolher a ministra Ana de Holanda, e outras autoridades ligadas ao campo da cultura, para receber a certidão da UNESCO que confere o título de Patrimônio Cultural da Humanidade à  Praça São Francisco.

       Pouco antes do ato solene, dois representantes da comissão do Movimento PRÓ-FASC, Zezito de Oliveira e  Glauber de Souza, entregaram à ministra da Cultura, Ana de Holanda, um dossiê pró retomada do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC), uma cópia do manifesto e uma camisa alusiva à campanha.

Na oportunidade informamos que o Festival de Arte de São Cristóvão fora realizado durante mais de trinta anos por  iniciativa da Universidade Federal de Sergipe e que está suspenso há cinco anos. Esclarecemos ainda que nossa expectativa naquele momento era obter o apoio dela e do Ministério da Cultura para a retomada e continuidade do festival.

A resposta da ministra foi solicitar ao Sr. Fábio Lima, representante regional do MINC, que estava ao seu lado, para que, em nome dela, se responsabilizasse pelo assunto.

Em conversas preliminares com o Sr. Fábio Lima, ele se prontificou em disponibilizar toda a estrutura do escritório  regional nordeste do Ministério da Cultura para apoiar a demanda PRÓ-FASC. Esse compromisso também foi  assumido em reunião com a secretária de Cultura de São Cristóvão, professora Aglaé Fontes, quando da  primeira visita de Fábio Lima a Sergipe, no mês de maio deste ano.

       Desde então, o movimento PRÓ-FASC aguarda a iniciativa do prefeito de São Cristóvão, Sr Alex Rocha, e da secretária da Cultura do município que se comprometeram, em reuniões com os 7 representantes da comissão central do PRÓ-FASC, em contratar um produtor cultural, com capacidade técnica comprovada, para (re) elaborar o projeto e captar recursos, além de editar  um decreto municipal criando uma espécie de comitê gestor do FASC, para contribuir na elaboração, formulação, implementação, execução, acompanhamento e avaliação do novo Festival de Arte de São Cristóvão.

Com a palavra “novo”, estamos querendo dizer que o modelo antigo de gestão do festival foi uma das razões que explicam  seu declínio e  as dificuldades para  sua retomada.

Oxalá possamos obter um acordo a esse respeito, porque já está garantido o consenso sobre a importância e a necessidade da retomada e continuidade do FASC.
Essa é a principal conquista, até agora, do movimento PRÓ-FASC, resultado das reuniões realizadas com as diversas instâncias do poder que estiveram envolvidas no festival (UFS, Prefeitura, Secretaria de Estado da Cultura, IPHAN, IFS e Secretaria de Estado de Turismo), além dos  vários atos públicos para obter o apoio da população sergipana e, especialmente a sancristovense, ao movimento.

Esse apoio foi obtido e pode ser comprovado com as 5 mil assinaturas recolhidas até o momento.

       Além das novidades em matéria de gestão, o movimento apresentará a proposta do FASC “ampliado”, tanto territorialmente,  quanto no aspecto temporal.
Isto significa dizer um  FASC que realize atividades de formação cultural, tais como, cursos, oficinas, seminários e palestras durantes os meses que antecedem o grande evento, e a utilização de outras áreas do município para sediar as atividades de formação e apresentação de espetáculos, como, por exemplo, escolas e praças do conjunto Eduardo Gomes.
 

FOTOS DO DIA DE MOBILIZAÇÃO PRÓ-FASC - 28 DE MAIO DE 2011














LEGENDAS: Foto 1 - Faixa {Luiz Maia (estudante de pedagogia e agente cultural) e um jovem da comunidade- Local: Em frente ao portão principal de acesso ao Lar Imaculada Conceição}

Foto 2 - Concentração para saída do cortejo em frente ao portão principal de acesso a Igreja São Francisco. {em destaque:  Ivo Adnil (presidente do SATED), banda pilão de pife primeira pisada, Maria da Glória (artista e gestora cultural) Lúcia (professora e agente cultural)}


Foto 3 - Zezito (educador e agente cultural) e Cleverton (graduado em meio ambiente e agente cultural).

Foto 4 - Foto da ladeira principal de acesso a Praça São Francisco

Foto 5 - Caminhada pelas ruas da cidade {(Bruno - estudante de nivel médio e agente cultural); Seu Jorge do grupo União; Thiê (perna de pau)}

Foto 6 - Seu Jorge do grupo União

Foto 7 e 8 - Confraternização com alguns membros da comissão organizadora do PRÓ-FASC. - afinal ninguém é de ferro!

Foto 9 - Boa noite São Cristóvão - Foto tirada após ás 18 horas por quem ficou até esta hora do dia 28 de maio de 2011.

Fotos: Zezito de Oliveira, Luiz Maia e Irene Smith

segunda-feira, 30 de maio de 2011


Movimento PRÓ-FASC, simbolos e cidadania

Quem participou do dia de mobilização PRÓ-FASC, do último sábado, 28 de maio, se possível, não esqueça de preparar uma avaliação antecipada para levar a  reunião do próximo sábado, destacando   aspectos positivos,  negativos e sugestões para outros ações públicas PRÓ-FASC, pois garante a objetividade e uma melhor divisão de tempo para a discussão de outras questões. Quem não puder ir, gentileza enviar via e-mail.

No blog do PROFASC está disponivel um balanço que elaborei com base em observações que guardei na memória, como também algumas fotos tiradas na manifestação do dia 28 de maio. Esse texto já publicado  acrescenta  e reafirma alguns dos argumentos abaixo.

Em principio, não irei fazer uma avaliação do dia de mobilização, mas concordo que foi muito bom do ponto de vista simbólico pelo fato de ter sido o primeiro evento público do movimento, o qual, desde o periodo de sua criação (março de 2011)  se restringiu a ações de bastidores, como reuniões, audiências,   produção de textos  e etc,,

O aspecto simbólico, embora neglicenciados por ativistas ou militantes sociais e culturais, deve merecer mais atenção e cuidado da nossa parte, e em especial porque muita das vezes o simbolismo está contidos nos detalhes e estes podem dizer muito do que queremos, como da parte dos nossos adversários.

A palavra “simbólico”  deriva da palavra simbolo, a qual conforme o dicionário Aurélio quer dizer:
1. Aquilo que,  por um principio de analogia, representa  ou substitui outra coisa 2 Aquilo que, por  sua forma ou sua natureza evoca, representa ou substitui , num determinado contexto, algo abstrato ou ausente. 8 Alegoria, comparação, metáfora. 10 (psicologia) idéia consciente que encerra a significação de outra consciente, dentre outras definições dispostas no dicionário. 

No meu caso,  enquanto ativista social e cultural e como pesquisador em politicas culturais e em arte-educação venho com o decorrer do tempo me detendo em observar com muita atenção os símbolos tanto individuais, como coletivos,  que utilizamos para expressar a nossa visão de mundo, a qual  fundamenta as nossas idéias e atitudes.

Em termos de exemplos concretos quanto aos símbolos temos a linguagem que utilizamos, com o uso recorrente de um certo tipo e número de palavras  em detrimento de outras,  nossos gestos, aqueles mais recorrentes em   detrimento daquilo que fazemos menos,   os ditados, piadas,  brincadeiras populares, as cores e etc..

Por exemplo, no caso das cores, quem acompanhou as últimas reuniões da comissão, deve lembrar as diferenças de opiniões relativas a escolha do lilás como cor principal para a camisa do movimento PRÓ-FASC. Para um, essa cor por evocar o roxo, que em São Cristóvão está ligada  a devoção de Senhor dos Passos, não o deixa a vontade para usar a camisa. Já para uma outra pessoa, essa cor está associada  ao movimento gay (sic),

Quanto a gestos, alegrou-me  muito,  a presença generosa e o exemplo de consciência cidadã, da parte de Seu Jorge do grupo União, mesmo com a  idade avançada.  Todavia,  me entristeceu a informação a respeito de um ex-prefeito da cidade que preocupou-se em arrumar a faixa do movimento PRÓ-FASC para  tirar foto ao lado da mesma. 

Também lamento  o fato dessa informação  ter sido colocada para mim, no momento  da confraternização, bem depois da ocorrência do fato. Isso mostra como  a questão da não instrumentalização do movimento para fins partidários ou pessoais não depende somente das nossas vontades  e confirma o porque da desconfiança e descrédito que grassa no seio da população de São Cristóvão. Não por acaso, como simbolo dessa desconfiança a pouca presença de pessoas, inclusive de artistas da cidade, na manifestação do dia 28 de maio.


Em termos de gesto, da nossa parte, procurei não ficar muito próximo dos repórteres  de televisão e ao ser chamado por um deles, coloquei alguns aspectos da realidade do movimento e  depois de ter chamado os mais jovens da comissão para conversar com ele, me afastei e fui cuidar de outros assuntos.

Um gesto lamentável seria ficar em volta do repórter para aparecer  de qualquer jeito, contrariando o que eu e algumas pessoas da comissão tem afirmado que em termos de participação no movimento a presença  da juventude é fundamental.

Concordo plenamente, mas se não tivermos cuidado, acabaremos repetindo o erro costumeiro de utilizar a juventude como força de trabalho, mas sem considerá-los como lideres em potencial. O que, como consequência acaba levando ao afastamento de alguns jovens e evitando a aproximação de outros. 

Estes e outros aspectos do comportamento simbólico do povo sergipano e de São Cristóvão confirma a importância de estarmos atento para fazermos a leitura daquilo que está por trás de tantos gestos e atitudes positivos ou negativos para fortalecermos o que temos de bom e atenuarmos, minizarmos e erradicarmos  os efeitos negativos.

Sei que não é fácil, porque dentro de nós foram plantados desde criança  pensamentos e práticas  mesquinhas, preconceituosas, individualistas, autoritárias, fatalistas e etc.. por meio de entre outros, dos ditados populares,    tipo: “farinha  pouca meu pirão primeiro”,é preciso nos encostarmos em um pau que faça sombra”,  “em terra de murici cada um cuida de si”. “temos que nos conformar com tudo, porque é assim que Deus quer”; “comunista come criancinhas”; “maçom tem pacto com o diabo” dentre tantos.

E mesmo, quando nos distanciamos dessa linha de pensamento, somos pressionados por pessoas que estão presas aos valores expressos por esta e outras formas de (de) formação ideológica.

Por esse motivo, a movimentação em torno do FASC pode dar uma importante contribuição para o crescimento da consciência de participação cidadã em São Cristóvão, sobretudo em um ambiente de muita desconfiança e apatia da população com relação aos lideres, organizações e movimentos, tanto os que estão dentro das estruturas formais de poder,  como aqueles ligados a sociedade civil.

Em outras palavras, o mau e o velho coronelismo , frase que citei no depoimento “O  FASC  em minha vida”, não está dirigida apenas aos velhos e novos coronéis que dominam o aparelho estatal, mas diz respeito a vigilância e correção das nossas atitudes que simbolicamente expressam os valores que critiquei acima.

Sabemos que não é fácil, pois como disse o apóstolo Paulo: “As pessoas, muita das vezes não fazem o bem que quer, mas fazem o mal que não quer”.

Mas tentemos fazer, ousar e experimentar outra história, considerando o que disse Guimarães Rosa: “ O que Deus quer é a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre e amar, no meio da tristeza. Todo caminho da gente é resvaloso. Mas cair não prejudica demais. A gente levanta, a gente sobe, a gente volta”.

Zezito de Oliveira
30 de maio de 2011

domingo, 29 de maio de 2011


Situações engraçadas e outras nem tanto do dia de mobilização PRÓ-FASC.

Quando cheguei em São Cristóvão, para participar do ato público PRÓ-FASC do dia 28 de maio de 2011, a primeira coisa que encontrei foi um caminhão entalado e enrolado em um buraco numa curva estreita, bem próximo a ponte sobre o Rio Paramopama (está correto??).

Depois me dirigi ao sanitário público da rodoviária. Uma coisa horrível!!!

Seguindo, logo após a linha do trem me deparo com uns buracos e antes de adentrar a Praça São Francisco me lembrei de quanto a administração municipal precisa investir para que a cidade suporte a quantidade de pessoas que virão por conta do FASC. Imagine o caos que deve ser, quando acontece a festa de Nosso Senhor dos Passos,uma festa religiosa das mais concorridas na cidade.

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A presença do Seu Jorge do grupo União me deixou comovido pela idade e disposição de como entrou no cortejo/caminhada PRÓ-FASC.
Li certa vez uma crônica do monge beneditino Marcelo Barros em que ele disse guardar como uma das lembranças mais fortes de sua vida,   dom Hélder Câmara dançando frevo com algumas  crianças, e o que mais lhe chamou foi a idade, dom Hélder nesta ocasião, contava com mais de 80 anos.
Para seu Jorge e outros baluartes da resistência cultural em São Cristóvão, a comissão PRÓ-FASC pretende realizar uma homenagem nos próximos meses.
A homenagem será uma demonstração do carinho e gratidão da juventude e dos adultos que compõe o movimento PRÓ-FASC.  
Como disse o cantor Taiguara “E que o passado abra o presente pra o futuro, que não dormiu e preparou o AMANHECER”.
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E já que falamos em presente, um dos gritos de guerra que utilizamos foi “ACOOOORDA SÂO CRISTÓVÃO”.
Depois me lembrei de um verso de Drummond, musicado por Milton Nascimento “Eu preparo uma canção para acordar os homens e adormecer as crianças.”
Tomara que o movimento PRÓ-FASC esteja contribuíndo para isso. Quanto as crianças,  o que queremos com a volta do FASC é que elas tenham contato com outras músicas, outros ritmos, outras imagens, outras palavras, não apenas durante os três dias do evento FASC, mas durante todo o ano, por meio de oficinas, cursos, palestras e acesso a espetáculos tanto em São Cristóvão como em Aracaju.
Como dizíamos nos meus tempos de criança. Se assim for feito, "duvido  de-o-dó " que não surjam adultos mais belos, solidários, éticos, criativos e responsáveis.
 
A recepção demonstada pelos habitantes da cidade ao Movimento PRÓ-FASC foi bastante positiva. Embora houve quem pensasse que o movimento é uma “jogada politica/eleitoral” do prefeito. Também ouvimos que as ruas esburacadas e outras questões da infra-estrutura deve ser prioridade.

A nossa resposta é que uma coisa não exclui a outra e quem alternou a fala no carro de som, colocou muito bem a cultura, a história e a natureza como saída para gerar trabalho e renda para a população da cidade. A maior necessidade de São Cristóvão, dentre tantas. O retorno e a continuidade do FASC, traz enoooooorme contribuição neste sentido.

Quanto a participação da prefeitura,  o movimento PRÓ-FASC apenas comunicou a realização do ato público a secretária de cultura do município. 
E para demonstrar que estamos falando sério, quanto ao custeio das despesas,  tudo ficou por conta da antiga e recomendável “vaquinha”. Com isso, cobrimos os gastos  com o  carro de som, faixas e uma ou outra necessidade. A impressão dos 10 mil exemplares do manifesto foi cortesia da gráfica SERCORE. A filmagem e fotografias foi serviço voluntário, bem como a elaboração e distribuição do release.

Claro que se tivéssemos recorrido ao apoio dos poderes públicos, a praça estaria cheia. Ocorre que não é por aí, encher só para fazer número  é corroborar o que disse Zé Ramalho “Ôoooooo, vida de gado”.

Mais a frente,  poderemos realizar parcerias com a prefeitura, governo do estado e a união, mas estamos discutindo e faremos isso  com bastante cautela, afinal o  movimento PRÓ-FASC não quer ficar parecendo com cara de paraestatal, o que significa  sociedade civil por fora e estatal por dentro.

Quanto a participação de funcionários públicos, seja do âmbito municipal, estadual ou federal não há preconceito ou discriminação por parte  do movimento, mesmo com aqueles que tem cargos comissionados. 

Como  o  movimento engloba pessoas dessas três esferas (município, estado e união) fica garantindo o equilíbrio institucional/político e, ademais, não dá para criar embaraços para as pessoas  exerceram a sua cidadania, pelo fato de estarem momentaneamente na condição de gestores públicos.

O que importa para nós é “ampliar e unir o cordão, porque é hora de transformar o que não dá mais, sozinho, isolado, ninguém é capaz(..) Deus está chamando a gente pra um momento novo. Por isso entra na roda com a gente, você é muito importante!!” (versos da canção momento novo, muito cantada pelos cristãos das comunidades de base, pastorais sociais e movimento ecumênico das igrejas cristãs).

Uma agitadora cultural de São Cristóvão chegou para nós e disse “Ih! Mas como tem pouca gente” a resposta que disse, foi “ nem  você , nem eu e nem a cantora Amorosa que estava ao nosso lado naquele momento, somos pouco gente". Se  Marina Lima cantou;  “a gente faz um país”, porque não podemos (re) fazer uma cidade.
E por falar em cidade, o movimento PRÓ-FASC é necessário para resgatar a auto-estima dos habitantes e mostrar pra todo o mundo que o noticiário negativo da cidade por conta dos problemas relativos  à política, a administração  e a criminalidade e que perduram por quase duas décadas, é uma parte e que a cidade e seus habitantes são bem mais que isso.

“Eu sou bem mais” é uma das minhas canções preferidas e é da autoria do Zé Vicente, um artista, místico, educador e produtor cultural lá das bandas do Ceará. 

As suas músicas são bastantes cantadas  em celebrações ligadas as comunidades de base, pastorais sociais e movimento ecumênico e seus CDs são produzidos e comercializados pelas Paulinas.

Outras boas pedidas para a programação do FASC, são: Tom Zé, Vanessa da Mata, Chico César, Vital Farias, Coco do bongá, banda Moxotó, Lia de Itamaracá, Roberta Sá, Audry da Pedra Azul entre outros.

Daqui,  temos Amorosa, Patricia Polayne, Joésia Ramos, The Baggios, Paulo Lobo, Alapada, Naurêa, Maria Scombona, Ferraro Trio, Reação, Raquel Delmonds, Samba de Moça Só, Mosquito, Casaca de Couro e etc.
Taí uma forma de começarmos a construir um novo FASC mais democrático e participativo, ao invés do pacote pronto dos FASC antigos, incorporar sugestões de nomes de artistas e grupos para apresentação, devendo a comissão oficial do festival decidir pela escolha final, com base em critérios também discutidos com a sociedade.

Será que a democracia em Sergipe Del Rey já está avançada a este ponto? Ou é demais para as nossas tradições?

As sugestões acima se devem ao cansaço que estamos percebendo na repetição de alguns artistas por anos a fio, na grade de programação do festival de verão,  forrocaju e etc.

Zezito de Oliveira
educador e produtor cultural

O FASC (Festival de Arte de São Cristovão), jamais dveria ter sofrido solução de continuidade

O FASC (Festival de Arte de São Cristovão), jamais dveria ter sofrido solução de continuidade. Foi, enquanto durou, um dos maiores encontros de arte e cultura do nordeste brasileiro. Participei de 03 festivais na categoria arte musical, cantando ao lado do saudoso Hilton Lopes, e tocando/cantando com o grupo Repente. Torço pelo retorno do Festival, neste momento em que a juventude necessita rever valores, e nada melhor do que a arte, para servir de instrumento neste sentido. Sucesso ao pessoal da comissão pró-FASC. Um abraço!
Antônio Vieira 



FOTOS DA CAMINHADA PRÓ-FASC


saída da praça São Francisco



descendo a ladeira (Ivo Adnil - preisdente do sindicato dos artistas e técnicos em diversões e espetáculos)


coletando assinaturas
 banda de pifáno na cortejo (feira) - final


A música que marcou  o inicio do dia de mobilização PRÓ-FASC.

Eu acredito é na rapaziada 
Gonzaguinha

Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou à luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada
Aquele que sabe que é negro
o coro da gente
E segura a batida da vida o ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco de um jogo tão duro
E apesar dos pesares ainda se orgulha de ser brasileiro
Aquele que sai da batalha
Entra no botequim, pede uma cerva gelada
E agita na mesa logo uma batucada
Aquele que manda o pagode
E sacode a poeira suada da luta e faz a brincadeira
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí...

Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou á luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada

Aquele que sabe que é negro
o coro da gente
E segura a batida da vida o ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco de um jogo tão duro
E apesar dos pesares ainda se orgulha de ser brasileiro
Aquele que sai da batalha
Entra no botequim, pede uma cerva gelada
E agita na mesa logo uma batucada
Aquele que manda o pagode
E sacode a poeira suada da luta e faz a brincadeira
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí...

Eu acredito é na rapaziada

veja/ouça um clip dessa música, aqui/
O FASC NA WEB

Festival de Arte de São Cristovão


O FASC foi um movimento ou evento idealizado por alunos e professores da UFS com o objetivo de resgatar a cultura, música, teatro, pintura a arte em si e levando esse festival para vida de cada pessoa. Com grandes colaboradores como políticos e empresários, o FASC é sinônimo de muita felicidade e conquista para muitos.


O festival de artes de São Cristóvão FASC, nasceu em 1972, a partir de uma iniciativa da UFS - Universidade Federal de Sergipe, que visava comemorar o sesquicentenário da independência do Brasil, o reitor da Universidade Federal de Sergipe João Cardoso do Nascimento Junior, criou uma Comissão especial, sob a presidência de Albertina Brasil Santos­, então primeira diretora do CECAC – Centro de extensão cultural e atuação comunitária. Na época, João Cardoso estava concluindo o seu mandato.

O Vice-Reitor Luiz Bispo, assumira o cargo de Reitor, nomeado pelo Presidente Médici, uma vez que fora incluído na lista de sêxtupla votada pelo CONEP – Conselho do Ensino e da Pesquisa e CONSU – Conselho Universitário, conjuntamente.

Inspirada numa idéia da poetisa Núbia Marques, a comissão propôs ao Magnífico Reitor a realização do I FESTIVAL DE ARTE DE SÃO CRISTOVÃO.

O que ninguém imaginou foi o tamanho do sucesso que o festival conseguiu alcançar, repetindo-se anualmente durante os últimos 35 anos.

São Cristóvão um lugar que respira arte e cultura só podia ser o cenário de um evento de tanta magnitude. Durante 35 anos, o FASC foi a única forma que os jovens da época se encontraram de expressar-se artisticamente e culturalmente.

Através dele, Sergipe foi inserido no calendário cultural nacional, proporcionando o intercambio direto entre a UFS.
No dia 1º de setembro, o primeiro dia da semana da Pátria do ano do sesquicentenário da independência política do Brasil. O dia escolhido para a abertura do 1º Festival de Arte de São Cristóvão, festival que se encerraria numa invulgar apoteose as comemorações programadas pela Universidade Federal de Sergipe, em homenagem ao centésimo qüinquagésimo aniversário de nossa independência política.

Ao lado do seu valor artístico-cultural o FASC que tem o grande mérito de unir todas as forças vivas do Estado: governantes e governados, docentes e discentes, indústria e comércio, músicos, poetas, escritores, artistas plásticos, cantores, bailarinos, folcloristas, compositores, jornalistas, políticos e apolíticos, organizações civis, militares, paramilitares e eclesiásticas, crentes e agnósticos, ricos e pobres. Uma luta pela, Arte, Cultura e Beleza.


O ponto culminante das atividades culturais da UFS está no FASC. Com sua política de Extensão a Universidade tem procurado ampliar o intercâmbio no âmbito nacional, colocando Sergipe em posição de destaque, como pólo irradiador de cultura.

Trata-se de um evento integrado, do qual constam apresentações de grupos das mais diferentes expressões artísticas e atividades paralelas, entre as quais se destacam: Núcleo de Arte – envolvendo a Família, a criança e o adolescente, feira de Livros, noites de autógrafos, feira de artesanato, oficina universitária.

O festival possui uma programação eclética, consegue atingir o publico de todas as faixas, não só de Sergipe, como de outros Estados.

Anualmente, todas as Universidades, oficiais e particulares, são convidadas a participar de promoção e muitas comparecem através de bolsistas de arte, professores e grupos artísticos.

E esse movimento se desenvolve durante 3 dia em praças, ruas, mercados, teatros, colégios, conventos, sobrados, museus e igrejas.

A página de civismo e democracia da historia do festival se coroa com a instalação do Poder Executivo na ex-capital, para um dia de despachos solenes do governador.

No dia 02 às 9 horas, chegava a São Cristóvão o governador Paulo Barreto de Meneses, acompanhado do Vice-Governador Adalberto Moura e do staff governamental.
O expediente foi despachado na sala do antigo Palácio Provincial. Na oportunidade foram aprovados importantes projetos apresentados nas diversas Pastas e setores da administração. Por sugestão do Secretário Extraordinário para Assuntos do Gabinete Civil, foi criada a ordem do Mérito Serigy.

Na Secretaria de Educação e noutros órgãos foram aprovados projetos cuja aplicação é superior a 100 milhões de Cruzeiros. 117 anos são passados e novamente as paredes do vetusto sobrado, onde em outra época funcionou como a Assembléia Provincial, voltou a obrigar uma reunião solene.

O fortalecimento da política de extensão universitária, especificamente no setor cultural, promovendo o desenvolvimento cultural da comunidade através de várias atividades, sem ferir seus valores, fortaleceu o vinculo de comunicação entre universidade e o povo, levar professores, técnicos, burocratas e estudantes tomarem contato com suas próprias raízes culturais estimular o surgimento de novos grupos artísticos e fortalecer os já existentes, mantendo o intercambio artístico e cultural entre as universidades e entidades culturais nos âmbito local, regional e nacional, dança, teatro, cinema, artes plásticas, folclore, etc.

É dentro desse espírito que o FASC existe, se desenvolve e procura sempre, apesar das terríveis dificuldades, se aprimorarem.

Como todo acontecimento, de vez em quando, precisa ser revisto, questionado e criticado, com serenidade e seriedade, a fim de que suas falhas sejam revisadas e o seu rumo corrigido, para que não se perca tempo, não se dilua ou se desvirtue.
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Referências:
Jornal da cidade 13 e 14/08/72 n°143; Jornal da cidade 27 e 28/08/72 n°153; Jornal da cidade 11/08/72 n°139; Jornal da cidade 31/08/72 n°155; Jornal da cidade 01/09/72 n° 156; Jornal da cidade 02/09/72 n°157; Jornal da cidade 03/09/72 n°158.

Fonte
http://historicossergipe.blogspot.com/2009/05/festival-de-arte-de-sao-cristovao.html


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33º Festival de Artes de São Cristóvão

Fonte: Maíra Ezequiel · Aracaju, SE
Desde 1972 abrigando um dos maiores e mais importantes eventos culturais do Estado de Sergipe, não é à toa que a histórica cidade de São Cristóvão é também conhecida como a capital sergipana da arte e da cultura. Principalmente entre as décadas de 70 e 80, o Festival de Artes de São Cristóvão teve um papel fundamental na consolidação do cenário artístico sergipano. Após alguns anos de enfraquecimento provocado por desvios políticos e ideológicos, a 33ª edição do FASC, que acontece nos dias 09, 10 e 11 de dezembro, promete retomar com força sua importância e abrangência de outrora, recolocando a pequena São Cristóvão no circuito dos grandes acontecimentos culturais do país.
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