sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Menos Brasil para menos brasileiros.. Como passamos de mais para menos em tão pouco tempo?

 O melhor do Brasil é o brasileiro e o melhor do brasileiro é a sua cultura.

Na era Lula/Dilma esse slogan foi criado ou redescoberto, não sei dizer ao certo.

Mas, eis que veio a força, a econômica, apoiada na mídia, em setores do judiciário e do legislativo, nas forças armadas e o mal que a força sempre faz, aqui lembrando Belchior. 

https://www.youtube.com/watch?v=hsk0I73RcsY


E assim, chegamos ao atual governo genocida. 

E essa força é uma parte menor do Brasil, menor em tamanho e menor em humanidade,  mas com poder de exercer a enorme  exploração e dominação  que tem  sobre a maior parte do Brasil, sobre a melhor parte, inclusive por meio da  escravização mental exercida através dos meios de comunicação, dos sistemas de ensino e das igrejas, em que pese uma parte destas,  fazerem  parte do esforço de libertação mental realizado país a fora, além dos enormes esforços dos professores, desde o ensino básico até as universidades, assim como da parte de  jornalistas progressistas, a grande maioria atualmente buscando sobreviver, através de  blogs e canais independentes com relação ao poderio econômico dos grandes conglomerados empresariais.

Darcy Ribeiro resume essa questão ou nó górdio do Brasil nos seguintes termos:

 “O maior e único problema do Brasil são as suas elites: apátridas, parasitárias, vivem de vender o patrimônio nacional e manter o povo escravizado, ignorante, feito gado.”

Por isso,  em tempos de um governo que busca fazer de tudo para diminuir a  nossa auto estima ou nosso amor próprio, como sempre buscou-se fazer desde antes da Era Lula e Dilma, sempre é bom fazermos algumas perguntas quando lermos sobre o brasileiro ser isso ou àquilo, sempre nivelado por baixo e generalizando com maus exemplos, comportamentos inadequados, posturas canalhas ou sórdidas, semelhante ao que fala e age Bolsonaro e seu bonde.

O que ouvimos dizer, para nos convencer, entre  outras expressões depreciativas, "O brasileiro é egoísta", "O brasileiro é corrupto", "O brasileiro fura fila", porém como já argumentamos acima, Qual brasileiro? O "brasileiro" único  existe?

Não, o brasileiro não é único, é plural.   O que faz predominar o melhor ou o pior, são as escolhas politicas, escolhas que aparentemente é realizada livremente  pela maioria, mas que na verdade são induzidas com muito dinheiro e muita manipulação.

E quem bem  resume  esse propósito  é Darcy Ribeiro quando afirma: “A educação no Brasil, não é uma crise, é um projeto.”

E para fazer a separação devemos começar primeiramente e principalmente pela classe social, sem descuidar secundariamente da influência geográfica e climática  que temos em um país de dimensões continentais, assim como as  características étnicas culturais das correntes migratórias que chegaram desde a colônia, a começar pelos negros escravizados e torturados, cujas marcas de violência estão bastantes visíveis em nosso cotidiano, e em especial escancarado para quem tiver olhos e ouvidos, nessa quadra histórica do pior governo da história republicana no Brasil.

E nos valendo mais uma vez  do grande e saudoso mestre Darcy Ribeiro:

"A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista. Ela é que incandesce, ainda hoje, em tanta autoridade brasileira predisposta a torturar, seviciar e machucar os pobres que lhes caem às mãos. Ela, porém, provocando crescente indignação nos dará forças, amanhã, para conter os possessos e criar aqui uma sociedade solidária.”

(Do livro “O povo brasileiro”, editora Companhia das Letras, 1995)

E quem não deixa Darcy Ribeiro mentir é Lemann, considerado o homem mais rico do Brasil, um dos  financiadores do golpe de 2016 e de candidaturas liberais "progressistas" e "ultraliberais  a cargos no parlamento e no executivo.


Em evento com banqueiros, o homem considerado pela revista Forbes como o mais rico do Brasil crê que os problemas econômicos vividos pela maioria dos brasileiros são algo positivo.

Mas a luta não pode parar, quem for artista, procure dar o seu melhor, como Belchior  e Gilberto Gil já citados, além de Alceu Valença,   citado abaixo, quem for intelectual e/ou professor, procure se inspirar em Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Florestan  Fernandes, Anisio Teixeira, Abdias do Nascimento e etc...
Os militares tem bons exemplos como Rondon, Marechal Lott, capitão Sérgio Macaco e etc...
Os padres tem bons exemplos, como Dom Hélder, Dom Távora, Dom Paulo Evaristo, Dom Pedro Casaldáliga e por aí vai.
O judiciário tem Sobral Pinto e etc...
Não podemos reduzir o Brasil e os brasileiros, ao tipo de gente que assumiu o comando da nação com  o golpe de 2016.
Zezito de Oliveira

E para animar a "tropa".....

Alceu Valença- Tomara (Letra) By: Vivi Amorim




Gilberto Gil, ex ministro da Cultura “O papel do Brasil é o papel da fraternidade universal"









Acrescentado em 05/02/2021, às 13:23
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O fantástico caso do país que tinha tudo para dar errado… E deu errado

O Brasil não tem um pinto pra dar água, mas festeja um idiota. Na nação construída sob a égide da escravidão e do servilismo, opta-se pela miséria. Para o povo forjado na inexistência de educação, escolhe-se a ignorância


Eu estava esparramado na rede
Jeca urbanóide de papo pro ar
Me bateu a pergunta, meio à esmo
Na verdade, o Brasil o que será?
O Brasil é o homem que tem sede
Ou quem vive da seca do sertão?
Ou será que o Brasil dos dois é o mesmo
O que vai é o que vem na contramão?
O Brasil é um caboclo sem dinheiro
Procurando o doutor nalgum lugar
Ou será o professor Darcy Ribeiro
Que fugiu do hospital pra se tratar
A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho
Ninguém precisa consertar
Se não der certo a gente se virar sozinho
Decerto então nada vai dar
A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho
Ninguém precisa consertar
Se não der certo a gente se virar sozinho
Decerto então nada vai dar
O Brasil é o que tem talher de prata
Ou aquele que só come com a mão?
Ou será que o Brasil é o que não come
O Brasil gordo na contradição?
O Brasil que bate tambor de lata
Ou que bate carteira na estação?
O Brasil é o lixo que consome
Ou tem nele o maná da criação?
Brasil Mauro Silva, Dunga e Zinho
Que é o Brasil zero a zero e campeão
Ou o Brasil que parou pelo caminho
Zico, Sócrates, Júnior e Falcão
A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho
Ninguém precisa consertar
Se não der certo a gente se virar sozinho
Decerto então nada vai dar
A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho
Ninguém precisa consertar
Se não der certo a gente se virar sozinho
Decerto então nada vai dar
O Brasil é uma foto do Betinho
Ou um vídeo da Favela Naval?
São os Trens da Alegria de Brasília
Ou os trens de subúrbio da Central?
Brasil-globo de Roberto Marinho?
Brasil-bairro: Garotos-Candeal?
Quem vê, do Vidigal, o mar e as ilhas
Ou quem das ilhas vê o Vidigal?
O Brasil encharcado, palafita?
Seco açude sangrado, chapadão?
Ou será que é uma Avenida Paulista?
Qual a cara da cara da nação?
Compositores: Celso Viafora / Vicente Moreira Barreto



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