Rádio Web Ação Cultural - Play list temáticas
Play list (2) Consciência Negra "Homens negros, amem suas pretas"
Playlist - As melhores canções para celebrar o dia da consciência negra
No seu corpo
Revisitando o Brasil profundo
Playlist Feliz dia das Crianças!! As nossas crianças estão culturalmente ameçadas
Playlist - Canções para Francisco de Assis
Play list - Linkando palavras do Papa Francisco com músicas brasileiras e de outros países e nações.
Play list - Laudato Si: Como cuidar da criação - Enciclica do Papa Francisco
"Paulicéia Desvairada" - Homenagem aos 461 anos da cidade de São Paulo.
17 de Março de 2015 - 160 anos de Aracaju
"Sobre o Tempo... Sobre o Sentido da Vida.."
Lembrando 01 de abril e os 51 anos do golpe civil-militar - a ARTE, os ARTISTAS e AQUELES QUE AJUDAM A CRIAÇÃO.
"A gente precisa conhecer o Brasil" - Brasil - Pátria Educadora
RAP e REVOLUÇÃO
Play List - Tudo indio, tudo parente..
A play list é um projeto embrião da rádio web da Ação
Cultural, enquanto isto não acontece, a gente vai fazendo o que pode, usando as
frestas ou as brechas proporcionadas pelas novas tecnologias, igual a uma flor
que irrompe no asfalto. Neste caso, o asfalto do controle dos meios de
comunicação pelo poder econômico.
O legal mesmo será a democratização das ondas
eletromagnéticas para que organizações como a Ação Cultural associada a outras
semelhantes, possam dispor de espaço nas
frequências do rádio e da televisão para se comunicar com muito mais pessoas.
http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/
http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/
Mas essa conquista só virá com muita luta, persistência e
ações como esta.
E assim, a gente faz um país.
O conceito dessa proposta pode ser utilizado por comunicadores
que atuam em quaisquer espaço, inclusive
em alguns grandes meios, em especial os públicos .
Diga-se de passagem, a Rádio Cultura Brasil, da Fundação
Padre Anchieta (SP), foi uma das fontes de inspiração para este trabalho. http://culturabrasil.cmais.com.br/
Outras músicas podem ser sugeridas nos comentários, tanto por
aqui, como no facebook.
https://www.facebook.com/radioacaocultural
https://www.facebook.com/radioacaocultural
Quem quiser pode enviar um tema e uma relação de músicas para compor outras playlists.
No facebook
https://www.facebook.com/radioacaocultural
OS ARTISTAS SÃO AS ANTENAS DA RAÇA. Ezra Pound
MARINA LIMA - FULLGÁS
De Marina Lima e Antonio Cícero
"Meu mundo você é quem faz
Música, letra e dança"
"Você me abre seus braços
E a gente faz um país"
Zé Geraldo lançou,há tempos, uma canção que merece se lembrada.chama-se Cidadão:
Seis músicas que tentaram mudar o Brasil
Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Elis Regina, Cazuza e Legião Urbana gravaram canções de protesto; veja
Impulsionados pelo aumento nas tarifas do
transporte público, manifestantes de diversos pontos do Brasil estão se
organizando em grandes protestos. Manifestações tomaram as ruas de São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Curitiba,
Salvador, Vitória, Maceió, Recife, Fortaleza, Belém, entre outras
cidades.
Leia mais AQUI
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Um rastro de chumbo na vida da gente de Santo Amaro (BA)
PODRES PODERES
Que País É Esse?
Nas
favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
No
Amazonas, no Araguaia iá, iá,
Na baixada fluminense
Mato grosso, Minas Gerais e no
Nordeste tudo em paz
Na morte o meu descanso, mas o
Sangue anda solto
Manchando os papeis e documentos fieis
Ao descanso do patrão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Terceiro
mundo, se foi
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos indios num leilão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
https://www.youtube.com/watch?v=CqttYsSYA3k
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Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Na baixada fluminense
Mato grosso, Minas Gerais e no
Nordeste tudo em paz
Na morte o meu descanso, mas o
Sangue anda solto
Manchando os papeis e documentos fieis
Ao descanso do patrão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos indios num leilão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Classe Média
Max Gonzaga
Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio "coletivos"
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual
Mas eu "to nem ai"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "to nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em moema
O assassinato é no "jardins"
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não "to nem ai"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "to nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida
https://www.youtube.com/watch?v=jUVUUi_yc00
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"Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu Sempre quis falar
Nunca tive chance
Tudo que eu queria
Estava fora do meu alcance" (Charlie Brown Jr.).
http://www.youtube.com/watch?v=1pwozTNLHro
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Impeachment do Simulacro
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Inspiração para sairmos às ruas.
"Por que se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou prá trás
A primeiro passo asso asso ...
Por que se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
(...)
E o rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente gente gente..." (Lô Borges, Márcio Borges e Milton Nascimento).
http://www.youtube.com/watch?v=NUFUBaHGOBQ
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Preciso de um prefeito para chamar de meu.
Por isso, Reforma Politica Já e com financiamento público de campanha.
https://www.youtube.com/watch?v=YdOcsUkdgpk
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Mais música para pensar sobre a necessidade de
saber a hora de pisar o pé no acelerador e a hora de tirar o pé, sem
deixar “parar”” o movimento. Sabendo o que se quer e quem são os
verdadeiros adversários, é vitória na certa. Buscar encontrar respostas
para o que está escrito abaixo, é fundamental.
você marcha, José!
José, para onde?
http://www.vagalume.com.br/paulo-diniz/e-agora-jose.html
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Depois destes últimos acontecimentos, mais canções que tem muito a dizer.
Se muito vale o já feito, mais vale o que será.
https://www.youtube.com/ watch?v=Eo2g4FxY_dU
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Depois destes últimos acontecimentos, mais canções que tem muito a dizer.
Nada será como antes.
https://www.youtube.com/watch?v=KsO4wyndOME
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"No dia em que o morro descer e não for carnaval
não vai nem dar tempo de ter o ensaio geral
e cada uma ala da escola será uma quadrilha
a evolução já vai ser de guerrilha
e a alegoria um tremendo arsenal
o tema do enredo vai ser a cidade partida
no dia em que o couro comer na avenida
se o morro descer e não for carnaval".
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=mr0ZUETRnJk
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Só quero saber, como o grande Noel Rosa, com
que roupa irão estar presentes as eleições de 2014, os apolíticos ou
anti-partido das manifestações de agora, caso não consigam o intento de
assumirem o poder por meio de um golpe, o que é a vontade
de muitos apolíticos e anti-partido. Assim como fizeram em 1964,
utilizando baderneiros profissionais e a boa fé de uma parte da classe
média.
https://www.youtube.com/watch?v=k6BiMxZZQmA
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Socorro Lira
Uma canção para mentes inquietas, espinhas mais ou menos eretas e corações...
http://www.youtube.com/watch?v=-QDw_tXTlNk
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As contradições que vemos nas ruas, como pauta
difusas, multifocais ou com pessoas misturando demandas de direita e
esquerda, não é próprio apenas dos manifestante.
Nós brasileiros, como pessoas e como instituições, estamos cheios de contradições.
Para tentar compreendê-las e buscar superá-las acredito que faz falta a
leitura de muitos intelectuais brasileiros que não são muito
valorizados pela academia, havendo até preconceito e discriminação, me
refiro a Gilberto Freire, Darcy, Ribeiro e Paulo Freire, entre outros.
A preferência da maioria dos professores da nossa academia, até meados
do anos 90, quando estive mais próximo, é por autores, cujas bases de
pensamento estão assentadas no padrão binário, maniqueísta e dicotômico.
A maioria dos companheiros e camaradas da esquerda reformista ou
radical, foram preparados em sua maioria com base nestes padrões.
Para estes tempos, é bom buscar ler ou reler os autores citados acima,
assim como os pensadores marxistas da Escola de Frankfurt, Gramsci e os
pensadores chamados de pós-modernos.
Vai ajudar bastante a nos
situarmos em meio a estes turbilhões de desejos, necessidades e emoções.
Na verdade, retomando Nação Zumbi, precisamos desorganizar as nossas
cabeças, para nos organizar, sei que não é fácil, mas quem já vem
fazendo isso, não terá tanta dificuldade agora.
http://letras.mus.br/nacao-zumbi/77655/
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Sugestão de Socorro Lira (SP).
A música do momento é esta http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=sAhFBHeG-os
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Léo Yanco
# Músicas que fazem pensar mais do que dançar (Parte I)
Pessoal, resolvi criar uma espécie de série de músicas que penso muitas
pessoas devam conhecer. São músicas que nos fazem pensar. Resolvi
começar por “Another Brick In The Wall
(Outro Tijolo na Parede)” do Pink Floyd. É um clipe e uma música que
trata de muitas coisas, mas, sobretudo, da educação formal no colégio
tal qual ela se estabeleceu para nossa geração.
Saibam que não é
por acaso que temos que usar fardas, que nosso horário de aula é
controlado por uma sirene, que existem inspetores e diretores que
fiscalizam pequenos espaços onde todos devem estar devidamente
organizados. É a mesma lógica de uma instituição como a prisão (onde
existem sirenes, diretores e pequenos lugares com muita gente, como a
cela). Podemos chamar isso de “instituição disciplinar”, cujo objetivo é
domesticar e docilizar politicamente os indivíduos. As escolas nos
fazem ser apenas “outro tijolo na parede”.
Comecemos a pensar e
criticar! E, em vez de ser mais um tijolo na parede, vamos ser o tijolo
que descontrói a parede. Eles querem nos fazer apenas robozinhos que
reproduzimos conhecimento sem pensar (como no vestibular). Mas somos
mais do que isso.
Segue abaixo o clipe e a letra da música traduzida!
http://mais.uol.com.br/view/h4x5fhq01skr/pink-floyd--another-brick-in-the-wall-legendado-0402CD9B3460D4A14326?types=A&
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Mais uma música da geração 1990 para nos ajudar a refletir sobre o momento atual.
Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter.
Para uns, a presença forte de sonhos de justiça, sonhos altruístas . Para outros, a presença forte de sonhos mais individualista, sonhos consumistas. Para outros, tudo junto e misturado.
Uma boa pergunta é pensar sobre onde e como estes sonhos estão sendo plantados, adubados e regados. O texto de Frei Betto ajuda neste reflexão.
Produção de Sentido
Frei Betto - 02/05/2013
Muitos pais se queixam do desinteresse dos filhos por causas altruístas, solidárias, sustentáveis. Guardam a impressão de que parcela considerável da juventude busca apenas riqueza, beleza e poder. Já não se espelha em líderes voltados às causas sociais, ao ideal de um mundo melhor, como Gandhi, Luther King, Che Guevara e Mandela.
O que falta à nova geração? Faltam instituições produtoras de sentido. Há que imprimir sentido à vida. Minha geração, a que fez 20 anos de idade na década de 1960, tinha como produtores de sentido Igrejas, movimentos sociais e organizações políticas.
A Igreja Católica, renovada pelo Concílio Vaticano II, suscitava militantes, imbuídos de fé e idealismo, por meio da Ação Católica e da Pastoral de Juventude. Queríamos ser homens e mulheres novos. E criar uma nova sociedade, fundada na ética pessoal e na justiça social.
Os movimentos sociais, como a alfabetização pelo método Paulo Freire, nos desacomodavam, impeliam-nos ao encontro das camadas mais pobres da população, educavam a nossa sensibilidade para a dor alheia causada por estruturas injustas.
As organizações políticas, quase todas clandestinas sob a ditadura, incutiam-nos consciência crítica, e certo espírito heroico que nos destemia frente aos riscos de combater o regime militar e a ingerência do imperialismo usamericano na América Latina.
Quais são, hoje, as instituições produtoras de sentido? Onde adquirir uma visão de mundo que destoe dessa mundividência neoliberal centrada no monoteísmo do mercado? Por que a arte é encarada como mera mercadoria, seja na produção ou no consumo, e não como criação capaz de suscitar em nossa subjetividade valores éticos, perspectiva crítica e apetite estético?
As novas tecnologias de comunicação provocam a explosão de redes sociais que, de fato, são virtuais. E esgarçam as redes verdadeiramente sociais, como sindicatos, grêmios, associações, grupos políticos, que aproximavam as pessoas fisicamente, incutiam cumplicidade e as congregavam em diferentes modalidades de militância.
Agora, a troca de informações e opiniões supera o intercâmbio de formação e as propostas de mobilização. Os megarrelatos estão em crise, e há pouco interesse pelas fontes de pensamento crítico, como o marxismo e a teologia da libertação.
No entanto, como se dizia outrora, nunca as condições objetivas foram tão favoráveis para operar mudanças estruturais. O capitalismo está em crise, a desigualdade social no mundo é alarmante, os povos árabes se rebelam, a Europa se defronta com 25 milhões de desempregados, enquanto na América Latina cresce o número de governos progressistas, emancipados das garras do Tio Sam e suficientemente independentes, a ponto de eleger Cuba para presidir a Celac (Comunidade do Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Vigora atualmente um descompasso entre o que se vê e o que se quer. Há uma multidão de jovens que deseja apenas um lugar ao sol sem, contudo, se dar conta das espessas sombras que lhes fecham o horizonte.
Quando não se quer mudar o mundo, privatiza-se o sonho modificando o cabelo, a roupa, a aparência. Quando não se ousa pichar muros, faz-se tatuagem para marcar no corpo sua escala de valores. Quando não se injeta utopia na veia, corre-se o risco de injetar drogas.
Não fomos criados para ser carneiros em um imenso rebanho retido no curral do mercado. Fomos criados para ser protagonistas, inventores, criadores e revolucionários.
Quando Hércules haverá de arrebentar as correntes de Prometeu e evitar que o consumismo prossiga lhe comendo o fígado? “Prometeu fez com que esperanças cegas vivam nos corações dos homens”, escreveu Ésquilo. De onde beber esperanças lúcidas se as fontes de sentido parecem ressecadas?
Parecem, mas não desaparecem. As fontes estão aí, a olhos vistos: a espiritualidade, os movimentos sociais, a luta pela preservação ambiental, a defesa dos direitos humanos, a busca de outros mundos possíveis.
*Frei Betto é escritor, autor do romance “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros.
https://www.youtube.com/watch?v=N1944F66duk
Para uns, a presença forte de sonhos de justiça, sonhos altruístas . Para outros, a presença forte de sonhos mais individualista, sonhos consumistas. Para outros, tudo junto e misturado.
Uma boa pergunta é pensar sobre onde e como estes sonhos estão sendo plantados, adubados e regados. O texto de Frei Betto ajuda neste reflexão.
Produção de Sentido
Frei Betto - 02/05/2013
Muitos pais se queixam do desinteresse dos filhos por causas altruístas, solidárias, sustentáveis. Guardam a impressão de que parcela considerável da juventude busca apenas riqueza, beleza e poder. Já não se espelha em líderes voltados às causas sociais, ao ideal de um mundo melhor, como Gandhi, Luther King, Che Guevara e Mandela.
O que falta à nova geração? Faltam instituições produtoras de sentido. Há que imprimir sentido à vida. Minha geração, a que fez 20 anos de idade na década de 1960, tinha como produtores de sentido Igrejas, movimentos sociais e organizações políticas.
A Igreja Católica, renovada pelo Concílio Vaticano II, suscitava militantes, imbuídos de fé e idealismo, por meio da Ação Católica e da Pastoral de Juventude. Queríamos ser homens e mulheres novos. E criar uma nova sociedade, fundada na ética pessoal e na justiça social.
Os movimentos sociais, como a alfabetização pelo método Paulo Freire, nos desacomodavam, impeliam-nos ao encontro das camadas mais pobres da população, educavam a nossa sensibilidade para a dor alheia causada por estruturas injustas.
As organizações políticas, quase todas clandestinas sob a ditadura, incutiam-nos consciência crítica, e certo espírito heroico que nos destemia frente aos riscos de combater o regime militar e a ingerência do imperialismo usamericano na América Latina.
Quais são, hoje, as instituições produtoras de sentido? Onde adquirir uma visão de mundo que destoe dessa mundividência neoliberal centrada no monoteísmo do mercado? Por que a arte é encarada como mera mercadoria, seja na produção ou no consumo, e não como criação capaz de suscitar em nossa subjetividade valores éticos, perspectiva crítica e apetite estético?
As novas tecnologias de comunicação provocam a explosão de redes sociais que, de fato, são virtuais. E esgarçam as redes verdadeiramente sociais, como sindicatos, grêmios, associações, grupos políticos, que aproximavam as pessoas fisicamente, incutiam cumplicidade e as congregavam em diferentes modalidades de militância.
Agora, a troca de informações e opiniões supera o intercâmbio de formação e as propostas de mobilização. Os megarrelatos estão em crise, e há pouco interesse pelas fontes de pensamento crítico, como o marxismo e a teologia da libertação.
No entanto, como se dizia outrora, nunca as condições objetivas foram tão favoráveis para operar mudanças estruturais. O capitalismo está em crise, a desigualdade social no mundo é alarmante, os povos árabes se rebelam, a Europa se defronta com 25 milhões de desempregados, enquanto na América Latina cresce o número de governos progressistas, emancipados das garras do Tio Sam e suficientemente independentes, a ponto de eleger Cuba para presidir a Celac (Comunidade do Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Vigora atualmente um descompasso entre o que se vê e o que se quer. Há uma multidão de jovens que deseja apenas um lugar ao sol sem, contudo, se dar conta das espessas sombras que lhes fecham o horizonte.
Quando não se quer mudar o mundo, privatiza-se o sonho modificando o cabelo, a roupa, a aparência. Quando não se ousa pichar muros, faz-se tatuagem para marcar no corpo sua escala de valores. Quando não se injeta utopia na veia, corre-se o risco de injetar drogas.
Não fomos criados para ser carneiros em um imenso rebanho retido no curral do mercado. Fomos criados para ser protagonistas, inventores, criadores e revolucionários.
Quando Hércules haverá de arrebentar as correntes de Prometeu e evitar que o consumismo prossiga lhe comendo o fígado? “Prometeu fez com que esperanças cegas vivam nos corações dos homens”, escreveu Ésquilo. De onde beber esperanças lúcidas se as fontes de sentido parecem ressecadas?
Parecem, mas não desaparecem. As fontes estão aí, a olhos vistos: a espiritualidade, os movimentos sociais, a luta pela preservação ambiental, a defesa dos direitos humanos, a busca de outros mundos possíveis.
*Frei Betto é escritor, autor do romance “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros.
https://www.youtube.com/watch?v=N1944F66duk
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Uma música da década de 1990 que tem a ver com
muitos jovens que, nos tempos de hoje, incitam uma retórica violenta
nas manifestações contra a esquerda e a presidente Dilma, agindo em
algumas situações de forma truculenta.
. https://www.youtube.com/watch?v=4dZpvh0c1UM
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Comovente o depoimento emocionado de Gil em
favor da possibilidade de um Brasil melhor. Para além das
idiossincrasias do processo político brasileiro, a convicção
apaixonada do artista é reveladora do empenho e da autênticidade do seu
engajamento. 08/07/2008
Gilberto Gil comenta as músicas de seu novo album Banda Larga Cordel
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=hsk0I73RcsY
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Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.
Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de noitecer gente sã
Espera que o sol já vem.
Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Renato Russo * mais uma vez
* sob uma outra ótica
nterpretação da música através de um olhar
político e social.
https://www.youtube.com/watch?v=GqR8yFnO3Fs
O Portal do Som (3) - Sergipe para exportação
MÚSICA SERGIPANA TIPO EXPORTAÇÃO
Mais uma noite de puro deleite estético/musical em 2010, vivida por mim, juntamente com muita gente “bonita” como disse uma das pessoas que nos acompanhou na Cantoria, organizada pelo grupo de forró Casaca de Couro no restaurante O Paiol em uma noite de sexta-feira (20/08).
O time bem escalado para aquela noite, foi composto de quatro violeiros sergipanos: Muskito, Sena, Joaquim Ferreira e Nino Karvan, participaram também o poeta popular João Brasileiro, o percussionista Tom Toy e os violeiros convidados Josino Medina (Vale do Jequitinhonha), Dinho Oliveira (Vitória da Conquista) e Paulinho de Jequié.
Uma apresentação que me chamou a atenção foi a do cantador do vale do Jequitinhonha, Josino Medina, que traz um som de viola, de dupla matiz sonora, do nordeste e do sudeste, fruto da localização do vale do Jequitinhonha e a de Nino Karvan, que trouxe um toque urbano, agregando novidade ao estilo. Momento emocionante foi todos juntos cantados clássicos como Romaria (Renato Teixeira) e Cio da Terra (Chico Buarque e Milton Nascimento).
No final, para dançar, o autêntico forró do grupo Casaca de Couro, o qual não ficou nada a dever as noites em que o grupo se apresentou no Complexo Cultural “O Gonzagão” nos anos de 2007, 2008 e 2009. Considerado, conforme pesquisa junto ao público presente, como um dos três melhores pé de serra da programação organizada quando estivemos a frente daquela tradicional casa de forró.
Tenho ótimas lembranças sonoras de outras noites em 2010. Noites nas quais aconteceram quando estivemos presentes ao show da Patricia Polayne em duas ocasiões, em uma concha acústica da UFS e no pub Capitão Cook, “o que é bom é para ser visto e revisto”.
E para completar, também estivemos presente no surpreendente show de lançamento do CD de Pantera e em uma noite de apresentação do Maria Scombona antecedendo a entrada da Fernanda Takai no Festival de Verão.
Outra noite memóravel foi aquela da gravação do DVD da dupla Chico Queiroga & Antônio Rogério Mesmo não estando presente, pude captar através do DVD as boas energias, ou as “vibrações positivas” repetindo o bordão de um empresário e politico sergipano ligado ao segmento da cultura de massa baiana.
Uma característica que me empolgou em todas elas, daí o titulo deste artigo, foi o alto grau da qualidade da produção, tanto da parte dos artistas e músicos, como da área técnica, em especial quanto ao som e iluminação.
Também gosto do estilo das composições da Patricia, do Chico&Rogério, do Edelson Pantera e do grupo Maria Scombona pelo fato de serem músicas de gente daqui, mas que sabe incorporar outras matizes sonores. E através disso compor uma interação estética bastante criativa de elementos locais com outras vertentes da musicalidade nordestina, brasileira e universal.
Ao contrário, as músicas de cantoria, também me atraem pela aproximação que esse estilo de música guarda com relação às raízes populares, notadamente do interior nos proporcionando manter conexões bem profundas com o sertão que está dentro de nós e que está em toda parte, como disse Guimarães Rosa.
E é bom que seja assim, é bom poder apreciar música sergipana de alto nivel e cujo sonoridade, ritmos e letras trate das nossas questões, em sintonia com o que circula pelas antenas por sobre as nossas cabeças.
Como também aquelas que nos sintoniza com as antenas que estão dentro da gente, em especial com aquilo que nos vincula a terra, as águas, aos animais, as plantas, aos mitos , aos modo de pensar e viver dos nossos antepassados que viveram ou que ainda vivem no campo.
A esse propósito, o restaurante O Paiol em funcão de estar em um espaço cujo verde é um componente bem presente, além da terra e a circulação do ar, proporcionada pelo fato da área coberta não ocupar todo o terreno. Isso me pareceu um elemento muito importante para a composição do cenário e do clima.
Algo que me lembrou a contribuição que o mar proporcionava ao sucesso da casa de forró Candeeiro que, durante alguns anos funcionou sob as areias e circundadas pelos coqueiros da Praia de Aruana.
CADA SOM PUXA UMA LEMBRANÇA
No show da Patricia Polayne realizada em uma concha acústica rodeada por grama e árvores dentro da UFS também senti a natureza como uma parceira importante para o sucesso da noite. O elemento cênico em termos de figurino e adereços, a percussão, bem como os movimentos corporais e faciais da cantora foram muito importantes para o sucesso do show.
Muito bom e evidente perceber nas composições e nos arranjos, referências do movimento musical conhecido como Mangue Beat .
Quanto ao show do Pantera a minha surpresa foi assistir ao show de um artista sergipano, com um sonoridade que em alguns momentos me transportou para um tempo e um lugar diferente de onde eu estava, cidades velhas, gente simples, bairros antigos, com crianças brincando, pessoas na calçada, árvores no quintal, frutas colhidas no pé.
Sensações iguais quando ouço algumas músicas do Chico Buarque, do Ivan Lins, de Caetano e Gil, do Boca Livre, e principalmente do Milton e de seus companheiros do clube da esquina ou das composições instrumentais do Wagner Tiso e do Egberto Gismonti.
E sobre a influência do som do Clube da Esquina na obra de Pantera: foi a surpresa mais agradável daquela noite. A produção, em matéria de arranjos, ficou a cargo de Toninho Horta que também se fez presente como músico, tendo sido homenageado por Pantera em uma composição totalmente dedicada ao Toninho.
IMPACTOS POSITIVOS
Percebi no material de divulgação dos shows, Cds e Dvds da Patricia Polayne e do Chico & Rogério a marca do Governo Federal através do Projeto Pixinguinha. Isto possibilitou a melhoria do padrão de qualidade técnica e artística, no caso dos arranjos e da qualidade da gravação, tanto em aúdio com em video, bem perceptível para quem esteve presente aos shows e/ou que adquiriram o material gravado.
Este fato, aliado aos outros programas de fomento e incentivo a cultura demonstra o impacto positivo que isso está proporcionando para a cadeia produtiva da música.
Para que isto se amplie e se consolide espero que as universidades invistam em estudos e pesquisas sobre os impactos culturais, econômicos e sociais e certamente com o estimulo financeiro dos governos estaduais e federal, através dos bancos oficiais e com recursos diretos do Ministério da Cultura, muito mais poderá ser realizado neste campo.
Outro aspecto urgente em termos políticos é a democratização do acesso. E uma forma de realizar essa democratização é possibilitar a mais universidades públicas e entidades da sociedade a concessões de canais de rádio e tvs.
Aqui em Sergipe a entrada no ar da Rádio UFS, bem como a reformulação da programação da Rádio Aperipê e Aperipê TV , com a chegada dos novos gestores que assumiram em função da vitória do governador Marcelo Deda (PT) no ano de 2006, está possibilitando um ganho muito promissor para artistas sergipanos, cujas músicas dispunham de pouco espaço para chegar ao público.
Para concluir, é muito importante mais investimento na circulação de espetáculos artísticos e oficinas culturais na rede de escolas e universidades públicas.
Essa medida é imprescindível para ajudar tanto na formação de platéia, como para ajudar a tornar a escola um espaço mais completo em termos educativos. Afinal, como sabemos, nos tempo atuais uma escola que não interaja com a cultura brasileira, não atende completamente aos saberes e fazeres necessários para a educação do futuro.
Do contrário, ruim para a cultura, cujo lixo cultural continuará ganhando cada vez mais corações e mentes. E pior ainda para a escola que continuará sendo um local, cujo interesse e satisfação será cada vez menor em relação aquele proporcionado pela televisão e pela internet.
Como estamos em época de eleições, eleger ou reeleger governos e parlamentares comprometidos com estas bandeiras é tarefa de todos nós. Disso depende a viabilização de condições para que muito mais brasileiros possam se deleitar de prazer em termos estéticos/culturais, com reflexos positivos para a educação, para a economia, para a saúde e para a segurança pública.
P.S: (1)Na última viagem que realizei a Belém do Pará, em julho, pela primeira vez levei CDs de música sergjpana para presentar aos organizadores de um congresso internacional de arte-educação e para parentes que moram na região. No primeiro caso utilizamos CDs doados, além de livros, folhetos sobre turismo e cultura de Sergipe. No segundo caso, custeamos as despesas de aquisição, favorecido pelo preço acessível proporcionado pela apoio do Projeto Pixinguinha a tiragem do trabalho do Chico&Rogério e da Patricia Polayne. O que nos motivou, entre outras razões, está descrito no titulo e em toda a argumentação
(2) Clique abaixo para conferir experiências exitosas da parceria escola e grupos/linguagens artísticas.
Circuito Escolar Maria Scombona
Projeto Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte.
Infelizmente muito aquém do que necessitamos. O que fazer para que o MEC e o MINC,bem como as respectivas secretarias de educação e cultura dos estados e municípios dialoguem para que isto seja ampliado dentro do universo escolar? Que tal Pontos de Cultura Itinerantes voltados para a promoção de oficinas/seminários para professores e alunos e a circulação de espetáculos no seio das escolas?
Caso você seja um participante ou conhecedor de iniciativas que façam interagir escolas com grupos/linguagens artísticas, disponibilize o link em "comentários" .
(3) - Confira um exemplo da repercussão de um show da Patricia Polayne no dia 24/08 em Sampa.
Recentemente, algumas tragédias urbanas — em especial a relacionada ao assassinato do cartunista Glauco e do seu filho, Raoni — me trouxeram à lembrança alguns versos da canção "Muros e Grades"( “Nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia, o medo nos leva tudo, sobretudo a fantasia...”), um grande sucesso dos Engenheiros do Hawaii, e uma das canções que fez parte da trilha sonora da vida de uma “banda” da geração 80. (1)
Falo em banda querendo aqui me referir a uma parte da juventude, pois outras juventudes estavam ligadas em outras vertentes musicais, mesmo que, em muitos casos, a matriz de origem fosse o mesmo rock brazuca que despontava com toda força, a partir do início da década.
“Os artistas são as antenas da raça”, disse Ezra Pound. E confirmamos isso quando paramos para ouvir com mais atenção algumas das canções gravadas pelos Engenheiros e por outras bandas musicais surgidas naquele período, como: Legião Urbana, Titãs, Ultraje a Rigor, RPM,Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Ira, Barão Vermelho, Camisa de Venus etc..
Assim como ocorreu com as gerações que os antecederam, em especial as dos anos 60 e 70, perceberemos que a geração 80 também foi capaz de mostrar e refletir acerca das muitas mazelas daquele tempo, as quais não pararam de aumentar, chegando ao atual estágio de mal estar e insegurança que vicejam por tantos lugares.
Tempos de semeadura ideológica para o triunfo do modelo neoliberal, cujo ponto alto se dá com o “Consenso de Washington”, que recomendou a menor interferência possível por parte do estado nos rumos da economia, com os consequentes cortes de investimentos nas áreas sociais, arrocho salarial, precarização das relações de trabalho, redução e “flexibilização” de direitos trabalhistas, redução do papel regulador da economia por parte do Estado. (2)
Temos no exagero dessa ideologia, em especial na sua relação com o mercado financeiro, a causa principal da crise internacional que abalou a economia mundial em 2009, resultando em dor e sofrimento para milhões de pessoas, principalmente nos Estados Unidos, Japão e na Europa.
Estas questões relacionadas as facilidades para a penetração dessas idéias na década de 80 podem ser percebidas na letra da música Ideologia (1987), de Cazuza, que nos lembra da perplexidade que se estabelece no seio de parcela da juventude em função da falta de modelos de referenciais teóricos e práticos para sustentar a luta para a construção de uma nova sociedade, entre outros motivos, agravado pela derrocada da ampla maioria dos regimes comunistas que alimentaram a esperança de uma parcela da juventude, de artistas e de intelectuais na construção de um mundo melhor e pela mudança de lado, por parte de alguns expoentes da contra cultura ou da esquerda marxista, que assumiram idéias e atitudes de defesa do status quo.
A despeito disso, como os espaços de liberdade no Brasil eram muito limitados, naquele momento, muitos que tinham entre 15 e 30 anos, mesmo sem encontrar referencias mais sólidos em termos de ideologias, se envolveram em diversas formas de participação política, cujo ápice acontece com a campanha Diretas Já, exigindo eleições diretas para presidente da república
E como tema da campanha das Diretas Já, temos a canção Inútil (1983), do grupo Ultraje a Rigor. “A música, que nasceu de pequenos fatos relacionados ao país (a primeira frase da canção foi inspirada numa frase de Pelé), ganhou cunho político e social quando o então mestre-de-cerimônias Osmar Santos tocou “Inútil” para 10 mil pessoas, no primeiro comício pré-eleição diretas, em São Paulo (...). Num outro golpe de sorte e publicidade espontânea, o deputado Ulysses Guimaraes chamou a atenção para a letra da canção em um discurso na Câmara Federal.”(3)
Outra banda que “explodiu” durante alguns poucos, mas intensos anos de sucesso (1985 a 1988) foi o RPM, um fenômeno pop que me lembrou o que se sucedeu com o “cometa” Peter Framptom, em meados da década de 1970, quando no início da adolescência ouvia Baby, I Love your way, I’m in you e Show Me the Way pelas ondas do rádio.
Embora tenha se destacado apenas com “Alvorada Voraz”, em termos de protesto social e político, o RPM fez um gesto que me chamou a atenção, a atualização de alguns versos quando da regravação da mesma canção, no ano de 2002.
Na primeira versão, eles se detiveram em fatos políticos e criminais de destaque, que antecederam a década de 1980 , como crimes do colarinho branco e nas torturas: “O caso Morel, o crime da mala, Coroa-Brastel, O escândalo das jóias. E o contrabando, e um bando de gente importante envolvida (...) Juram que não torturam ninguém.”
E, na segunda versão de “Alvorada Voraz” , as questões selecionadas foram do final do final dos anos de 1980 até aquelas dos anos 2000, “O caso Sudam, Maluf, Lalau, Barbalho, Sarney. E quem paga o jornal é a propaganda, pois nesse país é o dinheiro quem manda (...) E juram que não corrompem ninguém”.
E, como se sabe, o roubo do dinheiro público é um dos responsáveis pela “tragédia urbana”, na medida em que compromete o investimento público em geração de emprego e renda, educação, saúde, cultura, moradia, trânsito, esporte e lazer.
Já em outra vertente mais pessoal e existencial, sem perder a conexão com os aspectos sociopolíticos, não se pode esquecer de Renato Russo e seus parceiros da Legião Urbana, em função da quantidade e da diversidade de problemas do cotidiano de adolescentes e jovens, abordado por eles em suas composições.
Um exemplo disso é Faroeste Caboclo, maior sucesso radiofônico de 1988, presença obrigatória em bailinhos, sempre cantada em coro. Ao tentar explicar o sucesso da música, Renato Russo afirmou, naquele mesmo ano, que, entre outros motivos, “Fora o fato da música falar de um cara que está sofrendo altas dificuldades, tentando manter sua honra, as pessoas se identificam com isso”.(4)
Em Pais e Filhos, " É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã" um dos maiores sucessos do grupo, podemos identificar elementos muito próximos do drama existencial e familiar vivido pelo assassino de Glauco e de Raoni, conforme mostrado pela imprensa.
“Quero colo, vou fugir de casa, posso dormir aqui com você? (...) Eu moro com a minha mãe, mas meu pai vem me visitar. (...)”. E, como conseqüência, a tragédia atinge o ápice com: “ela se jogou da janela do quinto andar” ou no caso relacionado: Ele mata duas pessoas e, na fuga, quase tira a vida de uma terceira.
Em Aloha, Renato Russo assume o protesto juvenil de forma mais ampla, afirmando: “Será que ninguém vê o caos em que vivemos? Os jovens são tão jovens e fica tudo por isso mesmo, A juventude é rica, a juventude é pobre. A juventude sofre e ninguém parece perceber.”
E concluo ampliando o raciocínio do compositor e ainda faz muito mais gente sofrer. Ainda trazendo mais idéias abordadas nos versos da letra da canção “Muros e Grades”, vale a pena procurarmos saídas para aquilo que seus autores descrevem como uma vida superficial, sem sentido e absurda.
Na composição “Comida”, dos Titãs — um dos grandes sucessos da banda naqueles anos —, encontramos a afirmação enfática do fazer artístico como uma das possibilidades para superar ou amenizar as angústias ou ansiedades da(s) galera(s): “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”.
Afinal, como afirmou Vanderley, professor de história, artísta plástico e escritor, no II Fórum Popular de Cultura (2006), “quando a gente se nega a ser criativo e criador, nós negamos a nossa condição humana e a nossa humanidade”.
E para ampliar os horizontes sobre as questões aqui postas em foco pelas composições selecionadas por nós, recomendamos a leitura do excelente artigo “Um Sentido para a Vida”, do Frei Betto, um cara que viveu a adolescência e a juventude bebendo na fonte daquilo que melhor foi produzido nas década de 60, 70 e 80, em matéria de arte, espiritualidade, filosofia e política, o qual, hoje, já com cabelos brancos, esbanja uma vitalidade que inspira garotos e garotas de todas as idades.
NOTAS:
(1) – No auge do sucesso eu não era nem tão ligado nos Engenheiros do Hawaii e no Legião Urbana. Na verdade, as minhas bandas de rock preferidas eram a Cor do Som e o 14 Bis, cuja sonoridade não eram nem tão “rock” assim, por causa da influências daquilo que era chamado na época de MPB, que em matéria de música era o que me atraía mais,e, em menor grau, o folk, a música latina e alguns clássicos do rock .
(2) – No universo do debate dos problemas nacionais, muita gente não vê com bons olhos a explicação das questões da violência urbana, como intrinsecamente relacionadas às desigualdades, no tocante a má distribuição de renda, concentração de terras e, a incapacidade da maior parte das nossas elites dirigentes, em utilizar o estado como instrumento da melhoria do padrão de vida da maioria da população. Este pensamento é bastante disseminado por meio de radialistas e apresentadores de televisão, “abutres” que se nutrem das tragédias urbanas para conquistar audiência e, em alguns casos, votos.
“Ora senhores, certo perdestes o senso” porque basta comparar a nossa situação em matéria de criminalidade com os países do norte da Europa, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega entre outros, para percebermos a grande diferença.
Como estes países têm uma das distribuições de renda mais igualitária, serviços públicos de excelente qualidade e um sistema de proteção social primoroso, os indicadores de violência urbana são baixíssimos.
(3) ALZER, Luiz André e CLAUDINO, Mariana. Almanaque Anos 80. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004
(4) ALEXANDRE, Ricardo (org). História do Rock Brasileiro (Vol. 3). São Paulo: Editora Abril, s/d.
Mais uma noite de puro deleite estético/musical em 2010, vivida por mim, juntamente com muita gente “bonita” como disse uma das pessoas que nos acompanhou na Cantoria, organizada pelo grupo de forró Casaca de Couro no restaurante O Paiol em uma noite de sexta-feira (20/08).
O time bem escalado para aquela noite, foi composto de quatro violeiros sergipanos: Muskito, Sena, Joaquim Ferreira e Nino Karvan, participaram também o poeta popular João Brasileiro, o percussionista Tom Toy e os violeiros convidados Josino Medina (Vale do Jequitinhonha), Dinho Oliveira (Vitória da Conquista) e Paulinho de Jequié.
Uma apresentação que me chamou a atenção foi a do cantador do vale do Jequitinhonha, Josino Medina, que traz um som de viola, de dupla matiz sonora, do nordeste e do sudeste, fruto da localização do vale do Jequitinhonha e a de Nino Karvan, que trouxe um toque urbano, agregando novidade ao estilo. Momento emocionante foi todos juntos cantados clássicos como Romaria (Renato Teixeira) e Cio da Terra (Chico Buarque e Milton Nascimento).
No final, para dançar, o autêntico forró do grupo Casaca de Couro, o qual não ficou nada a dever as noites em que o grupo se apresentou no Complexo Cultural “O Gonzagão” nos anos de 2007, 2008 e 2009. Considerado, conforme pesquisa junto ao público presente, como um dos três melhores pé de serra da programação organizada quando estivemos a frente daquela tradicional casa de forró.
Tenho ótimas lembranças sonoras de outras noites em 2010. Noites nas quais aconteceram quando estivemos presentes ao show da Patricia Polayne em duas ocasiões, em uma concha acústica da UFS e no pub Capitão Cook, “o que é bom é para ser visto e revisto”.
E para completar, também estivemos presente no surpreendente show de lançamento do CD de Pantera e em uma noite de apresentação do Maria Scombona antecedendo a entrada da Fernanda Takai no Festival de Verão.
Outra noite memóravel foi aquela da gravação do DVD da dupla Chico Queiroga & Antônio Rogério Mesmo não estando presente, pude captar através do DVD as boas energias, ou as “vibrações positivas” repetindo o bordão de um empresário e politico sergipano ligado ao segmento da cultura de massa baiana.
Uma característica que me empolgou em todas elas, daí o titulo deste artigo, foi o alto grau da qualidade da produção, tanto da parte dos artistas e músicos, como da área técnica, em especial quanto ao som e iluminação.
Também gosto do estilo das composições da Patricia, do Chico&Rogério, do Edelson Pantera e do grupo Maria Scombona pelo fato de serem músicas de gente daqui, mas que sabe incorporar outras matizes sonores. E através disso compor uma interação estética bastante criativa de elementos locais com outras vertentes da musicalidade nordestina, brasileira e universal.
Ao contrário, as músicas de cantoria, também me atraem pela aproximação que esse estilo de música guarda com relação às raízes populares, notadamente do interior nos proporcionando manter conexões bem profundas com o sertão que está dentro de nós e que está em toda parte, como disse Guimarães Rosa.
E é bom que seja assim, é bom poder apreciar música sergipana de alto nivel e cujo sonoridade, ritmos e letras trate das nossas questões, em sintonia com o que circula pelas antenas por sobre as nossas cabeças.
Como também aquelas que nos sintoniza com as antenas que estão dentro da gente, em especial com aquilo que nos vincula a terra, as águas, aos animais, as plantas, aos mitos , aos modo de pensar e viver dos nossos antepassados que viveram ou que ainda vivem no campo.
A esse propósito, o restaurante O Paiol em funcão de estar em um espaço cujo verde é um componente bem presente, além da terra e a circulação do ar, proporcionada pelo fato da área coberta não ocupar todo o terreno. Isso me pareceu um elemento muito importante para a composição do cenário e do clima.
Algo que me lembrou a contribuição que o mar proporcionava ao sucesso da casa de forró Candeeiro que, durante alguns anos funcionou sob as areias e circundadas pelos coqueiros da Praia de Aruana.
CADA SOM PUXA UMA LEMBRANÇA
No show da Patricia Polayne realizada em uma concha acústica rodeada por grama e árvores dentro da UFS também senti a natureza como uma parceira importante para o sucesso da noite. O elemento cênico em termos de figurino e adereços, a percussão, bem como os movimentos corporais e faciais da cantora foram muito importantes para o sucesso do show.
Muito bom e evidente perceber nas composições e nos arranjos, referências do movimento musical conhecido como Mangue Beat .
Quanto ao show do Pantera a minha surpresa foi assistir ao show de um artista sergipano, com um sonoridade que em alguns momentos me transportou para um tempo e um lugar diferente de onde eu estava, cidades velhas, gente simples, bairros antigos, com crianças brincando, pessoas na calçada, árvores no quintal, frutas colhidas no pé.
Sensações iguais quando ouço algumas músicas do Chico Buarque, do Ivan Lins, de Caetano e Gil, do Boca Livre, e principalmente do Milton e de seus companheiros do clube da esquina ou das composições instrumentais do Wagner Tiso e do Egberto Gismonti.
E sobre a influência do som do Clube da Esquina na obra de Pantera: foi a surpresa mais agradável daquela noite. A produção, em matéria de arranjos, ficou a cargo de Toninho Horta que também se fez presente como músico, tendo sido homenageado por Pantera em uma composição totalmente dedicada ao Toninho.
IMPACTOS POSITIVOS
Percebi no material de divulgação dos shows, Cds e Dvds da Patricia Polayne e do Chico & Rogério a marca do Governo Federal através do Projeto Pixinguinha. Isto possibilitou a melhoria do padrão de qualidade técnica e artística, no caso dos arranjos e da qualidade da gravação, tanto em aúdio com em video, bem perceptível para quem esteve presente aos shows e/ou que adquiriram o material gravado.
Este fato, aliado aos outros programas de fomento e incentivo a cultura demonstra o impacto positivo que isso está proporcionando para a cadeia produtiva da música.
Para que isto se amplie e se consolide espero que as universidades invistam em estudos e pesquisas sobre os impactos culturais, econômicos e sociais e certamente com o estimulo financeiro dos governos estaduais e federal, através dos bancos oficiais e com recursos diretos do Ministério da Cultura, muito mais poderá ser realizado neste campo.
Outro aspecto urgente em termos políticos é a democratização do acesso. E uma forma de realizar essa democratização é possibilitar a mais universidades públicas e entidades da sociedade a concessões de canais de rádio e tvs.
Aqui em Sergipe a entrada no ar da Rádio UFS, bem como a reformulação da programação da Rádio Aperipê e Aperipê TV , com a chegada dos novos gestores que assumiram em função da vitória do governador Marcelo Deda (PT) no ano de 2006, está possibilitando um ganho muito promissor para artistas sergipanos, cujas músicas dispunham de pouco espaço para chegar ao público.
Para concluir, é muito importante mais investimento na circulação de espetáculos artísticos e oficinas culturais na rede de escolas e universidades públicas.
Essa medida é imprescindível para ajudar tanto na formação de platéia, como para ajudar a tornar a escola um espaço mais completo em termos educativos. Afinal, como sabemos, nos tempo atuais uma escola que não interaja com a cultura brasileira, não atende completamente aos saberes e fazeres necessários para a educação do futuro.
Do contrário, ruim para a cultura, cujo lixo cultural continuará ganhando cada vez mais corações e mentes. E pior ainda para a escola que continuará sendo um local, cujo interesse e satisfação será cada vez menor em relação aquele proporcionado pela televisão e pela internet.
Como estamos em época de eleições, eleger ou reeleger governos e parlamentares comprometidos com estas bandeiras é tarefa de todos nós. Disso depende a viabilização de condições para que muito mais brasileiros possam se deleitar de prazer em termos estéticos/culturais, com reflexos positivos para a educação, para a economia, para a saúde e para a segurança pública.
P.S: (1)Na última viagem que realizei a Belém do Pará, em julho, pela primeira vez levei CDs de música sergjpana para presentar aos organizadores de um congresso internacional de arte-educação e para parentes que moram na região. No primeiro caso utilizamos CDs doados, além de livros, folhetos sobre turismo e cultura de Sergipe. No segundo caso, custeamos as despesas de aquisição, favorecido pelo preço acessível proporcionado pela apoio do Projeto Pixinguinha a tiragem do trabalho do Chico&Rogério e da Patricia Polayne. O que nos motivou, entre outras razões, está descrito no titulo e em toda a argumentação
(2) Clique abaixo para conferir experiências exitosas da parceria escola e grupos/linguagens artísticas.
Circuito Escolar Maria Scombona
Projeto Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte.
Infelizmente muito aquém do que necessitamos. O que fazer para que o MEC e o MINC,bem como as respectivas secretarias de educação e cultura dos estados e municípios dialoguem para que isto seja ampliado dentro do universo escolar? Que tal Pontos de Cultura Itinerantes voltados para a promoção de oficinas/seminários para professores e alunos e a circulação de espetáculos no seio das escolas?
Caso você seja um participante ou conhecedor de iniciativas que façam interagir escolas com grupos/linguagens artísticas, disponibilize o link em "comentários" .
(3) - Confira um exemplo da repercussão de um show da Patricia Polayne no dia 24/08 em Sampa.
O Portal do Som ( 2) - Música e Tragédia Urbana.
Falo em banda querendo aqui me referir a uma parte da juventude, pois outras juventudes estavam ligadas em outras vertentes musicais, mesmo que, em muitos casos, a matriz de origem fosse o mesmo rock brazuca que despontava com toda força, a partir do início da década.
“Os artistas são as antenas da raça”, disse Ezra Pound. E confirmamos isso quando paramos para ouvir com mais atenção algumas das canções gravadas pelos Engenheiros e por outras bandas musicais surgidas naquele período, como: Legião Urbana, Titãs, Ultraje a Rigor, RPM,Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Ira, Barão Vermelho, Camisa de Venus etc..
Assim como ocorreu com as gerações que os antecederam, em especial as dos anos 60 e 70, perceberemos que a geração 80 também foi capaz de mostrar e refletir acerca das muitas mazelas daquele tempo, as quais não pararam de aumentar, chegando ao atual estágio de mal estar e insegurança que vicejam por tantos lugares.
Tempos de semeadura ideológica para o triunfo do modelo neoliberal, cujo ponto alto se dá com o “Consenso de Washington”, que recomendou a menor interferência possível por parte do estado nos rumos da economia, com os consequentes cortes de investimentos nas áreas sociais, arrocho salarial, precarização das relações de trabalho, redução e “flexibilização” de direitos trabalhistas, redução do papel regulador da economia por parte do Estado. (2)
Temos no exagero dessa ideologia, em especial na sua relação com o mercado financeiro, a causa principal da crise internacional que abalou a economia mundial em 2009, resultando em dor e sofrimento para milhões de pessoas, principalmente nos Estados Unidos, Japão e na Europa.
Estas questões relacionadas as facilidades para a penetração dessas idéias na década de 80 podem ser percebidas na letra da música Ideologia (1987), de Cazuza, que nos lembra da perplexidade que se estabelece no seio de parcela da juventude em função da falta de modelos de referenciais teóricos e práticos para sustentar a luta para a construção de uma nova sociedade, entre outros motivos, agravado pela derrocada da ampla maioria dos regimes comunistas que alimentaram a esperança de uma parcela da juventude, de artistas e de intelectuais na construção de um mundo melhor e pela mudança de lado, por parte de alguns expoentes da contra cultura ou da esquerda marxista, que assumiram idéias e atitudes de defesa do status quo.
A despeito disso, como os espaços de liberdade no Brasil eram muito limitados, naquele momento, muitos que tinham entre 15 e 30 anos, mesmo sem encontrar referencias mais sólidos em termos de ideologias, se envolveram em diversas formas de participação política, cujo ápice acontece com a campanha Diretas Já, exigindo eleições diretas para presidente da república
E como tema da campanha das Diretas Já, temos a canção Inútil (1983), do grupo Ultraje a Rigor. “A música, que nasceu de pequenos fatos relacionados ao país (a primeira frase da canção foi inspirada numa frase de Pelé), ganhou cunho político e social quando o então mestre-de-cerimônias Osmar Santos tocou “Inútil” para 10 mil pessoas, no primeiro comício pré-eleição diretas, em São Paulo (...). Num outro golpe de sorte e publicidade espontânea, o deputado Ulysses Guimaraes chamou a atenção para a letra da canção em um discurso na Câmara Federal.”(3)
Outra banda que “explodiu” durante alguns poucos, mas intensos anos de sucesso (1985 a 1988) foi o RPM, um fenômeno pop que me lembrou o que se sucedeu com o “cometa” Peter Framptom, em meados da década de 1970, quando no início da adolescência ouvia Baby, I Love your way, I’m in you e Show Me the Way pelas ondas do rádio.
Embora tenha se destacado apenas com “Alvorada Voraz”, em termos de protesto social e político, o RPM fez um gesto que me chamou a atenção, a atualização de alguns versos quando da regravação da mesma canção, no ano de 2002.
Na primeira versão, eles se detiveram em fatos políticos e criminais de destaque, que antecederam a década de 1980 , como crimes do colarinho branco e nas torturas: “O caso Morel, o crime da mala, Coroa-Brastel, O escândalo das jóias. E o contrabando, e um bando de gente importante envolvida (...) Juram que não torturam ninguém.”
E, na segunda versão de “Alvorada Voraz” , as questões selecionadas foram do final do final dos anos de 1980 até aquelas dos anos 2000, “O caso Sudam, Maluf, Lalau, Barbalho, Sarney. E quem paga o jornal é a propaganda, pois nesse país é o dinheiro quem manda (...) E juram que não corrompem ninguém”.
E, como se sabe, o roubo do dinheiro público é um dos responsáveis pela “tragédia urbana”, na medida em que compromete o investimento público em geração de emprego e renda, educação, saúde, cultura, moradia, trânsito, esporte e lazer.
Já em outra vertente mais pessoal e existencial, sem perder a conexão com os aspectos sociopolíticos, não se pode esquecer de Renato Russo e seus parceiros da Legião Urbana, em função da quantidade e da diversidade de problemas do cotidiano de adolescentes e jovens, abordado por eles em suas composições.
Um exemplo disso é Faroeste Caboclo, maior sucesso radiofônico de 1988, presença obrigatória em bailinhos, sempre cantada em coro. Ao tentar explicar o sucesso da música, Renato Russo afirmou, naquele mesmo ano, que, entre outros motivos, “Fora o fato da música falar de um cara que está sofrendo altas dificuldades, tentando manter sua honra, as pessoas se identificam com isso”.(4)
Em Pais e Filhos, " É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã" um dos maiores sucessos do grupo, podemos identificar elementos muito próximos do drama existencial e familiar vivido pelo assassino de Glauco e de Raoni, conforme mostrado pela imprensa.
“Quero colo, vou fugir de casa, posso dormir aqui com você? (...) Eu moro com a minha mãe, mas meu pai vem me visitar. (...)”. E, como conseqüência, a tragédia atinge o ápice com: “ela se jogou da janela do quinto andar” ou no caso relacionado: Ele mata duas pessoas e, na fuga, quase tira a vida de uma terceira.
Em Aloha, Renato Russo assume o protesto juvenil de forma mais ampla, afirmando: “Será que ninguém vê o caos em que vivemos? Os jovens são tão jovens e fica tudo por isso mesmo, A juventude é rica, a juventude é pobre. A juventude sofre e ninguém parece perceber.”
E concluo ampliando o raciocínio do compositor e ainda faz muito mais gente sofrer. Ainda trazendo mais idéias abordadas nos versos da letra da canção “Muros e Grades”, vale a pena procurarmos saídas para aquilo que seus autores descrevem como uma vida superficial, sem sentido e absurda.
Na composição “Comida”, dos Titãs — um dos grandes sucessos da banda naqueles anos —, encontramos a afirmação enfática do fazer artístico como uma das possibilidades para superar ou amenizar as angústias ou ansiedades da(s) galera(s): “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”.
Afinal, como afirmou Vanderley, professor de história, artísta plástico e escritor, no II Fórum Popular de Cultura (2006), “quando a gente se nega a ser criativo e criador, nós negamos a nossa condição humana e a nossa humanidade”.
E para ampliar os horizontes sobre as questões aqui postas em foco pelas composições selecionadas por nós, recomendamos a leitura do excelente artigo “Um Sentido para a Vida”, do Frei Betto, um cara que viveu a adolescência e a juventude bebendo na fonte daquilo que melhor foi produzido nas década de 60, 70 e 80, em matéria de arte, espiritualidade, filosofia e política, o qual, hoje, já com cabelos brancos, esbanja uma vitalidade que inspira garotos e garotas de todas as idades.
NOTAS:
(1) – No auge do sucesso eu não era nem tão ligado nos Engenheiros do Hawaii e no Legião Urbana. Na verdade, as minhas bandas de rock preferidas eram a Cor do Som e o 14 Bis, cuja sonoridade não eram nem tão “rock” assim, por causa da influências daquilo que era chamado na época de MPB, que em matéria de música era o que me atraía mais,e, em menor grau, o folk, a música latina e alguns clássicos do rock .
(2) – No universo do debate dos problemas nacionais, muita gente não vê com bons olhos a explicação das questões da violência urbana, como intrinsecamente relacionadas às desigualdades, no tocante a má distribuição de renda, concentração de terras e, a incapacidade da maior parte das nossas elites dirigentes, em utilizar o estado como instrumento da melhoria do padrão de vida da maioria da população. Este pensamento é bastante disseminado por meio de radialistas e apresentadores de televisão, “abutres” que se nutrem das tragédias urbanas para conquistar audiência e, em alguns casos, votos.
“Ora senhores, certo perdestes o senso” porque basta comparar a nossa situação em matéria de criminalidade com os países do norte da Europa, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega entre outros, para percebermos a grande diferença.
Como estes países têm uma das distribuições de renda mais igualitária, serviços públicos de excelente qualidade e um sistema de proteção social primoroso, os indicadores de violência urbana são baixíssimos.
(3) ALZER, Luiz André e CLAUDINO, Mariana. Almanaque Anos 80. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004
(4) ALEXANDRE, Ricardo (org). História do Rock Brasileiro (Vol. 3). São Paulo: Editora Abril, s/d.
O Portal do Som (1)
A música brasileira aproximando gerações e rompendo preconceitos
Quem gosta muito de música popular brasileira ficou surpreendido em 2007 com o lançamento do CD "Onde brilhem os olhos meus", gravado por Fernanda Takai, do grupo Pato Fu, com releituras de músicas gravadas por Nara Leão. E dentre estas, a música “Diz que fui por aí”, gravada por Nara e também por Zé Keti, criador da canção.
Nesta gravação, considero bem interessante o andamento da música — cantada e tocada de forma mais lenta, ficando algo bem próximo a uma balada pop —, como pode-se perceber pelo toque da bateria e pela batida do violão. Não imaginava ouvir um samba tradicional dessa maneira. Causou-me muita alegria ouvi-lo nesta nova versão. E, Importante para o resultado final não esquecermos a “delícia” que é ouvir a voz de Fernanda Takai.
O cantor e compositor Zé Keti é um renomado sambista que teve uma trajetória de sucesso no Rio de Janeiro, tendo no show Opinião, símbolo da resistência cultural à ditadura militar nos anos 60, e no registro fonográfico do evento, um marco fundamental em sua carreira. O carioca Zé Keti é um autor ligado a um gênero musical tradicional, além de outros (boleros, forró, toadas e modinhas) que aprendi a respeitar e gostar , ouvindo, a partir de meados dos anos 70, releituras nas vozes de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Novos Baianos etc.
E essa ampliação do espectro do gosto musical não ficou apenas por aí; até compositores da música caipira paulista, como João Pacifico, através de uma gravação de Beth Carvalho, em meados da década de 80, ganhou a minha predileção (cd Na Fonte de 1981). A partir daí, fiquei despertado para mais ouvir composições da autoria desse compositor. E quem tornou isso possível foi a iniciativa do Antônio Fagundes. Ele mesmo! O bem sucedido ator de novelas, que gravou um disco muito bom de se ouvir, com acompanhamento de coro e de um conjunto sinfônico, somente com músicas do velho e bom compositor paulista.
Dentre as primeiras regravações/releituras que ouvi, em meados dos anos 70, a música “Coração Materno”, do Vicente Celestino, regravada por Caetano Veloso, marcou-me bastante, pelo fato inusitado que representou na época. Tal qual muita gente, tomei um susto! Porque, apesar de minha pouca idade na época, eu já tinha ouvido, de forma indireta, uma música ou outra de Vicente Celestino, e sua obra representava, para as novas gerações que “curtiam” as músicas da moçada que surgira com os festivais ou na onda da “jovem guarda”, aquilo que de mais atrasado, cafona e careta poderia existir.
Mas, o tempo foi passando e muitos jovens passavam a ter contato com a obra de Dalva de Oliveira e Herivelton Martins (cujo romance tumultuado foi tema de uma minissérie apresentada pela Globo neste inicio de 2010), além de Noel Rosa, João do Vale, Lupicínio Rodrigues, Ismael Silva, Ataulfo Alves, Dolores Duran, Jackson do Padeiro, Pixinguinha, Braguinha etc., principalmente nas vozes dos tropicalistas.
Dentre estas, destaco em especial os dois LP´s — sucessos de público e de crítica — com músicas exclusivas dos compositores Dorival Caymmi e Ary Barroso, lançadas no mercado por Gal Costa nos anos de 1976 e 1980. Destaco também a antológica gravação de “Índia”, uma guarânia, estilo musical bastante comum no Paraguai e nas cidades brasileiras de fronteira com nossos hermanos latino-americanos, cuja primeira gravação de sucessso no Brasil foi realizada pela dupla Cascatinha e Inhana, em 1952. Sendo que “India” é uma das músicas preferidas de minha mãe.
E é nisso que reside uma das principais contribuições do movimento tropicalista na cultura brasileira: propiciar as novas gerações compreender, respeitar e até mesmo admirar alguns compositores e cantores que apresentaram músicas que fizeram parte da história de vida de nossos pais e avós, nos proporcionando também entrarmos em sintonia com os sentimentos, emoções e valores, como também dos acontecimentos cotidiano daqueles que nos antecederam. E isso a música dos grandes compositores de todos os tempos faz muito bem.
Outras regravações/releituras que me marcaram: Uma produzida nos anos 80, a de “Luar de Sertão”, do compositor Catulo da Paixão Cearense, realizada em um belo e emocionante dueto de Milton Nascimento com Luiz Gonzaga e, mais recentemente, uma dobradinha musical de Jair Rodrigues e Rappin Hood, em torno da música Disparada, do Geraldo Azevedo e Téo de Azevedo, um dos maiores sucessos dos festivais dos anos 60.
E isso prossegue, quando garotos e garotas ouvem regravações/releituras de músicas de Chico Buarque, Cartola, Roberto e Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Noel Rosa e de outros clássicos, na voz de Chico Science,Skank, J. Quest, Rapin Hood, Maria Rita, Vanessa da Mata, Adriana Calcanhoto e tanta gente nova. Isso garante que a permanência na memória nacional do que temos de melhor na arte musical brasileira perdurará além do período histórico em que foram concebidas, assim como acontece com a música erudita de Bach, Mozart, Techaikovsky, Beetoven e de tantos outros.
O inverso também ocorreu com os cantores da “velha guarda” que regravaram músicas de compositores da nova geração. Na década de 70, Orlando Silva e Luiz Gonzaga fizeram isso e no final da década de 80, Nelson Gonçalves gravou Cazuza, Lobão, Kid Abelha. Também ao ouvir “Nada por mim” originalmente gravado pelo Kid Abelha na voz do cantor de “boemia” fiquei muito feliz e também satisfeito pela forma “abolerada” como Nelson Gonçalves interpretou a canção.
Sobre Luiz Gonzaga e o forró pé-de-serra, na década de 70, tornou-se novamente merecedor de atenção de parcela importante da juventude a partir da inclusão de músicas que fizeram sucesso na voz do velho Lua, nos discos de Caetano, Gil, Gal e Bethania, além da presença do jovem Dominguinhos que adentrava no cenário da música brasileira em alguns momentos, na companhia dos tropicalistas.
Por último, uma grata surpresa chega em minhas mãos no ano de 2009, o CD da cantora baiana Patrícia Costa, com releituras de músicas que fizeram sucesso no período áureo da chamada axé music — década de 80 e meados de 90 do século passado, em versão acústica e com um estilo intimista e delicado. É incrível como músicas que agitaram as ruas quando cantadas em ritmo frenético próprio se transformaram em melodias suaves e tranqüilizantes!
Bom para ouvir especialmente após um dia de trabalho, quando coloco a rede no quintal, ligo o som, coloco o CD Acústico Bahia da Patrícia, e fico ouvindo as músicas na companhia da lua e das estrelas (tendo às vezes ao lado a mulher companheira), sem esquecer, é claro, de intercalar com todos aqueles já citados, como também com o trabalho musical de outros ritmos e cantores/compositores não citados nesse texto.
Afinal, boa música pode ser encontrada em todos os ritmos, tempos e lugares.
P.S.:
Ouça "Luar do Sertão" na versão de Maria Bethania.
Ouça "India" na versão de Roberto Carlos.
Ouça "Diz que fui por aí" na versão de Seu Jorge e Luiz Melodia.
Se alguém perguntar por mim, veja a programação do projeto verão de Aracaju, edição 2010, em especial a do dia 04/02/10 e saberá onde me encontrar.
Cem anos de Luiz Gonzaga, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)
Estátua de Luiz Gonzaga em Campina Grande, na Paraíba. Foto: UOL
Fonte: Portal EcoDebate
Música do CD Belo Sertão, para saber mais, clique aqui
Quem gosta muito de música popular brasileira ficou surpreendido em 2007 com o lançamento do CD "Onde brilhem os olhos meus", gravado por Fernanda Takai, do grupo Pato Fu, com releituras de músicas gravadas por Nara Leão. E dentre estas, a música “Diz que fui por aí”, gravada por Nara e também por Zé Keti, criador da canção.
Nesta gravação, considero bem interessante o andamento da música — cantada e tocada de forma mais lenta, ficando algo bem próximo a uma balada pop —, como pode-se perceber pelo toque da bateria e pela batida do violão. Não imaginava ouvir um samba tradicional dessa maneira. Causou-me muita alegria ouvi-lo nesta nova versão. E, Importante para o resultado final não esquecermos a “delícia” que é ouvir a voz de Fernanda Takai.
O cantor e compositor Zé Keti é um renomado sambista que teve uma trajetória de sucesso no Rio de Janeiro, tendo no show Opinião, símbolo da resistência cultural à ditadura militar nos anos 60, e no registro fonográfico do evento, um marco fundamental em sua carreira. O carioca Zé Keti é um autor ligado a um gênero musical tradicional, além de outros (boleros, forró, toadas e modinhas) que aprendi a respeitar e gostar , ouvindo, a partir de meados dos anos 70, releituras nas vozes de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Novos Baianos etc.
E essa ampliação do espectro do gosto musical não ficou apenas por aí; até compositores da música caipira paulista, como João Pacifico, através de uma gravação de Beth Carvalho, em meados da década de 80, ganhou a minha predileção (cd Na Fonte de 1981). A partir daí, fiquei despertado para mais ouvir composições da autoria desse compositor. E quem tornou isso possível foi a iniciativa do Antônio Fagundes. Ele mesmo! O bem sucedido ator de novelas, que gravou um disco muito bom de se ouvir, com acompanhamento de coro e de um conjunto sinfônico, somente com músicas do velho e bom compositor paulista.
Dentre as primeiras regravações/releituras que ouvi, em meados dos anos 70, a música “Coração Materno”, do Vicente Celestino, regravada por Caetano Veloso, marcou-me bastante, pelo fato inusitado que representou na época. Tal qual muita gente, tomei um susto! Porque, apesar de minha pouca idade na época, eu já tinha ouvido, de forma indireta, uma música ou outra de Vicente Celestino, e sua obra representava, para as novas gerações que “curtiam” as músicas da moçada que surgira com os festivais ou na onda da “jovem guarda”, aquilo que de mais atrasado, cafona e careta poderia existir.
Mas, o tempo foi passando e muitos jovens passavam a ter contato com a obra de Dalva de Oliveira e Herivelton Martins (cujo romance tumultuado foi tema de uma minissérie apresentada pela Globo neste inicio de 2010), além de Noel Rosa, João do Vale, Lupicínio Rodrigues, Ismael Silva, Ataulfo Alves, Dolores Duran, Jackson do Padeiro, Pixinguinha, Braguinha etc., principalmente nas vozes dos tropicalistas.
Dentre estas, destaco em especial os dois LP´s — sucessos de público e de crítica — com músicas exclusivas dos compositores Dorival Caymmi e Ary Barroso, lançadas no mercado por Gal Costa nos anos de 1976 e 1980. Destaco também a antológica gravação de “Índia”, uma guarânia, estilo musical bastante comum no Paraguai e nas cidades brasileiras de fronteira com nossos hermanos latino-americanos, cuja primeira gravação de sucessso no Brasil foi realizada pela dupla Cascatinha e Inhana, em 1952. Sendo que “India” é uma das músicas preferidas de minha mãe.
E é nisso que reside uma das principais contribuições do movimento tropicalista na cultura brasileira: propiciar as novas gerações compreender, respeitar e até mesmo admirar alguns compositores e cantores que apresentaram músicas que fizeram parte da história de vida de nossos pais e avós, nos proporcionando também entrarmos em sintonia com os sentimentos, emoções e valores, como também dos acontecimentos cotidiano daqueles que nos antecederam. E isso a música dos grandes compositores de todos os tempos faz muito bem.
Outras regravações/releituras que me marcaram: Uma produzida nos anos 80, a de “Luar de Sertão”, do compositor Catulo da Paixão Cearense, realizada em um belo e emocionante dueto de Milton Nascimento com Luiz Gonzaga e, mais recentemente, uma dobradinha musical de Jair Rodrigues e Rappin Hood, em torno da música Disparada, do Geraldo Azevedo e Téo de Azevedo, um dos maiores sucessos dos festivais dos anos 60.
E isso prossegue, quando garotos e garotas ouvem regravações/releituras de músicas de Chico Buarque, Cartola, Roberto e Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Noel Rosa e de outros clássicos, na voz de Chico Science,Skank, J. Quest, Rapin Hood, Maria Rita, Vanessa da Mata, Adriana Calcanhoto e tanta gente nova. Isso garante que a permanência na memória nacional do que temos de melhor na arte musical brasileira perdurará além do período histórico em que foram concebidas, assim como acontece com a música erudita de Bach, Mozart, Techaikovsky, Beetoven e de tantos outros.
O inverso também ocorreu com os cantores da “velha guarda” que regravaram músicas de compositores da nova geração. Na década de 70, Orlando Silva e Luiz Gonzaga fizeram isso e no final da década de 80, Nelson Gonçalves gravou Cazuza, Lobão, Kid Abelha. Também ao ouvir “Nada por mim” originalmente gravado pelo Kid Abelha na voz do cantor de “boemia” fiquei muito feliz e também satisfeito pela forma “abolerada” como Nelson Gonçalves interpretou a canção.
Sobre Luiz Gonzaga e o forró pé-de-serra, na década de 70, tornou-se novamente merecedor de atenção de parcela importante da juventude a partir da inclusão de músicas que fizeram sucesso na voz do velho Lua, nos discos de Caetano, Gil, Gal e Bethania, além da presença do jovem Dominguinhos que adentrava no cenário da música brasileira em alguns momentos, na companhia dos tropicalistas.
Por último, uma grata surpresa chega em minhas mãos no ano de 2009, o CD da cantora baiana Patrícia Costa, com releituras de músicas que fizeram sucesso no período áureo da chamada axé music — década de 80 e meados de 90 do século passado, em versão acústica e com um estilo intimista e delicado. É incrível como músicas que agitaram as ruas quando cantadas em ritmo frenético próprio se transformaram em melodias suaves e tranqüilizantes!
Bom para ouvir especialmente após um dia de trabalho, quando coloco a rede no quintal, ligo o som, coloco o CD Acústico Bahia da Patrícia, e fico ouvindo as músicas na companhia da lua e das estrelas (tendo às vezes ao lado a mulher companheira), sem esquecer, é claro, de intercalar com todos aqueles já citados, como também com o trabalho musical de outros ritmos e cantores/compositores não citados nesse texto.
Afinal, boa música pode ser encontrada em todos os ritmos, tempos e lugares.
P.S.:
Ouça "Luar do Sertão" na versão de Maria Bethania.
Ouça "India" na versão de Roberto Carlos.
Ouça "Diz que fui por aí" na versão de Seu Jorge e Luiz Melodia.
Se alguém perguntar por mim, veja a programação do projeto verão de Aracaju, edição 2010, em especial a do dia 04/02/10 e saberá onde me encontrar.
Cem anos de Luiz Gonzaga, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)
Publicado em julho 11, 2012 por
Estátua de Luiz Gonzaga em Campina Grande, na Paraíba. Foto: UOL
Fonte: Portal EcoDebate
[EcoDebate] Estamos celebrando aqui no Nordeste os cem anos do nascimento de Luiz Gonzaga. Nasceu em 13 de Dezembro de 1912. Além da dimensão artística, é indubitável o papel de sua música na difusão do imaginário sobre o Nordeste, inclusive do ponto de vista ambiental e social.
Fiz com Targino Gondim e Nilton Freitas o CD “Belo Sertão”, numa tentativa de valorizar a importância social da música de Luiz Gonzaga. Fizemos um diálogo de composições como o pout pourri de Asa Branca (Asa Branca, Triste Partida e Volta da Asa Branca), Súplica Cearense, Jesus Sertanejo, Riacho do Navio, etc. Fomos dissecando o que significa cada uma dessas músicas nesse contexto, porque elas existem, qual a razão de tanta celebridade desses clássicos nordestinos. Ao mesmo tempo, na lógica da convivência com o semiárido, compusemos – inclusive com outros compositores – Água de Chuva, Beleza Iluminada, Belo Sertão, Boato Ribeirinho, Estalo de Fogueira e outras.
Curioso como esse trabalho se difundiu no Nordeste muito mais nas escolas, universidades e setores da educação popular que propriamente no mundo do show business. Há inclusive monografias de mestrado estudando o semiárido a partir da música, influenciadas pelo que viram e ouviram no CD.
Foi Luiz Gonzaga, junto com seus poetas como Zé Dantas, Patativa do Assaré e Humberto Teixeira – muitos outros – que divulgaram o sertão nordestino que está no imaginário do povo brasileiro. Claro que pintores como Portinari, poetas como João Cabral de Melo Neto, romancistas como Graciliano Ramos, dramaturgos como Ariano Suassuna, se somaram nessa divulgação, mas como uma crítica à crueldade da fome e da sede que pairavam sobre o semiárido.
Hoje temos a convivência com o semiárido. Acabamos com as grandes migrações, as frentes de emergência, a mortalidade infantil, os saques. Mesmo numa seca como essa, a tragédia social já não reina como nos tempos da “Asa Branca”.
A música de Gonzaga continua viva por ser uma obra prima da cultura popular, mas a nossa realidade mudou. Há muito por caminhar, mas grande parte do caminho foi feito. Gonzaga gostaria de ver a volta de grande parte dos migrantes nordestinos para o Nordeste.
Sem perdermos nossas raízes culturais, principalmente a musical, hoje já podemos fazer novos baiões, novos xotes, novos rastapés, um novo forró, para a alegria nordestina que nunca morre.
Nesses cem anos de nascimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião vai fazer a festa no céu enquanto nós a faremos aqui na Terra, até o dia que Deus permitir.
Roberto Malvezzi (Gogó), Articulista do Portal EcoDebate, possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.
Beleza Iluminada
1
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
17/9/2011 · 5 · 5
A cena das mulheres carregando suas latas de água na cabeça é clássica. A beleza rude da cena não pode ocultar todo o sofrimento imposto ao corpo feminino. Começando desde criança, as mulheres carregarão em sua pele, em seus músculos, em seus ossos a dureza desse trabalho repetitivo e pesado. Com o passar dos anos alargam-se os ombros, enrijecem-se as batatas das pernas, aparecem os problemas de coluna. A cena, porém, tem sua beleza. Caminhando esguias e retilíneas, forçadas pelo equilibrio da lata d'água sobre a cabeça, é praticamente um desfile sobre as estradas calcinadas do sertão. Para alguns também é um momento em que as mulheres se encontram a sós, longe dos homens e onde podem conversar a vontade seus problemas pessoais. Ouça e/ou baixe. AQUI
Água de Chuva
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
7/9/2011 · 5 · 6
Essa música foi e é fundamental na cultura semi-árida. Ela é artisticamente original e linda, socialmente densa, registra a crueldade da realidade, a manipulação política, mas não aponta saídas, exatamente porque naquela época, não se tinha claro as saídas. Mas hoje elas existem. Por isso, sem a pretensão de alcançar o nível artístico desses homens, já se faz música falando da convivência com o semi árido, afirmando claramente que a vida aqui é possível sempre, com dignidade, desde que a adaptação ao ambiente seja feita com respeito a natureza e associando-se a ela, não combatendo-a. Um dos segredos chaves da convivência com o semi-árido é guardar a água no momento das chuvas e tê-la nos momentos em que naturalmente não chove. Ouça e/ou baixe AQUI
Música do CD Belo Sertão, para saber mais, clique aqui
Para pesquisar a vida e a obra de Luiz Gonzaga, clique AQUI e acessar o site mais completo sobre o assunto.
"Seu Lua! Seja bem-vindo ao presente e à imortalidade de sua arte, nas páginas e nos links deste site. Para Sempre!" Um forte abraço, Paulo Vanderley Tomaz.
Outra fonte de pesquisa e informação são os artigos do colecionador e pesquisador musical Abilio Neto no portal overmundo. AQUI.
Para quem quer pesquisar informações gerais sobre o nordeste. A dica é AQUI.
Patrick Torquato
Mês de Junho chegou, escute o melhor do forró de Luiz Gonzaga aki
"Seu Lua! Seja bem-vindo ao presente e à imortalidade de sua arte, nas páginas e nos links deste site. Para Sempre!" Um forte abraço, Paulo Vanderley Tomaz.
Outra fonte de pesquisa e informação são os artigos do colecionador e pesquisador musical Abilio Neto no portal overmundo. AQUI.
Para quem quer pesquisar informações gerais sobre o nordeste. A dica é AQUI.
Patrick Torquato
Mês de Junho chegou, escute o melhor do forró de Luiz Gonzaga aki
http://www.mixcloud.com/patricktor4/forro-do-gonzagao-100-anos
Sugestões de plano de aula para professores.
Luiz Gonzaga foi o primeiro a colocar o Nordeste no mapa da música popular brasileira
Sugestões de plano de aula para professores.
O rei do baião.
Conhecendo Luiz Gonzaga
Luiz Gonzaga foi o primeiro a colocar o Nordeste no mapa da música popular brasileira
Jornal da Globo 03/02/2012 Coluna de Nelson Mota
Assista a reportagem, AQUI
Assista também:
SOM BRASIL - Especial Gonzagão
Mosaicos - A Arte de Luiz Gonzaga
Sugestões enviadas por Àlvaro Pantoja (Porto - PT/Olinda PE-BR)
Assista a reportagem, AQUI
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SOM BRASIL - Especial Gonzagão
Mosaicos - A Arte de Luiz Gonzaga
Sugestões enviadas por Àlvaro Pantoja (Porto - PT/Olinda PE-BR)
1. O REINADO DE LUIZ GONZAGA na música brasileira
2. DOCUMENTÁRIO comentado - Luiz Gonzaga O Rei do Baião
3. HOMENAGEM A LUIZ GONZAGA O REI DO BAIÃO
Programa Sr. Brasil, homenageando Luiz Gonzaga. Texto de Aldemar Paiva declamado por Rolando Boldrin. Musicas: Lua (Carlos Gomes), Boiadeiro (Luiz Gonzaga) e Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), Intérprete: Ivânia Catarina. Violão (Carlos Gomes), Escaleta (Wagner Amorosino) e Percussão (Dudu Sueit).
4. SOM BRASIL Especial Gonzagão
http://www.youtube.com/watch? v=PYkZbA-gI0U (sinopse 5m)
5. 100 anos de Luiz Gonzaga
Ariano Suassuna falando do forró atual...
‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
Ariano Suassuna
‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
Ariano Suassuna
Leia também: Festa junina na escola e qualidade na educação. AQUI
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Luiz Gonzaga: o sanfoneiro do povo de Deus
O Caminhos da Reportagem desta semana faz uma homenagem a Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Gonzagão completaria cem anos no dia 13 de dezembro de 2012.
Referência fundamental da música brasileira, um patrimônio nacional, primeiro grande artista de destaque do Nordeste, Gonzagão cantou as alegrias e as tristezas de um povo rico de causos, de histórias de vida. O nordestino e o Nordeste foram a eterna inspiração de Luiz Gonzaga. As histórias do sertão se transformaram em música na voz e na sanfona do Rei do Baião.
O Caminhos da Reportagem esteve em Exu, no sertão pernambucano, terra onde nasceu Luiz Gonzaga. Lá, conhecemos personagens da vida dele, a casa onde morou, o Parque Aza Branca e o Museu do Gonzagão.
A equipe esteve também em Recife, Santa Cruz do Capibaribe e Rio de Janeiro. Conversamos com alguns dos maiores sanfoneiros do Brasil, além de renomados artistas e amigos do Rei do Baião. Neste programa, você vai conhecer um pouco da imensa riqueza musical desse homem de origem simples que virou a voz do Nordeste.
AQUI
Referência fundamental da música brasileira, um patrimônio nacional, primeiro grande artista de destaque do Nordeste, Gonzagão cantou as alegrias e as tristezas de um povo rico de causos, de histórias de vida. O nordestino e o Nordeste foram a eterna inspiração de Luiz Gonzaga. As histórias do sertão se transformaram em música na voz e na sanfona do Rei do Baião.
O Caminhos da Reportagem esteve em Exu, no sertão pernambucano, terra onde nasceu Luiz Gonzaga. Lá, conhecemos personagens da vida dele, a casa onde morou, o Parque Aza Branca e o Museu do Gonzagão.
A equipe esteve também em Recife, Santa Cruz do Capibaribe e Rio de Janeiro. Conversamos com alguns dos maiores sanfoneiros do Brasil, além de renomados artistas e amigos do Rei do Baião. Neste programa, você vai conhecer um pouco da imensa riqueza musical desse homem de origem simples que virou a voz do Nordeste.
AQUI
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