sábado, 20 de julho de 2019

Boas noticias para quem precisa e merece. (1)

Cultura de base comunitária, economia solidária, educação popular, teologia da libertação e pensamento critico sobre o Brasil. 

Eis que os tempos tenebrosos ou cabulosos descritos por Renato Russo em suas canções chegaram,  aqui e aqui, não que estes tempos nunca tenham deixado de existir, porque trazendo uma aproximação com o conceito de multiverso, diversos tempos ou diversas  forma de viver no tempo convivem sincronicamente e disputam  a hegemonia sobre os demais. Viver no tempo, não apenas em termos materiais e concretos, mas também sob a forma de memórias, narrativas, imaginário e símbolos.

Daí que alguns tempos  ou formas de viver no tempo, predominam e até parece que não existem outros tempos ou outras maneiras de vivê-lo, mas existem.

Porém são tempos que escondidos, silenciados, amordaçados, parecem não existir ou nunca ter existido. Não a toa, o escritor Milan Kundera, afirmou "ser a luta da memória contra o poder,  a luta da memória contra o esquecimento."

Por isso, a produção de uma seção permanente no blog da Ação Cultural intitulado. Boas noticias para quem precisa e merece.

Considerando que os ventos principais não sopram boas noticias, mas tem uns ventos, uns ventinhos que trazem noticias boas, noticias edificantes, noticias inspiradores, noticias que alimentam a chama de outros mundos possíveis. Noticias que podem nos tirar do estado de  espanto desmobilizador, da tristeza e da impotência, na perda de perspectiva para viver guiado pela utopia, como na descrição de  Eduardo Galeano, 

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”

O que significa a  busca da construção daquilo que Paulo Freire chama de inédito viável.


Façamos então com as boas noticias, como fazem os galos com seus cantos, os quais apresentados poeticamente por João Cabral de Melo pegam os cantos de outros para retransmiti-los  além, até que chegam a todos os rincões da terra. 


"Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos."









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Na semana de 8 a 13 de julho, aconteceu no Colégio Santo Tomás de Aquino, bairro de Fátima em Fortaleza a 19ª Edição do Curso de Verão na Terra do Sol, que segundo a Carta de compromisso buscou  “abrir e aprofundar caminhos de volta às práticas originárias da vida em comum, preconizada pelo Evangelho, fundadas na partilha, na solidariedade, no esperançar, na amorosidade e na busca da justiça”, ainda segundo a carta “Foi um tempo de imersão reflexiva, trabalhando a temática: “Caminho de volta: O trabalho de base, na construção da autonomia e emancipação das pessoas e das comunidades”, com a inspiração bíblica, anunciada em 2Pd 3,13: “Nós esperamos novos céus e nova terra, onde habitará a justiça”.”
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Zezito de Oliveira - educador, agente/produtor/assessor de iniciativas culturais de base comunitária e blogueiro
Músicas , arte de Salvador Dali  e texto biblico sobre o tempo . Veja/Assista/Ouça

2 comentários:

Pernambuco e o Mundo - Lailton Araújo disse...

Belo "post" Zezito de Oliveira... O caminho é este. Parabéns. Abraços.

Zezito de Oliveira disse...

Grato querido. Tamo junto!!!!