domingo, 31 de outubro de 2021

Desprezado no G20, Bolsonaro só conversa com garçons. A realidade, como mostra o vídeo abaixo, mas para o vizinho bolsonarista......

  Manchete de um programa da TV DCM no youtube do dia 31/10/2021.  

Assista: https://www.youtube.com/watch?v=8SP7zezU9cs

Mas o vizinho bolsonarista disse nesse mesmo dia pela manhã: Ele foi a  Europa  receber o prêmio de presidente mais honesto do Brasil. São dois mundos mesmos.  Duas bolhas de informação e de cultura. 

Essa fake news circulou há um tempo. Diante disso,  entre novas e velhas fakenews, o kit gay e a mamadeira de piroca certamente voltarão na campanha eleitoral de 2022.   O que fazer? Educação Popular, Ação Cultural e Comunicação Alternativa. Podemos encontrar isso, na luta social do inicio do século XX , liderada pelos imigrantes e operários anarco-sindicalistas. Tem isso no livro da AMABA: O esquecido circulo de cultura da Aracaju dos anos de 1980.

https://www.youtube.com/watch?v=YRxGejKC2nU&t=1s







 





O livro AMABA: Circulo de Cultura está em pré-venda, para mais informações é só clicar no link  https://acaoculturalse.blogspot.com/2021/09/em-pre-venda-o-livro-amaba-o-esquecido.html 



sábado, 30 de outubro de 2021

SINODALIDADE E A “PIRÂMIDE INVERTIDA”: A MORTE ANUNCIADA DE UMA IGREJA ACIMA DE TUDO, HIERARQUIA ACIMA DE TODOS

 Gegê Natalino

O PAPA FRANCISCO E O TEÓLOGO MARIO DE FRANÇA MIRANDA


A foto em tela traz as figuras do, hoje, Papa Francisco e do, também jesuíta, padre Mario de França Miranda, seguramente, um dos grandes  teólogos da América Latina. França Miranda é mestre em Teologia pela faculdade de Teologia da Universidade de Innsbruck, Ástria, e doutor em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma. Entre outras atividades ( professor,escritor,conferencista,etc), foi membro da Comissão Teológica Internacional,assessor teológico da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM). É o primeiro teólogo brasileiro a receber o prêmio Ratzinger de Teologia, em Roma. Tive o sagrado privilégio ( e tenho a grande responsabilidade) de tê-lo como professor e orientador de mestrado em teologia sistemático-pastoral na PUC-Rio. Dedico, pois, este escrito ao irmão Mario de França Miranda. Recordo em meu coração os diálogos e orientações que tive em sua casa, no contexto da escrita de minha dissertação. Seguramente, Mario de França Miranda está entre os homens mais refinados, cultos, simples e apaixonados por Deus e por uma “Igreja em saída” que já conheci.

Em dialogo teológico, com Suzi, sobre sinodalidade, disponível na internet  https://youtu.be/oXYjPMa09_0, França nomeia de “metáfora muito ousada” a potente e revolucionária imagem da “pirâmide invertida” trazida pelo Papa Francisco no horizonte eclesial da sinodalidade 😊 “caminhar juntos”). A meu juízo, a referida metáfora, sumariza e traduz, na imagem, o que deseja Francisco para a Igreja do Terceiro Milênio. Como o Pai Abraão, Francisco, na contramão de um modelo pervertido de Igreja verticalista, clericalista e triunfalista, planta uma nova/antiga árvore para o futuro de uma Igreja mais fiel ao sonho de Jesus, uma Igreja de irmãos e iramos  -“Fratelli Tutti”. Quando o clericalismo entra pela porta, a sinodalidade sai pela janela. E o Papa lembra o padre Congar que diz:”não é preciso fazer outra Igreja; é precisa fazer uma Igreja diferente”. E é, exatamente, disso que se trata a maravilhosa, desconcertante, ousada e assustadora metáfora da “pirâmide invertida”. Essa inversão da pirâmide exige, inapelavelmente, que a hierarquia da Igreja se reconcilie com o Evangelho, se reconcilie com o Concilio Vaticano II, se reconcilie com o laicato. Conforme o provérbio: “A escada se lava de cima pra baixo”. Trata-se, pois, de uma revolução ( conversão) mental e estrutural. Estarão as autoridades eclesiásticas, verdadeiramente, dispostas a essa inversão da pirâmide para um verdadeiro e efetivo “caminhar juntos”?

Defendo a tese de que a sinodalidade, querida e praticada por Francisco, depende mais dos ouvidos dos bispos ( quase sempre indispostos a ouvir) que da boca do povo ( quase sempre silenciado e domado para o servilismo e a passividade). A despeito dos ventos novos trazidos pelo Concilio Vaticano II, a lei oculta, mental e estrutural, que ainda impera no maravilhoso  mundo eclesial é esta: “Igreja acima de tudo, hierarquia acima de todos”. Então, inverter ou não inverter a pirâmide, eis a questão! Sem a inversão da pirâmide, qualquer planejamento no horizonte da sinodalidade, salvo por uma intervenção extraordinária do Espírito, vai desaguar no formalismo já condenado pelo Papa. Fica, então, a pergunta que não quer calar: as dioceses, a partir das autoridades eclesiásticas, implementarão um caminho sinodal pra valer ( “pirâmide invertida”) ou para inglês ( ou o argentino) ver?   Confessa Dom Helder Câmara: “nós, os excelentíssimos, estamos necessitando de uma excelentíssima reforma. Basta de uma Igreja que quer ser servida; que exige ser sempre a primeira...”. Não seria o caminho sinodal tempo oportuno ( kairós) para a excelentíssima reforma dos excelentíssimos, como falou Dom Helder? 

Papa Francisco, com a força espiritual e moral de quem, desde o “Habemus Papam” até o presente, se coloca em sincera posição de escuta, convoca toda a Igreja para uma caminhada sinodal – tempo de escuta e de “caminhar juntos”. Essa provocadora, desestabilizadora e revolucionária  proposta, partindo do Papa – Bispo de Roma – desafia, em primeiríssimo lugar todos os bispos a seguir seus passos e assim sinalizar para todo o rebanho que é para essa estrada ( e não outra)  que o Espírito Santo, no hoje da história,  está conduzindo toda a Igreja. Então, considerando a ação do Espírito e a iniciativa desconcertante do Papa Francisco, temos razões suficiente para cremos que a Igreja deseja, no Espírito, fazer uma reviravolta ou uma mudança paradigmática em suas estruturas, inclusive mentais. Agora, olhando para o espicopado, em especial, para os setores descontes e /ou em desacordo ( de forma explícita ou velada) com as pegadas de Francisco, mil e uma perguntas espontaneamente nascem: será que os bispos estão verdadeiramente dispostos a ouvir, sobretudo o que desagrada? Será que os bispos estão sinceramente dispostos a ouvir os esquecidos e marginalizados pelo poder eclesiástico (indígenas, negros, pobres, mulheres, laicato, etc? 

Não basta dizer “caminhar juntos”. É preciso que pensemos: como, como quem, para quê  e  para onde? Como ouviu Alice no País das Maravilhas: “se você não sabe para onde ir , qualquer caminho serve”.  Não se pode dizer, sem mais, para o povo falar se suas línguas foram histórica e sistematicamente cortadas. E também não podemos, ingenuamente, “caminhar juntos” com quem nos cegam os olhos e nos quebram as pernas.  

Pensando, mais diretamente, no chão em que piso e penso – a ArqRio em Sínodo, não nutro, pelo passado marcadamente clericalista que tivemos, grande esperança de inversão da pirâmide.... Somos  herdeiros de um longo tempo de Igreja alheia as grandes orientações do Concílio e ao caminho profético da CNBB. Não somos filhos sem pai! Lembra Machado de Assis: “O menino é o pai do homem”. 

Sinodalidade é narrativa da coexistência. Não se “caminha juntos ”silenciando ou execrando as pluralidades das vozes. Quantos sofreram ontem defendendo o que o Papa afirma hoje? O mal diocesano não está no que afirma ou cultiva, mas no que nega, execra ou tem na conta de coisas sem valor. Entretanto, por ironia do destino ou surpresa do Espírito, as pedras que a diocese, sistemática e obstinadamente, rejeitou, na regência de João e Bento, tornou-se, com Francisco, pedras angulares. E agora, Jose? 

Se sinodalidade exigisse, como prerrogativa, arsenal teológico-doutrinário, missas de cura e liberação, missas da vitória, exorcismo indiscriminado, repouso no espírito, palpas pra Jesus e cerco de jerico, por exemplo, estaríamos na linha de frente... Mas, sinodalidade, nos termos de Francisco, exige coragem e fôlego para atravessarmos pontes que quebramos com nossas próprias mãos. 

VAMOS “CAMINHAR JUNTOS” PARA A PONTE QUE CAIU?

Não se trata,pois, de viver chorando o leite derramado. Se fosse somente o leite, não seria grande o dano. Foram vacas e mais vacas (paróquias, padres, religiosos, leigos/leigas, teólogos/teológas,etc) que foram levadas, impiedosamente, para os matadouros eclesiásticos. E, agora, onde encontraremos leite forte? Não posso deixar de dizer também que muitos de nossos irmãos, carreiristas de corpo e alma, alguns dos quais que hoje estão nas mais altas funções eclesiásticas, fizeram do sangue dessas preciosas vagas combustíveis para saciar suas taras de poder. Como inverter essa pirâmide? Para mim, essa é a grande questão; pelo menos se, verdadeiramente, quisermos uma Igreja de “comunhão, participação e missão”. Sem tocar nessa ferida, sinodalidade é slogan barato – um marketing eclesiástico para inglês (ou o argentino) ver!      

A belíssima logomarca da “ArqRio em sínodo”  conseguiu, de forma feliz, traduzir a idéia da sinodalidade em imagem. Agora, fica o desafio mais urgente, difícil e custoso: transformar a imagem em vida, em fato, em realidade! 

Escreve Jose Antonio Pagola: “A igreja ou é testemunha do seu Senhor ou não é Igreja. É o testemunho que lhe confere seu ser mais autêntico e o que orienta sua verdadeira tarefa (...). Aqui a Igreja arrisca a sua credibilidade, o ser e o não ser. O resto é posterior”.   

Creio que a imagem da “pirâmide invertida” trazida pelo Papa Francisco e repetida pelo teólogo  Mario de França Miranda traduz de forma extraordinariamente potente o que realmente está em jogo quando se diz sinodalidade. A hierarquia da Igreja, em geral, tem medo dessa reviravolta! Repetia uma teóloga da PUC-RJ: “O poder não tem vocação suicida!”. Entretanto, virando a pirâmide, não é preciso que os bispos se preocupem com suas mitras e solidéus... O Espírito cuida! São atualíssimas as palavras de Henri De Lubac: “O Espírito de Cristo não abandonará sua Igreja. Hoje mesmo, este Espírito sopra”. E só na força desse Espírito, que dobra o que é duro, que poderemos ver o acontecer da “pirâmide invertida”. Nas palavras desconcertantes do Papa Francisco: “...nesta Igreja, como numa pirâmide invertida, o vértice encontra-se abaixo da base”. E continua Francisco: “Por isso, aqueles que exercem autoridade chama-se ‘ministros’, porque, segundo o significado original da palavra, são os menores no meio de todos”.  Não é revolucionário isso? 

Se Copérnico ( “revolução copernicana”) sustentou que não é o sol que gira em torno da terra (geocentrismo), mas a terra que gira em torno sol (heliocentrismo), Francisco (“revolução begogliana”?) sustenta, à luz do Evangelho, do Concilio Vaticano II e da sinodalidade, que não é a Igreja que gira em torno da hierarquia (clericalismo), mas é o Povo de Deus (bispos,padres,diáconos, religiosos/religiosas e leigos/leigas), que gira em torno do SOL-JESUS, a “PEDRA PRINCIPAL. É nele [ e não no clero] que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor (Ef 2,20-21). 

Para que a sinodalidade 😊 ”caminhar juntos”) não se transforme num chá de madame num final de tarde, é preciso que, sobretudo, a hierarquia  suporte o debate sobre as relações de poder na Igreja ( Igreja: Sinodalidade e Poder). Para ficar num único exemplo, a paróquia que atuo sofreu no passado um processo de intervenção que resultou na retirada ( de cima para baixo) do pároco, desmanche na organização comunitário e pastoral e extinção, pelo novo pároco, da proposta de comunhão, participação e missão (“Igreja em saída”). Houve uma devastação irremediável. A paróquia nunca mais foi a mesma; e nunca mais será. Quanto Concilio Vaticano II jogado fora... Quantas paróquias não sofreram esse mesmo processo ded desmonte? Quantos leigos e leigas foram ( e são)  massacrados, banidos ou, na permanência,  obrigados a viverem sob o julgo de uma proposta pastoral clericalista, sacramentalista e triunfalista? Para o Papa o clericalismo é uma “perversão na Igreja” e “condena e chicoteia o Povo de Deus”. Não somos demasiadamente clericalistas (autoritários e centralizadores)? Nossa diocesanidade é cheia de chacina pastoral. E isso é estrutural; e também mental!Não estariam os seminários, em geral, formando um clero no caminho contrário ao da sinodalidade? Acho essa uma grande e irrenunciável questão!

Agora, que laicato terá voz no caminho sidonal, esse formado na escola da disciplina, da mudez e da subserviência cega? E os milhares que partiram e hoje olham a Igreja com descrença, desânimo e indiferença, por conta de tanto abuso de poder? Como falar em “escuta” sem falar em protagonismo dos leigos e leigas? Para muitos e muitas a Igreja, por vezes, parece bipolar: hora afirma, hora nega; hora diz para falar, hora manda calar; hora acolhe, hora expulsa; corta a língua e manda falar; corta os pés e manda caminhar. É um caso complicado de se entender... Creio, pois, que o bendito poder seja o ponto chave e mais crucial da “pirâmide invertida”. É ai que a porca torce o rabo... Quem detém o poder é quem está autorizado a falar; e inclusive a perguntar. Porem, disse Jesus: na sociedade os tiranos dominam, mas entre vocês não deve ser assim. 

Não sem razão, lembra o Papa Francisco: “Caminhar juntos – leigos, pastores, Bispo de Roma – é um conceito fácil de exprimir em palavras, mas não é assim fácil pô-lo em prática”. E, por isso, grande é o risco para as autoridades eclesiásticas de caírem no “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Dom Helder Câmara admitia que a crise de autoridade na Igreja, em grande medida, se dava porque as autoridades eclesiásticas debatiam, assinavam e deliberavam, mas elas mesmas não punham em prática. Vale, pois, repetir o dito: “A escada se lava de cima pra baixo”. Para se levar a sério a sinodalidade, a hierarquia terá que pagar um alto preço (kénois?); porque para o Papa, fiel ao Mestre, na Igreja, “o único poder é o poder da cruz”.    

Por fim, pode parecer que vivemos no curso enfadonho de uma história única (o que não é verdade; e sequer possível), por isso, vale escrever em letras garrafais, em nome de nosso esperançar em sinodalidades,  que o Rio tem rios que até o Rio desconhece. E é em nome desses insubmissos rios marginais, que vez por outra borram os cânones da oficialidade, que podemos dizer: talvez não se trate nem de inverter a pirâmide, mas de fazer dela uma roda. E uma Igreja em roda seria a glória para o Deus Pai/Mãe que dança, para o Filho que encanta, para Espírito que brinca e para um povo que ama de amor ciranda... As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) sabem bem o que estou falando... Que assim seja!!!     

BASTA DE UMA IGREJA ACIMA DE TUDO E DE UMA HIERARQUIA ACIMA DE TODOS

Sua bênção, Mario de França Miranda!

Mil saravás pra você: meu pai velho, meu irmão e meu amigo!!!

Link  do diálogo com Suzi: https://youtu.be/oXYjPMa09_0

Leia também: 

 O Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) do Sergipe organizou entre 25-28 de outubro uma série de palestras sobre o livro Igreja: carisma e poder que celebra 40 anos de sua publicação em 1981. O CEBI é uma articulação nacional de grupos populares e ecumênicos que estudam a Bíblia de forma aprofundada, como inspiração de práticas inovadoras para dentro da Igreja e também libertárias na sociedade. O propósito era mostrar a atualidade dos temas nele tratados que articulam a Igreja com a sociedade e os modelos de Igreja vigentes.

https://leonardoboff.org/2021/10/29/igreja-carisma-e-poder-40-anos/

A Atualidade de Igreja: Carisma e Poder - Com Leonardo Boff

https://www.youtube.com/watch?v=auLy0qIoHTQ




Mulheres e também bruxas de ontem e de hoje...

 Mulheres e também bruxas. Por que não?

“Não foram as bruxas que queimaram.

Foram mulheres.

Mulheres que eram vistas como:

Muito bonitas,

Muito cultas e inteligentes,

Porque tinham água no poço, uma bela plantação (sim, sério),

Que tinham uma marca de nascença,

Mulheres que eram muito habilidosas com fitoterapia,

Muito altas,

Muito quietas,

Muito ruivas,

Mulheres que tinham uma forte conexão com a natureza,

Mulheres que dançavam,

Mulheres que cantavam,

ou qualquer outra coisa, realmente.

Qualquer mulher estava em risco de ser queimada nos anos 1600.

Mulheres eram jogadas na água e, se podiam flutuar, eram culpadas e executadas. Se elas afundassem e se afogassem, eram inocentes.

Mulheres foram jogadas de penhascos.

As mulheres eram colocadas em buracos profundos no chão.

Por que escrevo isso?

Porque conhecer nossa história é importante quando estamos construindo um novo mundo.

Quando estamos fazendo o trabalho de cura de nossas linhagens e como mulheres.

Para dar voz às mulheres que foram massacradas, para dar-lhes reparação e uma chance de paz.

Não foram as bruxas que queimaram.

Foram mulheres.”

Fia Forsström

Do grupo Viver de Leitura Ver menos


"Halloween e seus significados...

RUBEM ALVES fala sobre BRUXAS E VASSOURAS

As bruxas foram invenção da Inquisição. Para justificar a sua queima, diziam que eram adoradoras do demônio.

Por que usavam vassouras como meio de transporte?

Pelo que sei, as bruxas são entidades dotadas de grande poder, e não há razões para que saiam pelos céus exibindo a sua indigência, usando esse objeto sujo como se fosse um disco voador. Eu preferiria, para seguir as histórias das mil e uma noites, que elas viajassem num tapete persa mágico ou que cavalgassem um macio dragão soltando fogo pelas ventas.

Mas todas as coisas, mesmo as mais estranhas, têm as suas razões.

Aconteceu assim.

Há uma curiosa relação entre a flor Trombeta dos Anjos e a lenda das bruxas que voam montadas em vassouras.

As  bruxas eram sacerdotisas de uma antiquíssima religião matriarcal anterior ao cristianismo baseada na Terra, no ciclo dos astros, no tempo e nas plantas e animais. Faziam, com freqüência, uso de plantas psicoativas em busca de sabedoria e de experiências com o sagrado.

Uma das poções alucinógenas usadas por elas tinha o nome de "unguento voador", feita com uma mistura de ervas, uma delas sendo a trombeta (flor), que era também conhecida como "o suco da alegria". Era misturada com várias outras ervas, era fervida em óleo, provavelmente num caldeirão, e depois bebida num ritual. Aquelas que a tomavam tinham alucinações, delírios e amnésia. 

 Assim, vinham-lhes deliciosas alucinações, e elas voavam, montadas na vassourinha...

Está assim explicada a lenda das bruxas montadas nas vassouras. Mas bruxa velha, com nariz adunco e comprido, chapéu preto e pontudo, isso é invenção. Acho que as sacerdotisas podiam até ser muito bonitas..."

LEIA TAMBÉM: 

A REPRESSÃO A MULHER AO LONGO DA HISTÓRIA



quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Falar em cidade inteligente, sem investir no potencial criativo de seus habitantes faz sentido?

 A arte e a cultura é a base principal da chamada economia   criativa, inclusive do setor de  turismo. Um setor da economia que cresceu bastante nos países da Comunidade Européia e nos EUA. 

O Brasil como um dos países que tem a maior diversidade cultural do planeta, tem  um potencial enorme de crescimento nessa área. Algumas cidades no Brasil inclusive tem investido bastante nas bases econômicas que sustentam o setor do turismo, dentre as principais, a arte e a cultura. 

O que é diferente de Aracaju que tem um prefeito que propagandeou a  "cidade da qualidade de vida", sem considerar o turismo como elemento fundamental para isso.

 Logo, o prefeito  autor da lei de incentivo a cultura, quando vereador, mas que não quis implementá-la quando assumiu o cargo, e assim continua no terceiro mandato, aqui contando com o período de dois anos em que substituiu o prefeito Marcelo Déda, quando este se afastou da prefeitura para disputar o cargo de governador.

Essa reflexão é feita a propósito da informação acerca da ida do prefeito de Aracaju aos  EUA.  Viagem realizada com o propósito de buscar inspiração e investimentos para aplicar naquilo que o prefeito chama agora de cidade inteligente. Pois bem, considerando a  argumentação acima, espero que o prefeito Edvaldo Nogueria chegue cheio de vontade e inspiração, com base nos casos de sucesso das cidades, como algumas em nosso país que estão colhendo bons frutos, como mais impostos e mais empregos,  decorrentes do investimento em arte e cultura, as bases fundantes e reais para a economia criativa, o turismo, a qualidade de vida e a  inteligência coletiva.

E o turismo predatório e concentrador de renda? Essa questão fica para um outra postagem. Porque ainda tem isso, como existe no campo da arte e da cultura,  os mega shows e a construçao de espaços fisicos culturais, mas sem o cuidado com uma programação artistica e cultural a altura da finalidade do espaço e das necessidades da população, além dos problemas da falta de equipe razoalvemente qualificada e estáveis, assim como a indigência orçamentária para a manutenção. Um bom exemplo é  o Complexo Cultural "O Gonzagão" no qual fui diretor durante três anos (2007 à 2009)

Edvaldo retorna de viagem e reassume Prefeitura de Aracaju


I Encontro de Menores do Bairro América na Escola Santa Rita de Cássia, Bairro América, 1990.

Em pé José da Guia Marques, assessor do Centro Sergipano de Educação Popular (CESEP). Em destaque no lado direito, Zezito de Oliveira, presidente da AMABA. 1990. Ao meio com barba , Edvaldo Nogueira,  o  atual prefeito de Aracaju, Na época comunista e integrante do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

A foto acima consta no livro "AMABA: O esquecido circulo de cultura da Aracaju dos anos de 1980".



O livro oferece relatos e reflexões acerca das realizações que os fundadores da AMABA e outros integrantes fizeram a favor de uma cidade inteligente, criativa e mais humana. A expectativa é que isso seria  transformado em politica pública municipal quando o PT e o PC do B conquistasse o governo municipal , com a finalidade de atingir mais pessoas e outras comunidades. Infelizmente, os prefeitos de Aracaju deixaram a desejar quanto aos investimentos em arte e cultura nas comunidades da periferia, e exceção do prefeito Jackson Barreto - PMDB (1986 à 1988). Infelizmente a politica cultural do primeiro mandato não foi continuada,  quando assumiu o segundo  (1993 à 1994)

 Basta recordar o programa VAI Aracaju, aprovado pela câmara municipal de Aracaju em 2004, espelho de um mesmo projeto aprovado pela câmara de vereadores de Sâo Paulo (2003). Mas implementado pela prefeita Marta Suplicy e os prefeitos que se seguiram a ela.

Aqui em Aracaju, a lei foi aprovada quando Marcelo Deda era prefeito.

O livro AMABA: Circulo de Cultura está em pré-venda, para mais informações é só clicar no link  https://acaoculturalse.blogspot.com/2021/09/em-pre-venda-o-livro-amaba-o-esquecido.html 

Leia também:

VAI - O empurrão que a produção cultural na periferia de Aracaju e na região metropolitana precisa.

'Round 6' e o k-drama: Coreia do Sul apostou na cultura e virou potência no cinema e na TV | Música | G1 - 

Por que a Coreia está na moda?   (Acrescido em 03/11/2021)

https://www.youtube.com/watch?v=rInXejkTuyg


segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Lançamento do livro “JUVENTUDE EM MOVIMENTO, UM PROJETO PARA A VIDA”:


 Teatro do Parque, Recife, 22.10.21

QUERIDAS, QUERIDOS,

O que está acontecendo aqui, nesta tarde, com toda esta beleza e esplendor, inclusive, o livro que está sendo lançado, tudo isso se resume, fundamentalmente, em duas palavras: ANIMAÇÃO CULTURAL!

Quando falo em “animação”, estou me referindo ao coração das pessoas, ao coração de vocês, ao coração da gente, esse jeito poético de falar do íntimo, da intimidade, das profundidades do ser, da alma da gente, “alma”, que na sua versão original latina, reza “anima”, raiz de “animação”.

De repente, o olhar! Nossas Animadoras e Animadores Culturais têm sido, nas várias experiências desenvolvidas nas escolas do Recife, do Cabo de Santo Agostinho, de Jaboatão dos Guararapes, antes de mais nada, gente que olha para essas crianças, adolescentes e jovens de um jeito diferente, quem sabe, surpreendente! Um olhar de empatia, que vai fundo, que chega até o coração, que lhes acorda a alma, até então adormecida, pelo não reconhecimento, pelos preconceitos de toda sorte, que te reduzem a uma coisa, a quase nada, ao que não importa nem tem valor, ao que não conta, quando não, a um indesejável. E essa “pedagogia do olhar” é o começo e o segredo daquilo que, um dia, alguém definiu como “a magia da Animação Cultural”. Quando uma criança, um adolescente, um jovem, estudante de Escola Pública, assim olhada, assim olhado, se sente reconhecida, reconhecido, como alguém que conta, que importa, que tem valor, começa uma nova história, que leva para a Vida, a Vida em plenitude.

Não por nada, a capa original da 1ª. edição do livro, reproduzida na capa atual, retrata uma pichação encontrada na fachada branca de uma farmácia, onde se lia, naqueles idos de 1994:

<<NÃO SOMOS APENAS PICHADORES, SOMOS ARTISTAS ANÔNIMOS, AMANTES DO PERIGO>>

Está aí, em esclarecedora e maravilhosa síntese, poderíamos dizer, o ponto de partida do projeto de ANIMAÇÃO CULTURAL. Nas sucessivas manhãs semanais de formação, nossas Animadoras e Animadores Culturais têm sido motivadas, motivados, a olhar para cada criança, adolescente, jovem, de modo a fazê-las, fazê-los, emergirem do seu anonimato, a encontrarem vazão para o seu espírito de aventura, sua ousadia e criatividade, e a começarem a brilhar, porque “gente é para brilhar!”. Um olhar, então, que começa a abrir portas. Um olhar que sugere “oportunidade à vista!”.

Deve ter sido essa a compreensão que moveu a Secretária de Educação daqueles anos 90, Edla Soares, ao receber o pedido de policiamento para as escolas ameaçadas pelas arruaças das “galeras”, a responder com o “Projeto Juventude em Movimento”. Planejado, sob seu pedido, por um psicólogo da FAFIRE, Antonio Guinho, uma pedagoga, Inalda Neves Baptista, do Centro Luiz Freire, de Olinda, e um padre, Reginaldo Veloso, em vez de repressão, o “JEM” oferecia oportunidade! Vale lembrar que, no ano anterior, se havia lançado, numa escola estadual do Morro da Conceição, a “Galera da Fraternidade”.

Outubro de 1993: a partir de então, na RPA 6, nas escolas do Ibura, passa a desabrochar, uma nova “Cultura”! Antes de tudo, a “CULTURA DA DIGNIDADE”, da autoestima, do gostar de si, do acreditar em si, da autonomia, do empoderamento, do protagonismo.

E quando isso acontece em GRUPOS CULTURAIS, numa oportunidade coletiva, a partir do ensejo de uma atividade artística ou lúdica, desenvolvida em conjunto, esta nova cultura se acresce da força do espírito de equipe, de colaboração, de solidariedade, e se faz “CULTURA DA AMOROSIDADE”, do gostar das outras e dos outros, a Cultura do “NÓS”!

foto 1

Cultura, então, é muito mais do que simplesmente repetir o que recebemos das gerações passadas. Mas não deixa de ser uma maneira nova de acolher o legado das Artes e Brincadeiras das gerações passadas: a gente faz Arte, a gente brinca das Brincadeiras tradicionais com a consciência de estar cultivando as próprias raízes... E com esse gosto das “coisas nossas”, a gente faz Arte, a gente brinca, sintonizadas, sintonizados com as novas conjunturas, com os desafios da vida, aqui e agora... Essa é a nossa maneira de praticara CULTURA DA IDENTIDADE CULTURAL!

E nossa experiência cultural, de repente, se enriquece de uma nova dimensão: crianças, adolescentes e jovens são alertadas, alertados, para as condições do lugar onde desenvolvem suas atividades e vivem... São motivadas, motivados, para o gosto com a beleza, a limpeza, o arejamento, a claridade, o sentir-se bem nos espaços que ocupam... São alertados, alertadas, para lidar no dia-a-dia com desafios que têm a ver com a saúde das pessoas e do planeta, as condições de moradia, o saneamento básico, a reciclagem... o consumismo, o desperdício e a devastação... É a cultura da consciência ecológica, do cuidado com o Meio Ambiente. É a CULTURA DA SUSTENTABILIDADE!

Finalmente, de ação em ação, para tornar a própria vida sempre melhor e mais feliz, junto com todo o seu povo, crianças, adolescentes e jovens, vão se dando conta de que são responsáveis por esse mundo onde vivem. Começando pela escola onde estudam, a casa e o bairro onde moram, a cidade da gente... vão tomando consciência da sua classe social, de sua pertença à Classe Trabalhadora, da importância de ser dessa classe, e da problemática da desigualdade,da opressão, dos preconceitos e da exclusão... E vão desenvolvendo o gosto com sua cidade, o gosto de participar dos cuidados com o Bem Comum, o espírito de Cidadania, a Consciência de Classe, a luta por Direitos... É a CULTURA DA CIVILIDADE!

Eis a nossa compreensão de “animação” e de “cultura”! Eis os 5 Eixos Pedagógicos, em torno dos quais gira nossa experiência de Educação Social Popular! Eis o sentido maior da celebração desta tarde! Eis a essência do que se pretende comunicar com este livro hoje, aqui, lançado.

O livro contém os 10 capítulos da edição original de 1996, mas foi enriquecido, primeiramente, com o prefácio de João Simão Neto, nosso grande desbravador, graças a quem, sobretudo, além da experiência do Recife, devemos a experiência do Cabo de Santo Agostinho, a de Jaboatão dos Guararapes e, logo mais, a partir do ano que vem, a implantação em Olinda e a retomada no Cabo, onde já recebeu até um novo nome, PROARTE! Creio que seja bom frisar que os 5 primeiros capítulos originais são, quase só, de falas dos adolescentes, seguidos de 3 capítulos com os pontos de vista das Animadoras e Animadores Culturais. O capítulo 9 é uma síntese da proposta, tal como foi vivenciada ao longo de seis meses do ano de 1994. E o 10º. Capítulo conta a “história dessa história”. Em seguida, duas sínteses atualizadas da proposta de Animação Cultural, que eu chamo de “Cartilhas”, uma de 2007, na segunda fase da experiência no Recife, após a enriquecedora experiência do Cabo de Santo Agostinho, e outra de 2013, em plena experiência em Jaboatão dos Guararapes. E termina com um cordel, em 15 “Dissonetos”, sobre a “Cidade Educadora”.

foto 2

Mas, o bom é escutar da boca de Gabriel, como se fosse a do Anjo da Anunciação, o que ele entendeu de tudo isso, quando, num final de Encontro de Férias, organizado e realizado com essas compreensões, assim sintetizou a experiência por ele vivenciada:

<<O Encontro reuniu sonhadores que vieram buscar aqui a tentativa de uma vida nova. Foi possível ver a felicidade no sorriso de todos, ao perceberem que são capazes de fazer a diferença. Cada um tinha um principal motivo de estar nesse encontro. O motivo de ser melhor, não melhor do que os outros, mas ser melhor do que era antes de vir até aqui. Só sonhar não é tudo. Tentar realizar os sonhos pode ser um bom recomeço>>Marcos Gabriel, 13 anos, E. M. Odete Pereira, Jaboatão dos Guararapes, 02/07/10.

É claro que tudo isto foi possível, primeiramente, graças à lucidez e ousadia de duas Secretárias de Educação da Cidade do Recife: Professora Edla Soares, por duas vezes, em gestões diferentes, 1993, quando era Prefeito Jarbas Vasconcelos, e 2001, quando o Prefeito foi João Paulo; e sua sucessora, Professora Maria Luíza Aléssio, Malu, em 2005, na segunda gestão de João Paulo.

Claro que essas grandes Companheiras contaram, de imediato, com a colaboração de gente qualificada como Custódio Amorim, na época, Diretor do DACD (Departamento de Atividades Culturais e Desportivas), que acolheu a proposta com grande abertura e lucidez; e João Simão Neto, indicado, já no final de 1993, por Edineide Ferreira, então, Secretária de Educação de Olinda, o qual veio nos enriquecer, muito especialmente, com a experiência dos “Encontros de Férias”.

Com o passar dos anos e das gestões, no Recife, vai chegando gente sempre da melhor qualidade, cada qual com sua contribuição original: Zezo Oliveira, do Teatro Popular “Vem cá, Vem Ver”, mais tarde, Diretor da Escola Nacional de Circo; Fátima Pontes, Atriz, mais adiante, fundadora da Escola Pernambucana de Circo; Zé Ramos, também figura importante do mundo do Teatro, hoje, Presbítero da Diocese de Nazaré da Mata. Companheira, desde a primeira hora, na discrição da retaguarda da logística, cumpria papel importante, a inesquecível Secretária Mônica Monteiro,a “Mãe” do DACD, do JEM, do PAC...

Nos desdobramentos sucessivos, antes de tudo, vale ressaltar a figura de Arlindo Cavalcanti, que, em 1997, sendo Prefeito Elias Gomes, convocou Simão e Reginaldo para implantar o PROCUCA, no Cabo de Santo Agostinho, onde tiveram presença impulsionadora o sucessor de Arlindo, José de Arimatéia, Mírtis Cordeiro, Nelino Azevedo, Edilene Soares e Enildo Luiz, seguidos de Evânia Copino, Betânia e Amaro...

Mais adiante, quando o mesmo Elias Gomes assumia a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, em 2010, várias dessas figuras, que tiveram importante papel na vida do PROCUCA do Cabo, vão reaparecer com determinante papel na implantação do PROAC, em Jaboatão. Mas vale ressaltara entusiasta participação de Renata Lopes, responsável pelas Escolas de Tempo Integral e apoiadora das chamadas “Ações Educativas Complementares, a “Madrinha do PROAC”, hoje em Olinda, planejando com Edilene e Simão a implantação do Programa de AC.

Em segundo lugar, mas não com menor importância, tudo isso foi possível, no Recife, no Cabo e em Jaboatão, graças, sobretudo, a entrega generosa, responsável e criativa das Animadoras e Animadores Culturais: no Recife, estagiárias e estagiários das Universidades; no Cabo e em Jaboatão, artistas populares das várias Linguagens. Não deixando de frisar o papel importante que tiveram, no seio de cada equipe, as Coordenadoras e Coordenadores de Linguagem. Lamentavelmente, uma lista de nomes extensa demais para ser citada. 

Mas vale dizer que o segredo do seu exitoso desempenho foi, sem dúvida, o processo de Formação Continuada, uma oportunidade única a elas e eles proporcionada, que consistiu, além dos seminários semestrais, nas pontuais “Manhãs de Formação” semanais, onde, em pequenas Rodas de Conversa por Linguagem, ou na grande Roda entre todas e todos, se debatiam, a partir da experiência de acompanhamento e animação dos Grupos Culturais, seja as questões específicas da prática de cada Linguagem (Artes Cênicas: Teatro, Circo, Dança Popular, Hip Hop, Dança de Rua; Artes Visuais: Desenho e Pintura, Grafite; Artes Musicais: Percussão, Capoeira, Canto Coral, Bandas Marciais; Jogos e Brincadeiras...), seja as questões de fundo da experiência de Animação Cultural e da vida da garotada.

Vale dizer, igualmente, e isto foi reconhecido por elas e eles próprios, que muitas vezes, os maiores beneficiários e beneficiárias da experiência de Animação Cultural foram as próprias Jovens, os próprios jovens, Animadoras e Animadores, seja as/os universitárias/os estagiárias/os, no Recife, pela dimensão maior, sobretudo, de humanidade, que a experiência proporcionou a suas respectivas formações universitárias; seja os artistas populares, pela riqueza da experiência em que ingressaram e/ou se aperfeiçoaram, como Educadoras e Educadores Sociais Populares.

Eis aí o segredo de tudo quanto, nesta tarde, este evento manifestou, e o livro lançado contém.

É hora de agradecer. E começamos pela genialidade e disponibilidade das pessoas que organizaram este evento, com destaque para o “Comandante” João Simão Neto e as generosas colaboradoras, Roseane e Priscila, junto com Genivaldo, nosso colaborador-mor, gente querida da Fábrica Fazendo Arte.

E como não fazer um agradecimento muito especial à Direção, Funcionárias e Funcionários deste querido Teatro do Parque, que nesta tarde tão bem nos acolhe. Na pessoa do Diretor, Marcelino Dias, para todos eles e elas, pedimos um aplauso.

Este livro que está sendo ofertado gratuitamente a vocês, graças ao apoio do FUNCULTURA – Sistema de Incentivo à Cultura- SIC/PE e da Companhia Editora de Pernambuco- CEPE, a quem nossa imensa gratidão, na pessoa de seu Diretor Presidente, Luiz Ricardo Leite de Castro Leitão; de Edson Ricardo Teixeira de Melo, Diretor de Produção e Edição; de Tarcísio Pereira, em memória, Diretor de Marketing, inesquecível fundador da Livro 7, que nos deixou em janeiro deste ano, uma das mais de 600 mil vítimas do covid-19; lembrando ainda o jovem Fernando - diagramador, e o Sr. Vicente - responsável pela impressão. Muito agradecido a todos vocês!

  Agradecimentos imensos para a equipe que montou o projeto de edição do livro para o FUNCULTURA: Francisco de Assis – nosso Chiquinho, que elaborou o orçamento do projeto de edição; Luís Jurandir, que cuidou do projeto visual; Valeria e Aurélio, que assumiram a Assessoria contábil da efetivação do Projeto; e Wagner Souto – oficineiro de rádio comunitária em Olinda, Cabo, Jaboatão: que assumiu a Assessoria de Comunicação, e cuidou do lançamento do livro. Sem vocês, o que seria da edição e do lançamento deste livro?...

 Finalmente, muito agradecido a todas e todos que nos prestigiaram com sua presença. Só nos resta esperar que um dia, ANIMAÇÃO CULTURAL, assim compreendida e praticada, se torne uma Política Pública de Juventude, Política de Estado, em nível municipal, estadual e federal, a ser desenvolvida em escolas e comunidades populares. Nossa parte, a gente fez.

Mas é preciso fazer, ainda, dois registros, sem o quê essa história ficaria truncada. O primeiro, para lembrar que nomes acima mencionados como os das Secretárias de Educação Edla Soares e Edineide Ferreira, bem como o de Reginaldo Veloso e o de Zezo Oliveira, são de gente que vem de uma história de mais de 50 anos, do Movimento de Adolescentes e Crianças, o MAC, que, entre outras referências, serviu de inspiração para a Pastoral do Menor e para o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, experiências estas que ensaiaram um novo olhar para as crianças e adolescentes do meio popular, e foram, inclusive, determinantes para a elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990.

Em seguida, registrar que, não por acaso, este evento de hoje acontece no ano do Centenário de Paulo Freire, Patrono da Educação no Brasil, e por que não dizer, Pioneiro-Mor da Animação Cultural. O que hoje acontece aqui, neste aconchegante Teatro do Parque, tem suas raízes no que, há 61 anos acontecia no Sítio da Trindade, em Casa Amarela, precisamente, a 13 de maio de 1960, quando o Prefeito do Recife, Miguel Arrais de Alencar lançava o Movimento de Cultura Popular, o MCP, com o claro objetivo de fazer da Cultura o ponto de arranque da emergência dos empobrecidos como protagonistas de sua libertação e ascensão social. Duas figuras se sobressaem, logo de início, Paulo Freire e Abelardo da Hora, um Educador Social, quando, talvez, nem existisse ainda essa denominação, e um multiartista, Abelardo da Hora.

11 anos atrás, quando o obscurantismo, que hoje impera na vida deste país, ensaiava seus primeiros tristes passos, entre nós, eu escrevia sobre a continuidade dessa história:

“50 anos depois, para quem tem olhos de ver, o MCP está mais que vivo e pujante do que nunca em tantas iniciativas e programas educacionais e culturais, em tantas práticas educativas, que, às vezes, mesmo sem sabê-lo, se alimentam de suas intuições recriadoras e se inspiram em sua pedagogia libertadora. (... ...) E saibam, então, que nosso Programa de Animação Cultural, o PAC, não deixa de ser uma realização atual e significativa do que foram os sonhos e ensaios de 50 anos atrás”.

 Paulo Freire vive! Viva Paulo Freire!

 Tenho dito. Reginaldo Veloso

 Galera da Fraternidade – Letra e Música; Reginaldo Veloso

 Minha galera é a galera da fraternidade. Meu tempero é a fé, é o amor-liberdade.

 O meu assunto é a vida.
È a vida, é a vida!
Caretice, aceitar essa vida-sem-vida!

 Já é hora de a gente mudar,
esse jeito não dá pra ficar

 É preciso muita criatividade!
Arregace as mangas com muita vontade!
Vamos investir nessa da felicidade!
Ser feliz é o destino da humanidade!...

 Nós vamos nessa do chapa
Joãozinho Trinta:
A cultura é beleza que encanta e que agita!

 O meu samba não vai te enganar;
Eu só canto pra vida mudar!

 Você traz muita coisa
Então pode perder!
Vamos nessa, galera, botar pra valer!
Cada um tem um gosto e um jeito de ser!
É preciso juntar, fazer tudo render!...

 A gente vai nessa do índio e da ecologia
Salve o verde, a beleza da geografia!
A beleza da geografia!

 Não morreu Chico Mendes em vão,
Ressuscita em você, meu irmão!

 É preciso muita, mas muita coragem!
Se guardar pra si mesmo
É uma grande bobagem!
Pois, no fim, quem dá vida
É quem leva vantagem!
É a galera de Cristo
Partindo em viagem!

Como os meninos e meninas do (*) MAC  e do PROAC  fazem  alegria e constroem sonhos de mãos 

dadas, (*) 

Movimento de Adolescentes e Crianças e Programa  de Animação Cultural.

A 6ª live de quinta da Ação Cultural em 11 de Junho, a partir das 20 horas, trará

novamente como abordagem a discussão do eixo: 

Juventudes, AnimAÇÃO Cultural e Educação Popular, com a participação do 

Padre Reginaldo Veloso e seu trabalho nos  bairros, morros e alagados do Recife.

Assista AQUI

Juventudes, Paulo Freire e AnimAÇÃO Cultural

Nesta live da Ação Cultural iremos tratar hoje do tema  Juventudes, Paulo Freire e AnimAÇÂO Cultural. Junto e  misturado.

Os nossos convidados Simão Neto do Recife (PE) e  Cláudia Silva de Pojuca (BA) são professores, arte-educadores populares e militantes da cultura. 

Todos os dois tem um acumulo bem significativo ,  tanto por conta da experiência

 prática, como  em razão das pesquisas e estudos teóricos  relacionados as temáticas

Assista AQUI

As fotos da tarde/noite de lançamento.

Foto 3 
Foto 4
foto 5
foto 6 
foto 7
foto 8 
foto 9 
foto 10
foto 11
foto 12
foto 13
foto 14
foto 15
foto 16
foto 17
foto 18
foto 19
foto 20
foto 21

foto 22 


foto 23

foto 24
foto 25
Assista   também: 

Opinião Pernambuco - "Reginaldo Veloso (Perfil)" Bloco 1 (16/03/2018)


https://www.youtube.com/watch?v=FUTme1-tXz0&t=5s



1. Chiquinho - bom dia no Encontro de Férias em Jaboatão dos Guararapes – PE – canta a cantiga Popular – Cajueiro Pequenino
2. Arariba -Cicero Evaldo - Grupo de teatro – MOSCAP – Cabo de Santo Agostinho – PE
3. Pe Reginaldo Veloso - Fala do autor do livro – final do evento
4. Andreza Cavalcanti – a Atriz, quadrilheira, psicóloga, redutora de danos e animadora cultural - Apresentação do autor do livro
5. Andreza Cavalcanti e Pe Reginaldo Veloso
6. Beto – mestre de cerimonia
7. Fatima Pontes - Ex- Gerente da GAC na Prefeitura do Recife-PE do Programa de Animação Cultural – PROAC e atual coordenadora da Escola Pernambucana de Circo- EPC
8. Roseane (redutora d danos e ex-assessora da GAC, Beto (ator e brincante de boi) e Genivaldo – redutor de danos e Atual Chefe de Núcleo do NAC – Núcleo de Animação Cultural da Prefeitura de Recife-PE – Mestres de cerimônia.
9. Maestro Fabio – Ex-Coordenador da linguagem de música do PROAC 
10. Alunos da Escola Pernambucana de Circo - EPC
11. Alunos da Escola Pernambucana de Circo- EPC
12. Alunos da Escola Pernambucana de Circo e Genivaldo (mestre de Apresentador)
13. Genivaldo recebe Flavio Reis do Coordenador do Grupo As novinhas do coco da Mustardinha – bairro do Recife-PE
14. Grupo As novinhas do coco da Mustardinha – bairro do Recife-PE
15. Grupo As novinhas do coco da Mustardinha – bairro do Recife-PE
16. Grupo As novinhas do coco da Mustardinha – bairro do Recife-PE
17. Genivaldo recebe Lourival Santos – Afoxé Ara Omí -Bairro do Vasco da Gama- Casa Amarela- Recife-PE
18. Vocalista e grupo do Afoxé Ara Omí 
19. Grupo de Frevo do NAC – Núcleo de Animação Cultural da Secretaria de Educação de Recife-PE
20. Grupo de Frevo do NAC – Núcleo de Animação Cultural da Secretaria de Educação de Recife-PE
21. Grupo As novinhas do coco da Mustardinha
22. Grupo de Frevo do NAC – Núcleo de Animação Cultural da Secretaria de Educação de Recife-PE
23. Genivaldo agradece ao Grupo de Frevo do NAC – Núcleo de Animação Cultural da Secretaria de Educação de Recife-PE
24. Aguinaldo Menezes – musico - Orquestra Perfil – Recife-PE – Canta Ave Maria Sertaneja de Luiz Gonzaga.
25. Aguinaldo Menezes – musico - Orquestra Perfil – Recife-PE – Canta Ave Maria Sertaneja de Luiz Gonzaga.
26. Aguinaldo Menezes – musico - Orquestra Perfil – Recife-PE – Canta Ave Maria Sertaneja de Luiz Gonzaga.