quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Espetáculo - "Gonzagão a Lenda" em Aracaju. De 31 a 02/02/2014

 

26/10/2012 - 04h37
Folha de São Paulo

Musical de João Falcão representa os traços míticos do rei do baião

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO
Quando a lenda se torna fato, encena-se a lenda. Esse foi o método que o diretor João Falcão adotou para falar de Luiz Gonzaga em seu novo musical, em cartaz no Rio. 
 Diferentemente do filme de Breno Silveira, "Gonzagão - A Lenda" não se preocupa com a precisão factual.
"Foi uma opção de estilo, não gosto de espetáculo que fica tentando fazer a pessoa conhecer a história, não é uma aula, eu queria fugir do documental", diz Falcão.
"Gonzaga é um mito no Nordeste, como Lampião. Eu achei interessante falar do Luiz com esse tom de fábula."

Leonardo Wen/Folhapress
O ator Marcelo Mimoso em ensaio do musical "Gonzagão - A Lenda"
O ator Marcelo Mimoso em ensaio do musical "Gonzagão - A Lenda"
A peça conta a história de uma trupe teatral que encena momentos da vida de Luiz Gonzaga, boa parte deles tirados dos causos que o próprio contava em seus shows.
São nove atores em cena (além de quatro músicos) e, assim como no filme que estreia hoje, há entre os protagonistas um forrozeiro profissional que nunca havia atuado: Marcelo Mimoso, 31.
"Eu nunca tinha nem ido ao teatro", diz o cantor, também taxista, que foi descoberto pelo diretor tocando na noite da Lapa carioca.

"Quando fiz o teste, eu disse para o João: 'Só não sou ator'. Ele me respondeu: 'Nego velho, não se preocupe, vai dar tudo certo'", diz o carioca, filho de paraibanos.
"Mimoso é o mais próximo da imagem que a gente tem do Gonzaga, do timbre, da construção. Ele tem forró dentro da alma", diz o diretor.
E se o forró está na alma da peça, como seria de se esperar, as canções de Gonzaga que são usadas para narrar a trama nem sempre aparecem nas versões mais conhecidas.
"Como não é um musical biográfico, eu tive liberdade de não precisar me ater a triângulo, zabumba e sanfona", diz o diretor musical Alexandre Elias, que começou na carreira em uma peça de Falcão sobre a outra lenda do ritmo, Jackson do Pandeiro.
Assim, "Assum Preto" vira uma peça para violoncelo e voz, como um "prelúdio de Bach", "Pouca Diferença" vem como jazz e "Roendo Unha" como drum 'n' bass. 



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