Excelente e imperdivel Live.. Guardem bem o nome do entrevistado e do livro que está sendo lançado . Penso ser importante para discussão em grupo, pós live e/ou pós leitura do livro.. Havendo interesse em marcar conversas virtuais , preferencialmente, ou presenciais, com a presença deste que escreve é só marcar... Pode ser a dois ou em pequenos grupos...
https://www.youtube.com/watch?v=8byPwA-Poc8
Vale também retomar uma prática muito comum nos anos 1980 até meados de 1990, a Análise de Conjuntura. Parabéns ao CEBI-SE que está organizando momentos assim dentro das escolas biblicas de final de semana, promovidas trimestralmente...
A fala do Professor Marcos Nobre está em sintonia com as palavras recorrentes do Professor Romero Venâncio.
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UMA REFLEXÃO NA INCERTEZA. NOTINHA
Não tem nada de extraordinário o que veio pensando sobre a conjuntura política atual em sua velocidade e confusão... Vai além do debate interno partidário e reconhecendo uma crise econômica violenta e que atinge direto os mais pobres. Mas a crise econômica não tá só. Vem com uma crise política terrível em que a confusão ideológica e a “paralisia” de mobilizações populares tem sido o horizonte. Nem Lula e nem Bolsonaro tocaram ainda no “coração do povo”. Lula chama mais a atenção nas ruas, óbvio. Vivemos num compasso de espera. Do que, não sei... Ainda.
Neste mês de julho começo a pensar numa coisa: no campo dessa capenga democracia, tudo indica que o Lula ganha a eleição (no primeiro ou segundo turno). A formalidade frágil dessa democracia brasileira favorece a Lula por tudo de ruim e desastroso que fez Bolsonaro e sua turma. Isto é fato, independente de ser petista ou não. Não sou petista. Mas sinto que temos que reconhecer este fato. Então: Bolsonaro vai “jogar parado”? o bolsonarismo raiz que ainda tem força e alguma mobilização nas redes, ficará na expectativa das eleições? Essa gente já percebeu o “estado de risco eleitoral”.
Atentemos para o simbolismo dos acontecimentos no “Capitólio” dos EUA tempos atrás... Olhemos o número de armas vendidas nos últimos quatro anos. O the Intercept Brasil tem dados seguros sobre as vendas de armas e o recorte de classe. Olhemos os recados abertos e irônicos da família Bolsonaro nas redes... Pensemos nas mobilizações milicianas na surdina da vida nacional a partir do Rio de Janeiro...
Na ditadura de 1964 foi gestado uma coisa ainda pouco estudado por intelectuais brasileiros que foi uma espécie de “cultura do terror”. Espalha-se o medo e se beneficia dele. Para que os “comunistas” não cheguem ao poder, vale tudo... A “cultura do terror” tem sempre origem nas figuras cavernosas da extrema direita (as viúvas de Sílvio Frota e cia). Mas uma coisa eles sabem fazer: insuflar e alimentar as “patologias populares”. Por exemplo, instigar um louco desses ai a alguma atitude radical. Entendemos, né? O que vejo e sinto é tem algo de ruim no ar... O sentimento de que o jogo democrático por si, só, não resolve as coisas neste momento triste. Esse “espírito militarista e beligerante” do bolsonarismo ainda não jogou todo o seu jogo. Não destilou todo o seu veneno no tecido social. Ainda tem fôlego.
Por fim, penso que as esquerdas (pelo menos, a que faço parte) tem que se preocupar (também, mas não só) com uma estratégia para além das eleições imediatas (que são importantíssimas neste ano!). Estratégias que envolve segurança, cultura anti-terror, percepção dos sinais das redes sociais e o roteiro das armas de fogo e seu recorte de classe. E ainda acrescento observarmos algumas movimentações nos “quarteis” das forças armadas federais e polícias militares estaduais. O nível de desqualificação das forças armadas no Brasil atual é visível e assustador. Mas não são desprezíveis numa conjuntura destas em que estamos enfiados.
Romero Venâncio (UFS)
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