segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Eleições no SINTESE. Como mobilizar o professor com tendência neoliberal ou influenciado pelo pensamento bolsofascista?

 “Somos o futuro da nação"

Geração Coca-Cola” Renato Russo - 1985

Os jovens professores estão chegando as escolas, são os nascidos desde meados das décadas de 1990, 2000.

São tempos marcados pela ascensão e tentativas de consolidação do neoliberalismo, caracterizado pela primazia do individual em detrimento do coletivo, o que na  economia significou a privatização de empresas públicas, a terceirização de algumas áreas do serviço público, algumas delas estratégicas em termos de soberania, a desnacionalização das economias dos países periféricos, a financeirização da economia,  desindustrialização e etc..


Para quem mora fora do estado, SINTESE é o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe

Isso tem impacto na cultura e na educação, com o reforço da mentalidade individualista, competitiva, meritocrática, consumista, anti democrática  e etc., o que retroalimenta as iniciativas ou ações objetivas do neoliberalismo no plano econômico.

Em termos mais práticos, muito dessa cultura que reforça a mentalidade individualista, competitivas, meritocrática, consumista, anti democrática e etc., foi aprendida nas escolas e/ou universidades privadas de onde muitos jovens professores são oriundos, e até mesmo com alguns professores nas universidades públicas.

Isso porque,  na maioria das escolas e universidades privadas não se “perde tempo” com longas consultas ou debates e com eleição direta de diretores ou reitores, até porque são empreendimentos privados, sem interesse no incentivo e fortalecimento do  pensamento critico e emancipador por razões óbvias decorrentes.

E aí , chegamos ao atual “estado da arte” da participação democrática na escola. Logo, como avançar a participação do jovem professor no sindicato? Com profissionais sem muito hábito em questionar o “status quo”, sem hábito  ou “habitus” (1) aqui trazendo o conceito de Pierre Bordiau, de discutir coletivamente, acostumado a velha hierarquia em que “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, sem horizontes utópicos, contentes com um estilo de vida bem semelhante ao chamado “american way life”.  Um modo de viver,   fortemente ancorado em uma cultura  marcada  pelo consumismo, padronização social e cultural  e a crença nos valores democráticos liberais.

 (1)   Habitus é um sistema de disposições incorporadas, tendências que organizam as formas pelas quais os indivíduos percebem o mundo social ao seu redor e a ele reagem (em termos de classe social, religião, nacionalidade, etnia, educação, profissão etc.), como o habitus é adquirido através de mimesis  e reflete a realidade vivida a que os indivíduos são socializados, sua experiência individual e oportunidades objetivas. Assim, o habitus representa a forma como a cultura do grupo a história pessoal moldam o corpo e a mente e, como resultado, moldam a ação social no presente.

O conceito de habitus — também conhecido como capital cultural incorporado — foi desenvolvido pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu com o objetivo de pôr fim à antinomia indivíduo/sociedade dentro da sociologia estruturalista. Relaciona-se à capacidade de uma determinada estrutura social ser incorporada pelos agentes por meio de disposições para o seu modo de ser — sentir, pensar, agir.

Reforçando com o pensamento de Edgar Morin,  "a reforma de pensamento exige a reforma da Universidade". 

E aqui comenta o colega professor de História Silvaney Silva Santos, o qual teve acesso a este artigo antecipadamente:  " A contemporaneidade mostra o recrudescimento do humanismo. Por outro lado, o consumismo, o individualismo, e formas mais severas de extração da mais valia, por meio de variadas formas de  precarização do trabalho vêm ancorada nessa enxurrada de obscurantismo. Algo, que sem a reforma do pensamento acaba sendo legitimado,  fazendo incutir o "habitus".

Sobre os profissionais da educação oriundos da universidade pública, o quadro também tem sido desfavorável nos últimos tempos, mas ainda assim percebemos um pensamento critico mais acentuado e posturas mais assertivas no enfrentamento ao projeto tecnicista neoliberal que avança no ensino. Mais detalhes sobre isso traremos na próxima semana..

Importante! No argumento acima não afirmo  de forma absoluta os comportamentos assinalados  de diferenciação de professores das duas origens, faculdades e universidades particulares e universidade públicas,

O que trago acima e no próximo artigo, se refere a tendências. Em uma pesquisa qualitativa com os profissionais da educação que estão no chão da escola será possível encontrar com maior acerto a categorização geral que fiz..

Dessa maneira, há profissionais politizados e engajados nas discussões e lutas em defesa do ensino público de qualidade oriundos de faculdades e universidades particulares, assim como profissionais da escola pública que tem um  pensamento e comportamento desinteressado da organização e da luta coletiva..

E é nessa perspectiva,  que retomo as quatro proposta que apresentei as chapas que disputam a direção do SINTESE para os próximo anos... O que foi realizado no primeiro artigo desta série.



 Qual a opinião dos representantes das duas chapas. Aqui perguntas sobre a funcionamento e a dinâmica interna do sindicato.

  1 -   acerca da necessidade de organizaçao dos professores por local de trabalho,  ou de  um conjunto de escolas  por bairros,  no caso de cidades maiores como Aracaju e as cidades da região metropolitana?

 2- acerca da necessidade de realizar discussões, inclusive em conferência e congressos, além de ações, considerando a  interação do  campo da educação com  os campos da  cultura e da comunicação?

 3 - acerca da necessidade de incluir as familias dos professores, principalmente crianças e adolescentes,  em processos formativos e socializadores, seja no campo politico, seja no campo cultural. 

 4 - acerca da necessidade de realizar ações culturais no sindicato,  para além dos aspectos da animação, da agitação e da propaganda. 

 

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Eleições no SINTESE – Outros olhares, outras palavras.. E a questão dos partidos, do aparelhamento?


Por isso a Educação Popular é necessária, inclusive no seio dos sindicatos, dos mandatos populares ou coletivos, nas administrações reaaalllllmeeeennnte de esquerda, nas igrejas e outros espaços religiosos progressistas.... 




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