quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Invadida e desfigurada por Temer e Bolsonaro, todo mundo quer a EBC. Além da economia, é também a comunicação estúpidos. (3)

 FNDC e entidades entregam propostas à equipe de transição

Escrito por: Redação do FNDC

Carta por uma comunicação democrática reúne propostas para o setor; documento foi entregue a integrantes do grupo temático que trata de Comunicações no novo governo

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e diversas outras entidades e organizações do setor entregaram a carta “Comunicação democrática é vital para democracia - uma agenda para o novo governo Lula” aos representantes do GT Comunicações do Governo de Transição, na última sexta-feira (25), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
 
O documento apresenta 8 medidas que o próximo governo do Brasil deve atender para garantir o direito à comunicação de forma igualitária aos brasileiros e brasileiras do campo e da cidade. 
 
“O FNDC e todas as organizações que assinam a Carta esperam que o governo Lula desenvolva no nosso país, políticas capazes de assegurar a expressão midiática dos vários sujeitos do campo e da cidade, como afirmamos na agenda proposta no documento que apresentamos ao GT Comunicações do Governo de Transição”, pontua o jornalista Barack Fernandes, integrande da Coordenação Executiva do FNDC. 
 
Leia na íntegra as 8 medidas apresentadas:
 
- Garantia da diversidade e pluralidade comunicativas, com a adoção de políticas capazes de assegurar a expressão midiática de uma multiplicidade de sujeitos sociais e correntes de pensamento, evitando o controle que poucos grupos exercem hoje sobre o debate público, e a regulamentação dos dispositivos da Constituição de 1988, como a complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal, a vedação ao monopólio, o fomento à produção regional e independente, entre outros. Tal esforço passa por medidas de fomento à produção de conteúdos por segmentos historicamente marginalizados no país, como mulheres, negros, trabalhadores, pessoas com deficiência e população LGBTQIA+.
 
- Universalização do acesso à internet, via o desenvolvimento de políticas públicas para garantir o acesso universal, significativo e de qualidade para todos, com preços acessíveis e sem limitação de franquia de dados móveis. A se dar tanto pela ação direta do Estado no provimento de conexão a partir de redes públicas, como pela definição da modicidade tarifária, de metas de conectividade para as empresas privadas, de políticas de fomento aos pequenos e médios provedores e iniciativas de acesso à internet comunitária.
 
- Regulação das plataformas digitais, a exemplo do que começa a ser feito em todo o mundo, com destaque para a União Europeia, com o estabelecimento de regras que impeçam os gigantes tecnológicos de estabelecer oligopólios, que garantam transparência e devido processo na moderação de conteúdos, que combatam abusos no discurso online (como campanhas de desinformação, discurso de ódio, violência política a atentados ao Estado Democrático de Direito), e que estimulem o surgimento de alternativas produzidas nacionalmente e baseadas na perspectiva do bem comum e das necessidades locais. Tal agenda deve considerar o estabelecimento de uma estrutura regulatória moderna e convergente, a exemplo do modelo adotado em democracias consolidadas.
 
- Fortalecimento das mídias alternativas, independentes, comunitárias, populares e periféricas, de todo um grupo de veículos e iniciativas que nasceram fora dos grandes oligopólios privados da comunicação no país e que requerem políticas públicas de incentivo para sua consolidação e ampliação.
 
- Enfrentamento à violência contra jornalistas e comunicadores, por meio da adoção de um discurso público de valorização e reconhecimento ao trabalho da imprensa, do fortalecimento do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas, e do enfrentamento à impunidade nos crimes contra jornalistas. A valorização do trabalho jornalístico também requer a adoção de mecanismos contra a precarização e o assédio, principalmente contra as mulheres jornalistas e comunicadoras.
 
- Recuperação da autonomia e do caráter público e fortalecimento da EBC e do sistema de emissoras e agências públicas ligadas a ela. Por sua estrutura e capilaridade, a EBC pode converter-se em espaço para difusão dos conteúdos produzidos pela multiplicidade de sujeitos comunicativos que queremos estimular, com autonomia e sob governança da sociedade brasileira, através da reinstalação do Conselho Curador.
 
- Estímulo à apropriação tecnológica e educação midiática, com políticas de formação para uso de novas mídias, através do letramento midiático crítico, e autogestão de infraestruturas de telecomunicações comunitárias, que permitam a produção de conteúdos em linguagens escrita e audiovisual e preparem os cidadãos para uma relação crítica e autônoma com conteúdos midiáticos.
 
- Desenvolvimento, em interlocução com a pasta de ciência e tecnologia, de um programa de soberania digital para o Brasil, com medidas como o incentivo e criação de datacenters que envolvam governos estaduais, municípios, universidades públicas e organizações não-governamentais, que permitam manter dados em nosso território e aplicar soluções de Inteligência Artificial que estimulem e beneficiem a inteligência coletiva local e regional. Tal programa deve ainda prospectar tecnologias e experimentos que reforcem a tecnodiversidade e avanços em áreas estratégicas ao desenvolvimento, além de capacitar recursos humanos e sua permanência no setor público para criação de soluções que nos afastem do panorama de dependência das grandes corporações.
 
Leia a Carta na íntegra AQUI.
 
Por Leandro Fortes -  Atualizado em 28 de novembro de 2022 às 22:42
Invadida e desfigurada em um dos primeiros atos do governo golpista de Michel Temer, a Empresa Brasil de Comunicação, a EBC, entrou em uma espiral de decadência a partir de 2016 e parecia condenada a desaparecer, no governo de Jair Bolsonaro, dentro da sanha privatista de Paulo Guedes.

Essa pretensão, contudo, não saiu do papel porque a estrutura administrativa e, principalmente, os altos salários da diretoria tornaram-se um ambiente perfeito para outra sanha, a dos militares loucos por mamatas que se aboletaram na administração federal depois da chegada do capitão à presidência da República, em 1º de janeiro de 2019.

Em suma, Temer ocupou a EBC com cupinchas e puxa-sacos, depois de trair Dilma Rousseff e retirar da presidência da estatal o jornalista Ricardo Melo, que tinha mandato estabelecido por lei. Ou seja, um golpe dentro do golpe. Fez isso para desmobilizar a comunicação pública e sucatear um sistema que, nos governos do PT, ameaçava a hegemonia dos grandes grupos privados de comunicação, uma turma a quem Temer, desde sempre, presta lucrativa vassalagem.

Bolsonaro, influenciado por Guedes, pensou em privatizá-la, mas foi avisado de que não havia ninguém interessado, por ora, em comprar os ativos de uma estatal de comunicação. Decidiu, então, fazer da EBC uma subsidiária do Palácio do Planalto com ares de bordel comandado por militares. O que havia restado de comunicação pública virou uma máquina de propaganda governamental e culto à personalidade, por um lado.

Por outro, a empresa foi transformada num gigantesco cabide de empregos para milicos da reserva e uma aberração administrativa que gastou, não se sabe ainda exatamente, alguns milhões comprando programação de veículos privados, como as novelas bíblicas da Rede Record, do bispo Edir Macedo.

Às vésperas do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, a EBC virou alvo de disputa dentro do Grupo de Trabalho de Comunicação Social do Gabinete de Transição. Um grupo quer a EBC ligada à futura estrutura da Secom, diretamente vinculada ao Palácio do Planalto, de forma a garantir aquilo que o PT não teve quando, a partir de 2005, a direita e a mídia começaram a investir contra o governo, com a farsa do mensalão: um canhão de comunicação pública para falar diretamente com a população, sem a mediação da mídia golpista.

Em suma, quer ocupar um aparelho ideológico importantíssimo para a guerra que se avizinha contra um esquema transnacional de produção de fake news, desinformação, violência política e doutrina de ódio bancado por empresários ligados à extrema-direita. Para tal, é preciso que a EBC volte à estrutura de gestão democrática criada nos governos do PT, mas sem a ilusão de que apenas com boas intenções e programação idílica infanto-juvenil irá revolucionar a comunicação pública no Brasil.

Nessa formatação, a Secom, inclusive, poderia absorver, ela mesma, parte das atribuições da EBC referentes à produção especificamente estatal da empresa. Antes, nos governos do PT, a NBr, estrutura montada dentro da Divisão de Serviços da EBC, fazia a propaganda governamental, inclusive, com remuneração direta para tal. A comunicação pública audiovisual era feita pela TV Brasil e a Agência Brasil. Bolsonaro transformou tudo numa coisa só e fez da EBC um templo grotesco de autoidolatria.

Também pode ir para a Secom – esta, de novo vinculada diretamente à Presidência da República – parte da Agência Brasil comprometida com o noticiário digital exclusivamente dedicado às ações de governo. Restaria à EBC, portanto, só fazer comunicação pública de verdade. Mas há muito mais em discussão.

Primeiro, porque há gente no PT interessada em manter a Secom onde está, no Ministério das Comunicações, onde foi colocada de maneira rebaixada por Bolsonaro. Para se ter uma ideia, as instalações físicas da secretaria foram transferidas do segundo andar para o subsolo do Palácio do Planalto e o comando das atividades foram entregues a um oficial da Polícia Militar do Distrito Federal, o coronel André Costa. Os cargos de porta-voz e a secretaria de imprensa também foram parar nas mãos de oficiais da PM.

Claro, nem de longe os petistas querem manter esse rebaixamento, pelo contrário, as discussões giram em torno de uma Secom novamente profissionalizada e, mesmo nas Comunicações, com vínculos diretos com o Palácio do Planalto, inclusive novamente colocada no segundo andar do prédio. A intenção de mantê-la no ministério nada tem a ver com estratégia de comunicação, mas com política pura e simples. A direção nacional do PT teme que, perdendo a Secom, irá perder, também, o comando da pasta para algum partido aliado, como parte da divisão de poder entre aqueles que ajudaram a eleger Lula, no segundo turno das eleições.

Há um grupo, contudo, que tem uma proposta suavemente revolucionária: levar a EBC para o revivido Ministério da Cultura, de forma a fazer da empresa menos um canhão de jornalismo e mais uma super produtora de conteúdo audiovisual para garantir financiamento e visibilidade às produções regionais, historicamente marginalizadas pela ditadura do capital. Além, claro, de retomar o processo de democratização da cultura, abruptamente interrompido pela estupidez bolsonarista.

A proposta, cheia de boas intenções, tem simpatia de muita gente relevante, dentro e fora da EBC, mas esbarra na oposição dos defensores do fortalecimento da estatal como espaço ideológico de luta política. Estes temem que a empresa seja capturada por uma estratégia de protagonismo de programação cultural sectária, voltada para um jornalismo lateral, distanciada da realidade da luta política e do zeitgeist imposto pelo neofascismo bolsonarista.

Em resumo, têm medo de que, na Cultura, a EBC se torne um acampamento namastê repleto de gratiluz e se fragilize institucionalmente, tornando-se uma ferramenta inútil para defender o governo em momentos de grave crise política, como o processo de impeachment e cassação de Dilma Rousseff, um golpe francamente apoiado pela mídia comercial.

No próximo dia 30 de novembro, um longo relatório preliminar, com todas as possibilidades de futuro da EBC, será entregue aos caciques da transição para que esse debate comece a ganhar corpo dentro das circunstâncias do novo governo. Depois de 11 de dezembro, quando um relatório final for consolidado, caberá a Lula decidir, no fim das contas, os rumos a Secom e a EBC deverão tomar nos próximos quatro anos.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/invadida-e-desfigurada-por-temer-e-bolsonaro-todo-mundo-quer-a-ebc-por-leandro-fortes/

Campanha Calar Jamais! 

 
Para fortalecer a construção da Carta, o FNDC apresentou o segundo relatório da Campanha Calar Jamais!, que registou 110 denúncias de violações à liberdade de expressão ocorridas no Brasil entre junho de 2019 e fevereiro de 2022, organizadas em 8 categorias: Violações contra jornalistas, comunicadores sociais, veículos e meios de comunicação; Censura a manifestações artísticas; Cerceamento a servidores públicos; Repressão a protestos, manifestações sociais e organizações políticas; Repressão e censura a instituições de ensino; Desmonte da Comunicação Pública; Discriminação contra Grupos oprimidos; e Crimes contra a Saúde Pública.
 
“Todas essas violações à liberdade de expressão apresentadas no nosso último relatório foram institucionalizadas pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro, que ao longo dos seus 4 anos de gestão, vem atacando profissionais, inclundo jornalistaa, comunicadores, artistas, professores, veículos de comunicação, grupos culturais, instituições educacionais, dentre outras pessoas e organizações que fazem comunicação e luta por liberdade de expressão em diversas áreas. Para que essas violências não continuem no Brasil reafirmamos a importância do que apresentamos na Carta entregue ao GT Comunicações do Governo de Transição”, lembra a coordenadora Geral do FNDC, Beth Costa. 

domingo, 27 de novembro de 2022

O natal iluminado de Aracaju pode ser melhor com um auto popular

Em Aracaju o Natal Iluminado 2022: projeto segue até 6 de janeiro; confira a programação. O evento toma como base o Natal Luz de Gramado, o qual pode ser conferido AQUI

Este formato não contempla o Auto Popular de Natal, o que compromete uma ligação mais potente com a tradição cultural que herdamos dos colonizadores  portugueses. AQUI tem um bom texto que explica o significado e a importância do Auto de Natal.


Baile do Menino Deus: 19 anos de Natal no Marco Zero

Representado pela primeira vez no Recife, em 1983, o Baile do Menino Deus se transformou num dos espetáculos mais encenados do Brasil. Virou tradição em Pernambuco, festa do calendário natalino, atraindo público dos mais diferentes lugares. Na Praça do Marco Zero, nos dias 23, 24 e 25 de dezembro, o céu e o mar se juntam ao cenário, aos músicos, cantores, atores, bailarinos e ao grande público para celebrarem o nascimento do Menino Jesus, numa festa semelhante às brincadeiras populares, onde se misturam o sagrado e o profano.

As pessoas fizeram do Baile do Menino Deus no Marco Zero sua brincadeira de Natal, pois o espetáculo alcança todas as idades e classes sociais com linguagem delicada, alegre, sublime e popular. Os textos e as músicas são facilmente memorizados e nunca mais esquecidos. Todos se reconhecem em melodias e versos que contam o nascimento de um Menino por meio de teatro e dança, numa festa que provoca riso e lágrimas de contentamento.

Saiba mais AQUI

https://www.youtube.com/watch?v=iai_aX_VBK8



https://www.youtube.com/watch?v=FZWF2s7LkL8








quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Ciclo 2020 dos "Ao Vivo" da Ação Cultural é encerrado com nostalgia e reflexão sobre o natal antigo e atual em Aracaju e no Brasil


Recomendamos também:

O primeiro volume da antologia Um Natal clássico reúne 25 contos e crônicas de temática natalina. Entre os autores, figuram Machado de Assis, Lima Barreto, Júlia Lopes de Almeida, Mário de Andrade, João do Rio e Raul Pompeia, entre outros. Os textos não se limitam a contar o nascimento e a vida de Jesus ou a trazer a redenção aos homens, seja qual for a situação ou condição apresentada pelo autor ou autora. Genuinamente brasileiros, em suas mais variadas abordagens, esses textos possibilitarão a você descobrir episódios curiosos de nossa gente. É o presente perfeito para pais, tios, padrinhos, avós, professores e amantes da literatura clássica brasileira.





Post de desagravo a Gil amado





O Gil com toda a sua educação, não entrou na “provocação dos bolsonarentos”.  😏
 Gil deu uma lição sem palavras... Mesmo assim somos favoráveis que os agressores sejam descobertos e punidos na forma da lei.. E para a CURA muita educação e cultura, junto e combinado... Inclusive a partir da vida e da obra do Gil,

https://www.youtube.com/watch?v=mB9BLB3lLoI






https://www.youtube.com/watch?v=09SOSk93E50

A CURA 

 Lula Santos

Existirá, em todo porto tremulará

A velha bandeira da vida

Acenderá, todo farol iluminará

Uma ponta de esperança

E se virá, será quando menos se esperar

Da onde ninguém imagina

Demolirá toda certeza vã

Não sobrará pedra sobre pedra

Enquanto isso, não nos custa insistir

Na questão do desejo, não deixar se extinguir

Desafiando de vez a noção

Na qual se crê que o inferno é aqui

Existirá

E toda raça então experimentará

Para todo mal, a cura

Existirá, em todo porto se hasteará

A velha bandeira da vida

Acenderá, todo farol iluminará

Uma ponta de esperança

E se virá, será quando menos se esperar

Da onde ninguém imagina

Demolirá toda certeza vã

Não sobrará pedra sobre pedra

Enquanto isso, não nos custa insistir

Na questão do desejo, não deixar se extinguir

Desafiando de vez a noção

Na qual se crê que o inferno é aqui

Existirá

E toda raça então experimentará

Para todo mal, a cura

Enquanto isso, não nos custa insistir

Na questão do desejo, não deixar se extinguir

Desafiando de vez a noção

Na qual se crê que o inferno é aqui

Existirá

E toda raça então experimentará

Para todo mal, a cura  









sábado, 26 de novembro de 2022

1° Seminário Nacional de Educação Integral em Diadema para enfrentar investidas do neoliberalismo para entrar na mente dos educadores.

 Diadema participa do 1° Seminário Nacional de Educação Integral – por uma agenda de direitos e políticas intersetoriais na reconstrução da democracia. O evento reúne profissionais de todo o país para debater os desafios e propor caminhos para ampliar e efetivar a agenda do direito à Educação no Brasil.

https://www.youtube.com/watch?v=qNIt9_q6Gug


https://www.youtube.com/watch?v=ibbHuplwrvQ

Excelente seminário. Merece ser construído outro pelo próximo governo federal , neste mesmo formato. Um Seminário Internacional com convite aos diversos estados da federação para se somar.  Um seminário para apresentar o que foi e está sendo construído de mais avançado no Brasil e no mundo, tendo como referência o pensamento progressista na educação brasileira e internacional. 

O que pode ser na primeira semana de março ou última de fevereiro. Com transmissão via redes sociais, assim como pelas rádios e televisão EBC.

Importante não esquecer no Seminário Internacional de Educação Integral as Experiências da Escola Parque, Brizoletas, Brizolões (CIEPS), Sistema de Ensino Vocacional, CEUs, entre outras experiências importantes  apesar de menos conhecidas... 

Por que a proposta acima é necessária para enfrentar o neoliberalismo na educação?

Viagem do governador eleito ao Reino Unido financiada pela fundação privada que controla a gestão pedagógica da Seduc preocupa SINTESE

Nos últimos dias temos visto nas redes sociais do governador eleito de Sergipe, Fabio Mitidieri, da atual vice-governadora Eliane Aquino e do senador Alessandro Vieira que todos estavam empolgados em participar de um evento na Blavatnik School of Governament na Universidade de Oxford. O evento foi realizado pela Fundação Lemann.

A participação destas autoridades deixou ainda mais nítida uma denúncia feita pelo SINTESE há anos. As fundações privadas controlam à Educação em Sergipe.

Leia matéria completa:

https://sintese.org.br/educacao/rede-estadual/viagem-do-governador-eleito-ao-reino-unido-financiada-pela-fundacao-privada-que-controla-a-gestao-pedagogica-da-seduc-preocupa-sintese/

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Leia também: E-book A Escola dos meus Sonhos do Instituto Paulo Freire.

A Escola dos meus Sonhos, artigo de Frei Betto

Maria Nilde Mascellani (1931 – 1999) defendeu, do começo ao fim de sua carreira, a integração entre escolas e território e um olhar atento da educação para as potencialidades de cada sujeito, além de ser responsável pelo desenvolvimento de práticas pedagógicas ainda hoje consideradas inovadoras. Conheça mais sobre ela.


Abaixo reportagem da Revista Realidade sobre o Sistema de Ensino Vocacional,



















Massacre em Columbine.....Realengo.... Suzano....Aracruz... Onde será o próximo?

 "Sempre que acontece estes atentados em escolas, me vem na cabeça o filme de Michael Moore: Tiros em Columbine” onde o documentarista tenta descobrir por que a busca da felicidade americana está cheia de violência, explorando os acontecimentos que resultaram na tragédia na Columbine High School em 1999. 

Será sempre sintomático essa coisa de atacar escolas e matar professores e estudantes. A extrema-direita odeia escola, inteligência, cultura e ciência. Um país que cultua armas, clube de tiros, violência e beligerância como forma de política prepara atentados a torto e à direita."

Profº Romero Venâncio (UFS)

Atentado em Aracruz mostra que o Brasil está copiando o pior dos EUA 

Atentados como o que matou três pessoas e feriu outras 11 em duas escolas públicas, nesta sexta (25), em Aracruz (ES), não são inéditos no Brasil. Mas eles tendem a aumentar após o governo Jair Bolsonaro ter celebrado a violência armada como solução dos problemas.

Ao final de quatro anos de seu mandato, seremos mais parecidos com os Estados Unidos. Não no que diz respeito à renda per capita ou ao apoio ao desenvolvimento científico, mas porque esse tipo de atentado contra escolas por lá, perpetrado por jovens com problemas psicológicos, se tornou parte triste do cotidiano pela facilidade de aquisição de armamentos.

Com roupa camuflada, rosto coberto por máscara, colete à prova de balas e pistola semiautomática, um jovem de 16 anos matou duas professoras e um aluno do 6º ano. Ele seria filho de um policial militar e teria usado a arma do pai. Após fugir, foi apreendido.

Independentemente da motivação, o atentado acontece em meio a um crescente culto às armas de fogo e à violência como forma de resolução de conflitos no país e após os decretos editados por Jair Bolsonaro terem facilitado o porte e a compra de armas e munições.

Violência que leva não apenas ao uso da força bruta para a resolução de tensões e traumas, mas também à eliminação do outro. Seja qual for a razão da fantasia de vingança desse jovem, contra a sociedade, as instituições, a escola, as mulheres ou algo mais que também não faça sentido, a atual cultura de violência ajuda semear esse tipo de tragédia.

Atentados como esse não começaram no atual governo federal, mas termos um pregador da morte como presidente, cuja marca registrada é simular armas com as mãos, piorou a situação.

Bolsonaro é considerado um "mito" em fóruns e canais de discussão de jovens que operam abaixo do radar da maioria das pessoas, congregando racismo, misoginia, homofobia e ódio em estado puro. Nesses chans (espaços que funcionam sem necessidade de login ou conta e, geralmente, anônimos), narrativas são construídas e buriladas e estratégias de ataques a grupos minoritários organizadas, normalmente usando a internet.

É assustador saber que alguém visto como "normal" e "comum" pode ser capaz, nos contextos histórico, político e social apropriados, tornar-se o que convencionamos chamar de "monstro". Ou seja, os monstros podem ser nossos vizinhos, nossos colegas de sala ou até nós mesmos.

Em casos extremos, basta que tenham o conjunto de estímulos (ou a falta deles) e os contextos certos de frustração, solidão, ansiedade, insegurança. A partir daí, ficam mais suscetíveis a aprender a odiar determinados grupos que culparam por seu sofrimento e a transformar esse ódio em violência. Ninguém nasce um "monstro", torna-se.

Jovens que se reúnem nesses fóruns já celebram as mortes de Aracruz, como celebraram as oito mortes da escola em Suzano, em março de 2019, e chamaram os dois algozes, um de 17 e outro de 25, de heróis. Ao final, um matou o amigo e suicidou-se. Entraram imediatamente para um bizarro Hall da Fama.

Outros que também aplaudem os homicídios são fóruns de discussão que reúnem "Incels" (sigla em inglês para "celibatários involuntários"), rapazes frustrados, solitários e inseguros por não conseguirem ter relações afetivas e sexuais, culpando as mulheres e outros homens por isso. Sentem-se perdedores e parte deles atribui isso a si mesmo e outros à sociedade.

Uma parte dos Incel não é violenta, outra sim. E esse segundo grupo soma assassinos ao seu panteão, como fez com o jovem que tinha raiva de garotas e matou 12 crianças e adolescentes, entre 12 e 14 anos, em uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro, em 2011.

A trajetória do jovem envolvido nessa tragédia precisa ser analisada. Isso não o exime do que fez, mas saber o nível de distúrbio contribui para entender melhor o contexto e os gatilhos que os levaram a provocar dor e sofrimento a outras famílias e às suas próprias.

O bullying sozinho não leva alguém a assassinar outra pessoa. Mas esse não é o único elemento envolvido, principalmente se considerarmos que muita gente nesses fóruns atua o tempo todo para transformar jovens com problemas de socialização em armas para os seus objetivos. Sim, temos covardes em todos os lugares.

Precisamos aprimorar métodos a fim de alcançar essas pessoas antes que outras pessoas com más intenções os alcance. E, agindo com empatia, tentar buscar criar canais para conectá-los com a complexidade e a pluralidade do mundo. Antes que seja tarde.

Ao invés de armar professores e colocar detectores de metal nas escolas, propostas inúteis e perigosas que sempre aparecem após casos como esses, precisamos atuar de forma coletiva para desarmar mãos, mentes e corações no que for possível.

Reduzir a maioridade penal tampouco ajuda. Para muitos desses jovens, saber que eles poderiam ser presos ao cometerem tais atos simplesmente não faz diferença, lembrando que, não raro, se matam ao final.

O jovem em Aracruz, ao que tudo indica, usou a arma do pai policial, mas outros casos não são assim. Revogar os decretos armamentistas de Bolsonaro não vai resolver tudo, mas será um bom começo.

Ao mesmo tempo, precisamos reduzir o ódio na sociedade, através da desconstrução do discurso que defende a aniquilação do adversário. Derrotar o bolsonarismo, que se manterá após a saída Bolsonaro, não vai resolver tudo, mas será um bom começo.

https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2022/11/25/atentado-em-aracruz-mostra-que-o-brasil-esta-copiando-o-pior-dos-eua.htm?cmpid=copiaecola

Em seu perfil em uma rede social, o pai do atirador compartilhou uma imagem do livro "Minha Luta" (ou "Mein Kampf, em alemão), escrito em 1923 por Adolf Hitler, no qual o ditador descreve pela primeira vez seus ideais antissemitas.... 

- Veja mais em

🚨 NOTA DE PESAR (25/11/2022)
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação lamenta profundamente a tragédia ocorrida na manhã de hoje que resultou em três mortes e 11 pessoas feridas, em tiroteio ocorrido em escolas de Coqueiral de Aracruz/ES

Brasil, 25 de novembro de 2022.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação lamenta profundamente a tragédia ocorrida na manhã de hoje, 25 de novembro de 2022, que resultou em três mortes e 11 pessoas feridas, em tiroteio ocorrido em Coqueiral de Aracruz/ES, na Escola da Rede Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti, e na escola particular, Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC). Após os ataques o atirador fugiu e, até o momento, não foi localizado.

Embora sem relação com o tiroteio, a Escola de 1º Grau Cleres Martins Moreira, no bairro São Vicente, em Também em Colatina/ES, também foi alvo de violência.

Tragédias como as de hoje, se somam às ocorridas em setembro, na Escola Municipal Eurides Sant’Anna em Barreiras/BA, e em outubro, na Escola Estadual Professora Carmosina Ferreira Gomes, no bairro Sumaré, em Sobral/CE.

Toda vez que algo assim acontece, surgem nos meios de comunicação narrativas sobre a falta de segurança e a violência nas escolas, mas não se coloca em discussão questões mais profundas e que precisam ser problematizadas se nosso objetivo é cessar com a onda de tiroteios cada vez mais frequentes nos ambientes escolares.

A violência nas escolas é reflexo de um conjunto de problemas estruturais na sociedade brasileira que têm sido amplificados por comportamentos e atitudes diametralmente opostos à construção de uma cultura de paz e estimulados por programas do atual governo como a educação militarizada, via Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, um projeto contra a gestão democrática e contrária aos princípios que garantem o direito à Educação, transformando a escola em um espaço violento, opressor, que coíbe o pensamento crítico, a autonomia e a cultura da paz. Aliada a esse modelo educacional extremamente retrógrado e autoritário, soma-se a política bélica propagada pelo governo Bolsonaro que promove o armamento da população, contrariamente aos avanços em termos de políticas de segurança pública.

O crescimento de ideias e comportamentos fascistas, de extrema direita entre a população, de uma cultura de ódio, xenofobia e intolerância em suas mais variadas formas, contribuem diretamente para um cenário propício a atitudes cada vez mais violentas na sociedade, seja nas escolas, ou fora delas.

É inegável que o momento é de dor, de insegurança e a Campanha se solidariza com os familiares, amigos, trabalhadores das instituições de ensino, profissionais da educação, estudantes e suas famílias.

Entretanto, o debate sobre a violência nas escolas não pode se limitar à segurança pública, os ataques que vêm ocorrendo no Brasil e o contexto em que se insere precisam, necessariamente, ser objeto de nossa reflexão e ação, passando obrigatoriamente pelo debate sobre o fim da militarização das escolas, do desarmamento da sociedade, da ausência do Estado na promoção de uma cultura de paz, de políticas públicas da saúde mental para sua população e, fundamentalmente, é preciso uma resposta firme contra ações e discursos fascistas.


👆🏾Pensando em soluções de curto, médio e longo prazo, lastreada na proposta da carta da CNTE.

Acão integrada e articulada em várias frentes.. No caso das escolas por exemplo, professores, artistas, psicólogos, assistentes sociais, comunicadores,  área da  saúde e etc. Tanto profissionais como estudantes universitários, estes últimos tendo a escola como espaço de residência e campo de estágio ampliado e pesquisa.

Vamos aguardar as propostas do grupo de transição do Ministério da Justiça... Ações junto aos meios de comunicação de massa também será necessário.... E por aí vai..... Mas para desarmar a bomba bolsofascista não será com  pouco tempo, como afirma Sakamoto....

Zezito de Oliveira - zezitodeoliveira@gmail.com

Para entender questões de fundo.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Alexandre Frota na equipe de transição do Ministério da Cultura. Vamos abrir a roda... Mas até que ponto?

 


O grupo de transição da Cultura tem uma pequena equipe de comando, mas tem a retaguarda de um grupo maior. Talvez para evitar as mesmas criticas que recebeu o grupão de transição da educação, os nomes que fazem parto do grupão da cultura não foi divulgado. Estava curioso para saber,  recebi a pouco a informação da presença do Alexandre Frota no grupão.. A esse respeito respondi:


É  verdade que a fala e as atitudes de Alexandre Frota ajudaram a limpar a sua imagem e não sei até que ponto contribuiu para derrotar Bolsonaro, mas contribuiu, não tanto como esperávamos. Basta ver a força do bolsonarismo em São Paulo nestas eleições com a vitória do Tarcisio forasteiro como governador e do astronauta "raso" como senador.. A questão é: Será que o reconhecimento disso poderia dar margem a tê-lo como membro da equipe de transição...E agora? A ver,  a formação da equipe do ministério da cultura, a escolha de nomes como Célio Turino, Rodrigo Savazoni, Cláudio Prado e assemelhados, podem nos dar uma boa idéia se poderemos avançar em termos mais concretos e palpáveis, ou se ficaremos com bons discursos, boas palavras, mesmo verdadeiras e entremeadas com uma ou outra ação de impacto, mas sem  o nível de profundidade e capilaridade que o enfrentamento a guerra cultural do neofascismo requer....

Zezito de Oliveira

Para entender o porque dos meus argumentos acima, bem como da apresentação dos poucos nomes que fiz acima, embora com a ausência de outros, em especial das regiões norte e nordeste, mas necessários, sugerimos as seguintes leituras:

"Aquele povo que nós tiramos da miséria, da pobreza, que de alguma forma passa a ter hábitos de uma classe média baixa, já imediatamente absorve os valores dessa classe média: o individualismo, o apreço à violência contra o outro, o sexismo, o desprezo pelo pobre, aquela coisa típica da classe média que agora está amarelada pelo país afora. A ausência de gente para defender o nosso projeto diante do impeachment foi outra demonstração que a inclusão foi econômica, bem feita, meritória, mas não houve a inclusão cidadã.

O partido, sobretudo. Nós fomos nos burocratizando, dando ênfase ao trabalho institucional achando que governando a gente muda o país. Isso não é verdade. O que muda pra valer é a luta na rua, é a briga por direitos.

Quando a gente mostra que a nossa proposta tem muito a ver com o evangelho – justiça, fraternidade, solidariedade. O Bolsonaro não tem nada a ver com esses valores. Essa é a contradição: a direita é anti evangélica. Essa aproximação que houve entre eles é de puro oportunismo.

Lula falava pra gente: “Me convidem pra ir ao Círio [de Nazaré] à Aparecida [do Norte] mas fora da campanha eleitoral. Não me peçam que eu jamais vou. Eu não ponho o pé numa igreja numa campanha eleitoral”. Ele não quer se aproveitar da fé do povo

E nós fomos jogando nosso povo na arena dos leões da política institucional sem ter uma consistência político-ideológica para resistir às tentações da máquina." Gilberto Carvalho

1) https://red.org.br/noticia/gilberto-carvalho-sem-dialogar-com-as-massas-o-risco-e-repetir-2013-e-2016/

2) Carta sobre o futuro das políticas culturais no Brasil

Pensar as metrópoles como centros criativos. Ver as múltiplas expressões do digital. Espalhar laboratórios de redes sociais. Liderar a mudança de padrões de vida. Nosso colaborador retoma, em outro cenário, diálogo com um ex-ministro.

Outras Palavras Descolonizações

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

3) Cultura para reencantar o Brasil! - Por Célio Turino

 PROPOSTAS PARA A CULTURA PÓS ELEIÇÃO COM LULA 

PRESIDENTE

"O conjunto das propostas aqui apresentadas parte da lógica comunitária, 

da cultura enquanto valores e mentalidades, do Brasil que se faz “de baixo para 

cima” nas redes de solidariedade popular, na criatividade de nosso povo"


Colégio Carlos Firpo na Barra dos Coqueiros promove mostra de curtas como atividade do mês da consciência negra

O Colégio Estadual Carlos Firpo realizou neste dia 23 de Novembro, uma  mostra de curtas temáticos relativos ao tema Consciência Negra para os alunos do turno da noite. 

A atividade contou com a coordenação da professora Drusila, coordenadora pedagógica  e Professor Zezito de Oliveira, em conjunto com uma equipe formada pelos professores Rodrigo Damião,  Ademir Costa, Jozielle Novais , Marilene e Gilmar. 

Um ponto alto da exibição foi o documentário "Flores do Jardim", o qual contou com a presença do Professor Zezito de Oliveira na equipe pedagógica e de produção, assim como do professor Rodrigo Damião no apoio institucional quando diretor da Escola Júlia Teles. Mais informações sobre Flores de Jardim podem ser conferidas AQUI.


Na mesma noite de realização do evento, publiquei no grupo de whatzapp dos professores do colégio. 

"Excelente noite!! Grato professora Drusila pelo apoio em geral e particularmente,    na escolha dos vídeos e na preparação do questionário. Grato a colaboração e presença dos demais colegas. Tenho certeza que a seleção dos filmes não foi cansativa,  e permitiu aos alunos um olhar multifacetado do tema consciência negra. Sobre o filme Flores do Jardim, este  merece uma exibição no próximo ano , junto com outros curtas sergipanos, inclusive com histórias da Barra dos Coqueiros. Vamos pensar algo neste sentido como projeto, inclusive para permitir a vinda de pessoas das equipes de produção, com cachê e transporte. Isso,  via projeto que pode ser patrocinado pelas leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc. E com governos amigos da arte e da cultura, a possibilidade é real. 

Vale lembrar que um dos curtas, Canção para Zumbi, colocou em evidência o tema da redação do ENEM deste ano. Comunidades Tradicionais. Todos os filmes exibidos estão disponíveis no YouTube."

Quando os alunos devolverem o questionário publicaremos uma sintese  dos mesmos aqui  no blog.

Uma forma de atender a uma preocupação recorrente do diretor do Colégio Carlos Firpo, Tiago Félix, o protagonismo dos alunos..

Um avanço substancial neste sentido, pode ser a produção de filmes pelos alunos, como realizado na Escola Júlia Teles com o filme "Flores do Jardim", o qual participou de quatro festivais de cinema, sendo dois no Rio de Janeiro e dois em Sergipe, além de um festival virtual na quarentena... 

Cultura e Educação de mãos dadas.. Vai fazer um bem danado!!

Zezito de Oliveira - Educador, agente cultural, pesquisador do campo cultural e blogueiro.

zezitodeoliveira@gmail.com

https://www.youtube.com/watch?v=N7pzXVPRZ0A


https://www.youtube.com/watch?v=8Lu3CW_8XrA&t=1s


https://www.youtube.com/watch?v=kSxfom_eRYk


ATIVIDADE PROPOSTA COMO ROTEIRO DE DEBATE PÓS VÍDEOS, COMO RODA DE CONVERSA OU POR MEIO ESCRITO.

1 – Quais os aspectos mais importantes que você percebeu sobre as temáticas apresentadas nos vídeos?

2 – Os vídeos mostraram aspectos da nossa realidade ou não? Explique

3 – Você conhece alguém que já passou por alguma situação mostrada nos vídeos? Você procuro ajudar essa pessoa?

4 – Quais as medidas necessárias você tomaria para acabar com essa problemática, caso você fosse uma autoridade?

5 -Escreva um texto em torno de 10 linhas sobre o que você compreende e reflete  a partir dos vídeos.



sábado, 19 de novembro de 2022

Temperatura quente, raios e trovões na reunião da FUNCAP com os agentes culturais para discutir a aplicação da Lei Paulo Gustavo.

 Como foi, as razões de fundo e momentânea e o que fazer doravante, deixo por conta da boa imprensa, o que precisamos muito no Brasil e  nestas terras de Sergipe Del Rey.

Por ora, apresento o que foi feito no Gonzagão, o Consórcio Cultural, quando estivemos como gestor, o que infelizmente não foi tão  considerado, nem mesmo por pesquisadores acadêmicos.

Caso o modelo de gestão da iniciativa Consórcio Cultural tivesse tido continuidade, ampliada e aprimorada, talvez não nos deparássemos com a repetição de um filme antigo, o clima de animosidade existente entre  gestores  e representantes dos fazedores de cultura. Neste último caso, em especial os que detém formação em políticas  culturais. 

Neste 13 de dezembro, (terça-feira)  dia de Santa Luzia, "abrolhos da nossa gente, minha santa", dia do nascimento do saudoso e genial Luiz Gonzaga e dia nacional do forró, estaremos participando de uma live com fazedores de cultura da Bahia e de Pernambuco para fazer um balanço da gestão cultural dos três estados nos último anos e sugerir prioridades para os próximos, em especial fortalecidos por causa do resultado da eleição no âmbito federal.

Olha o Consórcio Cultural aí gente! (aqui no portal overmundo, local onde originalmente foi publicado.. A leitura do texto está comprometida por falta de manutenção no overmundo, mas vale pena abrir para conferir as fotos.)


Olha o Consórcio Cultural aí gente! 

Zezito de Oliveira · Aracaju, SE

23/3/2008 · 231 · 13

A despeito de ainda não ter definindo por completo os objetivos finalísticos e nem o formato organizacional, o Consórcio Cultural do A. Franco e Adjacências já é quase realidade.

O lançamento público aconteceu em 29 de setembro de 2007, quando foi realizada a III Noite Cultural no Complexo Cultural “O Gonzagão”. 

O evento reuniu dezenas de artistas e grupos culturais emergentes, que se apresentaram para um público de aproximadamente 400 pessoas. Segundo o depoimento de algumas delas, foi possível relembrar os melhores tempos em que o Gonzagão era uma casa de shows bastante concorrida. 

“Gostaria que a nova direção trouxesse de volta os shows que Joe Feitosa {produtor e radialista} realizava com Lairton e outros artistas. Eu vinha com minha mãe e irmãs, faz muito tempo que não venho aqui, gostei muito do que assisti na III Noite Cultural, mas sinto saudade do passado aqui, com Diego, Pholhas, Bandas de Forró”. (cf. Relatório de avaliação do público presente a III NOITE CULTURAL. – 29 de setembro de 2007).

A realização da noite cultural confirmou o que disse os dirigentes da Quadrilha Junina Asa Branca que afirmaram semanas antes: “A data de realização da noite cultural é para nos encontrar, comemorar sempre e deixar registrado em nossa memória como a noite da integração cultural do Conjunto Augusto Franco e Adjacências”. 

Em termos de gestação, o consórcio começa a se tornar realidade a partir das reuniões realizadas desde maio de 2007, quando assumimos a direção do Gonzagão, com a decisão de promover um modelo de gestão inspirada nos princípios da democracia participativa e do controle social – o que é lamentavelmente bastante citado em prosa e versos, mas pouco implementado efetivamente.

A idéia inicial foi a formação de um conselho gestor ou uma associação de amigos ou de usuários. Entretanto, devido às crescentes demandas para apoio financeiro e logístico aos artistas e grupos culturais da comunidade e adjacências, e em razão dos problemas de restrições orçamentárias e da necessidade de investir na capacitação técnica dos agentes culturais, na tentativa de acessar outras fontes de patrocínio, foi aceita a proposta de ampliar o raio de alcance das discussões e ações coletivas. 

A partir deste entendimento as reuniões não estariam voltadas apenas para tratar de assuntos internos do Gonzagão, mas também para aspectos referentes às políticas públicas de cultura, à divulgação de espaços/oportunidades para aprimorar o conhecimento na área de gestão e produção cultural, à realização de parcerias dos artistas e representantes de grupos culturais para ações conjuntas, dentro e fora do Gonzagão etc...

E muito foi feito neste sentido, como por exemplo:

* Realização de duas reuniões mensais (em média) envolvendo de 7 a 20 agentes culturais;

* Abertura do espaço do Gonzagão para o ensaio de quadrilhas juninas, grupos de teatro, bandas de forró e grupos de dança (sem burocracia e /ou má vontade);

* Realização de um cadastro de iniciativas culturais do Conj. Augusto Franco e dos bairros do entorno;

* Promoção de quatro rodas abertas de diálogo, encontros cuja metodologia inclui a apresentação de um especialista que apresenta um tema de interesse para quem está diretamente envolvido com o trabalho social educativo com linguagens artisticas - na seqüência é realizado um debate e para concluir uma apresentação artística relacionada ao tema. Como unir juventude e tradição cultural, para o qual foi convidado o professor José Paulino e que reuniu 30 pessoas no mês de julho. O legado de Luiz Gonzaga para o povo brasileiro,sob a coordenação do Professor José Augusto, com a presença de 100 pessoas. Como educar crianças e jovens para a paz utilizando as artes e a sabedoria ancestral, sob a coordenação da Caravana Arcoiris, com a presença de 50 pessoas, e Canudos ontem e hoje, sob a coordenação do Pesquisador Enock de Oliveira com a presença de 80 pessoas); 

* Participação em oficinas, videoconferência, fóruns etc.. organizados pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Ministério da Cultura, Ong Ação Cultural;

* Apresentação em slides do programa Mais Cultura do Ministério da Cultura para os integrantes do Consórcio Cultural com a presença de 20 integrantes do consórcio cultural;

* Palestra sobre o crediamigo do BNB (o banco financia a juros baixos grupos de 3 a 10 pessoas que desejem dinamizar seu empreendimento cultural. A reunião contou com a presença de 15 integrantes do consórcio cultural);

* Coleta de sugestões visando subsidiar o planejamento das ações culturais em 2007 e para o ano de 2008 no Gonzagão.

Como conseqüência positiva, dentre várias, tivemos:

• A apresentação pela primeira vez de projetos de captação de recursos para organismos governamentais por parte das duas quadrilhas sediadas no Conj. A. Franco (local onde está sediado o Gonzagão). A Quadrilha Luís Gonzaga apresentou projeto para o BNB, e a Quadrilha Asa Branca para a Sid/Minc;

• A criação do grupo cultural Asa Branca, cujos integrantes são jovens egressos da quadrilha junina Asa Branca e cuja organização foi bastante estimulado pelas discussões no Consórcio Cultural. Estreou na III Mostra Cultural e recebeu diversos convites para apresentações gratuitas e com cachê;

• Alguns artistas e grupos culturais passaram a ter a uma visibilidade ampliada em termos midiáticos (jornais, internet, agenda cultural da Secretária de Estado da Cultura);

• Tivemos também o convite para apresentações remuneradas a grupos de dança e grupos musicais que participaram e/ou participam do consórcio cultural.

Perspectivas de futuro.

No decorrer do ano de 2008 pretendemos encaminhar as discussões e organização jurídica da Associação de Amigos ou de Usuários do Gonzagão ou de um Conselho Gestor. A pretensão e criar uma instrumento de participação cidadâ voltado para as questões internas do Complexo Cultural, funcionará como um braço administrativo do Gonzagão e cujas potencialidades além do controle social, poderá servir como porta de acesso para realizarmos parcerias e obtermos patrocínios junto a organismos governamentais, empresas e terceiro setor.

Quanto ao consórcio cultural, pretendemos iniciar a discussão de um regimento interno buscando garantir e ampliar o espaço de articulação e mobilização para ações conjuntas envolvendo os agentes culturais que integram o consórcio e com possibilidades de expandir o raio de ação para além do atual território que compreende os bairros adjacentes ao Gonzagão.

Pedras no caminho 

É verdade que para atingirmos os objetivos que inicialmente estamos propondo, teremos que afastar muitas pedras do caminho. Em anos anteriores, já tivemos envolvimento com algumas iniciativas da criação de redes e fóruns que encontraram (e ainda encontram) bastante dificuldades e resistências para seguirem em frente.Podemos citar como exemplo a Rede de Agentes Culturais (RAC) estimulada pelo Sebrae, a organização da Rede Provai, apoiada pelo Vereador Magal da Pastoral (em seu primeiro mandato), e a Rede Sergipe de Cultura (iniciativa da ECOS -Entidades Culturais Organizadas).

Quanto às dificuldades e resistências, que ao contrário do que muita gente pensa, não é somente da parte dos poderes constituídos, vale a pena lembrar algumas delas registrados na Carta Cultural da Periferia, resultado do I Fórum Popular de Cultura, em 2005:

*É preciso ampliar a quantidade de grupos articulados, através de fóruns e redes para possibilitar maior intercomunicação;

* É preciso superar o estrelismo e o individualismo existente no meio artístico;

* Falta amor próprio e auto-respeito por parte dos artistas e produtores. Um exemplo disso é a falta de iniciativa de muitos artistas e grupos populares, que ficam apenas esperando o financiamento de projetos por parte do governo; 

* Sofremos muito com o imediatismo do próprio artista, reconhecemos que precisamos nos organizar mais, e o fórum é o caminho para essa perspectiva de um futuro melhor;

* Há necessidade de unir os grupos para fortalecer as ações culturais;

* A dificuldade principal é buscar pessoas competentes para trabalhar com cultura junto a crianças e jovens;

* É necessário ampliar os espaços e as oportunidades para se obter formação;

 Como conseguir incrementar projetos num ambiente avesso ao patrocínio cultural? 

* Como enfrentar o descaso e a desvalorização dos órgãos culturais governamentais que valorizam mais o trabalho dos artistas de fora? 

 Para concluir, diante de tantos desafios só nos resta dizer como o poeta que: “sonha que se sonha só é só um sonho e sonho que se sonha junto é realidade”. 

 Portanto, a continuidade e sustentação do consórcio cultural será obtido a partir do desejo e do trabalho cotidiano de vários agentes culturais, grupos e entidades que compreendem que apenas com ações isoladas não obteremos sucesso duradouro. Oxalá, essa compreensão já esteja bastante clara para muitos e que através de ações coletivas, compartilhadas e com base em relações éticas e transparentes, seja possivel evitar aquilo que disse o Ministro Gilberto Gil, em discurso na Câmara dos Deputados em 2004: (...) Há muitas iniciativas culturais que nascem, e na maior parte das vezes morrem, nas periferias e no interior do nosso país, sem que o Brasil possa se dar conta de quanto talento é capaz o seu povo..”