informações voltadas ao fortalecimento das ações culturais de base comunitária, contracultura, educação pública, educação popular, comunicação alternativa, teologia da libertação, memória histórica e economia solidária, assim como noticias e estudos referentes a análise de politica e gestão cultural, conjuntura, indústria cultural, direitos humanos, ecologia integral e etc., visando ao aumento de atividades que produzam geração de riqueza simbólica, afetiva e material = felicidade"
Estamos imersos numa sociedade de desafios e
“novidades”. Tudo, tudo mesmo que se fala e se escreve na atualidade tem a ver
com o ser humano e sua relação com o mistério de Deus e a natureza. Creio que
se trata de uma encruzilhada histórica séria e que nos impele a reflexão.
Lemos vários artigos e textos sobre os
conflitos atuais e, na maioria dos pensadores que se encorajam a expor suas
idéias encontramos argumentos interessantes e cheios de mística. É por isso,
que realizamos com muita dificuldade e alegria a I Jornada
Ecologia e Espiritualidade, setembro passado com Roberto Malvezzzi, o Gogó. Foi de uma riqueza
incomensurável. Obrigado a Gogó pela luta e pela direção que nos deu. Ele é um
dos “missionários mártires” (grifo meu) da fé e da mãe terra. Também escreve
sempre na adital, basta acessar: www.adital.com.br. Temos também o teólogo e escritor Leonardo
Boff, que sempre interpela a sociedade, as igrejas e enfim, todos os cristãos e
não cristãos com seus temas abrasivos e atuais. Por isso, resolvemos transcrever
uma de suas pérolas atuais:
“Para ser sustentável o desenvolvimento há de
ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Já
submetemos à crítica este modelo standard. Mas devemos ser justos. Houve
analistas e pensadores que se deram conta das insuficiências deste tripé.
Acrescentaram-lhes outras pilastras complementares. Vejamos algumas delas”.
E mais:
“Rogério
Ruschel, editor da revista eletrônica Business do Bem, acrescentou uma outra
pilastra: a categoria ética da generosidade. Esta se funda num dado
antropológico básico: o ser humano não é apenas egoísta buscando seu bem
particular, mas é muito mais um ser social que coloca os bens comuns acima dos
particulares ou os interesses dos outros no mesmo nível de seus próprios. Generoso
é aquele que comparte, que distribui conhecimentos e experiências sem esperar
nada em troca. Uma sociedade é humana quando além da justiça necessária
incorpora a generosidade e o espírito de cooperação de seus cidadãos”.
Vendo a fonte você pode consultar e ajudar a espalhar esse “carisma”.
Ele postula no último trecho a questão da “generosidade”. Ora, ela permeia
qualquer cidadão e cidadã que deseje uma sociedade e uma cultura diferente;
fundamenta a vontade de se ser mais responsável, ético, solidário; por acaso,
essas premissas não estão no evangelho? Adoramos nos debruçar naquela palavra
de Jesus: “Olhai os lírios dos campos, eles....” (Mt 6,28-29).
Com tantas propostas nos agulhando e mexendo, decidimos novamente
insistir na II Jornada Ecologia e Espiritualidade em setembro próximo. Em dezembro passado
fomos até o Arcebispo, Dom José Lessa e, ele acolheu com alegria a proposta.
Deu sugestões e abençoou. Partimos para montar o projeto via Cáritas e já
estamos trabalhando prá valer. Na verdade, queremos que você se mobilize. Venha
conosco, conheça nossos sonhos e também o que já temos de concreto. Foi à
primeira “conversa” – 28 de abril – e em 26 de maio teremos outra e depois mais
outra até realizarmos nosso sonho. Natureza-terra, mais respeitada; seres
humanos mais equilibrados uns com os outros e com o eco-sistema; pessoas livres
e dispostas a acolher o chamado do Deus da Vida: “Eu vim para que todos tenham
vida” (João 10,10).
Estamos unidos a homens e mulheres de fé.
Como Dorothy Stang. Cremos em Jesus Cristo e num mundo possível,
justo, amoroso, reconciliado e cheio de ternura. Por isso, insistiremos na
mística da Oração, da Música e da Dança. Insistiremos numa leitura contextualizada
e sem ideologismos. É verdade, temos uma paixão que nos arrebata: seguir o Jesus
vivo e comprometido com os (as) excluídos (as) e sofredores de hoje. Sem
“terrorismo religioso”, respeitando quem pensa diferente e pedindo passagem
para nosso modo de crer e celebrar.
Também estamos nos preparando – e se Deus
permitir – para marcar presença na Marcha da Águas, 3 de
junho em Itacuruba. PE.Lá
nos uniremos a tantos irmãos (as) no grito contra as Usinas Nucleares. Nós, que
hoje tivemos a alegria de conversar sobre a Jornada, aguardamos você. Sinalize,
mostre que deseja caminhar conosco e agende a data acima do próximo encontro
(26/5). Abaixo colocamos nossos nomes e o desejo de uma nova história,
José de Oliveira Santos (Zezito), Irenir (Bel),
Manuel Messias, Irene Smith, Edjane Paixão, José Soares (autor do texto acima),
Josimar Santos, Edla, Nadjane, Wendel Salvador, Maxivel Ferreira e Antonio
Fernando.
Fotos de um final de semana em Pirambu-SE (semana santa de 2012) - Todas as fotos
Acima mangaba, fruta singular de Sergipe, quase pronta para ser colhida.
ENTREVISTA
COM APOLÔNIO XOKÓ, NO PRÓXIMO DOMINGO, 29
DE ABRIL, PROGRAMA "NO RITMO DA HISTÓRIA" NA APERIPÊ AM 630, NO
HORÁRIO DAS 13 ÁS 14h. OUÇA TAMBÉM VIA
INTERNET.http://www.aperipe.com.br/
Modos de ser e
fazer Xocó!
Quando eles moravam na caiçara, o que plantavam era tudo dividido com o
fazendeiro. Alguns tomavam dinheiro emprestado da colheita do arroz. Quando
chegava a época da colheita, quem não devia ao fazendeiro recebia a metade de
tudo o que era produzido. Por exemplo: se colhesse dois alqueires de arroz, um
era para o índio que plantou e o outro para o fazendeiro. Porém os índios que
deviam dinheiro para o fazendeiro, perdiam todo o arroz, pois ele levava tudo
para a sua fazenda.
Quanto a pesca na lagoa, também tinha que ser dividida com o fazendeiro.
Pescavam e os maiores e melhores peixes eram sempre para eles. Era dividido em
3 partes, o fazendeiro ficava com 2 partes e os índios com 1. Para os Xocós,
restavam apenas os peixes ruins e menores.
A comunidade vivia como criado para os Britos, e os netos de João Porfirio. A
aldeia plantava arroz, milho, feijão, algodão, e tudo era dividido. As vezes os
Britos traziam farinha e milho podres, bichados, para eles comerem. Os
fazendeiros não deixavam eles criarem boi, vaca , bode, e nenhum tipo de
animal.
Entre 70 e 71, os Xocós passaram muita fome. Comiam cuscuz, e coalhada, e
comiam sem açúcar e farinha, porque não tinham. Pescavam aratanha (Camarão
pequeno, de água doce, que vive em cardumes) para comer e vender. Contudo a
lagoa secou e acabaram os camarões.
Em contrapondo a alimentação dos Xocós sem os fazendeiros era muito sadia. A
comunidade sobrevivia com frutas, feijão, arroz, milho, a pesca e a caça eram
complemento das refeições. Comiam com suas maneiras, esquentavam na brasa,
tiravam do fogo e comiam. Esse tipo de alimentação foi substituída com o tempo,
porém ainda hoje existe a maneira própria como is índios fazem suas comidas. As
comidas costumeiras são o peixe, carne de boi. Fazem o famoso arribação e o
cuscuz. Comem caju, manga, banana, melancia e goiaba.
Destacarei agora sobre a educação dos Xocós, todos participantes da cultura,
das festas e dos rituais.
A Educação vem da família, desde que nasce a criança vai adaptando as coisas do
seu povo. Ter que respeitar os mais velhos, respeitar a natureza, sabendo
distinguir o bom do ruim, ensinar como trabalhar na terra, na água (pesca), na
caça, com o artesanato e ter que ir para a escola para aprender como é o mundo
la fora. A escola tem a finalidade de incentivar a própria cultura Xocó, para
que ela seja vivida e respeitada.
Ensinam a valorizar a terra, as plantas que tem utilidade para remédios, o Toré
como ato de respeito e tradição e ter que ser consciente que o povo é um só.
A Escola na comunidade Xocó, começou a funcionar em 1980, na sacristia da
Igreja. Com o aumento do numero de alunos, surgiu a necessidade de construir
uma escola que atendesse todo mundo. Então em 1983, o cacique Daminhão dos
Santos e o vice-cacique José Apolônio dos Santos reivindicaram junto ao Governo
Estadual a construção da Escola Xocó. Foi construída no ano 2002, através do
FUNDESCOLA, uma nova escola que funciona como anexo. Na comunidade funciona da
pré-escola a oitava série do Ensino Fundamental.
Na categoria divisão de tarefas as mulheres da aldeia também trabalham na
agricultura, algumas pescam e caçam, e também cuidam da horta. Todas lavam
roupas de casa no Rio São Francisco que passa dentro da aldeia e para os
afazeres de casa a comunidade tem água encanada.
As mulheres se preocupam com a casa para que esteja sempre limpa e para que ela
e seus filhos tenham conforto onde dormem e comem. Também se preocupam com as
crianças na escola, para que aprendam a ler e escrever.
Os homens trabalham também na agricultura, cuidam da pecuária, praticam a pesca
e se preocupam com os problemas existentes na aldeia (Pois a comunidade não conta
com policiamento nem delegacia), Ainda há uma preocupação com o sustento dos
filhos e com a aprendizagem dos mesmos.
O povo Xocó sabe fazer muita coisa. Com a obra prima a palha, o barro, e a
madeira. São feitos vários instrumentos, como o arco e flecha, borduna e, o
maracá (instrumento musical) que é produzido com o cambuco. As roupas para o
dia de comemoração são feitas de palha do coqueiro, produzidas pelas próprias
pessoas da aldeia. O barro serve para produzir a cerâmica, como panela, bule,
fogareiro, cuscuzeiro, xícara, caneca, caçarola, potes, conjuntos de potes,
conjuntos de caçarolas e etc. Com o coco ou as pontas do boi há a fabricação
dos anéis, as pulseiras e os colares. A sua importância é o trazer o artesanato
para o dia dos índios, que servirá de renda.
Espero que tenham obtido alguma informação sobre a cultura Xocó e a sua
importância nos dias de hoje. A “influencia” do fazendeiro para a alimentação
indígena. E os modos de ser, e fazer dos índios Xocó.
O Programa de Índio, primeiro
programa radiofônico feito pelos povos indígenas, teve seu acervo recuperado
e estará disponibilizado em portal da internet. O site
www.programadeindio.org será apresentado oficialmente amanhã (07), às 19h30,
no auditório do SESC em São Paulo. A cerimônia contará com a participação dos
apresentadores originais Ailton Krenak e Álvaro Tukano, além do coral Guarani
Kekoá Pyau.
O projeto “Programa de Índio-
história e histórias”, idealizado pela Ikore- projetos culturais e
artísticos, em parceria com o Núcleo de Cultura Indígena, foi selecionado
pelo edital Petrobras Cultural e possibilitou a digitalização e recuperação
deste acervo, com 200 dos programas que construíram a primeira experiência
radiofônica de povos indígenas do Brasil. O programa semanal com duração de
30 minutos, ia ao ar na rádio USP, nos anos 80, e foi o primeiro programa no
Brasil a colocar os povos indígenas como protagonistas na mídia eletrônica.
Com muita verdade, como se fosse uma conversa em volta do fogo, o programa
trazia o som das aldeias, a música ritual, as cerimônias, além das
informações sobre o cotidiano e as expectativas dos povos indígenas. Com essa
iniciativa, a sociedade brasileira poderá ouvir novamente as vozes que
fizeram o movimento indígena e ter acesso a mais informações sobre esse
período e sobre a história do Brasil.
As raízes
A Rádio USP, ligada à Universidade
de São Paulo, cumprindo o papel social de uma rádio educativa, tinha uma
programação plural e com temática arrojada, aceitou o desafio e em junho de
1985 foi gravado o piloto, que foi ao ar logo em seguida como o primeiro de
uma série de 220 programas diferentes, ao longo de 4 anos e 9 meses. A partir
de 1987, o programa começou a ser distribuído para outras emissoras, entre
elas a Rádio Universidade de Santa Maria/RS, Escola Federal de Engenharia de
Itajubá/MG e Kaiowá de Dourados/MS.
Álvaro Tukano, Apolônio Xocó,
Biraci Brasil, Daniel Cabaxi, Marçal Tupã-i, Marcos Terena, Paulo Bororo e
muitos outros estavam há anos em um movimento de luta pela organização dos
povos indígenas em torno de seus direitos. Pessoas de diferentes etnias, que
entendiam a política e o pensamento dos “brancos”, vivendo, trabalhando,
estudando nas cidades, elas buscavam interlocutores entre políticos e
formadores de opinião, aliados e parceiros para embates com o governo, para a
conquista de seus direitos e afirmação de sua identidade.
Tinham na bagagem viagens para fora
do País, participação em encontros, seminários, espaços conquistados a mídia,
alianças com instituições e intelectuais da época. Sabiam de “onde vinham, o
que queriam e para onde iam”. A idéia do Programa de Índio foi gerada nesse
ambiente, com essas lideranças, com a compreensão de que novos espaços
deveriam ser abertos para a voz e o pensamentos dos povos indígenas.
O rádio foi escolhido como
instrumentos por ser um meio democrático, conhecido e respeitado pelas
comunidades indígenas, e por não exigir investimentos altos na produção dos
programas. O desafio era encontrar uma emissora que abrisse espaço para um
programa dirigido e apresentado por pessoas indígenas, com temática e formato
definido por elas e que ainda tocasse a música tradicional.
Seed e comunidade Xokó lançam livros para escolas estaduais.
Fonte: Portal da SEED
A Secretaria de Estado da Educação (Seed), em parceria com a comunidade indígena Xokó, está preparando um grande evento que vai levar conhecimentos específicos às escolas públicas estaduais que atendem os remanescentes indígenas de Sergipe. No próximo dia 3 de maio, às 9h, será realizado o lançamento dos livros "Os Xokó e o rio São Francisco" e "Povo Xokó: Histórias de Luta e Resistência". O evento será na Igreja de São Pedro, que fica na Ilha de São Pedro, município de Porto da Folha.
Os livros foram escritos de forma coletiva por alunos, professores e lideranças que atuam no Colégio Indígena Estadual Dom José Brandão de Castro, no processo de formação continuada, com o assessoramento técnico-pedagógico da Secretaria de Estado da Educação, por meio do Núcleo de Educação da Diversidade e Cidadania (NEDIC/DED).
Segundo a coordenadora do NEDIC, Maria Conceição Mascarenhas, os livros vão servir de material didático específico para a comunidade indígena. Para os alunos das comunidades não indígenas, os livros servirão de material de pesquisa.
Serão distribuídos dois mil livros, sendo mil de cada título, em todas as escolas da rede estadual de ensino, atendendo ao que preconiza a Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas de ensinos fundamental e médio.
A coordenadora do NEDIC ressaltou a relevância desses livros. "Essas obras têm uma grande importância para a comunidade indígena e para toda a sociedade, pois são materiais que vão mostrar a história dos índios contada por eles mesmos", explicou.
Décima edição do festival internacional conta com o apoio do MinC, por meio da Lei Rouanet
Os realizadores de filmes brasileiros que quiserem participar da fase seletiva para o 10° Festival Internacional de Cinema Infantil – FICI/2012 têm até o dia 11 de maio para se inscrever. O festival acontecerá entre agosto e novembro em dez cidades brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Brasília, Campinas, Santos, Belo Horizonte, Aracaju, Salvador e Recife). O evento tem o apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
Gestores públicos se reúnem no Recife para pactuar agenda propositiva que articule as duas áreas
Gestores públicos debateram sobre Cultura e Educação
Nos dias 23 e 24 de abril, representantes do Ministério da Cultura e das secretarias de Cultura e Educação de Pernambuco reuniram-se no Recife para debater e pactuar uma agenda que articule as duas áreas de atuação.
O encontro foi solicitado pelos gestores pernambucanos, que perceberam no acordo de cooperação técnica firmado em dezembro de 2011, entre o MinC e o Ministério da Educação (MEC), a possibilidade de fortalecer as ações de arte-educação que já vêm sendo implementadas no estado, como, por exemplo, o Cine Cabeça, as Células Culturais e a Feira de Cultura nas Escolas Públicas.
Proposta
de Tema: JUVENTUDES: FAZER PARTE EM TODA PARTE
Promoção: Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista
Apoio: UESB, FAINOR
Parceria: Coletivo Suíça Baiana/ Circuito Fora do Eixo
Introdução
A
existência de espaços sociais, políticos e culturais juvenis no Brasil e no
mundo que cumprem um papel formativo e mobilizador de transformações culturais
nos autoriza a contribuir com essas iniciativas que objetivam democratizar a
fruição e a produção da cultura contemporânea, as discussões
sobre temas atuais e a possibilidade de criar movimentos de transformação
social libertadora.
Vitória
da Conquista pode fortalecer seu caráter e sua marca de Cidade Universitária e
da Juventude enriquecendo com um Festival de Juventude com esse caráter seu
calendário de um ano inteiro de atividades culturais em Música, Teatro, Dança,
Literatura, Artes Plásticas e Ciência. Devemos nos inspirar no exemplo de Ouro
preto para criar um turismo jovem tendo Conquista como foco regional e
nacional, investindo na criação de pousadas e hotéis acessíveis, restaurantes e
espaços culturais. Conquista deve ser o espaço da liberdade, da Cultura, da
Criatividade, da viagem de amadurecimento dos jovens da Bahia e do Brasil. Essa
iniciativa deve ser elaborada pelas Secretarias de Cultura, de Educação e
Comunicação junto com as IES públicas e privadas do município e com os
movimentos sociais juvenis.
Espaços
de debate e reflexão nos moldes do que se construiu no Fórum Social Mundial
(FSM) e em Fóruns temáticos e Fóruns regionais, inclusive os de juventude, nos
indicam um caminho bem sucedido para criar uma programação sobre a temática
social, cultural, política, econômica e comportamental, convidando
intelectuais, lideranças jovens, gestores públicos e artistas para estimular
uma massa crítica de formação e posterior transformação social através dos
movimentos sociais. Os recentes e inúmeros eventos do FSM e do Fórum Mundial de
Juventude comprovam que esses eventos têm uma audiência muito numerosa e
qualificada, impactando muito positivamente nas cidades onde são realizados.
Objetivo
O Festival da Juventude,
Diversidade e Cidadania é a proposta do município de Vitória da Conquista para
conjugar essas duas demandas, a cultural com a social e política. Começará em
2012 com sua primeira edição para se tornar um evento permanente do calendário
municipal, e se constitui desses dois momentos, o momento dos debates,
encontros, oficinas, mostras e espaços para organização de movimentos juvenis
durante o dia e das apresentações artísticas à noite.
Os
debates, as reuniões de grupos de trabalho dos diversos movimentos de
juventude, palestras, oficinas são planejadas anualmente por uma comissão
formada pela administração municipal junto com representantes de movimentos
sociais juvenis de negros, mulheres, LGBT, movimento estudantil, cultural,
indígena, quilombolas, movimento Hip-hop e de pesquisadores em Ciência. Da
mesma maneira, a programação cultural nos palcos montados na cidade será o
resultado dessa interlocução, colocando o protagonismo juvenil em primeiro
plano, sempre respeitando o caráter plural e diverso das juventudes que existem
no país e o objetivo de estimular o mútuo conhecimento, a convivência dos
diferentes, a busca da paz e da solidariedade e o fortalecimento dos valores
dos Direitos Humanos.
O
objetivo do encontro se volta justamente para os mesmos anunciados pelo Fórum
Social Mundial: o fortalecimento dos direitos humanos de diversas dimensões,
civis, sociais, econômicas, culturais e ambientais, o estímulo à paz e à
convivência entre os diferentes e o fortalecimento dos movimentos sociais que
buscam esses objetivos, a justiça social e a distribuição de riqueza.
Aproveitando
a forma de funcionamento do FSM expressa em sua carta de princípios, o Festival
será "um espaço aberto de encontro" (ponto 1), "plural e
diversificado, não confessional, não governamental e não partidário"
(ponto 8). A delimitação do Festival como espaço "de entidades e
movimentos da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do
mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo" (ponto 1). Suas
propostas "contrapõem-se a um processo de globalização comandado pelas
grandes corporações multinacionais e pelos governos e instituições
internacionais a serviço de seus interesses, com a cumplicidade de governos
nacionais" (ponto 4). O caráter não deliberativo é claro no Festival:
"não se constitui em instância de poder, a ser disputado pelos
participantes de seus encontros" .
Público
Alvo
Jovens
que pertencem às diversas juventudes: da cidade e do campo, estudantes
secundaristas e universitários, militantes e simpatizantes dos movimentos
negros, LGBT, de mulheres, do MST, indígenas, quilombolas, movimento Hip-hop e
estudantes universitários pesquisadores. O objetivo é convidar e atender
prioritariamente os jovens da Bahia
Programação
A
ideia inicial é que seja um evento que tenha um perfil que coadune a
experiência do Festival de Inverno de Ouro Preto, pela proposta cultural,
lúdica, de diversidade cultural e artística, e o Fórum De Juventude, ligado ao
Fórum Social Mundial. Será um evento sem
caráter deliberativo, que durante o dia tenha uma programação de debates e
discussões sobre temas da conjuntura social, política, econômica, cultural e
ambiental, oficinas, encontros e plenárias de movimentos sociais; e a partir
das 20 horas teremos palcos para apresentações culturais, principalmente, mas
não exclusivamente, de música, ligadas aos diversos gostos das diversas
juventudes.
Os
espaços mais apropriados para um evento desses durante o dia de discussões e
debates são as instituições universitárias públicas em Vitória da Conquista, a
UFBA, o IFBA e a UESB, por terem auditórios para grandes palestras e debates,
salas de aula para oficinas, reuniões de grupos de trabalho e movimentos
sociais, corredores para exposição de livros e produções culturais e, no caso
da UESB, um restaurante universitário que pode servir aos jovens que vieram de
outras cidades. As salas de aulas das instituições também servirão para
alojamento dos jovens de fora da cidade de Vitória da Conquista.
O
espaço de apresentações artísticas mais apropriado são as praças Barão do Rio
Branco e Tancredo Neves, por serem centrais e podermos articular linhas de
ônibus entre os alojamentos e locais de discussões diurnos nas universidades e
o centro da cidade. A realização de shows em palcos permite uma variedade maior
de estilos e linguagens, assim como uma atendimento mais efetivo à diversidade
cultural que estará presente no evento.
Nessa
primeira edição, o Festival será realizado nos datas de 4, 5 e 6 de maio de
2012 (sexta, sábado e domingo), e o local dos eventos diurnos será ou na UESB
ou nos espaços públicos em torno da Praça Tancredo Neves (Casa Régis Pacheco,
rede de Atenção da Criança e Adolescente, Museus e outros)
Organização
A
promoção do Festival Juventudes, Diversidade e Cidadania é da Prefeitura Municipal
de Vitória da Conquista, correalização da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia/UESB, apoio da Faculdade Independente do Nordeste/FAINOR e parceria com o
Coletivo Suíça Bahiana/Circuito Fora do Eixo.
A
busca de patrocínio dos governos federal e estadual, assim como de suas
fundações e empresas será importante. O empresariado deve ser convidado também
a contribuir com o evento, uma vez que fortalece a identidade e a força da
cidade de Vitória da Conquista no cenário regional e Nacional e isso impulsiona
o turismo e demais negócios.
PROGRAMAÇÃO – Sujeita a alteração
DIA 1
04 de Maio – SEXTA - Manhã
09h
Início do Credenciamento
Centro de Cultura
09h às 12h
Apresentações culturais locais: ternos de reis, Pilão de
Aroeira, Esquetes teatrais, dança, música.
Centro de Cultura
12h
Almoço
UESB
04 de Maio – SEXTA – Tarde
14h
Mesa de Abertura
Prefeito Municipal
Autoridades
Líderes estudantis
Dr. João Batista de Castro Jr – Juiz Federal
Centro de Cultura
15h
Palestra de Abertura: Gilberto Gil
Tema: Tema central do evento
Centro de Cultura
17h
Passeio Ciclístico
Saída da Praça da Escola Normal
04 de Maio – SEXTA - Noite
20h
Atrações Culturais:
Achiles e Convidados
Ladrões de Vinil
Vendo 147 convida Nina Becker, Lucas Santtana e Pepeu Gomes
Praça Barão do Rio Branco
Dia 2
05 de Maio – SÁBADO - Manhã
09h às 12h
DISCUSSÕES TEMÁTICAS (período reservado para reuniões e
plenárias de movimentos sociais e organizações de juventude)
UESB
12h
Almoço
UESB
05 de Maio – SÁBADO – Tarde
14h às 17h
Rodas de Conversa
14h às 17h
Tema 1 -POLÍTICAS PÚBLICAS PARA/DA/COM A JUVENTUDE E O PLANO
NACIONAL DE JUVENTUDE
Possibilidade de Convidados:
Gabriel Medina – Conselho Nacional de Juventude
Elisa Guaraná – Professora da UFRRJ
Severine Macedo - Secretaria Nacional e Juventude da
Presidência da República
Lindberg Farias – Senador
Luís Eduardo Soares – Antropólogo
Memorial Régis Pacheco
14h às 17h
Tema 2 -CIÊNCIA, TECNOLOGIA, E EDUCAÇÃO
Possibilidade de Convidados:
Eliezer Pacheco – Secretário de Educação Profissional do MEC
Naomar de Almeida Filho – Professor da UFBA
Daniel Ilescu – Presidente da UNE
José Sergio Gabrielli – Ex - presidente da Petrobrás
Rede de Atenção
14h às 17h
Tema 3 – O QUE O JOVEM ESPERA DA RIO+20
Possibilidade de Convidados:
Mayra Ferrari – Nós Ambiente
Beth Wagner - ex-diretora do Instituto do Meio Ambiente/BA
Leonardo Sakamoto – Blog do Sakamoto
Marina Silva – Ambientalista/ ex-ministra
Casa da Melhor Idade
14h às 17h
Tema 4 - DEMOCRATIZAÇÃO DA CULTURA
Albino Rubim – Secretário de Cultura do Estado da Bahia
Emir Sader – Professor da USP
Juca Ferreira – Ex Ministro da Cultura
Orlando Senna – Bate papo sobre “Perspectivas para o
Audiovisual na Bahia”
Câmara de Vereadores
Tema 5 -DIVERSIDADE E IGUALDADE NO BRASIL: CIDADANIA DAS
MULHERES NO BRASIL
Eleonora Munecucci – Secretária de Política para as mulheres
Nallu Farias – Marcha Mundial de Mulheres
Representante da Via Campesina
Lucia Barbosa – Secretária de Políticas Publica para
Mulheres – Bahia
Creuza Maria Oliveira – FENATRAD
Núbia Regina – Uesb
Raquel Souza – socióloga -UFBA
18:30h
Café
APAE
05 de Maio – SÁBADO - Noite
20h
Atrações Culturais:
Complexo Ragga e Convidados
Tom Zé
Móveis Coloniais de Acaju convidam Leoni
Praça Barão do Rio Branco
DIA 3
06 de Maio – DOMINGO - Manhã
Rodas de Conversa
09h às 12h
Tema 6 -DIVERSIDADE E IGUALDADE NO BRASIL: DIREITOS DA
POPULAÇÃO LGBT
Marcelo Cerqueira – Presidente do GGB
Vinícius Alves da ABGLT
Jean Wyllis – Deputado do PSOL
Ricardo Henrique Andrade – Professor da UFRB
Raphaela Oliveira (Lesbibahia)
Irina Bacci (presidente interina do conselho nacional LGBT
Câmara de Vereadores
09h às 12h
Tema 7–DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO
Pola Ribeiro – Cineasta e Professor
Pedro Caribé - Representante da Intervozes
Diogo Carvalho – Cultura digital e juventude – Secult
Marcelo Branco – Software Livre
Ruy Medeiros
Emiliano José – Deputado Federal
Rede de Atenção
09h às 12h
Tema 8 – DIVERSIDADE E IGUALDADE NO BRASIL: COMBATE AO
RACISMO
Vilma Reis – Professora da UNEB (Politicas públicas para a
Juventude Negra)
João Nogueira – Núcleo de Estudos do Negro
Preto Zezé – Presidente da CUFA
APRESENTAÇÃO CULTURAL: HIP HOP
Casa da Melhor Idade
09h às 12h
Tema 9–ECONOMIA CRIATIVA E PRODUÇÃO COLABORATIVA
Ivana Bentes – UFRJ
Pablo Capilé – Criador do Circuito Fora do Eixo
Paul Singer – USP
Márcio Pochman - Presidente do IPEA
Geraldo Reis - Diretor da SEI-Bahia
Martiniano Costa – Presidente da CUT Bahia
Museu Regional
12h
Almoço
UESB
06 de Maio – DOMINGO - Tarde
14h às 17h
Oficinas de Teatro, Vídeo, Cinema e Produção Cultural
Ministério da Cultura anuncia a implementação dos pontos em todo o país
Em 2012, o Ministério da Cultura vai implantar 79 novos Pontos de Cultura Indígena nas cinco regiões do país, totalizando 109 pontos com metodologia específica para a cultura indígena. Serão 24 pontos na região Sul, 22 no Norte, 16 no Centro-Oeste, nove no Sudeste e oito no Nordeste, que se somarão aos 30 que já estão em atividade nos estados do Amazonas, Acre, Roraima, Mato Grosso e Rondônia.
Na quinta-feira, 19 de abril, Dia do Índio, o secretário-executivo do MinC, Vitor Ortiz, assinou dois convênios para a implantação de 33 Pontos de Cultura Indígena, sendo 22 na região Norte e 11 na região Centro-Oeste. Além dos convênios, foi repassada a primeira parcela dos recursos para a instalação de novos pontos nas regiões Sudeste (9), Sul (24) e Centro-Oeste (5).
A ação do MinC tem como objetivo a promoção e o fortalecimento das identidades e da diversidade cultural dos povos indígenas do Brasil. Com os Pontos de Cultura, os beneficiários terão a oportunidade de potencializar as atividades que já executam e descobrir novos campos de atuação. Cada comunidade tem um plano específico que visa descobrir vocações e as melhores formas de desenvolver os trabalhos.
Descobertas as vocações, eles recebem kits multimídia para o desenvolvimento das atividades, como computador com acesso à internet banda larga, DVD, filmadora e câmera fotográfica digital e demais equipamentos que se julgar necessário. A comunidade pode trabalhar, por exemplo, com desenvolvimento de conteúdos audiovisuais, projetos de valorização e divulgação das expressões culturais tradicionais.
Segundo a secretária de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, Márcia Rollemberg, os números mostram o esforço que o MinC está fazendo para fortalecer a diversidade cultural dos indígenas. “Hoje, a Cultura indígena é uma prioridade para o MinC”, ressaltou.
A Teologia da Libertação animou a caminhada da Igreja Católica da América Latina a partir da década de 60. Diante do contexto de dominação social, cultural, política e econômica da América Latina por parte da Europa e dos EUA, a Igreja entendeu a necessidade de uma prática libertadora e de uma evangelização que levasse em conta a realidade do excluído, promovendo vida em plenitude. É a Teologia da Libertação que anima e ilumina, ainda hoje, a vida nas CEB’s (Comunidades Eclesiais de Base), nas pastorais da juventude e nas pastorais sociais.
Nesse contexto a música ocupa um lugar importante como manifestação de fé e clamor a Deus. Ela expressa o jeito de pensar, sentir e agir. Os cantos inspirados na Teologia da Libertação se distinguem dos que animam uma Igreja mais conservadora ou a dita “renovada”. São cantos que falam do pobre, do índio, do negro, e de todos aqueles que de algum modo estão postos à margem. Louva o Deus libertador, que toma partido do oprimido contra o opressor. Fala da fé encarnada na realidade, da luta da América Latina, ou como diz a canção “A fé do homem nordestino, que busca um destino, um pedaço de chão, a luta do povo oprimido que abre caminhos, transforma a nação”, (Ofertório do Povo /Zé Vicente).
As músicas da RCC (Renovação Carismática Católica), geralmente, conduzem a uma oração subjetiva, com forte apelo emocional, como na música do Pe. Marcelo Rossi, “Espírito, enche a minha vida, enche-me com teu poder, pois em ti eu quero ser...”. Ao contrário, as músicas mais progressistas expressam uma fé que transpõe as barreiras do individual. São orações que desafiam os fiéis para a construção de um projeto coletivo. Exaltam a união, a resistência popular e a solidariedade de Deus com os que sofrem. “No banquete da festa de uns poucos, só rico se sentou, nosso Deus fica ao lado dos pobres, colhendo o que sobrou” (Pão de Igualdade/Vaz Castilho).
Em muitos lugares as músicas que animam as celebrações nas CEB’s causam estranhamento e críticas. Isso porque a Teologia da Libertação vem perdendo força e espaço para os movimentos pentecostais na Igreja Católica. As pessoas vão à Igreja para buscar alívio para as próprias angústias. E o que elas encontram é, justamente, um consolo individual, um sossego que acomoda e que não convoca para a construção de uma sociedade mais justa. No entanto, ainda existem muitos que, corajosamente, continuam a professar uma fé encarnada na realidade, que liberta e não aliena. E esses cantaram sempre ao “Pai-Nosso revolucionário, parceiro dos pobres, Deus dos oprimidos”. (Pai Nosso dos Mártires/Cirineu Kubn).