Eixo: Educação Básica, Universidade Pública e Educação Popular.
Com a participação dos Professores Romero Venâncio (UFS), Daniel Ferraz Chiozzini (PUC-SP) e Luigy Marks (ex-aluno do Ginásio Vocacional e advogado).
A transmissão da Live será através da página da Ação Cultura no Facebook. https://www.facebook.com/acaocultur
BRASIL ARCAICO E SUBMISSO x BRASIL PROGRESSISTA E SOBERANO.
"Houve um tempo, diz-nos Roberto Schwarz, em que o país estava irreconhecivelmente inteligente. “Política externa independente”, “reformas estruturais”, “libertação nacional”, “combate ao imperialismo e ao latifúndio”: um novo vocabulário – inegavelmente avançado para uma sociedade marcada pelo autoritarismo e pelo fantasma da imaturidade de seu povo – ganhava a cena, expressando um momento de intensa movimentação na vida brasileira." HOLLANDA, Heloisa e GONÇALVES, Marcos. Cultura e participação nos anos 60. São Paulo: Brasiliense, 1982. p.8
Esse tempo foi antes de 1964, e começou pós ditadura de Getúlio Vargas, a partir de 1946, atingindo o ápice nos últimos anos da década de 1950 até 1964. Mas aí, como bem descrito por Chico Buarque na canção Roda Viva, sendo esse termo uma metáfora para ditadura civil-militar “ A gente quer ter voz ativa. No nosso destino mandar. Mas eis que chega a roda-viva. E carrega o destino pra lá.”
E no decorrer desse período, 1964 à 1985, muitos brasileiros que participaram das tentativas de construção desse país "irreconhecivelmente inteligente" passaram a sofrer violações, incluído torturas e desaparecimentos, por defender a democracia e a liberdade, por desejar um país mais justo.
Todavia, após 21 anos de luta e resistência contra a nova ditadura estabelecida em 1964, inclusive mediada com a canção e com o teatro, como foi o caso da peça e canção Roda Viva, o sol das liberdades democráticas recomeça a raiar no ano de 1985. Um sol ainda tímido, encoberto pelas nuvens do chamado entulho autoritário,
Mas “irreconhecivelmente inteligente”, além dos exemplos citados pelo critico literário Roberto Schwarz, também era o Brasil pré 1964, no campo da educação e da cultura, com muitas iniciativas educativas e culturais inovadoras e inclusivas, algumas mais conhecidas e outras menos, as quais sofreram uma ferrenha perseguição por parte dos “ridículos tiranos” que assumiram o comando da nação.
Dentre as iniciativas educativas e culturais mais conhecidas, podemos citar o Movimento de Cultura Popular do Recife, o Centro Popular de Cultura, o Movimento de Educação de Base, o Sistema Paulo Freire de Educação de Adultos e etc.
Quanto as iniciativas pouco conhecidas, destacamos o Sistema de Ginásios Vocacionais, um dos objetos de nossa Live, juntamente com a memória dos educadores e escritores Anisio Teixeira e Paulo Freire.
A memória dos três, são marcados pelo tempo e pelos acontecimentos que tiveram lugar no Brasil durante a década de 1960/1970, em especial o asfixiamento do Sistema dos Ginásios Vocacionais provocado pela ditadura, assim como o exilio de Paulo Freire e a morte suspeita de Anisio Teixeira.
Entretanto, nem sempre pós 1985, tiveram seu legado suficientemente reconhecido à altura da importância necessária para a retomada e consolidação da democracia, em especial dentro da escola pública, considerada por Anisio Teixeira como verdadeiras máquinas de democracia.
Até que ponto isso não colaborou para o neoatraso bolsonarista que repete o clima de 1964?, como afirmou Roberto Schwarz, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo de 15 de Novembro de 2019.
Zezito de Oliveira
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E na semana seguinte........
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