
Hoje, 18 de agosto de 2025, pela manhã na Escola Neyde Mesquita, localizada em uma zona periférica de São Cristóvão, mas muito ligada a Aracaju, tivemos um grupo de alunos do sétimo ano que faltaram em razão da chuva, isso proporcionou na primeira sala de aula, com os cinco alunos que compareceram de um total de vinte, abrirmos uma roda de conversa para abordar questões de relacionamento entre homens e mulheres sob uma perspectiva de respeito, cuidado, igualdade e etc., evidentemente, a questão de namoro não poderia ficar de fora.
A roda de conversa seria até um grupo maior de alunos chegar, mas a chuva não diminuiu e uma aula de geografia se transformou em uma aula de Projeto de Vida.
Tivemos até julgamento da declaração de um dos alunos, que disse a algumas colegas gostar de utilizar o sentimento romântico das meninas para usar isso a seu favor. Ou seja,
ação típica de um latin lover ou Don Juan .
Para completar, uma das meninas “espertas” , até porque ela
vê muito isso da parte dos meninos e homens da própria familia e na vizinhança, propôs um julgamento da situação e como o
colega não teve advogado de defesa, porque o outro menino da sala não teria
condições de sustentar uma boa argumentação, ela assumiu e conseguiu fazer muito bem os
dois papéis.
No final parabenizei a ela pela boa defesa, incluindo a
parte da acusação, e agradeci ao aluno por ter se colocado a disposição em ter uma opinião e comportamento pessoal avaliado e julgado em sala de aula.
Como juiz dei o veredicto que não haveria condenação, mas ele deveria ter alguns momentos de conversa com profissionais ligados ao campo da psicologia, da pedagogia, da assistência social e etc., para abordar a importância e necessidade de considerar questões como
respeito, cuidado e igualdade na relação homem-mulher.
Há algumas razões para eu ter trazido essa situação para quem
não esteve presente. A primeira delas é a possibilidade de fazer uma conversa prazerosa e edificante como foi, por
causa da ausência de um número significativo de alunos, e podendo utilizar uma
das minhas dinâmicas preferidas, o julgamento simulado, mas com grande dificuldade
de ser aplicada nas turmas em geral. E o mais legal, nesse caso especifico, protagonizado por uma aluna, que propôs e se dispôs
a fazer.
O que fazer? Claro, não é deixar fora da escola alunos que fazem de tudo para atrapalhar, não somente
a aula tradicional, como também aulas com dinâmicas ativas de aprendizagem como essa e inspirada na filosofia freireana. Mas
é preciso fazer algo mais, e não só pela ou através da escola.
Demandar mais da secretaria de estado da educação sim, como
também de outros serviços públicos sim, incluindo das secretarias de saúde, assistência social,
cultura e etc...Como? Pode ser uma boa discussão para ser realizada no âmbito das
escolas, do sindicato, dos cursos de licenciaturas,
da imprensa. Decerto discutir melhores
condições de trabalho é levar mais a
sério, essa questão da indisciplina e agressão de alguns alunos a outros colegas
e a professores.
O exemplo acima não tratou disso como a questão primeira, ou
camada primordial, mas traz exemplo do quanto precisamos discutir o assunto “violência
nas escolas”, porque isso trará os resultados esperados da aprendizagem
adequada que nossos alunos precisam e do futuro da educação no Brasil.
Já em outra turma, também com menor quantidade de alunos, mas nem tanto, na hora do recreio, o que sobressaiu foi a grata surpresa de uma aluna
ter solicitado para tocar a canção “Clube da Esquina” de Milton Nascimento,
depois de uma sequência de duas canções da Rita Lee, em seguida, escolheram para
tocar Seu Jorge e ouviram/cantaram duas músicas deste último de forma bastante efusiva.
Isso acontece, pois
no horário do recreio às vezes fico na sala depois da aula passando algumas
canções do youtube ligada na caixinha de som tipo JBL, mas fabricado pela
Xaomi, a mesma que utilizo para transmitir o áudio dos vídeos que utilizo em
sala de aula.
Na hora do recreio uma ou duas canções são escolhidas por mim,
mas sempre no estilo pop (românticas ou dançantes) e as que seguem são escolhidas
pelos alunos, na mesma linha, em geral dá para tocar ao todo, quatro ou cinco
canções. Músicas muito agitadas e/ou com palavrãos, e as de sofrência, são solicitadas a não serem escolhidas para não
ficar um clima tenso, e também por não terem condições de contribuir para o enriquecimento
pedagógico e cultural dos alunos.
Sobre a segunda questão que trouxe acima, como é fundamental
considerar a presença da música e das artes de diversos formatos e maneiras dentro da escola e fora, na comunidade, visando melhorar
o repertório cultural de nossos alunos, iniciativa imprescindível pelos
diversos motivos que repetidamente estamos trazendo aqui no blog, escrito por mim e por outros autores.
Por outro lado, vale a pena aproveitar o exemplo acima, para
explicar o motivo dos professores da rede estadual não terem aceitado a proposta
de auxilio tecnológico por meio de um tablet comprado pelo governo do estado, o
que significa dizer, mais do que um tablet precisamos de um auxilio financeiro como feito na gestão passada do governo estadual, auxilio em dinheiro para
prestar contas por meio de notas fiscais de compra de equipamentos que podem servir para
diversas finalidades, além do registro no diário eletrônico, como projetar audiovisual,
escrever, tocar música e etc...
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Um comentário:
Texto maravilhoso
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