Adolescentes usuários de drogas tiram sossego no Conjunto Jardim
Delegado afirma que tem em mãos mais de 30 investigações de atos infracionários cometidos por jovens usuários de drogas
• Só este ano, mais de 15 jovens infratores do Conjunto Jardim, em Nossa Senhora do Socorro, foram enviados para internação provisória. Esse número, no entanto, pode aumentar, já que o delegado da 7a Delegacia Metropolitana, Sérgio Ricardo, afirma que tem em mão mais de 30 investigações de atos infracionários envolvendo adolescentes.
Um dos casos mais recentes envolveu três menores, um deles com apenas 13 anos. "Eles se juntaram e deram uma facada nas costas de outro menino na porta da escola", afirma o delegado. O motivo da confusão, que poderia ter resultado em morte, foi o suposto envolvimento da vítima com a namorada de um dos acusados.
Além desse caso, recentemente, um jovem deapenas 17 anos, que tem noapelido a inicial J., ficou famoso na região por ter sido acusado de praticar três homicídios. Ele foi detido e enviado para internação provisória, mas já está de volta ao Conjunto Jardim. Com o retorno à comunidade, muitas acusações caíram sobre ele. No entanto, o delegado afirma que as pessoas estão criando um mito sobre esse adolescente.
"As acusações contra J. chegam até nós, mas quando apuramos, descobrimos que
não
havia ligação alguma com ele. O
problema aqui está generalizado.
Não existe só ele, há
vários menores que estão dando
um trabalho danado", afirma
Sérgio Ricardo.
Segundo o delegado, a droga é a principal razão para o número crescente de jovens envolvidos com atos infracionários
no Conjunto Jardim. "Eles
cometem pequenos furtos ou se
envolvem em casos mais graves por
causa da droga". Ele afirma que, alérn de usuários, os menores estão
|
servindo como "aviões" para os traficantes da região.
"Infelizmente, a nossa estrutura é precária para combater mais a fundo esse problema da droga. Estamos fazendo aquilo que está ao nosso alcance", enfatiza. Entre outras
coisas, Sérgio Ricardo
afirma que tem conseguido deter alguns dos jovens infratores e enviá-los para internação provisória pelo período de 45 dias. "Já tiramos muitos de circulação. Pelo menos durante esses 45 dias a comunidade se vê livre", completa.
DESTINO
A própria
comunidade do Conjunto
Jardim admite que o
problema do envolvimento dos
adolescentes com o mundo das
drogas é de difícil solução, pois a raiz do problema muitas vezes está dentro de casa. "J. mesmo não tinha para onde fugir. O pai foi morto e os irmãos, os tios estão todos
envolvidos com drogas. O destino dele não poderia ser
diferente", afirma um morador
que prefere não se identificar. Além de conviver num universo familiar contaminado, muitos jovens têm contato muito próximo com os entorpecentes dentro da própria escola. Professores e funcionários de uma unidade de ensino no Conjunto Jardim relatam que é comum flagrar jovens usando drogas nos banheiros e na quadra de esportes. Diante dessa(dura realidade, os educadores se vêem assustados e de mãos atadas.
"Infelizmente, não podemos
fazer nada, pois não há uma
política eficiente para lidar
com esse problema. Esses
menores são vítimas de anos
de abandono e frutos da falta
de uma ação governamental
conjunta e mais efetiva, que
envolva diversas frentes. Eles
ficam aqui esquecidos e só são
percebidos quando fazem isso,
a exemplo de J.", declara um
professor que também não quis
revelar o nome. •
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política eficiente para lidar
com esse problema. Esses
menores são vítimas de anos
de abandono e frutos da falta
de uma ação governamental
conjunta e mais efetiva, que
envolva diversas frentes. Eles
ficam aqui esquecidos e só são
percebidos quando fazem isso,
a exemplo de J.", declara um
professor que também não quis
revelar o nome. •
Leia também:
MPE cobra do Município de Aracaju políticas públicas referente ao uso de drogas junto a crianças e adolescentes. Fonte: Clipping Recriando Caminhos.
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Ação Civil Pública é ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) no intuito de compelir o município de Aracaju a implementar políticas pú...
Ação Civil Pública é ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) no intuito de compelir o município de Aracaju a implementar políticas pú...
blicas específicas e eficientes voltadas à prevenção e tratamento de drogadição junto a crianças e adolescentes. “Diante de tal realidade, resta evidente o descaso do Poder Público Municipal, que deveria viabilizar, prioritariamente, na sua linha orçamentária, uma política de atendimento à saúde integral dessas crianças e adolescentes em situação de risco pessoal, familiar e social”, pontuou a promotora de Justiça Maria Rita Machado Figueiredo, ressaltando a ausência de políticas públicas em Aracaju. O MPE requer que o município instale e mantenha os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS AD III) destinados ao atendimento específico a crianças e adolescentes na proporção de um para cada 200 mil habitantes. A Ação também visa instalação de Unidades de Acolhimento Infanto Juvenil e mais uma Unidade de Saúde Básica inserida no Hospital São José para atender crianças e adolescentes com transtornos mentais decorrentes do uso de drogas. O MP requer também implantação de Centro de Convivência com políticas integradas de Saúde, Educação e Assistência Social, com oficinas de arte, cultura e esporte para gerar inclusão de parentes e familiares. Visa-se também inclusão produtiva de adolescentes a partir de 14 anos com formação e qualificação para o trabalho e um programa de apoio integrado. O Município de Aracaju deverá incluir no orçamento público de 2014 e anos seguintes valores capazes de garantir atendimento e tratamento adequado a crianças e adolescentes residentes na capital e também realizar campanhas publicitárias sobre a prevenção ao uso de drogas.
(Jornal do Dia, p. Cidades 08; Jornal da Cidade, p. Cidades B4; Jornal Correio de Sergipe, p. Geral A5 – 26/09)
.(Jornal do Dia, p. Cidades 08; Jornal da Cidade, p. Cidades B4; Jornal Correio de Sergipe, p. Geral A5 – 26/09)
IMPORTANTE QUE ESTA AÇÃO DO MPE SEJA EXTENDIDA TAMBÉM AOS MUNICIPIOS DE SÃO CRISTÓVÃO, SOCORRO E BARRA DOS COQUEIROS
Alunos do Colégio Estadual Albano Franco são apresentados ao projeto Escolas Promotoras da Paz.
Leia mais, AQUI
Escolas Promotoras da Paz. Uma iniciativas necessária, porém, é preciso mais, muito mais. Mais Educação, Mais Cultura, Mais Tecnologia nas Escolas, Mais Esporte e em especial, mais protagonismo dos próprios jovens, inclusive como mediadores de rodas de conversa, no lugar das tradicionais palestras, em ações de educomunicação e atividades culturais e esportivas.
Um bom local para pesquisar sobre isso é o site do jornal Mundo Jovem, editado pela PUC/RS.
AQUI
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