domingo, 17 de setembro de 2023

Camarada Victor Jara Presente!

 POR J. PATRICE MCSHERRY - TRADUÇÃO GERCYANE OLIVEIRA

O lendário cantor popular e militante socialista Victor Jara foi covardemente assassinado neste dia, em 1973, após 3 dias do golpe militar que derrubou o governo de Salvador Allende. Ele se tornou um mártir cultural e suas músicas embalaram as revoltas que estremeceram o Chile nos protestos recentes que estão desmontando o legado neoliberal de Pinochet.


Na rebelião social que tomou as ruas do Chile, canções ecoaram pelas ruas. E um dos hinos mais proeminentes das grandes massas que marcham no centro da cidade era o lendário cantor popular Víctor Jara, “El Derecho de Vivir en Paz” (“O Direito a Viver em Paz”). 

Num enorme manifestação de 23 de outubro de 2019, na Praça Itália de Santiago, milhares de pessoas bateram tachos e panelas em protesto enquanto cantavam espontaneamente a canção. No dia 25 de outubro, numa manifestação ainda maior de 1,2 milhões em Santiago, uma multidão de pessoas tocou e cantou a mesma canção num concerto organizado chamado “Mil Guitarras por Víctor Jara”. Num outro enorme espetáculo cultural no Parque O’Higgins no dia 27 de outubro, amados artistas nacionais, incluindo Illapu, cantaram a canção acompanhados pela multidão.

Porque é que a composição de Jara se tornou tão importante para os protestos de 2019?

https://jacobin.com.br/2021/09/camarada-victor-jara-presente/

Da memória. Victor Jara foi assassinado brutalmente em 16 de setembro de 1973. Ou memória para uso diário!!!


https://www.youtube.com/watch?v=IlUrJibtiTM


Num dia como hoje, 16 de setembro, há exatamente 50 anos, morria VICTOR JARA, músico e compositor chileno, abatido a tiros num dos vestiários do Estádio do Chile onde fora levado pelas forças militares golpistas do general Augusto Pinochet que haviam tomado o poder no dia 11 de setembro de 1973. Victor Jara estava sob a custódia do tenente Pedro Barrientos, que liderou as torturas e conspirou para assassinar Jara.

Filho de camponeses muito pobres, de origem indígena mapuche, Victor Jara foi desde sempre um menino interessado em aprender sobre os mistérios do mundo e da humanidade. Aluno esforçado e interessado, era também sempre gentil com os professores e colegas. Seu traço mais marcante era o sorriso. Victor tinha inúmeros e variados talentos. Escrevia bem, cantava, desenvolvia-se no campo das ciências naturais e sociais.

Encantado com o exemplo do carpinteiro de Nazaré, chegou a ser seminarista. Mas era também um libertário e não se prendeu às amarras do sacerdócio. Virou artista, comunicador, professor, teatrólogo e, sobretudo, músico, um dos expoentes da magnífica Nueva Canción Chilena. Adorava brincar e ensinar as crianças sobre solidariedade, diversidade e cooperação, levando ao povo a mensagem da democracia e do socialismo durante o governo do bondoso Salvador Allende.

Em 1973, durante o golpe militar, tentou de todas as maneiras mobilizar o povo, especialmente os jovens, para enfrentar o locaute dos caminhoneiros e os ataques das forças armadas à sede do governo. Acabou preso e levado do Estádio Chile, com outras inúmeras companheiras e companheiros. Com seu violão, liderava o coro das vozes da resistência, até que lhe destroçaram o instrumento. Depois, Jara continuou a cantar e a percutir as mãos nas pernas. E assim, com coronhadas, arrebentaram-lhe todos os dedos. O herói seguiu cantando e, segundo testemunhas, um soldado lhe passou a faca na língua. Persistente, Jara continuou a murmurar seu protesto. Então, o assassinaram com 44 tiros e atiraram seu corpo ao beco de uma favela de Santiago.

Vicor Jara tinha apenas 40 anos na ocasião. Sua História é contada no documentário "Massacre no Estádio" dirigido por Bent-Jorgen Perlmutt, disponível na Netflix. Alguns afirmam que morreu. Outros, no entanto, duvidam. No Cerro Santa Lucia, nas falésias de Antofagasta, nas minas de Chuquicamata, nos salares do límpido Atacama, se você apurar o ouvido, perceberá flutuando ao vento a voz do companheiro Victor Jara, a acalentar os filhos da esperança. A musicalidade de sua obra permanecerá viva no coração e na alma do povo chileno, expressão sonora de suas dores, esperanças e inquietações. Jara vive!!! 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 🖱️ Walter Falceta (adaptado)

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