No começo dos anos de 1980 vivíamos momentos de "embriaguês" civica no Brasil, em razão da decadência da ditadura civil-militar que usurpou o poder em 1964, o qual em 1985 novamente passaria a ser ocupado por civis democratas, alguns, "pero no mucho".
Em que pese, a manutenção de uma série de dispositivos legais e infralegais, que mantiveram a presença de militares brasileiros como uma espécie de sombra reacionária pairando sobre a nação, e que desde 2018 resolve nos assombrar novamente, na verdade um pouco antes, desde a interdição de Lula como candidato a presidente a partir da prisão, sem provas críveis...
Nos últimos anos da décade de 1970 e inicio da década de 1980, me recordo das campanhas pela anistia, em especial das pichações nas ruas do centro e da zona sul do Rio de Janeiro, uma memória forte foram aquelas que manifestavam clamor pela necessidade de retorno ao país de Brizola, Arrraes e Julião...
Também tive acesso a debates sobre a assembleia constituinte no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) , ao ato ecumênico contra a expulsão dos padres franceses que atuavam no Araguaia, realizado no Instituto Bennet, no bairro de Botafogo, e ligado aos metodistas. As pecas de teatro e filmes com a censura suspensa em decorrência da chamada Abertura. Assistia quando possível, a um programa com este nome, e que contava com a participação genial do cineasta Gláuber Rocha. Assisti aos antes censurados Rasga Coração, peça teatral de Oduvaldo Viana Filho e o filme Novecento de Bernardo Bertolucci, assim como os shows Primeiro de Maio, inclusive o que teve a bomba explodida por militares da chamada linha dura, o que poderia acarretar perda de milhares de vidas, inclusive a deste que escreve...
Tudo isso com o substrato politico e cultural do querido Jornal do Brasil (JB) e suas emissoras AM e FM, além dos jornais da imprensa alternativa e independente. Local onde os eventos acima eram divulgados,e, em alguns casos cobertos com boas reportagens e/ou entrevistas...
Para ouvir a RÁDIO WEB JB AM, clique AQUI
Tem isso e um pouco mais no livro lançado recentemente de minha autoria...
ÍNDICE DOS CAPÍTULOS DO LIVRO AMABA: O esquecido circulo de cultura da Aracaju dos anos de 1980 e algumas fotos que constarão.
"Professora, nos anos de 1980 valia a pena ler diversos jornais, inclusive o liberal JB porque este era assumidamente assim, mas abria espaços para o pensamento progressista e de esquerda e não tratava a noticia como panfleto politico e nem seus leitores como idiotas... Além do mais, havia vários jornais da imprensa alternativa ou independente, para contrapor ou para contrabalançar..."
Respondi a ela quando a professora disse que deveriámos nos abrir a leitura de diversos pontos de vista, não apenas o da Carta Capital. Importante lembrar que no ano de 2015 estavámos no auge da guerra midiática contra o PT, aliado a fraudulenta operação Lava a Jato.
Isso porque como sabemos, a revista Carta Capital sempre foi uma revista liberal de corte progressista, mais até do que o Jornal do Brasil e como fez este, a revista abriga em suas página colunistas dessa vertente ou mais a esquerda, assim como escolhe a pauta e a linha de reportagens sempre em tom critico ao ideário da elite definida por Darcy Ribeiro como segue:
Darcy Ribeiro sobre a elite brasileira - Roda Viva (1988)
domingo, 23 de janeiro de 2022
Para saber mais sobre a proposta da webrádio JB AM;
Você gostava da Rádio JB AM 940 kHz? Ela voltou.
Houve uma tentativa recente de retomada do Jornal do Brasil, inicialmente bem sucedida, mas por conta dessa crise econômica e politica absurdamente construída pela elite financeira e golpista, o empreendimento não teve como perdurar durante muito tempo..
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