segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Play list.. Quando a gente gosta das nossas CIDADES a gente cuida, e escolhe gente igual ou melhor, para cuidar também.

E se tratássemos as nossas cidades, como a (as) mulher (es) ou o (os) homem (ens)  que gostamos?



Vamos ouvir as músicas abaixo. Quem sabe pode nos inspirar a fazer melhores escolhas para vereadores e prefeitos.

Sinal de amor e de Perigo - Diana Pequeno


Carioca - Chico Buarque


Caetano Veloso e Maria Gadú - Sampa

 

Criolo - "Não Existe Amor em SP"


A Cidade (Clipe) - Chico Science & Nação Zumbi



Novo Apocalipse Recife



Ruas de Ará - Paulo Lobo




O CANTO DA CIDADE-DANIELA MERCURY-VIDEO ORIGINAL-ANO 1992





Itapuã - Caetano Veloso



A música acima,  é para nos lembrar da especulação imobiliária e do turismo predatório, que destrói o melhor de nossas cidades. Suas memórias, suas tradições culturais, suas paisagens naturais com a maior parte da flora e da fauna residente.

Carlos Moura - Minha Sereia (Maceió, minha sereia)


Kleiton e Kledir - Porto Alegre - Homenagem - DEU PRA TI!




Olhando Belém - Nilson Chaves



Aracaju nos seus 150 anos e a cultura que fica.

  Zezito de Oliveira · Aracaju, SE

30/3/2007 
Em todos os anos, durante o mês de março, é elaborada uma vasta programação para comemorar o aniversário da cidade. No ano de 2005, quando foram comemorados os 150 anos, publicamos no jornal Cinform o presente artigo.
Para resumir o motivo pelo qual o texto está sendo reeditado na íntegra, aqui no Overmundo, podemos lembrar da frase de uma composição do Legião Urbana: “Mudaram as estações e nada (ou quase nada) mudou” na área da ação cultural transformadora e inclusiva.

O que nos deixa perplexos é o fato de que a cidade, sendo governada desde o ano 2000 por uma aliança de partidos de esquerda, ainda não atendeu aos anseios de quem tanto esperou e espera do grupo.

Afinal, a expectativa era de que o segmento artístico/cultural fosse considerado prioridade no governo da mudança. Mas o que se percebe é que na área da cultura quase tudo está por fazer.

Esperamos que nos próximos aniversários, possamos registrar o melhor e mais duradouro presente, que são as políticas públicas de cultura à altura da importância que a área requer no atual momento histórico nacional e mundial.

Enquanto isso não acontece, continuaremos como propõe o ditado popular jogando “água mole em pedra dura, que tanto bate até que fura.”

Esperamos que muito mais gente se some, para que nos transformemos em uma forte correnteza que provoque uma real mudança de atitude, muito além da retórica, por parte dos nossos companheiros e camaradas.

Eis o texto. Que também pode se chamar:
Aracaju nos seus 152 anos e a cultura que fica.

Os casais sabem que nas relações de amor um dos aspectos mais importantes, e que deixam marcas muito fortes na memória, é o entrosamento do casal na cama. Existe até um ditado que se refere a isto como o ‘amor que fica...’.

Como cultura é uma palavra feminina, e Aracaju também, tanto que nas peças publicitárias referentes ao aniversário dos 150 anos a nossa cidade é apresentada como uma bela menina, penso que o referido dito popular, nesse caso, pode ser aplicado à cultura também.

Concordo com o prefeito Marcelo Déda, no estilo dado às comemorações do aniversário da nossa cidade, com as tradicionais entrega de medalhas, alvoradas, corridas e shows musicais. Eu não faria diferente, afinal este tipo de programação me lembra as declarações de amor, as flores, os bombons e os bichos de pelúcia que quase toda mulher gosta de receber. O problema é que apenas isso não sustenta uma relação que se quer firme, duradoura e inteira.

Mas e a cultura que fica? Como nas coisas do amor , vai muito além dos eventos que o Governo do Estado ou Prefeitura estão oferecendo para celebrar o aniversario da nossa bela menina.

A cultura que fica é aquela que garante um orçamento digno para o crescimento e sustentabilidade deste setor no município. A cultura que fica é aquela que coloca em prática leis de fomento aprovadas pela Câmara Municipal, como à de incentivo à cultura e a que institui o ‘Programa VAI’ que apóiam, respectivamente, as iniciativas dos artístas profissionais e dos artistas e/ou grupos culturais emergentes da periferia.

A política cultural que fica prepara agentes culturais, incluindo gestores municipais, para melhor planejar e administrar o setor na cidade. A política cultural que fica se propõe a construir um teatro municipal.

E, principalmente, a política cultural que se quer firme, duradoura e inteira consulta os artistas, produtores culturais, intelectuais e as lideranças comunitárias para ouvir e atender as suas demandas, utilizando como pressuposto que cultura não é gasto, e sim investimento que resulta na melhoria da qualidade de vida da nossa população e daqueles que nos visitam.

A política cultural que fica é tarefa dos vereadores, que precisam discutir e aprovar a proposta de lei encaminhada pela ECOS - Entidades Culturais Organizadas - no ano de 2003, instituindo o Fundo Municipal de Incentivo à Cultura, conhecido no meio artístico de nossa cidade pela sigla FICA.

Do contrário, é alimentar, em relação à cidade, uma opinião/atitude do machão brasileiro, que vem desde os tempos do Brasil-Colônia, ao afirmar a existência de dois tipos ideais de relação com as mulheres: a de um casamento formal com uma e as relações extraconjugais com outras. As primeiras são as esposas que cuidam da casa e dos filhos. As outras para todo o prazer que houver nessa vida.

Trazendo o exemplo para Aracaju, moramos, trabalhamos, descansamos e, de vez em quando, namoramos com a nossa menina. Já com as outras (Salvador, Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo) nos divertimos, nos esbaldamos e nos deliciamos pra valer. E, neste caso, vale tanto para quem gosta de lixo cultural como para quem gosta da “papa fina”, do “biscoito fino”, da cultura brasileira e universal.

Se no campo das relações conjugais muitos homens e mulheres estão conseguindo ser completos e viver juntos com plenitude, contribuindo para um novo modo de relacionamento que pode dispensar a necessidade de amantes, penso que o mesmo vale para a nossa capital.

Neste sentido, queremos Aracaju por inteira, dando e recebendo tudo do bom e do melhor nos dois planos: afetivo/sexual e cultural.
TE AMO MUITO ARACAJU.


P.S.: O prefeito atual de Aracaju é Edvaldo Nogueira do PC do B, que foi reeleito em 2004, como vice-prefeito na coligação PT-PC do B. O prefeito na época em que esse texto foi escrito, Marcelo Déda (PT), atualmente é o nosso governador.

O Programa VAI de Aracaju, inspirado em proposta do mesmo nome do município de São Paulo, foi tranformado em lei através da Câmara Municipal no ano de 2003 e aguarda ser retirado da gaveta pela Fundação Municipal de Cultura (Funcaju).

O FICA ficou parado em uma das comissões na Câmara Municipal, espera-se que com a posse de um suplente de vereador, Chico Buchinho, identificado com as demandas do meio artistico/cultural, o projeto possa andar.

Ismar Barreto - Viver Aracaju




Cristhiane de Lis - Viver Aracaju




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“Eu quero participar mais” O que estão fazendo em 2016, os partidos e/ou candidatos que estão respondendo a esta demanda das jornadas de junho de 2013.

 “ O vereador e o prefeito de nossos sonhos. Àqueles que investem na juventude, em arte e cultura cidadã e de base comunitária e na democratização da comunicação.”

 domingo, 31 de julho de 2016


“Eu quero participar mais” O que estão fazendo em 2016, os partidos e/ou candidatos que estão respondendo a esta demanda das jornadas de junho de 2013.


Abaixo, estaremos apresentando uma relação das iniciativas dos partidos e/ou candidatos que melhor sabem/souberam responder a uma das pautas difusas das jornadas de junho de 2013, "MAIS E MELHOR PARTICIPAÇÃO DO CIDADÃO E DE COLETIVOS" , na formulação, fiscalização e avaliação das politicas públicas.  Importa lembrar que os modelos tradicionais de participação, como conferências e conselhos,   não são mais suficientes para dar conta deste anseio. 

Em termos de formato, não podemos deixar de parabenizar o PSOL do Rio de Janeiro, pela iniciativa de começar o debate sobre "A CIDADE QUE QUEREMOS" mais de um ano antes, do lançamento oficial da campanha da candidatura a prefeitura do candidato Marcelo Freixo.

A destacar também, a gestão do prefeito Haddad de São Paulo, que usou uma série de recursos e formatos de participação ao longo da gestão, tanto presencial, como virtual.

O Raiz/Movimento Cidadanista, a qual  candidata Luiza Erundina pelo PSOL de São Paulo está ligada, tem nos circulos cidadanista, um importante instrumento da construção de um práxis partidária  permanente de participação democrática e qualificada.


Por último, a campanha do prefeito João Paulo da cidade do Recife, poderá fazer desta cidade novamente um farol de inovação, justiça e criatividade no campo das politicas públicas, como aconteceu  na primeira gestão do prefeito João Paulo. Que os exemplos acima, possam ajudar a inspirar e fortalecer quem já está fazendo isso em outras cidades. Agora e depois do resultado das eleições. Independente da vitória ou não. 


Vale também destacar o texto "OUTRO BRASIL? SOMENTE COM PARTICIPAÇÃO E ARTE." escrito por mim no ano de 2006, antecipando uma necessidade que foi gritada nas ruas em 2013. Embora de forma difusa, como já citado. 


Zezito de Oliveira - educador e produtor cultural de iniciativas culturais de base comunitária.


 
AQUI e AQUI

O prefeito Fernando Haddad convida para o começo da discussão do plano de governo de sua segunda gestão. Vai ser quinta-feira 9 de junho, na UNINOVE, na rua Vergueiro, 235, no bairro da Liberdade. "Contamos com vocês que pensam em mobilidade, urbanismo, saúde e educação Estamos ansiosos para conhecer suas ideias e incorpora-las ao nosso plano de governo". Tod@s convidad@s!

 

Programa de governo de João Paulo é construído pelos recifenses

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  domingo, 31 de julho de 2016


OUTRO BRASIL? SOMENTE COM PARTICIPAÇÃO E ARTE.

Certa feita, conversando com um amigo educador/artista, que reside na cidade de Olinda, em Pernambuco, sobre o modo de a esquerda governar, ele externou para mim algumas preocupações referentes ao modelo de gestão de muitas administrações progressistas que ele conheceu e que se moldam facilmente à cultura política das oligarquias locais e realizam, mesmo que de forma mais eficiente, uma gestão cuja prioridade são apenas as grandes obras, os programas assistenciais e os shows com grandes artistas ligados à cultura de massa, o que acaba lembrando uma canção do Cazuza: “Um museu de grandes novidades” ou parafraseando Belchior: “Minha dor é perceber que apesar de tudo que fizemos, ainda somos os mesmos, “pensamos” e administramos a coisa pública como os velhos coronéis.”

E o meu amigo fez o questionamento porque, ocorrendo o término do mandato (sem reeleição), uma outra administração ligada a partidos conservadores, com inteligência e perspicácia pode fazer a mesma coisa: realizar grandes obras, investir em programas sociais e prosseguir na organização dos mega shows e, conseqüentemente, passar para a população a idéia de que não haverá necessidade de se votar na esquerda novamente.

Se na época não consegui imaginar isso como uma possibilidade real, decorridos alguns anos dessa conversa, reconheço que essa opinião é pertinente e esse texto foi escrito para ajudar na reflexão sobre o assunto, na linha de que tudo que é sólido se desmancha no ar e de que o que é novidade facilmente torna-se comum, e por isso todo indivíduo ou organização que deseja ser sempre considerada e reconhecida deve continuadamente buscar se aprimorar naquilo para que foi criada e facilitar as coisas para que novas descobertas e novas invenções possam ter lugar.

E isso só acontece num ambiente de autonomia e que favoreça condições e oportunidades para a construção e reconstrução subjetiva dos indivíduos .

Nesse sentido, considero duas questões primordiais. Em primeiro lugar, atenção especial para a mudança de valores e práticas de relacionamento político pautado nos antigos procedimentos da elite dominante, como o clientelismo, o paternalismo, o autoritarismo etc...

Em segundo lugar, atenção especial àquilo que aponta para a criação de sujeitos mais solidários, mais livres, mais ousados, àquilo que cria e dá sentido à realização plena das pessoas (refiro- me aqui à produção artístico/ cultural).

No primeiro caso se faz necessário (re)construir, fortalecer ou criar estruturas formais e informais de participação “real” da população nas decisões sobre os rumos do governo, como os conselhos, as conferências, as câmaras setoriais, os fóruns e as redes, além do incentivo e apoio à organização da sociedade civil através das ongs, e cooperativas. Assim, se viabilizaria um ambiente favorável à gestação de novas idéias e recursos para resolver ou atenuar velhos problemas, o que também pode garantir a criação de um antídoto para evitar o retrocesso de condução antidemocrática das decisões, a partir da eleição de partidos ligados às velhas elites dirigentes, após suceder-se um governo de esquerda.

No segundo caso, democratizar o acesso aos meios de produção artística e dos meios de produção e difusão da informação, com orçamento decente e gestores comprometidos, preparados e que saibam ouvir os interessados no assunto, o que resultará em diretrizes e ações que garantirão à maioria da população a possibilidade de se expressar de maneira que não fiquem apenas se comportando como meros consumidores de um bocado de lixo que é comercializado como produto cultural e cujos conteúdos -- carregados de intolerância (inclusive religiosa), vulgarização do sexo, preconceitos vários, individualismo exacerbado, banalização da violência, etc., -- vão na direção contrária de tudo aquilo que defendemos, formando o “caldo” da cultura que conduz ao retorno e sustentação da nova/ velha direita.

E isso é tudo que muita gente que ousa lutar e acreditar em outro país menos deseja, mas que será inevitável, caso opiniões como a nossa não sejam levadas em consideração a tempo.

P.S.: Segundo o pensador italiano Norberto Bobbio a esquerda orienta-se por um sentimento igualitário e a direita aceita a desigualdade como natural. Embora no Brasil seja praticamente impossível perceber a diferença através dos discursos e propaganda em época de campanha eleitoral.

Quanto as questões que apresento no texto acima percebo que o modelo de gestão do Ministério da Cultura aponta para o que escrevi acima. Apesar da necessidade de aumento do orçamento e da capacitação técnica e redução da burocracia para o acesso dos pequenos empreendedores culturais do interior e das periferias aos editais. Em Recife, em visitas a comunidades periféricas e em conversas com artistas e arte-educadores populares e também com o Secretário de Cultura, João Roberto Peixe, que nos concedeu audiência de quase duas horas no ano de 2004, pude perceber que muito daquilo que queremos/sonhamos já é realidade. Na oportunidade, o secretário me entregou cópias do relatório de gestão 2000/2004 e da I Conferência Municipal de Cultura do Recife, da qual tive a honra de participar.

José de Oliveira Santos - “Zezito” Professor de história e ativista cultural

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