Ontem, 04/11/2021, foi mais um dia de revisitação dos anos de 1980. O que se deu através de um encontro de confraternização com os petistas que construíram o partido nessa época. Revisitação que venho fazendo desde 2018, quando comecei a fazer pesquisas, leituras e entrevistas para a trilogia Livro AMABA/Projeto Reculturarte.
Tivemos a presença de gente que dedicou um bom tempo da sua vida ao partido, muitos até os dias de hoje. Gente que se afastou, gente que entrou depois. Gente que se aproximou antes, se afastou e agora retorna. Tivemos até duas refiliações. Edmilson Rodrigues, ex-presidente da CUT e Clóvis Barbosa, ex-presidente do TCE /SE.
No meu caso, frequentei a sede do PT ativamente de 1982 a 1985, depois fui me afastando gradativamente para me dedicar ao trabalho de base no bairro América. Provavelmente me filiei no ano de 1986, porém, já não era tão assíduo. E com o tempo fui me afastando por completo, mas não me filiei a nenhum outro partido, mesmo recebendo convites do PV, no final da década de 1980 e recentemente de companheiros do PSOL. Em virtude do tempo, a filiação ao PT deve ter caducado.
Os motivos para o meu afastamento do PT, foi principalmente o abandono da proposta de nucleação, porque sempre considerei os núcleos como fundamentais para o enraizamento e capilarização do partido junto as massas, as periferias.
Fosse assim, certamente o domínio dos corações e mentes de amplas parcelas da população pela indústria cultural, pelo neo-pentecostalismo e pelo tráfico de drogas não estaria tão intenso como agora.
E, se a festa foi bonita, se fiquei contente e coisa e tal, não gostaria que ficasse só nisso.
Até porque , a sequência dos depoimentos que se estenderam das 18 às 22 horas, deixa claro o quanto de histórias de vida, carregadas de sonhos rebeldes e generosidade revolucionária, precisam ser conhecidas e socializadas, em especial para as atuais e futuras gerações.
Diante disso, pode ser criado um fundo financeiro com a contribuição de parlamentares, filiados e simpatizantes afim de viabilizar a tomada de depoimentos dos militantes históricos ou da velha guarda.
A Fundação Perseu Abramo já fez isso em nível nacional, mas defendo que isso seja ampliado a partir dos estados e dos municípios, inclusive com suporte técnico e financeiro da Perseu Abramo.
Assista abaixo:
História Oral – PT 40 anos
A proposta é encontros com a geração de 1980 e 1990 também para reconstruir o futuro. Porque o neofascismo e o neoliberalismo, não nos roubam apenas o presente, mas o futuro também. E ainda querem reescrever o passado na perspectiva da classe dominante, como se não bastasse o que fizeram com a nossa história ao longo do tempo.
Concomitante a isso, pode se realizar encontros com as gerações mais novas e depois um grande seminário para alinhar as propostas.
Quem sabe o partido educador, proposto por Gramsci, Paulo Freire e tanta gente boa lá atrás não retorna. Afinal, os sonhos não podem ou nao deveriam envelhecer...
Quem concordar e desejar reforçar estas demandas junto as instâncias dirigentes e parlamentares do partido, é só marcar outros militantes e dirigentes do PT nas redes sociais com essa postagem.
Zezito de Oliveira
Clique aqui para assistir: https://www.facebook.com/SenadorRogerio/videos/565085271262024
O que foi feito da vida, o que foi feito do amor
Quisera encontrar aquele verso menino
Que escrevi há tantos anos atrás
Falo assim sem saudade, falo assim por saber
Se muito vale o já feito, mais vale o que será
Mas vale o que será
Falo assim sem tristeza, falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos que nós iremos crescer
Nós iremos crescer, outros outubros virão
Outras manhãs, plenas de sol e de luz
Alertem todos alarmas que o homem que eu era voltou
A tribo toda reunida, ração dividida ao sol
E nossa Vera Cruz, quando o descanso era luta pelo pão
E aventura sem par
Quando o cansaço era rio e rio qualquer dava pé
E a cabeça rolava num gira-girar de amor
E até mesmo a fé não era cega nem nada
Era só nuvem no céu e raiz
Hoje essa vida só cabe na palma da minha paixão
Devera nunca se acabe, abelha fazendo o seu mel
No pranto que criei, nem vá dormir como pedra e esquecer
O que foi feito de nós
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