segunda-feira, 30 de março de 2015

Quase 40 países já proíbem doações de empresas a candidatos

Por Mariana Schreiber, da BBC Brasil em Brasília
O debate sobre a necessidade de mudar o modelo de financiamento de campanhas no Brasil voltou a ganhar fôlego em meio as denúncias de que propinas cobradas em contratos da Petrobras acabavam irrigando partidos políticos e candidatos como doações oficiais de campanha.
A crescente preocupação com o assunto, porém, não é exclusividade do Brasil. Um monitoramento internacional sobre financiamentos de campanha em 180 países, realizado há quinze anos pelo Instituto Internacional pela Democracia e Assistência Eleitoral (Idea, na sigla em inglês), indica uma tendência mundial de aumento - ainda que lento - da restrição a doações empresariais.
A proposta de eliminar ou reduzir drasticamente o financiamento de campanhas por empresas não busca apenas atacar o problema da corrupção, observa o diretor da área de Partidos Políticos do Idea, Sam van der Staak. O princípio central que norteia essas medidas é a preocupação com a influência desproporcional que as empresas teriam sobre o Estado por causa dos volumosos recursos destinados a eleger políticos, seja no Executivo ou no Legislativo.
"Em todo o mundo, a política se tornou um negócio caro, em tal magnitude que o dinheiro é hoje uma das maiores ameaças à democracia", afirma um relatório de janeiro do instituto.
Segundo Staak, o número de países que baniu completamente o financiamento por empresas cresceu levemente nos últimos quinze anos. Já a criação de limites para as doações "tem sido discutida de forma mais ativa em muitos países", nota ele.
Propostas
No Brasil, o PT e os movimentos sociais estão à frente da proposta de proibir totalmente o financiamento por empresas - dessa forma as campanhas seriam bancadas exclusivamente por recursos públicos e pequenas doações de pessoas físicas.
Os números oficiais mostram que hoje as empresas são as principais financiadoras da disputa eleitoral no Brasil. Nas últimas eleições, partidos e candidatos arrecadaram cerca de R$ 5 bilhões de doações privadas, quase na sua totalidade feitas por empresas. Além disso, receberam no ano passado R$ 308 milhões de recursos públicos por meio do Fundo Partidário, enquanto o tempo "gratuito" de televisão custou R$ 840 milhões aos cofres da União por meio de isenção fiscal para os canais de TV.
No momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) julga uma ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil questionando se a doação por empresas é constitucional. Dos onze ministros, seis já votaram pela proibição desse tipo de financiamento, no entanto, o ministro Gilmar Mendes pediu vista do processo em abril do ano passado e até hoje não proferiu seu voto, no que tem sido criticado como uma manobra para impedir a conclusão do julgamento antes que o próprio Congresso analise a questão.
O PMDB, que hoje tem a presidência da Câmara e do Senado, quer uma alteração menos radical desse modelo. Uma proposta apresentada pelo partido na semana passada sugeriu que empresas só possam doar diretamente a um único partido, mas sem indicar limitação de valores.
Outra proposta, encampada pelo Instituto Ethos e alguns cientistas políticos, prevê que as doações por empresas continuem sendo permitidas, mas que haja um teto baixo para essas transferências. O objetivo, com isso, é reduzir o poder de influência de cada financiador - já que haveria mais doadores transferindo valores semelhantes.
O Instituto Ethos foi criado para incentivar práticas socialmente responsáveis no setor privado. Ele tem 585 empresas associadas, entre elas grandes doadoras de campanhas eleitorais como os bancos Bradesco, Itaú e Santander, a construtora WTorre, a rede de frigoríficos Marfrig, e até mesmo empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, como Camargo Corrêa e Odebrecht.
O instituto defende hoje a adoção de regras que limitem drasticamente as doações por empresas e mesmo a proibição nos casos de companhias que tenham contratos com governos ou sejam sócias de bancos públicos.
Se tal proibição existisse hoje, atingiria diretamente o grupo JBS, maior doador da campanha de 2014. Tendo o BNDES como sócio, o grupo destinou mais de R$ 350 milhões a diferentes políticos na eleição do ano passado e foi também o maior apoiador tanto da campanha da presidente Dilma Rousseff, como da de seu principal adversário, o tucano Aécio Neves.
"A eleição (brasileira) está virando quase que um plano de negócios de mercado", afirma Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, fazendo referência a um instrumento do mundo corporativo usado para definir os objetivos de uma empresa e o que será feito para alcançá-los.
"Os estudos que fazemos indicam que a eleição a cada ano fica mais cara e o número de votos que os partidos recebem é proporcional aos recursos que eles ganham (de empresas). Na medida em que você limita (as doações), você vai diminuir o peso desse poder econômico", acrescenta Abrahão.
Levantamentos dos jornais Folha de S.Paulo e Estadão com base nas milhares de declarações de candidatos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) indicam que, em 2014, as doações privadas somaram cerca de R$ 5 bilhões no Brasil - quase o dobro do valor arrecadado em 2006 (R$ 2,6 bilhões, já atualizado pela inflação).
Sam van der Staak, do Idea, nota que as eleições brasileiras são relativamente caras. Segundo levantamento do instituto, o valor gasto em média por voto aqui (US$ 19,90) é cinco vezes maior do que no México (US$ 4,20) e o dobro do que na Costa Rica (US$ 9,60), países onde as doações de empresas são proibidas.
Pelo mundo
O banco de dados do Idea - organização intergovernamental que hoje tem status de observadora na ONU - revela que 39 países proíbem doações de empresas para candidatos, como México, Canadá, Paraguai, Peru, Colômbia, Costa Rica, Portugal, França, Polônia, Ucrânia e Egito. O mais novo integrante do grupo pode ser a Espanha, que atualmente estuda adotar a medida.
Outros 126 países permitem o financiamento de candidatos por empresas, como Brasil, Reino Unido, Itália, Alemanha, Noruega, Argentina, Chile, Venezuela e praticamente toda a África e a Ásia.
A proibição formal, porém, nem sempre impede que o capital corporativo encontre outras formas de influenciar o jogo político, nota Staak. Os Estados Unidos, por exemplo, proíbem doações diretas de empresas, mas como elas são autorizadas a fazer suas próprias campanhas a favor e contra candidatos, na prática os efeitos da restrição são nulos.
Tampouco a corrupção desaparece de uma hora para outra. Um relatório do instituto aponta que o número de infrações detectadas em doações políticas em Portugal cresceu fortemente desde o ano 2000, quando o país proibiu o financiamento empresas.
Em parte, isso é reflexo da fiscalização mais dura que também foi implementada no período, nota o documento. Mas, por outro lado, também observou-se o desenvolvimento de práticas para burlar as restrições às doações privadas, como lista de doadores fantasmas.
"A corrupção tem muito a ver com as atitudes culturais. Muitos países que são menos corruptos (como Noruega e Suécia), até recentemente, não tinha sequer muitas das leis necessárias para conter escândalos de financiamento político. As reformas devem, portanto, ter o objetivo de tornar mais difícil as doações irregulares e ficar sempre um passo à frente dessas práticas", afirma Staak.
Defensor da proibição do financiamento por empresas no Brasil, o filósofo Marcos Nobre, reconhece que a medida não terminará com a corrupção no país como mágica, mas ainda assim defende sua adoção. "O que (a proibição) vai fazer é tornar a disputa eleitoral menos desigual e isso é bom para a democracia", nota ele.
"Para evitar o crescimento do caixa 2 (doações ilegais), o fim do financiamento por empresas tem que vir acompanhado do fortalecimento do Ministério Público e da Justiça Eleitoral", ressaltou.
Limite de doações
Já Cláudio Abramo - ex-diretor da Transparência Brasil, organização especializada em contas eleitorais - critica a proposta por considerar que ela inevitavelmente levaria ao aumento das doações ilegais e também por ver pouco espaço político para sua aprovação no Congresso.
Ele defende que a criação de limites baixos para as doações de empresas seria o melhor caminho para tornar o sistema político mais justo.
"É preciso atacar o problema principal do financiamento hoje, que é a inexistência de limites reais (ao financimento). Então, você tem uma desigualdade imensa entre os doadores de forma que alguns poucos ganham um poder de influência muito maior que outros doadores. A ideia seria limitar muito drasticamente a quantidade de dinheiro que cada grupo empresarial possa dar, reduzindo portanto a influência de cada um deles", afirma.
O levantamento do Idea mostra que 55 países restringem de alguma forma os financiamentos, seja de empresas ou pessoas físicas.
O Brasil estabelece um teto para as doações, mas a regra adotada não segue o padrão internacional e acaba sendo inócua. Enquanto a maioria dos países que têm limites estabelecem valores absolutos (por exemplo, 7,5 mil euros por pessoa, na França), aqui o teto máximo da doação é um percentual dos recursos do doador - 2% do faturamento no ano anterior, no caso das empresas, e 10% da renda, no caso das pessoas físicas.
Grandes empresas e pessoas ricas, portanto, têm um potencial muito maior de influir no processo eleitoral.

Defendido pelo PT, financiamento de campanha 100% público só existe em um país


Em meio ao escândalo de corrupção na Petrobras (de onde recursos teriam sido desviados para financiar partidos), o PT defende hoje que as campanhas eleitorais sejam financiadas 100% por dinheiro público.
O sistema só existe em um lugar do mundo, o Butão, país que apenas em 2008 deixou de ser uma monarquia absolutista e realizou suas primeiras eleições.
Mas o financiamento público de partidos e/ou candidatos, em pequena ou larga escala, é adotado em 118 países, de acordo com um monitoramento realizado pelo Instituto Internacional pela Democracia e Assistência Eleitoral (Idea, na sigla em inglês). Em alguns deles, como México, Colômbia, Itália e Espanha, chegam a representar mais de 80% dos gastos das campanhas.
No Brasil, os partidos têm acesso a doações privadas e a recursos públicos - prevendo dificuldades de obter financiamento de empresas após a Operação Lava Jato, senadores e deputados decidiram triplicar a verba do fundo partidário neste ano, para R$ 867,56 milhões, há duas semanas.
Mas quais as vantagens e desvantagens de aumentar o financiamento público no Brasil? A BBC Brasil preparou um guia sobre o assunto. Confira abaixo.

Qual o princípio do financiamento público?

O objetivo do financiamento público é contrabalancear - ou mesmo anular - a influência do poder econômico nas eleições. Os defensores de um modelo majoritariamente ou totalmente público argumentam que doações privadas desvirtuam a democracia, pois as grandes corporações são muito mais ricas que os indivíduos e, assim, têm mais recursos para influenciar nas eleições.

O PT defende que o financiamento seja exclusivamente público, ou seja, que nem mesmo pessoas físicas possam doar. A proibição de doações de empresas também é defendida por centenas de movimentos sociais (como UNE, CUT e MST) que integram a Campanha pela Constituinte - proposta de convocação de um Assembleia exclusiva para votar uma reforma política. Mas não há consenso entre eles sobre doações de pessoas físicas.
"Para nós, o financiamento privado é a base da corrupção. Empresas de diversos setores financiam os políticos e depois cobram seus interesses no Congresso. Isso é totalmente antidemocrático porque o voto da empresa passa a valer mais que o do eleitor", afirma Paola Estrada, integrante da coordenação nacional da campanha.

Quais seriam as desvantagens?

Entre os defensores do financiamento público, há também quem aponte potenciais riscos nesse modelo. Para o Instituto Internacional pela Democracia e Assistência Eleitoral (Idea, na sigla em inglês), uma dependência excessiva de recursos públicos pode levar os políticos e seus partidos a se afastarem da sociedade.
"Quando administrado e distribuído de forma adequada, o financiamento público dos partidos políticos pode ser um bom contrapeso para doações privadas e também pode aumentar o pluralismo político. No entanto, os partidos políticos não devem perder o contato com seus eleitores, ou tornar-se excessivamente dependentes de financiamento público", nota um documento de janeiro do instituto.
O diretor da área de Partidos Políticos do Idea, Sam van der Staak, defende um modelo que equilibre recursos públicos e doações de membros dos partidos, empresas e pessoas físicas - limitadas a um teto baixo, para evitar que um grupo tenha mais peso que outro.

Como distribuir os recursos?

Outro risco do modelo de financiamento essencialmente público é dar pouco espaço para o surgimento e crescimento de novos partidos, na medida em que a distribuição dos recursos tende a ser proporcional ao tamanho das bancadas no Congresso.
Por outro lado, dividir igualmente também não é considerada a melhor maneira de distribuição. "Essa abordagem (divisão igualitária) cria o risco de que partidos sejam criados apenas para obter financiamento do Estado. Além disso, também pode ser um desperdício significativo usar recursos públicos para apoiar partidos e candidatos que não têm nenhum apoio entre o eleitorado", nota o relatório do Idea.
A opção para contornar isso, aponta o instituto, é repartir parte dos recursos públicos igualmente e parte proporcionalmente. Manter a possibilidade de doações de pessoas físicas ou mesmo de empresas, sob um limite baixo, é também uma forma de permitir que o financiamento eleitoral tenha mais dinamismo.
No Brasil, a distribuição de recursos públicos via fundo partidário se dá da seguinte forma: 5% são repartidos igualmente entre os 32 partidos existentes, e 95% são distribuídos na proporção dos votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados.

Como isso tem funcionando em outros países?

Entre os 180 países monitorados pelo Idea, apenas um tem financiamento de campanha exclusivamente público: o Butão. Essa pequena nação asiática, espremida entre China e Índia, realizou suas primeiras eleições em 2008, quando o sistema político passou de monarquia absoluta para monarquia constitucional.
Outros países, embora não adotem o modelo 100% público de financiamento, tem níveis altos de participação pública nos fundos de campanha. No México, por exemplo, 95% das campanhas às eleições presidenciais de 2012 foram bancadas com recursos do Estado. Esses índices também foram altos nos últimos anos na Colômbia (89%) e no Uruguai (80%). Em países europeus como Espanha, Bélgica, Itália e Portugal, os fundos públicos também respondem por mais de 80% dos custos das campanhas.
Existem vários modelos de distribuição desses recursos. Há países, como Alemanha, em que o Estado transfere para o partido um euro para cada euro arrecadado de doadores (prática chamada de matching funds). Já na Holanda, os repasses dependem do número de pessoas filiadas ao partido.

Na França, a lei institui um teto para os gastos de campanha, que varia de acordo com o tipo de eleição. A partir desse teto é calculado o reembolso com dinheiro público das despesas eleitorais do candidato. No caso da eleição presidencial, por exemplo, em 2012 foi definido que cada candidato poderia gastar até 16,8 milhões de euros (R$ 58,8 milhões, na cotação atual) no primeiro turno e 22,5 milhões de euros (R$ 78,75 milhões) no segundo. A título de comparação, a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014 consumiu R$ 350 milhões.
Na França, cada candidato que conseguisse 5% dos votos, poderia receber 50% do valor gasto em reembolso. As regras determinam que o candidato que ultrapassar o teto de gastos da campanha, não pode receber o financiamento público de parte de suas despesas. Foi exatamente o que ocorreu com o ex-presidente Nicolas Sarkozy, que teve suas contas da campanha presidencial de 2012 rejeitadas pelo Conselho Constitucional.

Quanto dinheiro público os partidos já recebem no Brasil?

Partidos políticos já recebem hoje dinheiro público no país, mas a maioria dos recursos que bancam as campanhas eleitorais vem de doações de empresas.
Nas últimas eleições, partidos e candidatos arrecadaram cerca de R$ 5 bilhões de doações privadas, quase na sua totalidade feitas por empresas. Além disso, receberam no ano passado R$ 308 milhões de recursos públicos por meio do Fundo Partidário, enquanto o tempo "gratuito" de televisão custou R$ 840 milhões aos cofres da União por meio de isenção fiscal para os canais de TV.
Em 2015, porém, haverá um salto expressivo na verba do Fundo Partidário. O Congresso aprovou neste mês que o orçamento previsto inicialmente pela União fosse triplicado, passando de R$ 289,56 milhões para R$ 867,56 milhões.
O aumento teria sido motivado pela dificuldade que os partidos estão enfrentando para se financiar após a operação Lava Jato - que investiga desvio de recursos na Petrobras - ter colocado no banco dos réus executivos de grandes empresas doadoras.
O relator do Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o aumento refletiu uma demanda de diversos partidos e que representa um teste para a tese do financiamento público de campanha.

Quanto custaria um modelo com mais financiamento público?

O PT não tem hoje uma estimativa de quanto seria o custo de um financiamento exclusivo de campanha, de acordo com a vice-presidente nacional do PT, Gleide Andrade, responsável por coordenar as discussões sobre reforma política dentro do partido. Segundo ela, isso dependerá de outras alterações que podem ser feitas no sistema eleitoral, como por exemplo modificar a forma de eleger os deputados.
"Mas uma coisa é certa: será um campanha bem mais barata do que a que temos hoje", afirmou.
Outro projeto de lei que já tramita no Parlamento - o PL 268, apresentado em 2011 como conclusão dos trabalhos de uma comissão de reforma política no Senado - sugere que o financiamento de campanha será exclusivamente público e que o valor total a ser distribuído seguirá o seguinte cálculo: total de eleitores inscritos até 31 de dezembro do ano anterior vezes R$ 7,00 a valores de janeiro de 2011.
Atualizando esse valor pela inflação até 2014 (R$ 8,40) e considerando o número de eleitores que puderam votar no ano passado (141,8 milhões), as últimas eleições teriam consumido R$ 1,2 bilhão, segundo a regra do PL 268/2011.

Aumentar o peso do financiamento público exigiria outras mudanças?

Mudar o sistema de financiamento não é algo trivial. Especialistas no assunto dizem que extinguir as doações por empresas e aumentar o peso do dinheiro público obrigaria necessariamente a alterar as regras das eleições para o Legislativo.
Claudio Abramo, ex-diretor da Transparência Brasil, diz que teria que ser adotado a eleição em lista - método em que o voto vai para o Partido, que decide qual será a ordem dos deputados e vereadores eleitos pela legenda. Tal mudança seria necessária por causa da dificuldade de distribuir e fiscalizar os recursos para todos os candidatos. Dessa forma, os partidos que centralizariam a gestão dos recursos públicos.
O filósofo e cientista político Marcos Nobre discorda da tese de que o financiamento exigiria lista fechada. "É perfeitamente possível fiscalizar (a distribuição de recursos) desde que você torne os partidos responsáveis pela atuação de cada um de seus candidatos", argumenta.

domingo, 29 de março de 2015

Play list - RAP e REVOLUÇÂO



Orlando Jay - Revolução e Liberdade 

 Trabalho solo do MC Orlando Jay, linha de frente do Principado. Aqui, o Rapper descreve uma temática da esquerda Católica que Marighella tanto mencionou com os Dominicanos durante a ditadura no Brasil. E que não só ele (Marighella), mas muitos cristãos e revolucionários são citados, como Frei Tito e Leonardo Boff. Uma volta ao tempo, em um beat lento e sombrio da Macabeus Record´s.

 Racionais MC's - Marighella (Clipe Oficial)

 

 Racionais MC's Mil Faces De Um Homem Leal (Marighella) (dir Daniel Grinspum) (Clipe Oficial)

 

Calle 13 - Latinoamérica
Directores Jorge Carmona y Milovan Radovic
Productor Alejandro Noriega

Davi Perez - Flor na trincheira (Webvídeo)

quarta-feira, 18 de março de 2015

#‎ComunicaSCDC‬ 06


A sexta edição do informativo da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) já está circulando! Novidades do Circuito Cultura Viva, notícias de Pontos e redes de cultura, o dia a dia da SCDC e o que foi destaque nos jornais na última semana estão entre as principais pautas.
Confira a #ComunicaSCDC #06:
https://madmimi.com/p/5af006

terça-feira, 17 de março de 2015

Chica Chaves - Um olhar sobre o Bairro Industrial, memória e educação patrimonial.

Um presente para Aracaju nos seus 160 anos. Que venham outros semelhantes. Parabéns!! Gabriela Caldas e Sergio Borges.

SINOPSE: Um olhar sobre o Bairro Industrial, memória e educação patrimonial.
Direção: Sergio Borges e Gabriela Caldas.



Leia também:

 Como é dificil ser sergipano!


Edição 2015 da Oficina de Danças Circulares dos Povos

Para saber mais:

COLETIVO AÇÃO CULTURAL PROMOVE A EDIÇÃO 2015 DA OFICINA DE DANÇAS CIRCULARES DOS POVOS.


Aracaju nos seus 160 anos.. Que presentes te daria?




Segundo pesquisadores mais antigos, no inicio do século de 1900, Sergipe era um estado que tinha um dos maiores  numeros de manifestações da cultura popular  no Brasil e Aracaju contribuía com um pouco dessa riqueza.

A força da cultura popular era tamanha, que Silvio Romero, um dos intelectuais sergipanos mais  brilhantes e conhecidos do inicio do século XX, destacou-se no plano nacional como estudioso da   cultura de nossa gente.

O tempo passou e hoje há quem continue  repetindo a  afirmação de que Sergipe é um dosestados de maior presença de manifestações da cultura popular, todavia pouco a conhecemos de forma mais substantiva  e quando isso acontece, vemos reduzidas  a pequenas expressões em quantidade e de  reconhecimento por parte do poder público e da sociedade.

Que bom, se Aracaju pudesse receber como presente de aniversário, um programa vigoroso  de valorização da  cultura, não apenas da cultura tradicional, das “antigas”, como também da cultura contemporânea que pode ser enriquecida com as vitaminas e sais minerais  da cultura popular.

Como aconteceu com o mangue beat, com a cultura de massabaiana e com o samba no Rio de Janeiro.
Fundamental em uma cidade,  cujos habitantes pressionados pela cultura comercial importada,  precisam  melhorar a auto estima, o senso de pertencimento, os espaços de convivialidade, a criatividade, como também se apropriar do potencial de geração de riqueza econômica, para além da riqueza simbólica que as artes e a cultura podem proporcionar.
Os artigos abaixo, escritos em épocas diferentes,  foram escritos para lembrar isto. Que possam contribuir para tornar mais clara esta necessidade.

Lembrando que o aracajuano em particular,  deve fazer também o dever de casa, valorizando, prestigiando e consumindo o produto  cultural local.
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Leia também.

160 Anos da “menina-moça” Aracaju


A beleza da paisagem urbana recortada pelo rio e pelo mar, a culinária, as tradições culturais e a acolhida do povo fazem essa cidade tão querida.
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Assim como toda menina-moça, que ainda preserva os encantos da infância, mas já começa a apresentar as transformações que a farão mulher, Aracaju chega aos seus 160 anos já não sendo mais província, mas ainda não assumindo a dimensão de metrópole. Aqui, essa dualidade, para o bom observador, reserva o melhor dos dois mundos, tanto as opções de lazer e gastronomia encontradas nas grandes cidades, quanto a peculiaridade do seu mercado, com suas cores, sabores e aromas tão característicos, além da alegria e receptividade do seu povo.
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Banhada pelo mar e entrecortada por diversos rios, a bela Aracaju, nos seus 160 anos de existência, também apresenta os desafios de continuar crescendo e buscando efetivamente por em prática o conceito de sustentabilidade. Isso é premente numa cidade onde o manguezal integra a paisagem urbana, onde o homem avança sobre a paisagem natural e a natureza dá a sua resposta, retomando seu território. Apaziguar esse conflito é o desafio posto para as próximas décadas.
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Fruto dessa interação constante com a natureza, os sergipanos cultuam os frutos do mar e crustáceos em sua culinária. Geralmente, todo sergipano conhece o ritual e tem habilidade para quebrar a carapaça e saborear a suculenta e adocicada “carne” do caranguejo. Da mesma forma com outros crustáceos como o siri, o guaiamu, o aratu (com o qual se prepara o tradicional catado), os deliciosos camarões e também o molusco sururu, dentre outros, além da farta opção de peixes encontrados no litoral sergipano. Justamente por essa riqueza é que a culinária é tão importante em nossa cultura.
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Passeando pelo Centro Histórico da capital sergipana, que foi uma das primeiras cidades planejadas do país, se constata o desenho do chamado “Quadrilátero de Pirro”, onde a simetria das ruas e quarteirões lembra um tabuleiro de xadrez. Diversas edificações centenárias, em sua maioria, tombadas como patrimônio histórico, vão contando um pouco da história dessa cidade fundada pelo idealista Inácio Barbosa, em 1855.
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Os “ares de modernidade” ficam patentes com a observação da expansão urbana e o processo de verticalização iniciado nos anos 1980, que é o que marca o atual panorama da capital dos sergipanos, que já recebeu o título de “Capital Brasileira da Qualidade de Vida” .
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Aracaju é única, peculiar, apaixonante, bucólica para uns, moderna para outros. E é justamente essa diversidade que configura o grande patrimônio dos sergipanos, dos brasileiros e de todos os que “bebem de sua água” e incorporam os seus encantos. Como uma menina-moça, desperta paixões, reflexões, preocupações, sonhos e a certeza de um futuro que traga cada vez mais orgulho aos que a admiram. Parabéns, Aracaju!
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Por Hugo Sídney Brandão
Fotos: Márcio Dantas/Brasil em Imagens
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 http://www.guiaverdeamarelo.com.br/160-anos-da-menina-moca-aracaju/
 

Aracaju nos seus 150 anos e a cultura que fica.

Arquivo.meumarazul.blogger.com.br
Vista aérea de Aracaju
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
30/3/2007 · 85 · 6
 
Em todos os anos, durante o mês de março, é elaborada uma vasta programação para comemorar o aniversário da cidade. No ano de 2005, quando foram comemorados os 150 anos, publicamos no jornal Cinform o presente artigo.

Para resumir o motivo pelo qual o texto está sendo reeditado na íntegra, aqui no Overmundo, podemos lembrar da frase de uma composição do Legião Urbana: “Mudaram as estações e nada (ou quase nada) mudou” na área da ação cultural transformadora e inclusiva.

O que nos deixa perplexos é o fato de que a cidade, sendo governada desde o ano 2000 por uma aliança de partidos de esquerda, ainda não atendeu aos anseios de quem tanto esperou e espera do grupo.

Afinal, a expectativa era de que o segmento artístico/cultural fosse considerado prioridade no governo da mudança. Mas o que se percebe é que na área da cultura quase tudo está por fazer.

Esperamos que nos próximos aniversários, possamos registrar o melhor e mais duradouro presente, que são as políticas públicas de cultura à altura da importância que a área requer no atual momento histórico nacional e mundial.

Enquanto isso não acontece, continuaremos como propõe o ditado popular jogando “água mole em pedra dura, que tanto bate até que fura.”

Esperamos que muito mais gente se some, para que nos transformemos em uma forte correnteza que provoque uma real mudança de atitude, muito além da retórica, por parte dos nossos companheiros e camaradas.

Eis o texto. Que também pode se chamar:

Aracaju nos seus 152 anos e a cultura que fica.

Os casais sabem que nas relações de amor um dos aspectos mais importantes, e que deixam marcas muito fortes na memória, é o entrosamento do casal na cama. Existe até um ditado que se refere a isto como o ‘amor que fica...’.

Como cultura é uma palavra feminina, e Aracaju também, tanto que nas peças publicitárias referentes ao aniversário dos 150 anos a nossa cidade é apresentada como uma bela menina, penso que o referido dito popular, nesse caso, pode ser aplicado à cultura também.

Concordo com o prefeito Marcelo Déda, no estilo dado às comemorações do aniversário da nossa cidade, com as tradicionais entrega de medalhas, alvoradas, corridas e shows musicais. Eu não faria diferente, afinal este tipo de programação me lembra as declarações de amor, as flores, os bombons e os bichos de pelúcia que quase toda mulher gosta de receber. O problema é que apenas isso não sustenta uma relação que se quer firme, duradoura e inteira.

Mas e a cultura que fica? Como nas coisas do amor , vai muito além dos eventos que o Governo do Estado ou Prefeitura estão oferecendo para celebrar o aniversario da nossa bela menina.

A cultura que fica é aquela que garante um orçamento digno para o crescimento e sustentabilidade deste setor no município. A cultura que fica é aquela que coloca em prática leis de fomento aprovadas pela Câmara Municipal, como à de incentivo à cultura e a que institui o ‘Programa VAI’ que apóiam, respectivamente, as iniciativas dos artístas profissionais e dos artistas e/ou grupos culturais emergentes da periferia.

A política cultural que fica prepara agentes culturais, incluindo gestores municipais, para melhor planejar e administrar o setor na cidade. A política cultural que fica se propõe a construir um teatro municipal.

E, principalmente, a política cultural que se quer firme, duradoura e inteira consulta os artistas, produtores culturais, intelectuais e as lideranças comunitárias para ouvir e atender as suas demandas, utilizando como pressuposto que cultura não é gasto, e sim investimento que resulta na melhoria da qualidade de vida da nossa população e daqueles que nos visitam.

A política cultural que fica é tarefa dos vereadores, que precisam discutir e aprovar a proposta de lei encaminhada pela ECOS - Entidades Culturais Organizadas - no ano de 2003, instituindo o Fundo Municipal de Incentivo à Cultura, conhecido no meio artístico de nossa cidade pela sigla FICA.

Do contrário, é alimentar, em relação à cidade, uma opinião/atitude do machão brasileiro, que vem desde os tempos do Brasil-Colônia, ao afirmar a existência de dois tipos ideais de relação com as mulheres: a de um casamento formal com uma e as relações extraconjugais com outras. As primeiras são as esposas que cuidam da casa e dos filhos. As outras para todo o prazer que houver nessa vida.

Trazendo o exemplo para Aracaju, moramos, trabalhamos, descansamos e, de vez em quando, namoramos com a nossa menina. Já com as outras (Salvador, Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo) nos divertimos, nos esbaldamos e nos deliciamos pra valer. E, neste caso, vale tanto para quem gosta de lixo cultural como para quem gosta da “papa fina”, do “biscoito fino”, da cultura brasileira e universal.

Se no campo das relações conjugais muitos homens e mulheres estão conseguindo ser completos e viver juntos com plenitude, contribuindo para um novo modo de relacionamento que pode dispensar a necessidade de amantes, penso que o mesmo vale para a nossa capital.

Neste sentido, queremos Aracaju por inteira, dando e recebendo tudo do bom e do melhor nos dois planos: afetivo/sexual e cultural.
TE AMO MUITO ARACAJU.


P.S.: O prefeito atual de Aracaju é Edvaldo Nogueira do PC do B, que foi reeleito em 2004, como vice-prefeito na coligação PT-PC do B. O prefeito na época em que esse texto foi escrito, Marcelo Déda (PT), atualmente é o nosso governador.

O Programa VAI de Aracaju, inspirado em proposta do mesmo nome do município de São Paulo, foi tranformado em lei através da Câmara Municipal no ano de 2003 e aguarda ser retirado da gaveta pela Fundação Municipal de Cultura (Funcaju).

O FICA ficou parado em uma das comissões na Câmara Municipal, espera-se que com a posse de um suplente de vereador, Chico Buchinho, identificado com as demandas do meio artistico/cultural, o projeto possa andar.

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O sergipano não valoriza o produto cultural local  

Fabiana Costa/Secult

Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
27/11/2011 · 20 · 16
 
E agora??

O produto cultural genuinamente sergipano é pouco consumido ou, em outras palavras, o sergipano “compra” pouco aquilo que é produzido em Sergipe, o que traz como consequência a dificuldade de “vender” Sergipe para quem é de fora. Isso tudo nos lembrando de um dito popular que afirma: “Quem engorda o boi são os olhos do dono”.

Como disse no primeio dia (24/11), em Aracaju, no espaço destinado aos debates da oficina de gestão cultural, promovida pelo Itaú Cultural em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), a afirmação acima é recorrente há mais de vinte anos em quase todos os debates que discute direta ou indiretamente políticas culturais.

Depois de tanto tempo, acreditamos que é hora de pensarmos estratégias para a superação desse desafio. Entretanto, se não considerarmos a escola como um lócus privilegiado para a incorporação de um contingente maior de pessoas ao circulo da produção e da fruição ou consumo cultural, não estaremos enfrentando os problemas em seu cerne, no seu âmago ou, em linguagem mais popular, “indo ao X da questão”.

Como alternativas sugiro:

Para quem é pesquisador/estudante/professor, mapear/analisar as iniciativas culturais que são ou foram desenvolvidas em solo sergipano e que utilizam(aram) a escola como espaço de produção ou fruição cultural. O Observatório de Politicas Culturais do Itaú Cultural pode pensar em um edital nacional para apoiar estudos e pesquisas com esta preocupação.

Quem é gestor/produtor e responsável pela organização dos temas de discussão nos Encontros Culturais, Fórum do Forró, Fórum da Sergipanidade etc. pode incluir a relação escolas e produção da identidade cultural como um tema central da discussão.

Também é um bom tema para o ciclo de debates promovido pelo jornal Cinform, especialmente porque este veículo tem demonstrado preocupação com as questões ligadas ao avanço da epidemia do crack, ao aumento dos casos de bullyng e de assédio ou violência sexual, questões potencializadas pela ausência do diálogo, compreensão e de incentivo às “boas” práticas culturais juvenis.

Quem é gestor/produtor/artista/professor pode demandar junto ao Minc a produção de um edital de fomento a microprojetos culturais já elaborados e em fase de implementação no chão da escola. O Banco do Estado de Sergipe (Banese) poderia criar um edital anual de microprojetos culturais e colocar a parceria com escolas como um dos critérios de seleção. Da mesma forma, o edital anual de patrocínio cultural do BNB pode adotar o mesmo procedimento.

Quem é gestor/produtor/pesquisador/professor pode demandar, junto ao MEC, a criação de um espaço virtual aberto inspirado no modelo do site Overmundo, para que professores e alunos possam trocar experiências acerca de projetos ou iniciativas pedagógicas que tenham relação com as questões artísticas, culturais, de comunicação e meio ambiente.

Quem é gestor/produtor/pesquisador/professor pode demandar, junto ao MEC e a SEED, a criação de cursos presenciais e on-line para professores e técnicos educacionais voltados para a compreensão e incorporação das culturas juvenis, inclusive dos suportes tecnológicos que estão nas mãos da juventude, como celulares, smartphones, notebooks, camêras digitais, jogos eletrônicos e etc..

Como podemos nos organizar para produzir conhecimento acerca de inciativas culturais na escola e articular parcerias para o incentivo e o fomento destas?
P.S.: Os nossos sinceros agradecimentos a Eloisa Galdino e a Marcelo Rangel, respectivamente secretários titular e adjunto da Cultura, aos demais integrantes da equipe e a Milu Vilela e Eduardo Saron, respectivamente presidente e diretor-superintendente do Instituto Itaú Cultural, bem como aos demais integrantes da equipe.
Acredito que com esse e mais investimento em formação de gestores e produtores culturais, teremos melhores dias de iniciativas culturais com sustentabilidade em Sergipe e no Brasil.
Quem viver, verá!
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O Portal do Som (3) - Sergipe para exportação  

blog o nordeste .com - divulgação
Vista aérea de Aracaju

Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
29/8/2010 · 11 · 9
 
MÚSICA SERGIPANA TIPO EXPORTAÇÃO
Mais uma noite de puro deleite estético/musical em 2010, vivida por mim, juntamente com muita gente “bonita” como disse uma das pessoas que nos acompanhou na Cantoria, organizada pelo grupo de forró Casaca de Couro no restaurante O Paiol em uma noite de sexta-feira (20/08).

O time bem escalado para aquela noite, foi composto de quatro violeiros sergipanos: Muskito, Sena, Joaquim Ferreira e Nino Karvan, participaram também o poeta popular João Brasileiro, o percussionista Tom Toy e os violeiros convidados Josino Medina (Vale do Jequitinhonha), Dinho Oliveira (Vitória da Conquista) e Paulinho de Jequié.

Uma apresentação que me chamou a atenção foi a do cantador do vale do Jequitinhonha, Josino Medina, que traz um som de viola, de dupla matiz sonora, do nordeste e do sudeste, fruto da localização do vale do Jequitinhonha e a de Nino Karvan, que trouxe um toque urbano, agregando novidade ao estilo. Momento emocionante foi todos juntos cantados clássicos como Romaria (Renato Teixeira) e Cio da Terra (Chico Buarque e Milton Nascimento).

No final, para dançar, o autêntico forró do grupo Casaca de Couro, o qual não ficou nada a dever as noites em que o grupo se apresentou no Complexo Cultural “O Gonzagão” nos anos de 2007, 2008 e 2009. Considerado, conforme pesquisa junto ao público presente, como um dos três melhores pé de serra da programação organizada quando estivemos a frente daquela tradicional casa de forró.

Tenho ótimas lembranças sonoras de outras noites em 2010. Noites nas quais aconteceram quando estivemos presentes ao show da Patricia Polayne em duas ocasiões, em uma concha acústica da UFS e no pub Capitão Cook, “o que é bom é para ser visto e revisto”.

E para completar, também estivemos presente no surpreendente show de lançamento do CD de Pantera e em uma noite de apresentação do Maria Scombona antecedendo a entrada da Fernanda Takai no Festival de Verão.

Outra noite memóravel foi aquela da gravação do DVD da dupla Chico Queiroga & Antônio Rogério Mesmo não estando presente, pude captar através do DVD as boas energias, ou as “vibrações positivas” repetindo o bordão de um empresário e politico sergipano ligado ao segmento da cultura de massa baiana.

Uma característica que me empolgou em todas elas, daí o titulo deste artigo, foi o alto grau da qualidade da produção, tanto da parte dos artistas e músicos, como da área técnica, em especial quanto ao som e iluminação.

Também gosto do estilo das composições da Patricia, do Chico&Rogério, do Edelson Pantera e do grupo Maria Scombona pelo fato de serem músicas de gente daqui, mas que sabe incorporar outras matizes sonores. E através disso compor uma interação estética bastante criativa de elementos locais com outras vertentes da musicalidade nordestina, brasileira e universal.

Ao contrário, as músicas de cantoria, também me atraem pela aproximação que esse estilo de música guarda com relação às raízes populares, notadamente do interior nos proporcionando manter conexões bem profundas com o sertão que está dentro de nós e que está em toda parte, como disse Guimarães Rosa.

E é bom que seja assim, é bom poder apreciar música sergipana de alto nivel e cujo sonoridade, ritmos e letras trate das nossas questões, em sintonia com o que circula pelas antenas por sobre as nossas cabeças.

Como também aquelas que nos sintoniza com as antenas que estão dentro da gente, em especial com aquilo que nos vincula a terra, as águas, aos animais, as plantas, aos mitos , aos modo de pensar e viver dos nossos antepassados que viveram ou que ainda vivem no campo.

A esse propósito, o restaurante O Paiol em funcão de estar em um espaço cujo verde é um componente bem presente, além da terra e a circulação do ar, proporcionada pelo fato da área coberta não ocupar todo o terreno. Isso me pareceu um elemento muito importante para a composição do cenário e do clima.

Algo que me lembrou a contribuição que o mar proporcionava ao sucesso da casa de forró Candeeiro que, durante alguns anos funcionou sob as areias e circundadas pelos coqueiros da Praia de Aruana.

CADA SOM PUXA UMA LEMBRANÇA
No show da Patricia Polayne realizada em uma concha acústica rodeada por grama e árvores dentro da UFS também senti a natureza como uma parceira importante para o sucesso da noite. O elemento cênico em termos de figurino e adereços, a percussão, bem como os movimentos corporais e faciais da cantora foram muito importantes para o sucesso do show.

Muito bom e evidente perceber nas composições e nos arranjos, referências do movimento musical conhecido como Mangue Beat .

Quanto ao show do Pantera a minha surpresa foi assistir ao show de um artista sergipano, com um sonoridade que em alguns momentos me transportou para um tempo e um lugar diferente de onde eu estava, cidades velhas, gente simples, bairros antigos, com crianças brincando, pessoas na calçada, árvores no quintal, frutas colhidas no pé.

Sensações iguais quando ouço algumas músicas do Chico Buarque, do Ivan Lins, de Caetano e Gil, do Boca Livre, e principalmente do Milton e de seus companheiros do clube da esquina ou das composições instrumentais do Wagner Tiso e do Egberto Gismonti.

E sobre a influência do som do Clube da Esquina na obra de Pantera: foi a surpresa mais agradável daquela noite. A produção, em matéria de arranjos, ficou a cargo de Toninho Horta que também se fez presente como músico, tendo sido homenageado por Pantera em uma composição totalmente dedicada ao Toninho.

IMPACTOS POSITIVOS
Percebi no material de divulgação dos shows, Cds e Dvds da Patricia Polayne e do Chico & Rogério a marca do Governo Federal através do Projeto Pixinguinha. Isto possibilitou a melhoria do padrão de qualidade técnica e artística, no caso dos arranjos e da qualidade da gravação, tanto em aúdio com em video, bem perceptível para quem esteve presente aos shows e/ou que adquiriram o material gravado.

Este fato, aliado aos outros programas de fomento e incentivo a cultura demonstra o impacto positivo que isso está proporcionando para a cadeia produtiva da música.

Para que isto se amplie e se consolide espero que as universidades invistam em estudos e pesquisas sobre os impactos culturais, econômicos e sociais e certamente com o estimulo financeiro dos governos estaduais e federal, através dos bancos oficiais e com recursos diretos do Ministério da Cultura, muito mais poderá ser realizado neste campo.

Outro aspecto urgente em termos políticos é a democratização do acesso. E uma forma de realizar essa democratização é possibilitar a mais universidades públicas e entidades da sociedade a concessões de canais de rádio e tvs.

Aqui em Sergipe a entrada no ar da Rádio UFS, bem como a reformulação da programação da Rádio Aperipê e Aperipê TV , com a chegada dos novos gestores que assumiram em função da vitória do governador Marcelo Deda (PT) no ano de 2006, está possibilitando um ganho muito promissor para artistas sergipanos, cujas músicas dispunham de pouco espaço para chegar ao público.

Para concluir, é muito importante mais investimento na circulação de espetáculos artísticos e oficinas culturais na rede de escolas e universidades públicas.

Essa medida é imprescindível para ajudar tanto na formação de platéia, como para ajudar a tornar a escola um espaço mais completo em termos educativos. Afinal, como sabemos, nos tempo atuais uma escola que não interaja com a cultura brasileira, não atende completamente aos saberes e fazeres necessários para a educação do futuro.

Do contrário, ruim para a cultura, cujo lixo cultural continuará ganhando cada vez mais corações e mentes. E pior ainda para a escola que continuará sendo um local, cujo interesse e satisfação será cada vez menor em relação aquele proporcionado pela televisão e pela internet.

Como estamos em época de eleições, eleger ou reeleger governos e parlamentares comprometidos com estas bandeiras é tarefa de todos nós. Disso depende a viabilização de condições para que muito mais brasileiros possam se deleitar de prazer em termos estéticos/culturais, com reflexos positivos para a educação, para a economia, para a saúde e para a segurança pública.

P.S: (1)Na última viagem que realizei a Belém do Pará, em julho, pela primeira vez levei CDs de música sergjpana para presentar aos organizadores de um congresso internacional de arte-educação e para parentes que moram na região. No primeiro caso utilizamos CDs doados, além de livros, folhetos sobre turismo e cultura de Sergipe. No segundo caso, custeamos as despesas de aquisição, favorecido pelo preço acessível proporcionado pela apoio do Projeto Pixinguinha a tiragem do trabalho do Chico&Rogério e da Patricia Polayne. O que nos motivou, entre outras razões, está descrito no titulo e em toda a argumentação

(2) Clique abaixo para conferir experiências exitosas da parceria escola e grupos/linguagens artísticas.


Circuito Escolar Maria Scombona

Projeto Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte.


Infelizmente muito aquém do que necessitamos. O que fazer para que o MEC e o MINC,bem como as respectivas secretarias de educação e cultura dos estados e municípios dialoguem para que isto seja ampliado dentro do universo escolar? Que tal Pontos de Cultura Itinerantes voltados para a promoção de oficinas/seminários para professores e alunos e a circulação de espetáculos no seio das escolas?

Caso você seja um participante ou conhecedor de iniciativas que façam interagir escolas com grupos/linguagens artísticas, disponibilize o link em "comentários" .

(3) - Confira um exemplo da repercussão de um show da Patricia Polayne no dia 24/08 em Sampa.

Ouça.. 

Play list 17 de Março de 2015 - 160 anos de Aracaju

 Leia

 Como é dificil ser sergipano!

domingo, 15 de março de 2015

O Mercado de Notícias

Sem democratização da midia, nunca teremos plena democracia ou o pouco de democracia que temos para as maiorias, estará sempre ameaçada.

 Íntegra da entrevista concedida para o documentário sobre mídia e democracia, "O Mercado de Notícias", dirigido por Jorge Furtado.

www.omercadodenoticias.com.br








Saiba mais sobre o projeto..AQUI

Apresentação do projeto.. AQUI





sábado, 14 de março de 2015

Play list - Diálogo entre gerações - Bárbara Eugênia e Diana





As cantoras Bárbara Eugenia e Diana se reúnem para apresentar repertório baseado no álbum da cantora carioca lançado em 1972. Programa gravado em 11 de março de 2014 no estúdio da Rádio Cultura Brasil.






Play list Feliz Aracaju 160 anos - 17 de Março de 2015







 






A música é de autoria do Pedro Neto, Beto Dourah e Vivian Lus, sendo a melodia de Pedro Neto, arranjos dos músicos que gravaram, Pauly di Castro foi o engenheiro de gravaçao e mixagem (Estúdio Porão), a letra é de Beto Dourah em parceria com Vivian Lus. As vozes são de Beto Dourah e de Greice Ive.