https://www.youtube.com/watch?v=O0TL159ErRw
Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Música Um índio de Caetano Veloso
Imagem: Ricardo Stuckert
"HOJE 19 DE ABRIL, POR FAVOR NÃO COMEMORE O "DIA DO ÍNDIO!!!".
A modificação etimológica já foi feita pelo Senado Federal em 2021 à pedido da Deputada Federal Joenia Wapichana, para "Dia dos povos indígenas do Brasil", uma luta de nossos parentes que por muitas décadas criticava a alcunha de serem nomeados geneticamente de "índios". Apelido dado por Américo Vespucio quando achou está nas Índias.
Pense nos povos indígenas, na diversidade das nações originárias dessa Terra Pindorama chamada Brasil. Chame indígenas aldeados ou não aldeados para falarem de suas lutas atuais, de suas reivindicações sociais, políticas, de saúde e educação. Traga professores indígenas, ou pesquisadores sérios que tratam de documentos históricos resgatados do apagamento e silenciamentos seculares, mas não faça isso apenas nesta data. Busque tornar isso uma prática constante desse descobrimento pluricultural ainda imerso num analfabetismo.
Ser indígena não é folclore, não é um mito genérico perdido na mata. São etnias, idiomas, múltiplas culturas e diferentes modos de ser, de sentir, de hábitos e costumes, artísticos e sagrados, que devem ser respeitados e reconhecidos como patrimônios próprios de cada povo.
Por isso, o olhar para os povos indígenas deve ser ampliado e reflexivo, para evitar a manutenção dos esteriótipos coloniais e racistas que ofendem e desvalorizam a diversidade humana, antropológica e espiritual povos que há mais de 522 anos sofrem perseguiçoes e usurpaçoes de seus direitos humanos e de seus corpos e territórios.
Busque também seguir as redes sociais de articulação nacional dos povos indígenas, como a @apiboficial, a @apoinme_brasil, a @coiabamazonia, a @anmigaorg, que são entidades sérias na luta contemporânea dos indígenas do Brasil.
Aûîébeté 🙌🏾
Gratidão pela escuta e atenção.
@evapotiguara
#visibilidadeindigena
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#evapotiguar
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