segunda-feira, 30 de maio de 2022

O CASO GENIVALDO DE UMBAÚBA E O CRISTOFASCISMO NA IGREJA DE ARACAJU.


 O meu primeiro susto com o cristofascimos na  igreja católica em Aracaju  aconteceu por acaso. Fui convidado para focalizar uma roda de danças circulares dos povos, por irmâos "semprejocistas". Senhores e Senhoras que um dia foram da Juventude Operária Católica (JOC), uma das fontes do que viria chamar depois Teologia da Libertação, CEBs e afins.

Assim começamos as rodas de danças, mas uma das responsáveis pelo local onde estava sendo realizado o evento, fazia parte de uma comunidade de leigos consagrados com caracteristicas que lembra o catolicismo bolsonarista, isso se deu por conta da censura  ao nosso trabalho com rodas de danças.. Percebia-se também pelo estilo de roupa, de linguagem, da noção de pecado e etc..

Mas com negociação pudemos realizar o nosso baile animado em uma noite de sábado.

Mas sem sair antes de ouvir um verdadeiro sermão para que nos "convertessemos" , finalizando com a oração da ave maria...

E voltando para casa, conversando com Irene, também focalizadora de danças circulares e que me acompanhava naquele dia, disse: Quem colocou esse jabuti para tomar conta de uma casa tão agradável, na beira do rio, cercada de verde e que foi construida pelo querido Padre Luis Lemper, com recursos da cooperação católica internacional? (1)

Considerando que Jabuti não sobe em árvore....

Isso tem uns cinco ou seis anos....

O segundo susto foi esse, no dia de hoje (30/05/2022):

Um dos policiais que assassinaram o Genivaldo, em Umbaúba, é um católico fervoroso. Frequenta cotidianamente a Igreja Católica São José, em Aracaju. Esse policial que participou do assassinato do Genivaldo é do coral da Igreja São José e contribui direto nas atividades litúrgicas da paróquia.

É preciso repensar esse cristianismo apenas de cantoria e louvor, que não respeita o direito a vida e que cultua um Jesus que não é o descrito nos Evangelhos.

Zezito de Oliveira

Educador e Agente Cultural

(1) A pergunta fica em aberto quem puder/quiser colaborar pode escrever para zezitodeoliveira@gmail.com ou colocar a resposta abaixo.

a) o nome da comunidade de leigos consagrados que estava na época e que ainda pode  estar responsável pelo local. A primeira comunidade de leigos responsável que ficou responsável pelo local, é de orientação jesuítica e bastante ligada ao saudoso Padre Luis Lemper, já falecido.  Deixou de ser a responsável pelo local com a morte do Bom Pastor citado. 

b) Quem sugeriu a aceitação dessa comunidade ao arcebispo de Aracaju de então, Dom José Palmeira Lessa?  Dom Henrique, já falecido, era o bispo auxiliar na época. 


Procissão da padroeira de Aracaju  Nossa Senhora da Conceição. Em destaque, de branco, Pe. Marcelo Conceição.

 A VIOLÊNCIA
Pe. José Lima Santana 
Paróquia Santa Dulce dos Pobres – Aruana - Aracaju

A violência grassa pelo País afora. De um lado, a violência dos bandidos contra a sociedade em geral, e, em particular, contra as forças de segurança pública, que se mostra mais efetiva em determinadas partes do País; do outro lado, a violência das forças policiais contra os cidadãos. Aos dois tipos de violência soma-se a violência ocasional, provindas de situações do dia a dia, incluindo a famigerada violência contra a mulher, gerando feminicídios, e a inegável crescente violência contra pessoas negras. 
A sociedade brasileira tem assistido a toda essa violência de boca fechada, na maioria das vezes. Somos meros espectadores. Apenas assistimos aos espetáculos. Até quando?
No início da semana, mais uma chacina no Rio de Janeiro, promovida pelas forças policiais. Há, nos últimos tempos, uma louvação à repressão violenta por parte de autoridades insanas e de seus apaniguados, policiais ou não.
Na quarta-feira, em Umbaúba, como o mundo inteiro já sabe, um cidadão foi trucidado pela inépcia ou pela banalidade do mal, para citar a filósofa Hanna Arendt, de alguns policiais rodoviários federais. Uma fatalidade? Sim, mas não uma fatalidade inevitável. Despreparo, destempero, arrogância, prepotência, sabe-as mais o quê. 
A verdade foi que um cidadão, pai de família, com problemas de saúde, foi arrancado da vida, de sua família e da sociedade, que clamam que JUSTIÇA.
A Instituição Polícia Rodoviária Federal não deve ser confundida com a ação bárbara de seus agentes. Afinal, uns não devem contaminar a todos. Todavia, a partir da própria PRF, o que se deve esperar é JUSTIÇA, através dos meios legais para tal.
JUSTIÇA por Genivaldo. JUSTIÇA pela sociedade. Chega de violência! Basta de impunidade!
Ah, o Boletim de Ocorrência registrado pelos agentes da PRF e a nota inicialmente emitida pela chefia dos mesmos são, simplesmente, VERGONHOSOS!!! A Instituição PRF, de tantos bons serviços prestados aos brasileiros, deve passar ao largo disso. Que não se deixe contaminar. 
Por fim, cabe à Igreja, inserida na sociedade, velar pela preservação da vida em todos os seus contextos. Foi o que JESUS fez. É o que ELE faria.
 

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