sábado, 10 de fevereiro de 2024

Sobre a imprensa alternativa durante a ditadura

 

Nos 60 anos do golpe militar que lembramos neste 2024, a imprensa/jornalismo merece uma reflexão. Uma imprensa dos "barões da mídia" apoiou abertamente o golpe de 64 e com ajuda de uma série de jornalistas. Mas não podemos reduzir o jornalismo dos anos 70 e 80 apenas no apoio à ditadura, mas também na resistência. A chamada “imprensa alternativa” ou “nanica” mobilizou uma opinião pública importante e abriu espaço para uma forma de tratar a notícia. Com análises, entrevistas, humor, criatividade Esta live, realizada originalmente no instagram no perfil romerojunior4503 toma como base o livro do Jornalista Bernardo Kucinski "Jornalistas e revolucionários nos tempos da imprensa alternativa" (EDUSP, 2003). Seguiremos a análise do autor nas elações entre imprensa alternativa e resistência à ditadura de 1964.




Sufocados pela perseguição da ditadura civil-militar e pelas dificuldades impostas pela censura, a categoria dos jornalistas enfrentou tempos difíceis em meados dos anos 1970, no Brasil. Da mesma forma, as pautas identitárias, que se tornavam cada vez mais necessárias, não encontravam espaço de debates e a luta do negro não fazia parte da agenda da grande imprensa. O país precisava respirar abertamente a democracia, livre de um regime autoritário, para que fosse possível abrir espaço para o movimento negro. Nesse contexto, jornalistas negros que atuavam na grande imprensa resolveram fundar um jornal próprio, que atendesse suas pautas. Lançado em 1978, o jornal Abertura teve apenas uma edição e trazia em suas páginas a urgência das reivindicações, buscando um espaço na imprensa do Brasil.


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