quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Poesia Modernista Sergipana celebrada no I Encontro Estadual de Literatura

 Ontem, 21/11/2023,  foi o dia da abertura do I Encontro Estadual de Literatura Sergipana. O evento está sendo realizado na biblioteca pública Epiphanio Dória

O Fórum de Literatura esteve na plateia com diversos escritores (as)  e ativistas culturais, alguns inclusive compondo também o grupo de declamadores de poemas  dos corifeus da poesia modernista.

Corifeu, segundo o dicionário de português online significa na tragédia e comédia gregas, principal figura do coro. Como extensão significa indivíduo que mais se destaca na defesa de uma ideia ou doutrina.

Do propósito do seminário me chamou atenção e muito me atrai a temática, poesia ou literatura modernista de modo geral, tenho  mais identificação  com esta, da mesma maneira com a poesia engajada, com a poesia marginal e com a atual poesia periférica. Sou um homem deste tempo e além. Me vi representado por Abelardo Romero nas palavras de sua filha, Patricia Romero, um homem além do seu tempo, ela declamou um poema do pai, embora desconhecido para ela. Um detalhe importante, retomo a isso mais adiante

De outro modo, tenho especial predileção quando a discussão acadêmica vai para fora do muro das universidades, e gosto mais ainda quando esta busca trazer outros públicos por meio de metodologias dinâmicas e interativas como tentou fazer o intelectual Jackson da Silva Lima, o qual mesmo não sendo tão bem sucedido, sem dúvida, apontou para novos formatos de apresentação de temas ligados ao campo do pensamento e das práticas  artísticas e literárias  visando alcançarmos um público mais amplo, com ênfase especial às crianças, adolescentes e jovens.

Para retomar ao detalhe do desconhecimento dos seus poetas e literatos por parte da população sergipana vamos nos valer de uma repetida frase do intelectual Darcy Ribeiro “ A crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto” Um projeto de país, um projeto de nação. E se acrescentarmos a palavra cultura a palavra educação, o sentido da frase continua o mesmo.

De outro modo, se não conhecemos o passado estamos condenados a viver no escuro, como diz a abertura do premiado filme brasileiro “amor e fúria”.

E assim com as três afirmações acima esperamos ter explicitado a razão mais forte que nos move a participar e convidar mais pessoas para participar do evento acima, para que este sirva como fonte de conhecimento histórico-literário e fonte de inspiração para outras iniciativas semelhantes em outros espaços culturais e principalmente nas escolas.  

E sobre o desconhecimento que temos acerca dos nossos melhores  artistas e literatos, duas questões fundamentais que não podemos esquecer:

A primeira,   Sergipe é um estado de grandes talentos e a altura dos mais conhecidos e reconhecidos de outros estados como tal. São surpresas em que fica claro, o  problema nosso não é falta de talento, mas de apoio e  incentivo mesmo, inclusive para a pesquisa, registro e difusão da memória,  como poderia ter sido através de leis municipais e estadual de fomento, as quais estão chegando de Brasilia nestes anos que rugem, por meios mais democráticos e  republicanos, a  partir da luta de agentes culturais, parlamentares e gestores de cultura progressistas e engajados, me refiro as Leis Aldir Blanc 1, Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2.

A segunda, uma população ou um povo só valorizará os  melhores artistas e literatos contemporâneos, do seu tempo,  quando conhecer e reconhecer os artistas e literatos de outros tempos, de outras gerações.

Dessa maneira, vida longa ao projeto do Encontro Estadual de Literatura Sergipana na perspectiva que este primeiro aponta, para colaborar na superação a médio e longo prazo da crise da cultura e da educação de Sergipe, para que estas  deixem de ser um projeto, um projeto de alienação, desconhecimento e despolitização da nossa gente, "engabelada" sem politicas públicas efetivas, mas com muita cultura assistencialista, clientelista e focadas na falsa propaganda  e nos grandes eventos artisticos-culturais. E isso vem de longe, de priscas eras, mas perdura e com dificuldades para o rompimento deste ciclo secular  de atraso e subdesenvolvimento..

A programação continua no dia de hoje e amanhã.

22 de novembro (quarta-feira)

19h -  Apresentação artística

19h15 -  Mesa-redonda - 'A poesia modernista sergipana sob diferentes perspectivas'
Paula Tauana (professora e especialista em literatura)
'A Poesia modernista em Sergipe'
Bernardo Souto (poeta, crítico literário, professor de literatura e tradutor)
Tema: 'Desbravando os Mares da Alma: a Poesia Existencial de Santo Souza'
João Filho (poeta, contista, tradutor e ensaísta)
Tema: 'Para uma nova sensibilidade é preciso formas novas. As formas da poesia utilizada pelos chamados corifeus da poesia moderna em Sergipe'
Leo Mittaraquis (poeta, crítico literário, cronista, publicitário e professor de Filosofia)
Tema: 'Produção poética, contística e ensaística do escritor e pensador Alberto Carvalho'
Ronaldson Souza (poeta, artista visual, crítico de arte, bacharel em Direito e especialista em Literatura)
Tema: 'Movimento e Geração 80 na Poesia em Sergipe'
Antônio Guedes (poeta, advogado e professor de escrita criativa) - mediador da mesa

21h -  Coffee Break e Sarau Aberto

21h30 -  Encerramento

23 de novembro (quinta-feira)

8h  - Apresentação artística

8h10 - Exposição Dinâmica - 'Os Corifeus da Poesia Modernista em Sergipe'
Participantes: alunos da rede pública estadual de Sergipe

9h - Exposição e feira literária com autores sergipanos

9h15 às 12h - Sarau Aberto

13h30 às 16h30 - Exposição e feira literária com autores sergipanos

15h -  Literatura de Cordel em Sergipe: resistência e representatividade da cultura popular
Cordelistas homenageados: Alda Cruz e Zezé de Boquim

16h30 - Encerramento

19h - Apresentação artística

19h10 -  Mesa-redonda - 'Letras e Vozes da Literatura Sergipana: produção e fomento da literatura/cultura em Sergipe'
Sônia Azevedo (presidente da União Brasileira de Escritores/Aracaju)
Tema: 'Escritores(as) de Sergipe: avanços e desafios da produção literária no âmbito estadual'
José Anderson do Nascimento (presidente da Academias de Letras e Artes de Sergipe)
Tema: 'A Trajetória e Atuação da Academia Sergipana de Letras'
Jorge Carvalho do Nascimento (presidente da Academia Sergipana de Educação)
Mediador da mesa

21h - Coffee Break e Sarau Aberto

21h30 - Encerramento

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